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06 novembro, 2014

Pires de Lima - mente sobre a PT

Pires de Lima percebe mais de kechup

PT ACABOU A SER BRASILEIRA

Pires de Lima disse ainda que a Portugal Telecom (PT) é uma empresa brasileira devido "à interferência maravilhosa do anterior Governo", que levou a uma desvalorização de dez mil milhões de euros desde 2006.
"Hoje a empresa não é portuguesa como resultado da interferência maravilhosa do anterior Governo na administração da PT. A PT acabou a ser brasileira. É a realidade e, se me dizem que a Oi não está interessada, só posso desejar que apareçam vários outros potenciais acionistas interessados", afirmou.
O ministro da Economia garantiu que o Governo está atento ao futuro da empresa, mas decretou o fim dos tempos em que havia "secretários de Estado, ministros ou primeiros-ministros com a mania de que são também administradores ou gestores, metendo o nariz onde não são chamados e procurando substituir as competências dos acionistas".
Numa reunião conjunta da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública e da Comissão de Economia e Obras Públicas, Pires de Lima defendeu que é importante "virar de página" na empresa, que se vier a ser alienada deverá ser "num processo competitivo e transparente". "A PT hoje vale menos 10 mil milhões de euros do que valia em 2006", contabilizou, adiantando que é o somatório "entre aquilo que foram as intervenções do Estado, através do Governo, direta ou indiretamente, e da gestão da PT, que foi nomeada com forte influência do Governo".

Para o governante, a desvalorização da PT "resultou do voluntarismo intervencionista que obrigou a empresa a fazer escolhas que se revelaram erradas no Brasil e que saíram muito caras e a assegurar um programa de pagamento de dividendos para contrariar uma OPA [oferta pública de aquisição], que tirou da empresa quase oito mil milhões de euros em dividendos nos últimos anos".

"Uma administração, que chegou ao ponto de em julho assumir aquele compromisso com a RioForte [empresa do Grupo Espírito Santo], demonstrando como estava capturada por interesses privados passados", acrescentou.

O deputado socialista Paulo Campos contestou as acusações do ministro da Economia, lembrando que o acordo de 2010 apenas determinou a troca de participações entre a PT e os brasileiros da Telemar - em que a PT ficou com mais de 20% da Telemar e os brasileiros ficaram com 10% da PT - e que a fusão com a Oi foi acordada em outubro de 2013 e aprovada em 2014.

O antigo secretário de Estado entregou documentos a atestar que "foi na vigência do atual Governo que todo o processo de fusão foi concretizado".

Relativamente ao futuro, Pires de Lima considerou que a PT precisa de um acionista com capital que contribua para o seu desenvolvimento e contrarie a descapitalização enquanto o Estado foi acionista.

A PT "precisa de um acionista com poder de capital para a fazer crescer. Não sei se esse acionista é o atual acionista ou não, mas qualquer empresa precisa de capital para se desenvolver", acrescentou o ministro.

E não tem dúvida de que "um acionista que quer investir seis, sete ou oito mil milhões é porque confia na empresa e em Portugal".

"É importante que a PT tenha acionistas que façam de Portugal um ponto central da sua estratégia de investimento", continuou Pires de Lima.  ( oprimeirodejaneiro )