São colocadas grandes preocupações para quem vai ficar retido em casa durante uns dias.
Em casa, com telefone, Internet, energia 24 horas por dia, água quente para banho, agua fria se estiver calor, acesso a todo o momento a informação nacional e internacional, plataformas de jogos para adultos, jovens e crianças, hipóteses de falar e ver familiares e amigos através de computadores, vestir ou despir a roupa que lhes interessa, olhar pelas janelas e ter à sua frente a civilização,
Quem não se conforma com este estado de emergência, deve recordar os seus pais e avós que estiveram em situações muito piores, durante meses e meses. Aqueles que olhando à sua volta tinham capim ou bolanha, arame farpado e energia apenas para a iluminação do arame farpado que protegia o aquartelamento, as notícias chegavam por carta quando chegavam, o som da rádio chegava distorcido ou mal se ouvia.Já nesse tempo existia, o medo da morte pela doença, pelas balas e pelas minas, o medo de não regressar.
Recordo dois lugares onde para alem dos alojamentos cercados por arame farpado e os únicos movimentos que existiam era a saída e a entrada das tropas em operações - à volta capim, terras alagadas, mosquitos e a emergência durante dois anos - LUFICO e ZAU ÉVUA no Norte de Angola.
A civilização está modernizada e diferente, mas para quem por lá andou e que adaptou ao que encontrou, hoje facilmente se adapta ao que lhe está a acontecer