30 julho, 2010

Freepot a preço de ouro

"Os maiores crimes identificáveis no caso Freeport não foi a identificação de dois suspeitos de serem pilha-galinhas, foi o abuso do dinheiro dos contribuintes, a destruição da credibilidade da justiça, a tentativa de linchamento na praça pública, a corrupção da justiça. Mas para os criminosos responsáveis por estes crimes não será deduzida qualquer acusação, estão blindados contra qualquer acusação, podem cometer estes crimes impunemente.

Esses fascistas poderão continuar a beneficiar de ordenados elevados pagos pelos contribuintes, a esta hora deverão estar a fazer as malas para irem de férias descansados enquanto muitos do que pagam os impostos para os alimentar não o poderão fazer por falta de recursos." (O Jumento)

Processo Casa Pia - Justiça?

Que dizer desta nossa Justiça?
Não será bom que os Juizes, alguns, pelo menos e serão muitos, sejam mandados novamente para as escolas para aprenderem a aplicar as leis?

A validade dos actos realizados por Rui Teixeira, o juiz do inquérito, ainda vão ser analisados pelo Tribunal da Relação. Se forem considerados ilegais, o julgamento é anulado  (DN)

TVI - Familia Moniz e Companhia

E agora, continua com baixa? Se a senhora fosse trabalhar, não era muito melhor?

(DN)

MP em causa

O PGR que abrir um inquérito. Mais um, dos tantos que já bariu e que continuam abertos sem que se saiba como e quando vão acabar.
Há por aquelas bandas muitas gargantas fundas que vão debitando, conforme os interesses imediatos ou futuros alguns nacos de carne para uma matilha de cães esfomeados alimentarem a  sua gula interesseira.
Mas agora dizerem e escreverem que não tiveram tempo de ouvir o Primeiro Ministro, bem merecem um inquérito onde tenham que justificar o que fizeram e como o fizeram, para não terem tempo de o fazer.
Do fruto que é o Freeport, não conseguiram espremer nada, apenas umas gotas.

Freeport e Companhia

Todos aqueles que durante anos e anos a fio, fizeram do Primeiro Ministro de Portugal um bombo da festa das suas intenções políticas, e que hoje, como os bons cobardes, ainda querem manter acesa alguma chama da suspeição, pondo em causa, quando lhes interessa, a justiça., mais não devem fazer que enrolar a trouxa e de rabo entre as pernas, dar às de Vila Diogo e passar férias nalgum retiro onde possam fazer uma análise e uma auto critica aos seus comportamentos durante todos estes anos.
Muito do mal que fizeram a Sócrates não tem reparação.  Mas, aquele, terá o doce sabor de uma victória, que sendo anunciada, muitos quizeram que tal não tivesse acontecido.
As carpideiras vão continuar com a sua lenga lenga do costume, mas desta vez, carpindo as suas próprias máguas, por ainda não terem feito o funeral a Sócrates.

29 julho, 2010

Antonio Ribeiro Ferreira - jornalista

Este dito jornalista, tem por sistema condenado Sócrates comos seus escritos.
Continua.

"Foi uma semana em grande. Saiu ileso do caso Freeport, o PS está bem colocado nas sondagens e conseguiu extorquir mais 350 milhões aos espanhóis na venda da Vivo. Almeida Santos, um poço de sabedoria, tem razão.
O engenheiro relativo está em todo o lado. Como Deus nosso Senhor. Mais do que isso. Ensinou os incompetentes da PT a fazer negócios. Os factos são factos e não vale a pena disfarçá-los. Tudo o que se passa em Portugal tem o dedo visível ou invisível do homem que chegou ao poder há mais de cinco anos com uma licenciatura manhosa feita numa universidade da treta. E que tem todas as condições para ficar mais uns tantos. A caminho do socialismo, como diz a sagrada Constituição, ou do abismo. Não interessa. O povo é quem mais ordena. Sempre."

Freeport - 5 anos depois, a falta de tempo

Curioso que ao fim de mais de 5 anos de processo, ainda não tinha havido tempo para ouvir Sócrates.
Dá para chorar, o dinheirinho dos impostos dos "portugas" é tão mal gasto por esta gente.

" Os procuradores que dirigiram o caso Freeport escreveram no despacho final que só por falta de tempo ficou inviabilizada a inquirição a José Sócrates.
No excerto do despacho final, citado pelo jornal Público, os procuradores consideram que apesar de não haver qualquer proposta da Polícia Júdiciária, «importaria» ouvir o então ministro do Ambiente e o ex-Secretário de Estado.
Justificação: porque foram eles, José Sócrates e Rui Nobre Gonçalves os principais decisores políticos do processo e porque, acrescenta o texto, os nomes dos governantes foram referidos em vários documentos apreendidos e em depoimentos prestados.
Os procuradores dizem que tinham 27 perguntas para fazer a José Sócrates e dez a Rui Nobre Gonçalves.
Mas explicam que a audição ficou «inviabilizada» porque a 4 de Junho o Vice-Procurador Geral da República fixou o dia 25 de Julho como data limite para o encerramento do inquérito.
Tendo em conta este prazo e que o primeiro-ministro só pode ser ouvido com autorização do Conselho de Estado, os procuradores concluem que a audição se mostra «por ora inviabilizada».
No capítulo das diligências não concluídas, os procuradores referem também que há quatro cartas rogatórias dirigidas a autoridades judiciais estrangeiras sem resposta."

Jose Niza


“Pergunto ao vento que passa

notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz”
(Manuel Alegre – 1965)

Não o diz o vento, mas dizem-no os jornais, as rádios, as televisões. Todos os dias. A todas as horas: “Vemos, ouvimos e lemos / não podemos ignorar” (Sophia de Mello Breyner).

Existe em Portugal outro País.
Mais pequeno, mais escondido, mais misterioso, mais privado, mais “in”.
E mais rico. Podre de rico.
A cada dia que passa – sem escândalo ou revolta – aumenta o fosso que separa a riqueza da pobreza. Cada vez mais largo. Tão largo e tão profundo que separa um Portugal do outro, o dos condomínios fechados para fora e dourados por dentro. Dois países que convivem lado a lado nas páginas dos jornais e nas imagens das televisões. Mas só aí.
Como é possível que, 35 anos passados sobre a generosa e justa revolução dos cravos de Abril, Portugal seja “isto”.
1.O Expresso da semana passada trazia uma notícia que seria banal no Dubai ou nos Emiratos do petróleo, mas que em Portugal – e ainda para mais neste momento – insulta e atenta contra a dignidade, e até contra a sobrevivência, de centenas de milhares de Portugueses. Porque – gritemos alto e bom som! – em Portugal existe fome, miséria, existe gente que não tem comida para dar aos filhos. Que raio de país é este?
Lembram-se do Estoril-Sol, aquele hotel da linha que tinha uma vista esplendorosa sobre o Tejo e a baía de Cascais, e que serviu de acolhimento a muitas celebridades mundiais do cinema e da política?
Pois esse hotel – propriedade da empresa dos Casinos de Stanley Ho – foi há anos demolido para sobre os seus escombros se erguer um edifício de 110 apartamentos.
Relata o Expresso que ainda as obras não acabaram e dos tais 110 já só restam sete para venda. Os mais baratos, os T-1, custam a módica quantia de 1,2 milhões de euros (240.000 contos). E, os mais caros, vão até aos 3,8 milhões (760.000 contos). O preço do metro quadrado de construção também é acessível: apenas 7.630 euros (1.256 contos)!
Quem são os donos destes apartamentos? Que património têm? O que fazem na vida? Que impostos pagam? Que rendimentos declaram?
2. Cada um desses apartamentos dá direito a uma garagem com quatro lugares para estacionamento. Que tal um Porche? Ou um Bentley? E, já agora, um Jaguar? E porque não um Ferrari para o filho mais novo e um Lamborghini para o mais velho?
Contam-nos os jornais e as televisões que a Jaguar e a Porche, no passado mês de Junho, aumentaram as suas vendas em mais de 100%.
Não é gralha, são mesmo cem por cento. Mas a Ferrari, a Aston Martin, ou a Maserati, não ficaram muito atrás.
O director de marketing da Porche dizia: “a marca está a vender muito bem, sobretudo na região norte”. Curioso: então não é excatamente a Norte que há mais falências de empresas e mais desemprego?
Quem são os donos destes carros? Que património têm? O que fazem na vida para além de acelerar? Quanto pagam de impostos? Que rendimentos declaram?
3.No âmbito das próximas eleições presidenciais acompanhei há dias Manuel Alegre numa reunião com os órgãos sociais do NERSANT. Gente que sabia do que falava e das dificuldades que a maioria das empresas sofre. O que lá ouvi – mais do que queixas e lamentos – foi um retrato dramático e actual da maioria das empresas: dificuldades de acesso ao crédito e ao financiamento, carga fiscal elevadíssima, margens de lucro mínimas, prepotências do fisco, infinita morosidade da justiça, atrasos nos pagamentos do Estado às empresas.
Neste emaranhado de problemas e dificuldades os bancos ocupam o primeiro lugar na fila das responsabilidades: estrangulam os créditos à economia, mas continuam a apresentar lucros supermilionários; cobram juros altíssimos nos empréstimos, mas pagam pouco mais de zero às poupanças depositadas.
E, para além de tudo isto, o escândalo: enquanto qualquer vulgar empresa paga 25 % de IRC sobre os seus lucros, aos bancos é permitido que paguem apenas 4 %, isto é, seis vezes menos!!!
Como é possível que, dos 230 deputados do nosso parlamento, ainda não tenha ouvido um único a fazer esta simples pergunta: “Senhor Ministro das Finanças, porque é que o governo permite que no meio da borrasca que atravessamos, os bancos paguem de IRC seis vezes menos que qualquer outra empresa? ”
Eu, cá por mim, gostava muito de saber a resposta.
Ou será que, no outro País, alguém “cala a desgraça” e “nada nos diz”?

28 julho, 2010

Freeport

No blog hojehaconquilhas.


A investigação ao licenciamento de um empreendimento comercial, em Alcochete – o caso Freeport –, em 2001, manteve um primeiro-ministro debaixo de fogo cerrado durante 6 anos. Passados estes largos anos de investigação, onde se desenvolveram múltiplas perícias urbanísticas, ambientais e financeiras, executadas por peritos da Polícia judiciária, e «analisada exaustiva e rigorosamente a prova carreada para os autos», o Ministério Público concluiu que não existiu qualquer acto ilícito no licenciamento do Freeport, nem qualquer crime de «corrupção activa e passiva, tráfico de influência, branqueamento de capitais e financiamento ilegal de partidos políticos».
É à luz do que agora foi concluído pelo Ministério Público que se deve fazer um exercício indispensável, a bem da saúde democrática do regime: projectar o «filme» ao contrário, de trás para a frente. Percorrer, um a um, todos os textos de opinião, em jornais, revistas e blogues; revisitar os Jornais de Sexta-feira, de Manuela Moura Guedes; desenterrar o defunto Independente durante a campanha eleitoral de 2005; até chegarmos à origem do processo: a denúncia «anónima» feita por gente ligada a partidos políticos.
O que se passou à volta do «processo Freeport» durante estes últimos 6 anos é um filme perverso, com muitos protagonistas e várias cenas hardcore, tendo o enredo um chão comum: a incúria, a perfídia, a maledicência e, sobretudo, uma visão policial de fazer política. Não pode, por isso, ser varrido para debaixo do tapete.

Silencio dos (não) inocentes

Como escreve O Jumento

"Hoje é um dia de silêncios cobardes, um dia em que muita gente vai tentar esquecer o que fez, o que escreveram ou disseram, os mails caluniosos que enviaram, os comentários oportunistas que escreveram, as opiniões manhosas que produziram, as intervenções políticas que protagonizaram, nenhum deles vai assumir culpas ou responsabilidades. Os políticos que se aproveitaram, os magistrados que tentaram dar um golpe de estado, os jornalistas que promoveram um linchamento na praça pública e muitos outros cobardes vão ficar calados, provavelmente a pensar noutro golpe."

Munique

Freeport nas capas dos jornais


Professores

Nogueira voltou de férias.
Quer preservar mais umas dezenas de lugares pagos pelos contribuintes nas bibliotecas das escolas.
Professores são para leccionar.
Haverá por aí, bibliotecários no desemprego.

"A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estima que a redução dos rácios professor bibliotecário/alunos, determinada pelo Ministério da Educação, provoque o corte de 150 lugares, classificando a medida puramente economicista." (Publico)

Freeport com fim anunciado (2)

O Freeport,  depois de cerca 5 anos nas bocas do mundo, não mereceu agora da comunicação social,  mais que apenas dois ou tres parágrafos.
Nem uma desculpa formal ou informal a todos os que foram por sistema visados e que hoje foram ilibados.
Assim se vende o papel de jornal e muitas horas de televisão.

«O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) anunciou hoje que deu por concluído o processo Freeport relacionado com o licenciamento do 'outlet' de Alcochete.
O processo Freeport teve na sua origem suspeitas de corrupção e tráfico de influências na alteração à Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo e licenciamento do espaço comercial em Alcochete quando era ministro do Ambiente José Sócrates, actual primeiro-ministro.»

Freeport com fim anunciado

Sócrates, mesmo antes de a novela Freeport se ter encaminhado para o seu fim, já era um Campeão.
Os resultados das últimas sondagens, depois de todos os enredos, mentiras, calúnias, etc, etc., davam uma pequena margem de vantagem ao "menino prodígio do PSD".
Por omissão, a grande maioria dos órgãos de comunicação social, "esqueceram-se" de colocar em destaque a vantagem de Passos Coelho nessas sondagem, pela razão de que os pontos conquistados, afinal são uma derrota, mais uma para um PSD e em especial para o seu novo filósofo político que continua sem rumo, apenas aproveitando do normal e generalizado descontentamento das gentes deste país.
Passos Coelho, preocupa-se muito mais em se apresentar em público, bem penteado e ataviado, com o seu jogo teatral de mãos,  do que explicar com seriedade e aprofundadamente as suas propostas de governação para o país. Isto, se algum dia chegar a Primeiro Ministro.
Hoje, a grande maioria dos jornais e TV não dão grande ênfase ao facto de Sócrates, afinal nada ter com a novela Freeport.
Podem dizer hoje, os cínicos e os hipócritas, incluído  o Presidente de alguns portugueses, as banalidades do costume sobre estes temas da Justiça, porque não se vão livrar da acusação de terem, durante meses e meses seguidos, tentarem queimar em lume brando a personalidade, a dignidade e a honra de Sócrates.
Jornais, TV, jornalistas e jornalecos, fizeram-no conscientemente e com o único propósito de lançar Sócrates na lama, confundindo até, muitas vezes a sua vida política com a sua vida pessoal.
Os da justiça que passaram as informações. Os dos meios de comunicação que as transformaram e manipularam recreando-se com a desgraça alheia, hoje ao verem-se ao espelho, não terão remorsos do que fizeram a Sócrates. Não porque se os remorsos existirem, eles mão passam pelo espírito desse tipo de personagens.
Um dia mais tarde, a historia deste país dará nota de que Sócrates, foi um dos políticos mais perseguidos em toda a história da democracia em Portugal.
Sócrates não irá desistir, como todos aqueles que perderam esta batalha em o querer derrotar fora das urnas também não irão desistir dos seus intentos de o voltar a colocar nas bocas do mundo por razões e motivos pouco claros.
Que os cabelos brancos que lhe apareceram durante todos estes anos que é Primeiro Ministro, lhe dêem animo para continuar.
Não será fácil, mas...
Vamos acreditar que ainda vai voltar a ganhar mais umas eleições.

25 julho, 2010

Portugal no estrangeiro

Promução turistica de Portugal em Espanha,  através de publicidade (El Pais)

Sporting - Costinha

Um bom  exemplo daquilo que não se deve ser no desporto.
Pode ter dezenas de fatos e muitos carros de marcas muito caras, mas, na cabeça, terá algo de muito pouca qualidade.
Por aqui se pode compreender o preço que muitos pagam para serem campeões, mesmo não sendo vencedores.
Mal vão os "lagartos" com figuras destas nas suas fileiras.

Alunos

Eles estragam e partem e nós pagamos.
Muito bem.
Fazer os alunos pagar os estragos que praticam, é então anti pedagógico e afasta-os das escolas.
Vamos partir as consolas de jogos e os Mp 3 a estes meninos e eles que os paguem (não sabemos como, mas paciência). Será que eles tambem pensam que é pedagogico?
Que indignação deste aluno.
Quando for maior e tenha que adquirir do seu próprio bolso tudo o que necessita, talvez passe a olhar para as realidades de modo diferente.

"Os representantes das associações de pais e de professores respiraram ontem de alívio com a aprovação do novo Estatuto do Aluno, que vem substituir a versão em vigor desde 2008. Agrada-lhes o reforço da autoridade dos docentes e dos directores, a valorização da aprendizagem, a agilização das medidas disciplinares e a responsabilização dos estudantes. Já estes vêem as mesmas alterações ao documento de uma perspectiva diferente. E consideram que, com a aprovação do novo estatuto pela Assembleia da República, ontem, "se deu mais um passo para afastar os alunos da escola".


"Quer um exemplo? O novo estatuto prevê que os alunos tenham de pagar o material que estragam. Isto é pedagógico? Não é. Se um aluno partir um vidro e for obrigado a pagá-lo, no dia seguinte parte outro e dois dias depois outro ainda. Porque a obrigação da escola não é castigá-lo, mas explicar-lhe por que é que não deve andar a partir vidros", comentava ontem, indignado, Luís Encarnação, estudante." (Publico)

Jose Niza

Por: José Niza


É muito cómodo responsabilizar o Governo – o actual, ou qualquer outro – por tudo o que corre mal. Mas basta ouvir as entrevistas de rua aos “populares” – que as televisões exibem a cada momento – para se perceber até que ponto a ignorância, a incompetência e o mal-dizer, são endémicos em Portugal. E, se a isto somarmos o laxismo, a arrogância e a preguiça, teremos – com algumas e meritórias excepções – o retrato do Portugal de hoje.
Há pouco tempo aqui escrevi, e provei, que em Portugal, por cada dia de trabalho, há um dia de descanso. Mas não basta apenas saber quanto se trabalha, é preciso também saber como se trabalha.
Vou contar algumas histórias – que poderiam ter acontecido com qualquer de vós – e que bem ilustram o nacional terceiro-mundismo em que nos vamos afogando.

1. SELOS – Na Junta de freguesia de S. Nicolau (Santarém) existe um posto dos CTT. Vou lá com frequência: há estacionamento e a espera é mínima. Aqui há tempos fui lá para comprar selos de correio azul. Não havia. Voltei uma semana depois. Não havia. Tentei de novo há uns 15 dias. Ainda não havia! Protestei: como é que num posto dos CTT nunca havia selos? A menina do balcão – com um ar de “vai mas é chatear outra” – ripostou: “Eles não mandem ! E eu: “Menina, olhe que não é “eles não mandem”, é “eles não mandam”. E ela: “É que eu não tenho cultura geral como você”!

2. O SACA-ROLHAS – O guia gastronómico do Expresso recomendava um restaurante – “mesmo diante do mar e com uma esplanada que apetece, serve excelente peixe grelhado e mariscadas variadas – Praia de S.Torpes – 15 a 25 euros por pessoa”.
Minha mulher e eu encomendámos o almoço: linguadinhos fritos com açorda e uma garrafa de vinho branco fresco. Um quarto de hora depois chegaram as azeitonas, o pão, e uma pergunta: “O vinho é branco, ou tinto?” Que era branco. Que já tinha dito. Mais outro quarto de hora e nova pergunta: “A garrafa é grande, ou é das pequenas”? Que era grande. Que já tinha dito. Mais uma eternidade e a rapariga avançou finalmente com uma garrafa, um saca-rolhas e com o ar satisfeito do dever cumprido. E ficou ali especada, paralisada, com a garrafa numa mão e o saca-rolhas na outra: a mocinha nunca na vida tinha aberto uma garrafa! E foi preciso que uma ucraniana da Ucrânia viesse em seu socorro. Servido o vinho – e quando sobre a mesa já só havia caroços de azeitonas e migalhas de pão – de novo a ucraniana com um lindo sorriso azul: “Os senhores não querem encomendar o almoço”? Respondi-lhe que essa encomenda já tinha sido feita há mais de uma hora e que, embora antiga, ainda estava em vigor. Este “Trinca-Espinhas” que o Expresso me aconselhou, custou-me 33,45 euros, duas horas de vida, e não teve gorjeta.
Pensando bem, vou mas é mandar a conta ao meu amigo Balsemão.

3. GASOLINA COM CHOQUES ELÉCTRICOS – com o ódio que tenho à GALP já há mais de dois anos que me abasteço nas bombas da Feira Nova. Depósito cheio. E quando a funcionáriaa me passou a máquina para pagar com o cartão, levei um choque eléctrico do caraças! Pelo inesperado e pela potência, gritei que aquilo estava a dar choque. É, disse a dita senhora com o ar mais natural do mundo: “Já ontem informei o técnico, mas ainda não veio cá ninguém”. Ela já cumprira o seu dever. E os clientes – para além do gasolínico choque da factura – que continuassem a levar choques eléctricos. Comentando este episódio num almoço no “Quinzena”, diz-me o empregado: “Eu também já levei. E muitos”!

4. PEUGEOT – Nos últimos 25 anos já tive uns 5 ou 6 Peugeots. Há tempos vi anunciar na televisão um novo modelo que me agradou, o 308. Curioso, fui à Autogaleão para ver o automóvel. Não tinham nenhum. Pedi um catálogo. Não havia. Pedi algumas informações sobre o carro ao vendedor. Não sabia. Pelo contrário, desatou a fazer-me perguntas sobre o tal 308!!! Exactamente as mesmas que eu tinha para lhe fazer! Pedi-lhe imensas desculpas pelo incómodo e pelo tempo que lhe tinha tirado. Ingenuamente ainda acreditei que ele depois me enviasse informações sobre o automóvel, ou que telefonasse para o ir ver ao stand. Mas não. Até hoje. Quando contei esta história a um amigo, ele disse-me que a Autogaleão estava numa situação difícil: é o que acontece às padarias quando não sabem vender pão…

Será que Portugal ainda existe?
Existir, ainda existe. Mas não é a mesma coisa.

O Glorioso