02 abril, 2008

O sofrimento dos injustiçados


A experiência é a mãe de todas as coisas, foi dito há muitos anos.

Quem não passa por um sofrimentro atroz, por muita imaginação que possa colocar na sua mente, tendente a comparar com uma situação real, não fica com o mínimo de conhecimento do que representa a realidade que pretende comparar ou imaginar.

Pensemos em coisas simples como uma picadela de uma vespa ou de um lacrau.

Alguem pode imaginar, arranjar uma unidade qualquer para medir a intensidade e a duração da dor produzida ?

Quem não foi mãe, pode imaginar o que será uma dor de parto, à moda antiga ?

Certamente que não.

Sofrer com a injustiça, causa um outro tipo de dor.

Uma dor profunda, continuada.

Existe sempre a esperança de que a sua origem seja reparada. Muitas vezes o tempo de espera, não atenua o sofrimento, antes o aumenta.

O desespero da reparação da injustiça faz com que o sofrimento vá aumentando continuadamente, dia, semana, mês ou ano após ano.

Na maioria dos casos, a reparação da injustiça, para além de tardar, não é concebida para debelar a totalidade dos males que causou.

Poucos, são reparados totalmente, mas muitos, pelo espaço de tempo que estiveram a produzir os seus efeitos só são reparados parcialmente.

Aí reentra a dor produzida pelo sentimento da injustiça não reparada.

O sentimento de "dor", não produz os mesmos efeitos em cada um de nós.

Assim, resta a capacidade individual de cada individuo para tentar varrer do seu intimo os restos da dor pelo sofrimento das injustiças.

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