12 maio, 2014

Reunião de emergência

 

 


Reunião de emergência

 

                   

 

 

 

 

                         

 

 

 

A Verdade sobre a DESPESA do ESTADO - Será esta a via - duvido

Atenção . : Cada vez.....MAIS REVOLTADO.


 Para onde vai o dinheiros dos cortes e impostos:

Um quinto das fundações de solidariedade social não têm beneficiários.

 

E assim vamos sendo pateticamente enganados...

Mas ainda há o futebol, as novelas, os concertos, etc, etc, etc..., que nos desviam (ou tentam desviar) de coisas sérias, como convém a certa malta...

 

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Meus Prezados Amigos,

Um pouco farto de ver e ouvir certas histórias, que pressentia, mal contadas, decidi-me a fazer as minhas contas a partir das Fontes Oficiais (INE e EUROSTAT).

Tem sido dito que os Pensionistas e os Reformados junto com as Despesas de Pessoal do Estado significariam, em conjunto, cerca de 75% a 78% das Receitas Públicas, fui então verificar.

Ora sendo eu um cidadão preocupado com o desenvolvimento do meu País e com o Bem-Estar dos portugueses, achei que este número, a ser verdade, seria muito elevado e traria restrições severas a uma Política de Desenvolvimento e de Crescimento a Portugal.

Mas depois de tanto ouvir, comecei a achar estranho que estes números fossem repetidos até à exaustão. E decidi investigar eu próprio da veracidade de tais números.

 Eis os Resultados:

  (1º) QUADRO nº 1 - Pensões e Reformas

 PENSÕES e Reformas

2011

2012

2013

P.I.B.

237,52 €

212,50 €

165,67 €

PENSÕES

13,20 €

13,60 €

14,40 €

Peso % - s/ PIB

5,56%

6,40%

8,69%

Total de Receitas

77,04 €

67,57 €

72,41 €

Peso % - s/ T. Receitas

17,13%

20,13%

19,89%

 Meu comentário:

Qual não foi o meu espanto quando face a doutas (agora verifico que pouco doutas) opiniões de Economistas do Regime, de Jornalistas (ditos de economia) e de Políticos (estes sem grande surpresa minha) em que todos coincidiam em que esta Rubrica rondaria os 30% a 35% das Receitas do Estado e cerca de 15% a 17% do PIB, vim a verificar os resultados do Quadro nº 1 que acima publico.

Isto é: as Reformas e as Pensões, mesmo numa Economia em Recessão, significaram entre os 20,13% e os 19,89%. Muito longe, portanto, dos anunciados 30% a 35%.

Mas se a análise for feita sobre o PIB então o seu significado variou, repito num quadro de uma Economia em Recessão, entre os 8,69% e os 5,56%. Portanto muito longe do anunciado pelos "especialistas".

A coberto dessas pretensas "realidades" foram cometidos os mais soezes ataques a esta parte da população portuguesa. Parafraseando o Prof. Doutor Adriano Moreira – "esbulho".

NOTA: Por uma questão de educação não quero adjectivar as declarações sobre a matéria da Srª Ministra das Finanças e seu antecessor, nem do Sr. 1º Ministro, já que os restantes declarantes não me merecem qualquer respeito.

  (2º) QUADRO nº 2 - Despesas com Pessoal do Estado

 PESSOAL

2011

2012

2013

P.I.B.

237,52 €

212,50 €

165,67 €

Despesas c/ Pessoal

11,30 €

10,00 €

10,70 €

Peso % - s/ PIB

4,76%

4,71%

6,46%

Total de Receitas

77,04 €

67,57 €

72,41 €

Peso % - s/ T. Receitas

14,67%

14,80%

14,78%

Meu comentário:

Devo confessar que aqui, nesta rubrica, o meu espanto ainda foi maior, dada a prolixa comunicação sobre este tema proferida pelos actores acima referidos.

E feitas as contas, (quadro nº 2 acima), e juntando então os dois, os resultados são na verdade os seguintes: (Quadro nº 3)

 PENSÕES + Desp. PESSOAL

2011

2012

2013

P.I.B.

237,52 €

212,50 €

165,67 €

PENSÕES + Desp. PESSOAL

24,50 €

23,60 €

25,10 €

Peso % - s/ PIB

10,31%

11,11%

15,15%

Total de Receitas

77,04 €

67,57 €

72,41 €

Peso % - s/ T. Receitas

31,80%

34,92%

34,66%

Ou seja: a SOMA das Pensões e Reformas com as dos Custos de Pessoal do Estado, somam (numa Economia em Recessão) entre os 34,92% (incluindo aqui as indemnizações de mútuo acordo das rescisões então efectuadas) e os 31,80% sobre as Receitas Totais do Estado;

e entre 15,15% (incluindo aqui as indemnizações de mútuo acordo das rescisões então efectuadas) e os 10,31% sobre o Produto Interno Bruto.

OU SEJA:

Menos de Metade dos números anunciados pelo Sr. 1º Ministro e seus Ministros das Finanças, para falar de actores políticos relevantes, deixando de lado as personalidades menores que pululam nas Televisões, Rádios e Imprensa escrita que passei assim a tratar dada a sua falta de seriedade intelectual.

E a coberto disto se construiu uma Política do agrado do Sistema financeiro, por razões e números que aqui não vou referir, e dos Credores (por razões que aqui também me dispenso de enumerar).

CONCLUSÃO:

Estamos a ser enganados deliberadamente por pessoas que têm e prosseguem uma filosofia política bem identificada e proveniente dos teóricos da Escola de Chicago (a Escola Ultra Liberal), apesar de um dos seus maiores expoentes, o Sr. Alan Greenspan – ex- Governador do FED (Reserva Federal Norte-americana) ter pedido desculpa por ter acreditado nela e ter permitido os desmandos do sector financeiro que nos trouxeram até às crises das Dívidas Soberanas, embora ajudados pela subserviência, incúria e incompetência de boa parte das classes políticas ocidentais.

Espero ter sido útil neste meu escrito. Na verdade sendo um homem da Direita Conservadora o meu primeiro Partido é Portugal. Os Partidos Políticos são, para mim, apenas Instrumentos para o engrandecimento de Portugal. Se não cumprirem esta missão então, para mim, não servem para nada. E vejo, com extremo desgosto, o meu próprio Partido – o CDS-PP, metido nesta situação degradante para Portugal e para os Portugueses sabendo que há alternativas. E acima de tudo odeio a mentira.

Está na hora, na minha opinião, de reformar e modificar o sistema político vigente, sob pena de irmos definhando enquanto Nação Independente.

Com os meus melhores cumprimentos

Miguel Mattos Chaves

 Gestor

Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia)

Auditor de Defesa Nacional

 

 

 

 

 

11 maio, 2014

Ajuda à Alemanha

Onde estão os nossos políticos, economistas, comentadores e palradores que tudo sabem e nada descobriram desta manhosa situação em que o PSD e o CDS com a ajuda do BE e do PCP no meteram?

 

 

Europeias - Politiquice

Aqui estão eles – uma dupla de respeito, cada um ao seu estilo, assim como os bons vendedores antigos da banha da cobra.

Alguém pode acreditar nesta gente que passa a vida a caminho de Bruxelas, como quem vai a Cacilhas e volta,

Jerónimo - tambem és culpado

Jerónimo preferiu um Governo PSD/CDS e agora queixa-se.

Como não tem outros argumentos e os seus seguidores aceitam ser a cortina de fumo para alimentar o PCP, os seus deputados e funcionários.

Ao fim de tantos anos, o PCP mantem o seu discurso com base nos ataques ao PS e os seus apoiantes aceitam. Não passam de uns conservadores

 

09 maio, 2014

Durão Barroso vaiado em Berlim

Durão Barroso vaiado em Berlim

Durão Barroso vaiado em Berlim

Pensões - limpinho

Ontem, o que disseram. Hoje o que eles fazem e dizem.

Vamos lá acreditar nesta gente

por FERNANDA CÂNCIO

O sistema de pensões é insustentável. A troika diz, o Governo assevera, especialistas reiteram, colunistas afiançam, jornalistas ecoam.

A grande questão é pois perceber como é que, com uma coisa desta gravidade a meter-se pelos olhos adentro, nada se fez até ao advento de tão bravo Executivo. Pior: ainda há pouco tempo havia uns tresloucados que queriam aumentar as pensões e estabelecer a impossibilidade de as diminuir. Por exemplo um Pedro Mota Soares, decerto sem nada a ver com o atual ministro da Segurança Social, propunha em janeiro de 2008 acrescentar às pensões "um fator de correção da inflação para aumentar o poder de compra". Em 2010, o mesmo Mota Soares, ou seja, outro, apresentava um projeto de lei em que pontificava serem "os pensionistas um grupo social bastante vulnerável aos impactos negativos da crise económica" e, preocupando-se com o facto de "a introdução do Complemento Solidário para Idosos", criado pelo Governo PS, "estar longe de atingir a grande maioria dos pensionistas" (o ministro de nome igual diminuiu o valor de referência do CSI e operou uma descida de mais de 30 mil no número dos beneficiários deste complemento que exige condição de recursos, ou seja, prova de efetiva necessidade), terminava com um artigo único: "As pensões atribuídas pelo sistema de Segurança Social não podem diminuir o seu valor, mesmo nos anos em que o Índice de Preços do Consumidor for negativo." Vá lá que no mesmo ano, em junho, o PSD, pela voz de um Miguel Relvas, anunciava um projeto de lei para limitar o pagamento de pensões do regime público a um máximo de 5034,64 euros - mas ressalvava logo que "sem retroatividade", tratando--se de "uma medida excecional, que poderá ser revogada quando o País estiver com boa saúde financeira".

A 24 de março de 2011 (dia seguinte ao do chumbo do PEC IV), um líder do PSD de nome Passos Coelho assegurava em Bruxelas que jamais faria cortes nas pensões. E a 19 de abril reforçava: "Todos aqueles que produziram os seus descontos no passado e que têm hoje direito às suas reformas e às suas pensões deverão mantê-las no futuro, sob pena de o Estado se apropriar daquilo que não é seu."

Felizmente nenhum destes irresponsáveis ignaros está no Governo que nos garante que a única forma de sanar a por si decretada "insustentabilidade" é introduzir uma TSU específica e definitiva para pensões em pagamento que penaliza mais os que recebem menos, aumentando ao mesmo tempo a TSU geral 0,2% e juntando-lhe 0,25% de IVA. O Governo que apresenta isso como "uma reforma" enquanto mantém na gaveta um suposto projeto de reforma que encomendou a um grupo de especia listas e anuncia a encomenda de outro projeto de reforma a outro grupo de especialistas. O Governo, em suma, das saídas limpas - e das verdades irrevogáveis. (DN)

 

 

 

Batateira - flor

 

08 maio, 2014

Check Up do Pinto da Costa aos 74 anos

  PINTO DA COSTA com 74 anos foi fazer o seu check-up anual

 O médico perguntou-lhe como é que ele se estava a sentir, ao que o PINTO DA COSTA respondeu:

- Nunca me senti tão bem. A minha nova esposa tem 26 anos e está grávida..., esperando um filho meu.
 
Estou muito feliz. Qual é a sua opinião a meu respeito, doutor?

O médico reflectiu por um momento e disse:

- Deixe-me contar-lhe uma história: conheço um tipo que era um caçador fanático,... nunca perdeu uma única época de caça. Mas, um dia, por engano, enfiou o seu guarda-chuva na mochila em vez da arma. Quando estava na floresta, um urso repentinamente apareceu na sua frente. Ele sacou o guarda-chuva da mochila, apontou para o urso e..., BANG..., o urso caiu morto.

Responde o Pinto da Costa:

- HA! HA! HA! Isso é impossível..., algum outro caçador deve ter dado um tiro no urso por ele.

- Exactamente!!!...

 

 

 

M.J.Passsosss


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JDLila

 

 

 

 

 

 

 

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JG

 

 

05 maio, 2014

LISBOA Antiga - O Machimbombo da Estrela

 

 O Machimbombo da Estrela. 

 

Sabia ?

Machimbombo é uma palavra bem portuguesa que significa elevador mecânico, mas que caiu totalmente em desuso.
Machimbombo da Bica, Machimbombo do Lavra … ficava realmente muito feio.
O que aqui está em baixo é o antecessor do eléctrico 28, sempre cheio de turistas e carteiristas e que muitos de nós utilizamos e eventualmente ainda o fazemos esporadicamente.
Além das fotografias e do texto serem muito curiosos, fique-se então a saber que machimbombo não é uma palavra com origem em África, mas que já se usava em Portugal no início do século XX (anglicismo:
MACHINE PUMP).
 
 

MACHIMBOMBO DA ESTRELA
..outros tempos!

Ilustração Portuguesa n.º 386, 17.07.1913

 

 

 



 

 

28 abril, 2014

Subsidios de férias

 


SUBSÍDIOS FÉRIAS E NATAL 2012.- Dec.Lei não foi revogado

Dec. Lei n.º 496/80 de 20 Outubro
Os nossos governantes e a Troika desconhecem isto!!!!
Não tiveram tempo para consultar este decreto-lei uma vez que data
de 1980.....
Como pode o Governo Central retirar os subsídios de férias e de
Natal se o Decreto Lei nº. 496/80,o qual não foi revogado, no seu
artº.17, diz que os mesmos são inalienáveis e impenhoráveis?

Faz a tua parte e divulga o máximo que te for possível.

*D. Lei n.º496/80 de 20 Outubro*

*Para que conste os subsídios de natal e de férias são inalianáveis
e impenhoráveis.*

*É o que diz o decreto lei, e que eu saiba até ao momento a lei
ainda não foi alterada.* *Divulguem pelos vossos contactos para ver
se chega a quem deve.*

*Divulga o dl n.º496/80 de 20 de Outubro*

É UM DIREITO INSCRITO NA CONSTITUIÇÃO QUE NOS ESTÃO A TIRAR
POR ISSO: PASSEM E REPASSEM, ANTES QUE NOS CORTEM ESTES SUBSÍDIOS PARA SEMPRE!!!!!!!!!!

 

 

DESEMPREGO - um país no bom caminho

Este Portugal está mesmo melhor, não está?

 

“O Estado português apenas atribuiu prestações de desemprego a 367 mil desempregados em março, deixando sem estes apoios cerca de 445 mil desempregados, segundo dados divulgados pela Segurança Social”

( diariodigital )

 

 

PCP no seu melhor

 

... e mais nada!

 

 

PCP de braço dado com o PSD

Como eles se entrendem tão bem!

Compreende-se que os “velhos” militantes não entendam esta situação, mas... os mais jovens?

Gostam de ser enganados?

 

 

PCP - ataca PS em vez da direita

O PCP , não pode deixar de se manter fiel ao seu objectivo último – atacar o PS mesmo que isso favoreça a direita.

Nós dirímos: votem no PCP e recordem a ajuda que o PCP deu ao colocar o PSD/CDS no actual governo e ajuda que deram à entrada da troika em Portugal – votem, votem – Estão a jaudar a classe operrária, os trabalgadores a ficarem pior em cada dia que passa.

Votem, votem no PCP

 

«O secretário-geral do PCP defendeu hoje que seria "mau para a democracia" e a colocaria "em risco" se os portugueses levassem "o seu descontentamento ao voto no PS", porque seriam desiludidas pela falta de uma "política de verdade".

"Até seria mau para democracia que, as pessoas mais uma vez enganadas, fossem votar no PS, fossem levar o seu descontentamento ao voto no PS, porque, depois viria a desilusão. E nós pensamos que a própria democracia incorreria em risco, porque hoje aquilo que mais aflige os portugueses é a falta de uma política de verdade, de falarem verdade ao povo", afirmou o líder comunista, Jerónimo de Sousa.»
 [
i]

26 abril, 2014

Pensões

 

 

 

Pensões: O melhor mesmo é falecer?

1 - Bola ao centro

Em setembro, o Governo aprovou a lei que previa a convergência entre as pensões da Caixa Geral de Aposentações (setor público) e as da Segurança Social (privado). O diploma estipulava um corte de 10% nas pensões da CGA superiores a 600 euros.

Hélder Rosalino, então secretário de Estado da Administração Pública, disse que "estas medidas abrangem cerca de dois terços dos pensionistas do Estado, representando cerca de 350 mil pessoas", com um "impacto orçamental direto de €720 milhões".

2 - Chuto para canto

O diploma chegou ao Palácio de Belém e Cavaco Silva enviou-o para fiscalização preventiva no Tribunal Constitucional.

O Presidente da República já tinha avisado que considerava a convergência das pensões como "a criação de um novo imposto extraordinário sobre o rendimento dos pensionistas da Caixa Geral de Aposentações".

3  - Guarda-redes alivia

Os juízes do Palácio Ratton chumbam, por unanimidade, a lei da convergência de pensões.

De forma a suprir a verba em falta, o Governo resolveu o problema baixando para mil euros (era de €1 350) o montante a partir do qual as pensões são afetadas pela Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES).

Desta vez, Cavaco Silva não pediu clarificações ao TC, mas os deputados da oposição sim. Aguarda--se a decisão dos juízes.

4 - Rasteira à entrada da área

Há três semanas, o secretário e Estado da Administração Pública, José Leite Martins, chamou jornalistas de vários órgãos de comunicação social para um briefing. A "fonte das finanças", como ficou conhecido, revelou que as pensões seriam indexadas ao crescimento económico e à demografia. As reformas passariam a ser variáveis, todos os anos.

5 - Livre direto e cartão amarelo

De visita oficial a Moçambique, o primeiro--ministro apressou-se a afirmar que era tudo "especulação", pois não havia tomado qualquer "decisão". E apelou a "todos os membros do Governo para que contribuam para um debate sereno" acerca do assunto. A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também estava fora, em Washington, no dia em que a notícia fez a manchete de vários jornais.

6 - Barreira posiciona-se

Marques Guedes, ministro da Presidência, saltou em defesa do Governo, acusando os jornalistas de "manipulação da informação" e "interpretação exagerada".

Paulo Portas, em debate na Assembleia da República, referiu que "foi um erro" não explicou se estava a falar do briefing ou das informações veiculadas por Leite Martins porque "não conheço qualquer documento" e, sem ele, "o Governo não pode ter feito qualquer avaliação política, muito menos tomado qualquer decisão política".

7 - Remate ao poste

Faltava ouvir Leite Martins, a "fonte das Finanças". O que veio a acontecer na Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República. Mas o secretário de Estado quis encerrar a questão utilizando uma expressão em latim: "Roma locuta, causa fi nita" ("Roma falou, o assunto está resolvido.") Roma é, aqui, Passos Coelho, e Leite Martins explicou ser "um membro do Governo alinhado com a posição do primeiro-ministro".

 

8 - Árbitro manda repetir

Mas existia, sim, um documento, revelado  no domingo, 13: as pensões devem passar, já em 2015, a depender de fatores económicos e indicadores demográfi cos. É o que diz o relatório da Comissão Europeia que fecha a 11.ª avaliação da troika sobre os compromissos de Portugal. Este documento é de 19 de março. O briefi ng da "fonte das Finanças" foi a 26. Passos e Portas dizem agora, em uníssono: "Não há novidades sobre o assunto". Autogolo?



Ler mais: http://visao.sapo.pt/pensoes-o-melhor-mesmo-e-falecer=f778008#ixzz3007t24rn

 

24 abril, 2014

ENC: ENTREVISTA: "Francisco é o Papa das surpresas"

 

...24.Abril.2014

 

Entrevista a Elisabetta Piqué

"Francisco é o Papa das surpresas"

por Lumena Raposo

Jornalista argentina e vaticanista, autora do livro "Francisco Vida e Revolução", Elisabetta Piqué explica porque Mario Bergoglio escolheu o nome de Francisco quando assumiu o trono de Pedro. Uma escolha que significa um programa: o de recolocar a Igreja no seu verdadeiro caminho, uma Igreja que - diz o Papa - seja "um hospital de campanha depois da batalha".

O Papa Francisco, que conhece pessoalmente, mudou depois da eleição?

Essa é uma pergunta simultaneamente muito difícil e muito fácil. Num certo sentido ele não mudou, é o mesmo homem que te telefona no teu aniversário, porque se recorda, é o mesmo homem humilde; ele sempre telefonou directamente às pessoas e continua a fazê-lo; mas ao mesmo tempo está a mudar tudo. Como arcebispo, costumava ir, na Quinta-feira Santa, aos hospitais, contactava com os tóxicodependentes e como Papa está a fazer o mesmo. De certa forma, continua a fazer o mesmo, mas agora é o Papa. As pessoas contam que, nos últimos tempos na Argentina, quando ele estava a pensar reformar-se e já sabia para onde iria viver, ele andava, não propriamente triste ou deprimido, mas sem brilho e de rosto sério. Agora parece dez anos mais novo e tem esta inacreditável energia que surpreende todos. Está sempre a sorrir. É um jesuita que acredita que está ali porque Deus quis. Está em paz e tem a alegria de estar onde Deus o quer.

Como é a situação agora no Vaticano?

Existe uma certa sensação de liberdade. É uma grande mudança. Ele fez um milagre. Este Papa significa uma imensa mudança. A Igreja estava a viver uma imensa crise que faz lembrar o Código da Vinci de Dan Brown. Óbvio que tem um grande trabalho a fazer mas é um Papa que procura reconciliar a Igreja de há dois milénios com as pessoas modernas. Tem uma visão da Igreja que esteve fechada sobre si mesma e agora tem de sair, tem de acompanhar não apenas os excluídos nem os pobres, mas toda a gente, os homossexuais, as mulheres que fizeram um aborto. Disse-o de forma muito clara que tem a visão de uma Igreja que seja um hospital de campanha depois da batalha.

Com o Papa Francisco podemos falar da Igreja dos primeiros tempos?

Muita gente afirma isso e que ele não está a inventar nada mas a ir à essência do Evangelho. E o Papa afirma que os padres têm de viver de uma forma simples, com os pobres; está a desmantelar a Igreja de pompa e do protocolo, da corte imperial. Está a desmantelar barreiras; afirma que não gosta de bispos-príncipes, mas bispos- pastores que estão com as suas ovelhas, no meio delas e com o seu cheiro. Não quer bispos nos palácios, com mentalidade de príncipes. O Papa está a agir de forma a lançar um caminho que temos de ver se os outros o vão seguir.

Quando ouviu que Bergoglio escolhera o nome de Francisco, percebeu que era todo um programa de governo?

Escolher esse nome foi o primeiro sinal de revolução porque há que ter coragem para escolher um nome que nenhum Papa até agora se atreveu a escolher. Mas Francisco é, como diz, de facto um programa. Francisco é o santo que, sendo filho de uma família rica, deixou tudo, deu tudo para se dedicar aos pobres, aos leprosos. Foi muito claro com os cardeais, ao dizer-lhes que não estão a entrar numa corte. Penso que é o Papa certo para o momento certo.

Como se sentem os cardeais na Cúria que não concordam com o Papa?

Não apenas na Cúria, mas em todo o mundo. O Papa está a dar o exemplo e é interessante ver como esse exemplo está a chegar às pessoas. Nos Estados Unidos foi a reacção das pessoas que questionaram o arcebispo de Atlanta por ter comprado uma residência de dois milhões de dólares e ele pediu desculpa e teve de a vender. As pessoas são reais e, perante o exemplo do Papa, já não ficam caladas mas questionam os seus superiores. Uns seguem-no, outros não. Como o cardeal Bertone que vai inaugurar no próximo mês um apartamento bem perto do do Papa mas de 700 m2.

O Papa terá força para meter na ordem os que não o seguem?

O bispo alemão [que gastou milhões a renovar a residência] foi mudado. O Papa é muito claro nas suas afirmações e há muitas expectativas. Há que esperar um pouco para ver se o seu programa é seguido. Mas, mesmo que haja uma pequena resistência, o povo em todo o mundo está com ele. As multidões que o vão ver são significativas. Penso que nenhum pontífice fez esta ponte porque ele não fala só para os católicos, fala para todos. Tornou-se um líder. Num mundo sem líderes ou de falsos líderes, ele é o verdadeiro líder. Por isso todos o querem ver.

Recentemente teceu duras críticas à Mafia. As consequências não o preocupam?

O Papa está a denunciar uma economia sem rosto humano, a mafia, a escravatura das pessoas; está a incomodar pessoas e grupos e sabe perfeitamente que corre riscos mas, por exemplo, quando foi ao Rio não quis o papamóvel com vidros e explicou que pode sempre haver alguém louco entre as pessoas mas que seria mais louco ir a casa de alguém numa redoma, porque quando se visita alguém é para falar, cumprimentar, abraçar. Não é ingénuo. Tem consciência de que está a dizer coisas que incomodam. Mas tem coragem. Não tem medo.

Pode dizer-se que com Francisco temos uma Igreja para as pessoas e das pessoas e não dos interesses?

Absolutamente. Tornou-se a voz dos que não têm voz . Dos africanos, dos emigrantes; do escândalo da fome, não porque não haja comida mas porque está mal distribuida. Viu isso. É um filho de emigrantes, viu o fim da classe média, a criação das imensas favelas argentinas; viu a corrupção, viu que as receitas do FMI não funcionam. Não é por ter escolhido o nome de Francisco que se preocupa. Ainda antes de ser padre já escolhera defender os oprimidos; vem de há muito, não é de hoje. Por tudo isso é amado, é um líder porque é a voz dos excluídos, dos que não contam.

Quando o conheceu?

Em 2001 quando ele foi a Roma para receber o barrete cardinalício que lhe foi imposto por João Paulo II. Recebi um telefonema do meu jornal - La Nacion da Argentina - a dizer que o arcebispo abrira uma excepção e ia dar-me uma entrevista, que era um jesuita. Não sabia mais nada. Fui e de imediato fiquei impressionada com aquele homem simples, que pensava cada resposta e que cada frase era podia ser um título. Mas o mais tocante é que, três ou quatro dias depois, o meu telefone tocou e era ele a agradecer a entrevista. Quantas pessoas te telefonam a agradecer as entrevistas? Ninguém! É incrível! É realmente humano!

Era católica?

Sim mas uma católica típica ... não muito praticante.

E depois de o conhecer?

Conhecê-lo fez uma grande diferença. Porque é a pessoa mais aberta que conheço, não tenta convencer ninguém com a palavra. Ele actua e por isso atrai, convence porque actua. É muito emocionante vê-lo a agir; passa horas com os doentes, e é genuíno, autêntico. E as pessoas sabem que ele é autêntico.

Quando foi eleito, nos jesuitas muitos ficaram em silêncio e não foi de emoção?

Porque tinham uma relação complexa com ele. Mas agora os jesuitas que se calaram devem estar felizes porque, afinal, ele não era o conservador que diziam. Ao mesmo tempo assume que, quando era provincial tinha apenas 36 anos, era muito jovem e, portanto, cometeu erros. E essa atitude torna-o especial. Alguma vez vimos um Papa que quase diariamente se assume como pecador? Ele está a tentar dizer que é normal.

Qual a situação actual na Cúria?

Na Cúria há pessoas que querem manter os seus privilégios e estabilidade. Há confusão e incerteza, porque ele é o Papa das surpresas. Ninguém sabe o que decidirá amanhã. Por exemplo, criou o secretariado da economia e não é por acaso que tenha colocado à sua frente um cardeal do fim do mundo, um australiano. Havia um poder italiano que o Papa está a desmantelar. Há anos que a Itália controla a Cúria. Para o Papa a Cúria é para servir não só o Pontífice mas a Igreja em todo o mundo. Quer a descentralização. Não é fácil mas vai avançando.

Acha que se Francisco tiver a consciência de que não pode limpar a casa irá resignar?

Não sei. Há muita gente que está convencida de que seguirá Bento XVI se não se sentir bem. Espero que não, mas pode fazê-lo por questões de saúde não por medo. Já conseguiu muito. É um homem que tem coragem e que também viu os últimos anos de João Paulo II. Foi terrível por um lado, pela situação na Cúria, mas por outro ele deu um exemplo de heroísmo ao ficar até ao fim.

A imagem do Papa moribundo terá ajudado a Igreja?

Não sei. Eu estava grávida quando estava a cobrir a agonia de João Paulo II e o meu primeiro filho chama-se João Paulo por causa dele, é alguém que admiro profundamente. Cobri os seus últimos anos e foi comovente ver a sua determinação no sofrimento. Foi terrível vê-lo definhar mas ele teve a coragem e a humildade, a mesma que teve Bento XVI para um dia tomar a decisão que tomou.

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3827376&seccao=Europa&page=-1