07 agosto, 2015

IRS - devolução ou mentira

A polémica está instalada e, irá continuar por tempo indeterminado, assim como as percentagens do desemprego, terá a mesma sorte.
O governo de Coelho e Portas, começam estar a braços com a sua credibilidade. Muitos portugueses não acreditam em Coelho e em Portas, pois são bastas as razões para que tal aconteça. Tanto mentem que, mesmo quando supostamente falam verdade, poucos neles acreditam. Claro que há aquela nuvem de seguidores que acreditando ou não, os defendem.
Assim, quando à devolução do IRS em 2016, em cada dia que passa, são mais as vozes a dizer que não que são as que acreditam no sim.
Quanto aos desempregados, acontece algo semelhante.  Para este caso, vamos esperar por mais uma publicação de dados do INE, para a análise da situação do IRS, vamos ter que esperar mais tempo para desmentir o Governo.

04 agosto, 2015

Acidentes de viação - o pão nosso de cada dia


Quem anda nestes dias pelas nossas estrada sabe porque os mortos nas estradas aumentaram 10% em relação a 2014
Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram este ano 277 mortos, mais 25 do que em igual período de 2014, revelou hoje a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
è um perfeito desatino. Não se cumprem regras, circula-se dentro das povoações a velocidade de auto-estrada, nas rotundas não existem curvas, são feitas tangentes para se chegar em alta velocidade ao ponto de saída, estaciona-se onde bem se quer, menosprezando os peões, etc, etc.

Não há multas nem coisas que cheguem para tal desaforo.
Há uma agravante com as autoridades a multarem por situações insignificantes, para fazerem a folha de serviço, e não o fazerem em muitas outras situações, mais trabalhosas.

Assim, não vamos lá.  Temos que passar a andar em viaturas blindadas para contrariar os louco, os assassinos que usam como arma o volantes das viaturas.

Sócrates foi diferente que ex-gestor detido no aeroporto

Desta vez não  havia a comunicação social de plantão à espera dum cidadão (igual perante a lei) para fazer em directo a sua detenção;
Desta vez, nada se soube, até que a PJ informou do sucedido.
Qual a diferença?
Expliquem-me pf quem bateu com a língua nos dentes num caso e esqueceu-se de o fazer neste outro?

"A Polícia Judiciária anunciou hoje, em comunicado, a detenção, no aeroporto de Lisboa, de um ex-presidente de uma empresa pública da área dos transportes, por suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder praticados no âmbito de uma ação de cooperação com Angola."

Sócrates esquecido, esgotado? E agora?

 

 

 

Portugal à Frente? Nunca!

Portugal Á frente

 

 

 

Novo Banco falido?

O BCE impôs, o Governo quis, o BES morreu

(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 03/08/2015)

      Nicolau Santos

Um ano depois da resolução do BES, decidida pelo governador do Banco de Portugal num fim de semana agitadíssimo, o seu sucessor está à beira de ser vendido. Há ainda muita coisa por explicar relativamente ao passado. E há enormes incertezas quanto ao futuro.

No que toca à resolução do BES, é hoje mais que evidente que não houve vontade política para travar o desaparecimento do banco verde. Com efeito, a 31 de julho de 2014 à noite, o Banco Central Europeu informa o Banco de Portugal que vai retirar o estatuto de contraparte ao BES, cortando-lhe a liquidez e obrigando-o a devolver de imediato os dez mil milhões de euros de financiamentos que Frankfurt tinha concedido ao banco verde. No fundo, o BCE testava pela primeira vez o modelo de resolução de um grande banco em crise na zona euro.

Ora nesse momento, se o Governo tivesse essa vontade política, teria dito a Bruxelas e a Frankfurt ser inadmissível esse ultimato. Por várias razões: em primeiro lugar, porque a administração responsável pela situação do banco tinha sido afastada; em segundo, porque à frente do banco estava agora Vítor Bento, um homem respeitado, competente, sério e da total confiança do Governo em geral e, em particular, do Ministério das Finanças e do Banco de Portugal; e em terceiro porque o país dispunha de uma linha de crédito, acordada no âmbito do acordo com a troika, no valor de 12 mil milhões de euros, dos quais 6 mil milhões estavam ainda disponíveis, para poder recapitalizar o BES, como tinha sido feito com o BCP e o BPI.

Mas o primeiro-ministro entendeu não mexer uma palha para salvar o BES e a ministra das Finanças veio dizer depois no Parlamento que tinha explicado a Vítor Bento que «essa modalidade – a recapitalização através da linha da troika -, nesses exatos termos, já não existia». Pois se não existia «nesses exatos termos» existiria certamente noutros, se houvesse vontade política para tal. Mas não havia. O objetivo de Passos era liquidar o banco, símbolo daquilo que considerava (e considera) o pior da economia portuguesa. E assim aconteceu, aproveitando o inadmissível ultimato do BCE.

Que tudo foi uma surpresa para o governador Carlos Costa e para a administração do banco provam-no várias coisas. Não havia nome para o banco, não havia logótipo e ninguém estava a trabalhar na resolução do BES, nem o Banco de Portugal, nem Vítor Bento e a sua equipa – que, aliás, é forçado a aceitar o convite para, após o desaparecimento do BES, passar a ser o primeiro presidente do Novo Banco, o que apenas fez para garantir que a instituição tinha as portas abertas na segunda-feira seguinte, embora já nessa altura estivesse completamente consciente de que as condições do convite que lhe tinha sido feito para liderar o BES estavam já totalmente alteradas.

Como revela hoje Maria João Gago no «Jornal de Negócios», «não houve tempo para contratar ‘marketeers’ ou especialistas em ‘branding’. O primeiro logótipo do Novo Banco foi desenhado por um técnico responsável pelo site do BES». E acrescenta ainda que o primeiro nome que veio à cabeça de quem estava a enterrar o BES foi Novo Banco Português e que isso só não aconteceu porque as iniciais (NBP) seriam um trocadilho demasiado evidente com o BPN, um banco que também implodiu devido a fraudes que são um autêntico caso de polícia.

Depois, claro, foi a divisão atabalhoada dos ativos «bons» para um lado e os ativos «maus» para outro, o banco «mau», com declarações contraditórias, hesitações – e, a partir daí, com um cortejo de manifestações de quem perdeu o seu dinheiro no aumento de capital do BES e/ou nas aplicações em empresas do Grupo Espírito Santo, mas vendidas aos balcões do BES. Como é evidente, há muitos processos judiciais que estão a caminho, o maior dos quais será seguramente o da Goldman Sachs, no valor de 752,5 milhões de euros – e que provavelmente serão decididos em desfavor da instituição e que alguém terá de pagar, provavelmente os contribuintes…

Pelo meio, a comissão parlamentar de inquérito ao caso GES/BES foi perentória nas críticas ao Banco de Portugal, que terá atuado tardiamente e de forma ineficaz, além de durante vários meses, apesar de já dispor de informação sobre o que se passava no interior da área não financeira do grupo, não ter passado esses dados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Finalmente, o Novo Banco não nasceu do nada. O Estado teve de colocar 3900 milhões de euros no Fundo de Resolução, que por sua vez colocou 4900 milhões no banco. Sem esses montantes emprestados pelo Estado, o Novo Banco nunca teria visto a luz do dia. O que quer dizer que, com esses montantes, o BES poderia ainda hoje continuar a existir. E isto é mais uma prova que o Governo quis acabar com o BES e aproveitou a inadmissível chantagem do BCE para o fazer.

Quanto ao tema tão debatido que este processo não vai custar nada aos contribuintes é uma falácia. O que o vencedor do concurso pagar não será totalmente para liquidar este empréstimo público, antes devendo parte significativa ser canalizado para um aumento de capital de que o Novo Banco necessita. O que quer dizer que talvez sejam recuperados talvez dois mil milhões dos 3.900 milhões. O resto deverá ser suportado pelo Fundo de Resolução que é da responsabilidade dos outros bancos do sistema. Ou seja, teoricamente serão estes a pagar a diferença entre o que foi emprestado pelo Estado e o que será pago pelo vencedor da privatização. Há um pequeno problema: pelo menos dois dos mais importantes bancos do sistema – BCP e BPI – estão altamente fragilizados pela crise angolana, onde captam grande parte dos seus resultados, e enfrentam um crescimento muito lento do mercado português. O pagamento deste diferencial obrigá-los-ia a novos aumentos de capital, que não parecem estar em condições de suportar. E o mesmo se passa com a Caixa Geral de Depósitos, que o primeiro-ministro entendeu dizer em público que o preocupa, por não ter ainda pago as ajudas de 900 milhões que também recebeu. Perante isto, ou há um perdão encapotado desta dívida dos bancos – pagamento a 20 anos ou mais – ou o Estado assume mesmo parte do que ficar por pagar.

Voltemos ao princípio: um ano depois da morte do BES, há muitas explicações que estão por dar relativamente ao que se passou. E quanto ao futuro do Novo Banco, as interrogações são igualmente múltiplas.