15 novembro, 2011

ISALTINO visto desde o Ribatejo

"Sábado, na festa da gastronomia encontro dois amigos, fervorosos socialistas moradores em Oeiras. Sem sugerir nada falo no transmontano Isaltino. Reacção: votei sempre nele afirma um, estou-me nas tintas para as acusações contra Isaltino, sempre lhe concedi o voto, voltaria a confiar-lho caso fosse possível, responde o outro. Estes senhores são de curso e percurso responsável, calmos e ponderados, civilizados e avessos a encantamentos, no entanto, no caso em apreço surpreenderam-me pela vertiginosa defesa do acusado de um sem número de maldades envolvendo dinheiro em troca de favorecimentos. Referem o facto de Oeiras ter ganho em todos os aspectos, especialmente no domínio da qualidade de vida, se o controverso autarca ganhou dinheiro satisfazendo vontades não lhes provoca dano, eles obtiveram benefícios vivenciais devido à sua boa governação, nada mais a dizer. Um deles ainda acrescentou: olha o Milenium agora, repara quão importante era o Banco no tempo da gestão de Jardim Gonçalves. Antes de Isaltino, Oeiras não passava de um dormitório de origem campesina, presentemente é procurado centro citadino enaltecem eles a terra onde se sentem bem. As palavras desenxovalhadas que ouvi, comprometidas na defesa de um político determinado a fugir à prisão, condenado pelos tribunais e pela opinião pública obrigam a reflectir acerca deste género de fenómenos a germinarem desde sempre no terreno da democracia. O autarca revelou-se dotado na gestão e engrandecimento da cidade, gerou emprego e riqueza, segundo os acusadores também demonstrou grande apetência pelo pilim esquecendo a norma valorativa da honestidade na orientação dos negócios públicos. A simpatia evocativa dos seus feitos a começar pelas sucessivas vitórias fora do guarda-chuva protector de um partido não pode levar-nos a mero encolher de ombros no referente aos actos constantes da acusação, o julgamento feito pela maioria dos votantes de Oeiras também não. O que leva esses eleitores a demonstrarem possuir tão magnânimos corações? Apenas a elogiada acção de Isaltino? Tão incisivos louvores revelam concordância a ponto de podermos pensar em procedimento semelhante em igualdade de circunstâncias? Será da nossa condição não resistirmos ao perfume do vil metal? Estas interrogações deixo-as à consideração dos leitores, o ouvido no sábado permitiu-me perceber melhor as emoções conhecidas pela síndrome de Estocolmo, em que a vítima raptada acaba por nutrir simpatia pelo raptor" ( oribatejo)

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