27 março, 2014

Pedro Passos Coelho - - Governo Ladrão

Devemos chamar-lhe o quê?

 

“Estudo: Ladrão e Roubador

 

1 Co 6.9-10 – “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino dos céus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus”. Outra tradução em vez de roubador traz o termo trapaceiro.

Sempre me preocupei, lendo esses versículos, com o que eu considerava uma redundância: o uso dos termos “ladrões” e “roubadores”. Hoje decidi pesquisar, pensar, orar e pedir a Deus o esclarecimento, uma vez que a sentença é fatídica: “não herdarão o reino de Deus”.

O dicionário diz que ladrão “é o indivíduo que rouba”; roubador “é aquele que pratica o roubo” e trapaceiro é “aquele que faz trapaças, trampolineiro, finório, velhaco, espertalhão, embusteiro”. Roubar é “apropriar-se de bens pertencentes a outrem, mediante ameaça ou violência; raptar; seqüestrar”.

Se as palavras “ladrão” e “roubador” significam a mesma coisa, porque teriam sido colocados os dois termos num mesmo versículo? Talvez a tradução para “trapaceiro” ou “embusteiro” seja a mais apropriada em comparação a “ladrão”. O que sei é que nada na Bíblia consta por acaso.

Efetuando algumas pesquisas, cheguei a algumas conclusões:

- O termo “ladrão”, que tanto pode ser substantivo (ex.: “o ladrão entrou na casa furtivamente”) como adjetivo (ex.: “aquele rapaz é um ladrão”), representa aquilo que a pessoa é: um ladrão, da mesma forma que dizemos que as pessoas são aquilo que elas fazem ou se tornam: um médico, uma costureira, um viciado, por exemplo. O ladrão é aquele que rouba premeditadamente, que planeja o roubo, que vive do roubo, que se dedica à atividade do roubo. Ele toma o que não é seu de forma furtiva ou mediante a violência e todos o chamam de “ladrão”.”

 

 

Já não posso acreditar

O Zeca Afonso e o Adriano já se foram há muito. O Godinho ninguém o ouve. O
Tordo emigrou...
E agora?

Bem, eu ainda por cá ando. E à falta de melhor, se estiverem de acordo,
distribuem este mp3 por onde e por quem entenderem. A letra vai junto, a
seguir:

JÁ NÃO POSSO ACREDITAR

Já não posso acreditar.
Este povo ensurdeceu,
Cegou e perdeu a voz?

Este país está a acabar,
Este país que era meu,
Portugal que éramos nós.

Já não posso acreditar
Nesta verdade que mente
Mais do que a própria mentira

E que a mentir e a roubar
Vai mostrando a toda a gente
A gente que nos traíra.

Já não posso acreditar...
A gente que nos traíra
Usou cravo na lapela,

Cravo que gosto de usar,
A minha flor preferida,
Ainda confio nela.

Mas não posso acreditar
Nos infiéis que a profanam,
Tantos dela se aproveitam:

Boys que só sabem pastar,
Ganadeiros que se ufanam,
Mas nem um cravo respeitam.

Letra, música e voz de Sérgio O. Sá - antigo companheiro da Guerra de África
- Poeta e escritor

FUNDAÇÃO CHAMPALLIMAUD - acordos

              Localização: Avenida Brasília 1400-038 Lisboa

 ATENDIMENTO: Telefone 210480048- TLM 965922748, E-MAIL: centro.atendimento@fundacaochampalimaud.pt

 A fundação Champallimaud já tem protocolos com a ADSE, IASFA  MULTICARE, MÉDIS, Advancecare,Saúde Prime, Allianz, CGD,SAMS (quadros), PSP- SAD. 

 

CURA DO CANCRO EM PORTUGAL

 Sinto que esta é uma daquelas informações que não se pode deitar ao lixo sem passar a TODOS amigos e conhecidos. É possível evitar muito sofrimento

Curar o cancro com 1 só sessão, em Portugal. Fundação Champalimaud. Tratamento disponível desde 2012 Março.

Convém estarmos todos informados.

Vejam e divulguem

Curar o cancro com uma só sessão, em Portugal. Fundação Champalimaud.

Tratamento disponível 2012 Março.

Radioterapia que elimina tumor numa só sessão chega a Portugal.

Pode eliminar o cancro numa única sessão, mesmo com o tumor já espalhado. É indolor e tem menos custos que a radioterapia convencional.

O equipamento chegou à Fundação Champalimaud em 2011 Dezembro equipado com ferramentas que o tornam único no mundo.

Uma radioterapia que pode eliminar o cancro numa única sessão, mesmo com o tumor já espalhado, disse o oncologista Carlo Greco.
A taxa de sucesso nos tratamentos tem melhorado de ano para ano.

Disponível para tratamento no final do primeiro trimestre de 2012, permite tratar muitos dos casos de cancro com metástases, sobretudo os menos disseminados.
Sistema absolutamente único em Portugal e, na Europa, há  poucos.

Trata-se de uma radioterapia por imagem guiada, em que se faz TAC e tratamento em simultâneo. Exige elevado nível de precisão com  dose única aplicada no local adequado.

Testámos o equipamento e a técnica na Universidade de Pisa, em Itália.

Funciona em qualquer tipo de cancro, mesmo num dos mais resistentes à quimio ou radioterapia, como o do rim, com uma taxa de sucesso de 80% mesmo nos casos de cancro dos rins.

"É indolor, elimina a toxicidade e consegue-se fazer o tratamento em menos de um quarto do tempo do que as sessões convencionais de
radioterapia, i.e., trata quatro vezes mais doentes que a radioterapia tradicional.

Em 10 minutos consegue-se o mesmo do que com a cirurgia, permitindo ao doente ir para casa de seguida e sem risco de morte.

Oferecemos aos doentes metastáticos, mais do que esperança, uma realidade - sem dor e sem invasão".

Tratamento mais barato do que a radioterapia convencional

Vamos abrir as portas a todos, recebendo doentes de hospitais portugueses e também de qualquer país da Europa ou do mundo.
Por agora, a Fundação só recebe doentes particulares, tendo já acordos com dez instituições com seguros de saúde.
O custo para o sistema de saúde é muito mais baixo.

 

 

SÍNDROMA DO BURN-OUT

 

in Jornal Ipsilon, 21 Mar 2014

 

 

 

 

Acordo Ortográfico - em Angola

PARECE DEMAIS, MAS HOJE E DIA DE CUIDAR DA NOSSA LINGUA: O PORTUGUES, NAO ADULTERADO E NAO ASSASSINADO. O TEXTO ABAIXO E MUITO INTERESSANTE. LEIAM POR FAVOR.

Via email         

 Editorial do "Jornal de Angola"

Património em risco

"Os ministros da CPLP estiveram reunidos em Lisboa, na nova sede da organização,
e em cima da mesa esteve de novo a questão do Acordo Ortográfico que Angola
e Moçambique ainda não ratificaram. Peritos dos Estados membros vão
continuar a discussão do tema na próxima reunião de Luanda.

A Língua Portuguesa é património de todos os povos que a falam e neste ponto
estamos todos de acordo. É pertença de angolanos, portugueses, macaenses,
goeses ou brasileiros. E nenhum país tem mais direitos ou prerrogativas só
porque possui mais falantes ou uma indústria editorial mais pujante.

Uma velha tipografia manual em Goa pode ser tão preciosa para a Língua
Portuguesa como a mais importante empresa editorial do Brasil, de Portugal
ou de Angola. O importante é que todos respeitem as diferenças e que ninguém
ouse impor regras só porque o difícil comércio das palavras assim o exige.

Há coisas na vida que não podem ser submetidas aos negócios, por mais
respeitáveis que sejam, ou às "leis do mercado". Os afectos não são
transaccionáveis. E a   língua que veicula esses afectos, muito menos.

Provavelmente foi por ter  esta consciência que Fernando Pessoa

confessou que a sua pátria era a Língua Portuguesa.

Pedro Paixão Franco, José de Fontes Pereira, Silvério Ferreira e outros
intelectuais angolanos da última metade do Século XIX também juraram amor
eterno à Língua Portuguesa e trataram-na em conformidade com esse sentimento
nos seus textos. Os intelectuais que se seguiram, sobretudo os que lançaram
o grito "Vamos Descobrir Angola", deram-lhe uma roupagem belíssima, um ritmo
singular, uma dimensão única.

Eles promoveram a cultura angolana como ninguém. E o veículo utilizado foi o
português. Queremos continuar esse percurso e desejamos que os outros
falantes da Língua Portuguesa respeitem as nossas especificidades.
Escrevemos à nossa maneira, falamos com o nosso sotaque, desintegramos as
regras à medida das nossas vivências, introduzimos no discurso as palavras
que bebemos no leite das nossas Línguas Nacionais. Sabemos que somos
falantes de uma língua que tem o Latim como matriz. Mas mesmo na origem
existiu a via erudita e a via popular.
Do "português tabeliónico" aos nossos dias, milhões de seres humanos
moldaram a língua em África, na Ásia, nas Américas.

Intelectuais de todas as épocas cuidaram dela com o mesmo desvelo que se
tratam as preciosidades.

Queremos a Língua Portuguesa que brota da gramática e da sua matriz latina.
Os jornalistas da Imprensa conhecem melhor do que ninguém esta realidade:
quem fala, não pensa na gramática nem quer saber de regras ou de matrizes.
Quem fala quer ser compreendido. Por isso, quando fazemos uma entrevista,
por razões éticas mas também técnicas, somos obrigados a fazer a conversão,
o câmbio, da linguagem coloquial para a linguagem jornalística escrita. É
certo que muitos se esquecem deste aspecto, mas fazem mal. Numa entrevista
até é preciso levar aos destinatários particularidades da linguagem gestual
do entrevistado.

Ninguém mais do que os jornalistas gostava que a Língua Portuguesa não
tivesse acentos ou consoantes mudas.

O nosso trabalho ficava muito facilitado se pudéssemos construir a mensagem
informativa com base no português falado ou pronunciado. Mas se alguma vez
isso acontecer, estamos a destruir essa preciosidade que herdámos inteira e
sem mácula. Nestas coisas não pode haver facilidades e muito menos negócios.
E também não podemos demagogicamente descer ao nível dos que não dominam
correctamente o português.

Neste aspecto, como em tudo na vida, os que sabem mais têm o dever sagrado
de passar a sua sabedoria para os que sabem menos.

 Nunca descer ao seu nível. Porque é batota!

 Na verdade nunca estarão a esse nível e vão sempre
aproveitar-se social e economicamente por saberem mais. O Prémio Nobel da
Literatura, Dário Fo, tem um texto fabuloso sobre este tema e que
representou com a sua trupe em fábricas, escolas, ruas e praças. O que ele
defende é muito  simples:

o patrão é patrão porque sabe mais palavras do que o operário!

Os falantes da Língua Portuguesa que sabem menos, têm de ser ajudados a
saber mais.
E quando souberem o suficiente vão escrever correctamente em português.
Falar é outra coisa. O português falado em Angola tem características
específicas e varia de província para província. Tem uma beleza única e uma
riqueza inestimável   para os angolanos mas também para todos os falantes.

Tal como o português que é falado no Alentejo, em Salvador da Baía ou em Inhambane tem
características únicas. Todos devemos preservar essas diferenças e dá-las a
conhecer no espaço da CPLP. A escrita é "contaminada" pela linguagem
coloquial, mas as regras gramaticais, não. Se o étimo latino impõe uma
grafia, não é aceitável que, através de um qualquer acordo, ela seja
simplesmente ignorada. Nada o justifica. Se queremos que o português seja
uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes do mais, respeitar a sua
matriz e não pô-la a reboque do difícil comércio das palavras."

26 março, 2014

Carlos Carvalhas - dnuncia a actuação do PCP contra Sócrates

Tenho imensa dificuldadse em perceber porque razão os PC’s de deixam enganar por aquele “avô Boca-Doce” depois de o PCP se ter aliado ao PSD e CDS e  com a ajuda dos “meninos” do BE terem empurrado Poertugal para esta situação. O PCP, apenas quiz angariar mais uns deputados para “pagar” aos “seus funcionários”, pois ainda continua a viver como nos tempos da antiga URSS. O PCP pouco se importa com os seus apoiantes, apenas lhe interessa manter as costas quentos com o “aparelho do Partido” – funcionários a quem tem de pagar os vencimentos.

O PCPainda hoje, mesmo depois de saber que fez a destruição do movimento sindical, começando na altura do PREC com a unicidade sindical até aos dias de hoje, controlando os sindicatos do Estado e afins e deixando de fora o sindicalismo dos trabalhadores das empresas privadas.

Mesmo nos sindicatos do Estado, veja-se o que aconteceu, por eemplo com os sindicatos dos professores, um exemplo de como se utilizaram daqueles para se promoverem politicamente

““Se o Sócrates tivesse aguentado – politicamente era impossível aguentar-se na altura em que não queria pedir o resgate, naquela altura do PEC IV (é evidente que o governo dele, passadas 24 horas já todos lhe tinham tirado o tapete), mas no plano só da UE, daquilo que se conhece viu-se que tanto a Merkel como o então presidente do BCE, estavam aflitíssimos, estavam a ceder, iam ceder a Sócrates, a Portugal porque não podiam deixar o país falir, nem podem.

(…)

Eu não estou a dizer que tenha feito bem ou tenha feito mal. Estou a dizer só o seguinte: Sócrates naquele quadro, teimosamente, disse ‘eles hão-de resolver o assunto’. Estava sozinho, já toda a gente lhe tinha tirado o tapete, o Presidente da República, o PSD também, o Passos Coelho, que de manhã lhe disse uma coisa e à tarde tinha dito outra e ele disse ‘não peço resgate nenhum, eles têm de resolver o assunto’. E o que se vê nessa altura o que se vê na UE é Merkel e o sr. Trichet a quererem ceder a Sócrates e a Portugal e a dizerem ‘nós temos de resolver o assunto, não podemos deixar o país ir à falência’.””

(…)

A história tinha sido outra se nós tivessemos pedido a renegociação. porque no Sócrates no fundo já depois de ter aceite o PEC IV, porque ele estava no fundo a tomar a atitude que tomou a espanha, que tem resgate sem ter pedido resgate, que aquele lapso de tempo mostrou, que da parte da união europeia eles estavam sem recuo, porque tinham de ceder, não podiam deixar o país ir à falência.”

Quem disse isto, quem foi? Adriano Moreira? Mário Soares? António Guterres? Zapatero? frio, frio, frio, geladinho. sim, esta é mesmo a semana das notícias extraordinárias, o mês das novidades incríveis.

E agora eis que Carlos Carvalhas – sim, o ex-secretário geral do PCP, aquele que lá esteve antes de Jerónimo -,numa entrevista à Antena1, reabilita Sócrates (e de caminho enterra o PCP, que com o chumbo do PEC IV tornou o resgate inevitável e abriu o caminho à direita).

 

 

 

Concha Caballero - Para meditar!

  Mas que “poema”

Texto de Concha Caballero. MUITO BEM ESCRITO

Concha Caballero é licenciada em filosofia e letras, é professora de línguas e literatura. Entre 1993 e 2008 ocupou um lugar no parlamento da Andaluzia.
Deputada autonómica entre 1994 e 2008 foi uma das deputadas chave na aprovação da Reforma do Estatuto Autonómico da Andaluzia a que imprimiu um caracter mais social e humano do que, no principio, os grupos maioritários do parlamento pretendiam.
Actualmente colabora em diferentes meios de comunicação. Escreve sobre actualidade politica. Em 2009 publicou o livro Sevilha cidade das palavras.

O dia em que acabou a crise!

Quando terminar a recessão teremos perdido 30 anos de direitos e salários.

Um dia no ano 2014 vamos acordar e vão anunciar-nos que a crise terminou. Correrão rios de tinta escrita com as nossas dores, celebrarão o fim do pesadelo, vão fazer-nos crer que o perigo passou embora nos advirtam que continua a haver sintomas de debilidade e que é necessário ser muito prudente para evitar recaídas. Conseguirão que respiremos aliviados, que celebremos o acontecimento, que dispamos a actitude critica contra os poderes e prometerão que, pouco a pouco, a tranquilidade voltará à nossas vidas.

Um dia no ano 2014, a crise terminará oficialmente e ficaremos com cara de tolos agradecidos, darão por boas as politicas de ajuste e voltarão a dar corda ao carrocel da economia. Obviamente a crise ecológica, a crise da distribuição desigual, a crise da impossibilidade de crescimento infinito permanecerá intacta mas essa ameaça nunca foi publicada nem difundida e os que de verdade dominam o mundo terão posto um ponto final a esta crise fraudulenta (metade realidade, metade ficção), cuja origem é difícil de decifrar mas cujos objectivos foram claros e contundentes:

Fazer-nos retroceder 30 anos em direitos e em salários

Um dia no ano 2014, quando os salários tiverem descido a níveis terceiro-mundistas; quando o trabalho for tão barato que deixe de ser o factor determinante do produto; quando tiverem ajoelhado todas as profissões para que os seus saberes caibam numa folha de pagamento miserável; quando tiverem amestrado a juventude na arte de trabalhar quase de graça; quando dispuserem de uma reserva de uns milhões de pessoas desempregadas dispostas a ser polivalentes, descartáveis e maliáveis para fugir ao inferno do desespero, ENTÃO A CRISE TERÁ TERMINADO.

Um dia do ano 2014, quando os alunos chegarem às aulas e se tenha conseguido expulsar do sistema educativo 30% dos estudantes sem deixar rastro visível da façanha; quando a saúde se compre e não se ofereça; quando o estado da nossa saúde se pareça com o da nossa conta bancária; quando nos cobrarem por cada serviço, por cada direito, por cada benefício; quando as pensões forem tardias e raquíticas; quando nos convençam que necessitamos de seguros privados para garantir as nossas vidas, ENTÃO TERÁ ACABADO A CRISE.

Um dia do ano 2014, quando tiverem conseguido nivelar por baixo todos e toda a estrutura social (excepto a cúpula posta cuidadosamente a salvo em cada sector), pisemos os charcos da escassez ou sintamos o respirar do medo nas nossas costas; quando nos tivermos cansado de nos confrontarmos uns aos outros e se tenhas destruído todas as pontes de solidariedade. ENTÃO ANUCIARÃO QUE A CRISE TERMINOU.

Nunca em tão pouco tempo se conseguiu tanto. Somente cinco anos bastaram para reduzir a cinzas direitos que demoraram séculos a ser conquistados e a estenderem-se. Uma devastação tão brutal da paisagem social só se tinha conseguido na Europa através da guerra.

Ainda que, pensando bem, também neste caso foi o inimigo que ditou as regras, a duração dos combates, a estratégia a seguir e as condições do armistício.

Por isso, não só me preocupa quando sairemos da crise, mas como sairemos dela. O seu grande triunfo será não só fazer-nos mais pobres e desiguais, mas também mais cobardes e resignados já que sem estes últimos ingredientes o terreno que tão facilmente ganharam entraria novamente em disputa.

Neste momento puseram o relógio da história a andar para trás e ganharam 30 anos para os seus interesses. Agora faltam os últimos retoques ao novo marco social: um pouco mais de privatizações por aqui, um pouco menos de gasto público por ali e ?voila?: A sua obra estará concluída.

Quando o calendário marque um qualquer dia do ano 2014, mas as nossas vidas tiverem retrocedido até finais dos anos setenta, decretarão o fim da crise e escutaremos na rádio as condições da nossa rendição.

Concha Caballero

Passos Coelho - Cortador de Profissão

 ... dum poeta popular!

Que grande poeta é o povo!

 Chamo-me Passos Coelho
Cortador de profissão
Corto ao jovem, corto ao velho,
Corto salário e pensão
Corto subsídios, reformas
Corto na Saúde e na Educação
Corto regras, leis e normas
E cago na Constituição
Corto ao escorreito e ao torto
Fecho Repartições, Tribunais
Corto bem-estar e conforto,
Corto aos filhos, corto aos pais
Corto ao público e ao privado
Aos independentes e liberais
Mas é aos agentes do Estado
Que gosto de cortar mais
Corto regalias, corto segurança
Corto direitos conquistados
Corto expectativas, esperança
Dias Santos e feriados
Corto ao polícia, ao bombeiro
Ao professor, ao soldado
Corto ao médico, ao enfermeiro
Corto ao desempregado
No corte sou viciado
A cortar sou campeão
Mas na gordura do Estado
Descansem, não corto, não.
Eu corto
a Bem da Nação 

Juros a nossa morte anunciada




Andam a roubarnos nas reformas e nso aumentos dos impostos, para pagarem os juros dos empréstimos

Vila Fria - Avda 25 de Abril - Rua Carlos Paião

Desde há muito que temos vindo a dar nota de algumas alterações, que em nossa opinião dariam mais segurança viária aos moradores de Vila Fria e aos próprios condutores que circulam pela Avda 25 de Abril, quando o podem fazer antes pela Rua Carlos Paião.
A Rua Carlos Paião é uma via larga, com passeios de ambos os lados e qué dá acesso directo e linear à Rua  Artur  Moura  e daí a Porto Salvo e a Leceia.
A nossa sugestão para tentar desviar uma parte do tráfico que hoje passa pela Avda 25 de Abril, estreita, sinuosa e sem quaisquer passadeiras para peõs na maior parte do seu percurso, era colocar uma outra placa a sinalizar o caminho para Amadora- Queluz – Leceia  - Barcarena – no fundo, igual à que se encontra na esquina da Avd 25 de Abril com a Carlos Paião.
Não cremos que os custos não possam entrar nos orçamentos apertados, quer da CMOeiras ou da Junta de Freguesia de Porto Salvo.
Nos dias de hoje, o campos de futebol do Juventude União de Vila Fria tem uma enorme frequência e acontece que uma outra placa nestes locais a indical o caminho para o campo de futebol tambem daria uma ajuda na sua localização

Aguardamos o resultado destas sugestões
Panoramica do local
As placas para alem de serem de dimensão “reduzida” estão em local  onde passam despercebidas
A placa actual tem pouca visibilidade para uem não conhece este local
 Outra placa neste local obviava a que muitos condutores circulassem pela Avda 25 de Abril

24 março, 2014

Portugal - 25 de Abril. 40 anos - entrevista de Alipio Dias

Ler tudo…

pelos que se interessam pelo que se passou com a Guerra de África e com o momento político actual em especial com o reformados

Portugal - 25 de Abril. 40 anos

Entrervista de Isabel Tavares - 22 Mar 2014 – I online

Alípio Dias. "Mandei fechar o Banco Borges às dez da manhã de 25 de Abril. Já não tínhamos notas"

A União Europeia tem de fazer um acordo de livre comércio com a Rússia de Putin. Mas não sabe o que anda a fazer, diz

Houve três sinais que alertaram Alípio Dias, se não para a revolução, para que qualquer coisa aí vinha. O primeiro episódio passou-se quando tinha apenas 12 ou 13 anos e foi encontrar-se em Lisboa com o pai, chegado de uma estada em Angola e Moçambique. As histórias encadeiam-se umas nas outras e o economista acabou por ser o único homem do Norte a participar no almoço de 27 de Abril, na Cova da Moura, onde o general Spínola traçou o futuro do país. Entre 1974 e 1984 foi responsável pelo fecho das contas do Estado e em 83 negociou com o FMI um empréstimo de 650 milhões de dólares a Portugal. Garante que houve concessões que não foram feitas e não percebe porque é que hoje há-de ser diferente, a não ser pela mediocridade dos negociadores.

No 25 de Abril era director do jornal "Comércio do Porto". Tinha alguma ideia do que estava para acontecer?

Deixe-me ir um pouco atrás para explicar uma série de sinais que fui juntando e que me levaram a perceber que alguma coisa estava para acontecer, embora não soubesse o quê. O primeiro foi quando o meu pai, que tinha uma casa comercial, regressou de uma ida a Angola e a Moçambique. Eu teria 12 ou 13 anos, já não o via há dois meses, e pedi para ir encontrá-lo a Lisboa. E ele disse--me: "A viagem correu muito bem, venho muito feliz. De facto, Angola e Moçambique são países muito ricos. Agora, digo--te uma coisa, são grandes e ricos demais para serem governados do Terreiro do Paço." Esta foi a primeira coisa que me abriu os olhos e ficou a fervilhar, porque um puto também fica a fervilhar.

Qual foi a segunda?

Teria aí uns 15 ou 16 anos. Li o "Império Ultramarino Português", de Henrique Galvão [capitão do exército e inspector da administração colonial] e Carlos Selvagem [militar e jornalista], mas fiquei particularmente fascinado com o volume sobre Angola. O terceiro episódio foi um artigo do "L'Express", de Edouard Bailby, correspondente em Lisboa, já em Fevereiro de 74, "L'Armée au Portugal commence à bouger" [O exército em Portugal começa a movimentar-se].

Nessa altura, já era adulto...

Sim, já estava nos 30. Há mais dois episódios interessantes. O doutor Baltazar Rebelo de Sousa, ministro do Ultramar [73 a 74], convidou-me para ser secretário provincial em Moçambique. Eu achava que era tarde demais, que Portugal tinha perdido muito tempo e que a capacidade de negociar se teria esgotado. Fiquei profundamente agradecido, simplesmente, por muita velocidade que se imprimisse ao carro, não ia a tempo de evitar convulsões. Não sabia se cá, se lá, mas sabia que o problema existia.

O que respondeu o ministro?

Respondeu-me assim: "Tenho muita pena, mas tem razão, porque há pessoas que me dizem que eu estou a andar devagar demais e há pessoas que me dizem que estou a ir muito depressa."

Qual foi o outro episódio?

O último episódio foi com Spínola, que conheci numas férias com os meus pais, nas termas da Curia, tinha eu acabado de sair da Marinha. Enviou para minha casa, no Porto, o livro que escreveu, "Portugal e o Futuro", com uma dedicatória com a data de 20 de Fevereiro de 74. Lembro-me de ter recebido o livro a uma sexta-feira e, de sexta para sábado, não me deitei, estive a lê-lo. No fim, disse à minha mulher: a revolução está na rua.

O que o fez pensar que já não havia nada a fazer?

Sentia-se uma pressão externa muito grande, difícil de controlar. Tenho pena de que não se tenha aproveitado os anos 60 para fazer acordos, uma Commonwealth, que tivessem evitado todos aqueles anos de guerra. Penso que o dr. Marcello Caetano fez algum esforço e ainda acreditei que ele pudesse dar uma volta àquilo. Mas a corte que rodeava o almirante Thomaz - não ele, que era um homem determinado, ao contrário do que as pessoas pensam; na Marinha tinha fama de ser de uma disciplina férrea - tirou-lhe todo o espaço de manobra.

Qual foi o detonador do 25 de Abril?

Penso que o decreto do ministro da Defesa, Sá Viana Rebelo, dando possibilidade aos oficiais milicianos que não tinham feito a Academia Militar de entrar no quadro. As pessoas estavam cansadas da guerra, percebia-se que era preciso uma solução. Mas estava-se a viver melhor, o PIB estava a crescer 7%.

O que correu mal de então para cá?

O que temos hoje é falta de combinar a economia, que não é uma ciência exacta, com a diplomacia, a sociologia, a história. Em 74, o nível de vida melhorava de dia para dia, foi criada segurança social para as pessoas do campo, mas Portugal podia aguentar 13 ou 14 anos de guerra, não podia aguentar muito mais. Havia três frentes de batalha pesadas, Guiné, Angola e Moçambique, cerca de 300 mil homens e armas. As Forças Armadas estavam esgotadas, as famílias não queriam que os filhos fossem para a guerra... Eu estava na Marinha, tinha um irmão no Exército e outro na Força Aérea.

O que fazia na Marinha?

Fui para a Marinha como voluntário e acabei por ter sorte. Embarquei com o almirante Pinheiro de Azevedo num dos navios da NATO, que só navegavam até Cabo Verde, faziam transporte de tropas e eram sempre escoltados.

Como foi parar a um jornal?

Eu estava no Banco Borges & Irmão e tinha várias conversas com o dr. Manuel Quina, presidente do banco, que também tinha a certeza de que alguma coisa ia mudar. Ele queria ter dois ou três jornais na mão, de certa forma, já se sabia que o exame prévio ia acabar... Havia informadores dentro dos jornais. No Porto, o banco Borges ficou com o "Comércio do Porto", e em Lisboa com o "Jornal do Comércio" e o "Popular". Quem estava para ir para director do "Comércio do Porto" era o Fernando Namora. Acabei por ir eu, que trabalhava no Borges até às 18h, fechava o jornal lá para a meia-noite e ainda dava aulas. Era administrador-delegado e director do jornal, onde nunca ganhei um tostão. Vendia muito bem na província e chegava a tirar 45 a 50 mil exemplares. À segunda-feira tirávamos mais porque tínhamos uma boa parte desportiva, e havia um tipo na política que não era mau, o João Maia, que era comunista.

E como era a sua relação com ele?

Quando cheguei disse-me esta coisa extraordinária, que foi uma enorme prova de confiança: "Sôtor, quero que saiba que sou comunista e quando saio do jornal vou trabalhar para o partido. Agora pode-me mandar prender."

O que respondeu?

Disse-lhe que, se algum dia fosse preso, aquela conversa nunca tinha existido, ficava só entre nós dois.

Nunca houve problema?

Uma vez, o almirante Thomaz foi ao Porto, aí em Setembro, Outubro de 73, e o chefe de redacção pôs o João Maia na escala, de propósito. Ele veio ter comigo e eu disse, tem duas hipóteses, ou faz o serviço ou não faz. Se faz, escreve o que viu: se teve palmas, teve palmas; se teve assobios, teve assobios; se não teve ninguém, não teve ninguém. Faça limpinho. Se não faz, eu altero as escalas. Ficámos amigos até morrer, ele fazia anos no dia 24 de Dezembro e eu ia sempre ao almoço na casa dele. Era um verdadeiro comunista, vivia como pensava.

Quando soube do golpe militar?

Fui alertado às quatro menos um quarto da manhã por dois tipos de pessoas. Havia sempre alguém toda a noite no jornal a ouvir as estações de rádio estrangeiras - BBC, Deutsche Welle e outras -, a ver se havia alguma notícia que pudéssemos captar. Por outro lado, os jornais tinham correspondentes em todas as vilas e aldeias - não ganhavam nada, tinham um cartão que lhes dava acesso a entrar no futebol e noutros sítios e dava-lhes prestígio local. Foi o meu correspondente de Santarém que me ligou a dizer: "Sôtor, os tanques estão a sair de Santarém e vai acontecer uma revolução." E eu, a partir daí, alertei outros. Fui para o jornal e começámos a seguir os movimentos todos.

Para quem telefonou?

Às sete da manhã telefonei ao dr. Quina e contei o que estava a ouvir desde madrugada. Ele achou que não devia ser nada, mas eu disse: "Olhe que tem cara de ser qualquer coisa." E telefonei para o administrador do banco no Porto... Mandei fechar o banco Borges, no Porto, às dez da manhã. Foi o primeiro.

Porquê?

Já não tínhamos notas. As pessoas começaram todas a levantar dinheiro. O Banco de Portugal foi dando, dando, dando, até que já não tinha mais para dar. Fechou o Banco de Portugal, fechámos nós. Nem o administrador do banco tinha chegado ainda e eu era um subdirectorzeco, nem sei se já era. Dizia o gerente, "ah, mas ainda ninguém fechou..." "Então seremos os primeiros, não somos os maiores?! Você tem dinheiro? Não tem. Feche."

De onde vinha a sua relação com o dono do banco?

Quando saí da Marinha estava para ir para Harvard fazer um doutoramento. Tratei da papelada toda, mas precisava de uma bolsa de estudo. Na altura, quem dava as bolsas era o Instituto de Alta Cultura, mas aconteceu que fui chamado ao vice-reitor, que me disse que, pura e simplesmente, não havia dinheiro. Eu já era casado e tinha um filho. No caminho para casa cruzo-me com o dr. Santos da Cunha, que era administrador do Banco Borges & Irmão e pai de um colega meu da primária e do liceu. "Então, onde é que o menino vai?", perguntou. E eu contei que o menino estava enfurecido porque, depois de servir o seu país três anos e tal, de andar embarcado e de fazer tudo o que a Marinha lhe pediu, estava agora com um lugar de segundo assistente a ganhar dois contos e setecentos - ao passo que na Marinha, como segundo tenente, já ganhava quase cinco contos e trezentos, tinha a gasolina a cinco escudos, enfim... E pergunta ele: mas tu queres trabalhar? Eu expliquei que tinha de trabalhar, apesar de gostar muito de dar aulas, porque precisava de sustentar a minha família, não podia estar dependente dos meus pais e dos meus sogros.

E convidou-o para o banco Borges?

Eu tinha sido o melhor aluno do meu curso, recebi o diploma pela mão do almirante Américo Thomaz... Expliquei que ainda me faltavam uns meses para acabar a instrução que estava a fazer, já tinha uma companhia de 120 homens, que foi uma experiência muito útil, e ele disse--me para passar pelo banco quando tivesse acabado o que tinha para acabar.

Disse que a Marinha lhe foi útil. Hoje não há serviço militar obrigatório...

O governo ter acabado com o serviço militar obrigatório foi um erro gravíssimo. Não digo que durasse três anos e tal, mas 12 a 14 meses, sim.

Porquê?

Porque se misturavam pessoas de norte a sul, gente que não tinha nada com gente que tinha tudo, havia uma miscigenação, uma amálgama, mas aproximava as pessoas, havia camaradagem. Digo-lhe uma coisa: se não fosse a Marinha, a minha vida tinha sido outra.

O serviço militar tem custos. Terá sido por isso que acabou?

Não. É muito pior pagar aos desempregados e a esta desordem que é este país. Ter de alimentar a polícia por causa dos vadios, tudo isto é muito pior. Isto são os jotas que não quiseram servir a pátria, não quiseram fazer o juramento de honrar e servir a pátria até à última gota do seu sangue.

Esta geração de jotas foi educada pela sua geração, não foi?

Pela minha não, que eu nunca quis jotas. É o maior erro que os partidos estão a fazer. Mas já havia jotas com Sá Carneiro. Eu dizia sempre: Francisco, é um erro que se está a fazer. Ele achava que era o futuro. O futuro, Francisco, é estudar, é obrigá-los a conhecer as pessoas, a passar por algumas dificuldades. Mas em vez disso estamos a criar meninos e meninas que vão para os gabinetes, que metem cunhas, que querem ter carrinhos, que dormem com ministros, uma bagunçada, e daqui a uns anos vamos ter gente incompetente a governar-nos.

E o que dizia Sá Carneiro?

Que não, que tinha de se fazer escola, para eu não o contrariar. Sempre disse que não queria jotas comigo, estive oito anos num gabinete e nunca tive nenhum. Tive juízes conselheiros, pessoas mais velhas que eu, por isso fiz a reforma fiscal toda. Os jotas têm de trabalhar, têm de sofrer, têm de saber o que é viver só do seu trabalho, respeitar as outras convicções. Porque não tenha dúvida, a malta que temos hoje no poder, se pudesse, não fazia nada. Olhe o que estão a fazer aos pensionistas... Sabe quanto me tiram? 92%. Só fico com 8%. É um confisco.

O que falta à geração que está hoje no poder?

Falta ser educada. Education, no sentido inglês do termo. Esta geração não teve education, permitem-se fazer tudo, não respeitam constituições, não respeitam leis. Tenho muito respeito pelo Pedro, mas não pode ser. Ele não pode dizer o que disse ao Bloco de Esquerda na Assembleia da República, tem de responder. Mas sabem que estão a conduzir uma política errada. Há incompetência e há desonestidade intelectual. Porque é que Vítor Gaspar saiu? Percebeu que esta política só nos conduzia à desgraça e não quis participar nisto, safou-se.

É uma espécie de prémio? Vítor Constâncio saiu do Banco de Portugal, depois do caso do BPN, e foi para o BCE.

Se eu fosse ministro, nunca teria nacionalizado o BPN. O regime geral das instituições de crédito, o que diz é que quando um banco está incapaz de se aguentar, o Banco de Portugal deve nomear uma comissão administrativa para indagar. Houve uma pressa enorme de nacionalizar, porquê?

Porquê?

Ninguém sabe. Não há um livro branco. Se eu fosse ministro e o governador do Banco de Portugal me viesse com a história de não ter responsabilidade... Vá ver o que diz a lei orgânica. Teve responsabilidades, é consultor do governo nesta matéria. Que raio de lições é que isto dá ao país? O governo de Cabo Verde alertou o senhor Vítor Manuel Ribeiro Constâncio para fazer uma supervisão a sério ao BPN porque estava preocupado com o que se passava com o Banco Insular em Cabo Verde. Eu fui vice-governador do Banco de Portugal e no meu tempo não era assim.

Como era no seu tempo?

Fui a todos os sítios, porque tenho um feitio desgraçado e gosto de conhecer as pessoas. Fui ver onde estavam as barras de ouro e encontrei nas caves do Banco de Portugal dois sacos cheios de moedas de ouro que estavam por inventariar. Fui às caves, ao forno crematório das notas, onde se faziam as notas, onde se carimbavam as notas, onde se assinavam as notas, fui à sucursal do Porto...

Que outros achados fez?

Barras de ouro. Aquilo tinha muitas barras de outro dos nazis, com a foice e o martelo. Salazar proibiu a indústria de importar ouro e era o Banco de Portugal que punha as barras de ouro à consignação em dois ou três bancos, como o Atlântico e o Borges, que o vendiam. Quando um industrial precisava, ia ao banco e o banco serrava a quantidade pretendida. As nossas barras de ouro internacionais pesam cerca de 11 kg; as de ouro nazi, perto de 13 kg.

O que se seguiu ao dia 25 de Abril?

O 25 de Abril foi a uma quinta-feira. No sábado, dia 27 de Abril, houve um almoço na Cova da Moura, no Palácio, em que estavam mais ou menos 40 pessoas, e eu era a única pessoa do Porto.

A convite de quem?

Julgo que por causa do general Spínola. Quem me telefonou na véspera foi o major Vargas Fernandes. Estavam lá todos, a Junta de Salvação Nacional, comunistas, o Otelo Saraiva de Carvalho... Conheci essa gente toda nesse dia.

Para que foi o almoço?

Para juntar um grupo de pessoas que o general Spínola entendia que deviam envolver-se na actividade política, fundar partidos políticos, e para explicar o programa da Junta de Salvação Nacional e o envolvimento das Forças Armadas. Os três D: descolonização, democratização e desenvolvimento. Um almoço que foram umas sanduíches e cervejas.

Disse a alguém que lá ia?

Disse ao dr. Quina. A hierarquia, para mim, é uma coisa importante. O mal de Portugal é que não há hierarquias. A hierarquia não significa ser bruto, estúpido ou ditador. O problema é que hoje vivemos numa ditadura disfarçada. É um regime autoritário, se quiser. As pessoas não sabem mandar, só sabem impor, criar medo. Vivemos numa sociedade de medo. Pior do que no tempo da PIDE - e olhe que ainda tive três processos para ir a tribunal quando foi o 25 de Abril, todos por abuso de liberdade de imprensa. Nessa altura, o medo era diferente, mas se uma pessoa fizesse uma oposição decente, com argumentos, não havia grandes dramas. E não tinha hipótese de ter hierarquia sem competência.

E hoje, também é assim?

Hoje há muita incompetência, é por isso que estamos na situação em que estamos. E é por isso que as negociações com a troika são o que são. Eu fiz as negociações com o FMI: havia coisas que eles não aceitavam, havia outras que não aceitávamos nós. Por isso digo que há incompetência e há desonestidade intelectual. Não é possível manter isto.

Porquê?

Porque é a miséria total. Não tem hipótese nenhuma, ou então os manuais de economia estão todos errados.

O que é preciso fazer?

Duas coisas: aceitar uma política monetária não acomodatícia, ou seja, o Banco Central Europeu tem de imprimir notas e a taxa de inflação na Europa tem de subir para entre 3% e 5%. Deixem-se dessa marmelada, para não dizer pior, dos 2%. É 2% porquê? Porque é que 2% é bom e 3% é mau? É isto que quer fazer Mario Draghi [presidente do BCE], o único que tem visão na Europa. Os outros não sabem o que andam a fazer. Em três anos diminuímos o PIB em cerca de 17 mil milhões. Eu chumbava esta gente toda logo no primeiro ano.

Isso é suficiente?

Há outra coisa muito importante: precisamos de fazer um acordo de livre comércio com a Rússia, com a Federação Russa. Estamos a fazer com a Ucrânia porquê, porque é o celeiro da Europa? Passa pela cabeça destes incompetentes, Durão Barroso e todos os outros, que a Rússia ia deixar a Crimeia, onde eles passam férias? Nunca. Nós, União Europeia, nós, ocidentais, andamos a desgraçar os tipos da Ucrânia a troco de uma esmola.

E os Estados Unidos?

Os Estados Unidos têm de entrar no jogo, isto também lhes interessa. Porque é que surgiu o Plano Marshall? Porque é que me convidaram a mim, secretário de Estado, a fazer chamadas para os Estados Unidos e uma viagem de costa a costa? Não façam é um acordo com a Índia ou com a Indonésia, porque aí desgraçam-nos.

O que é que foi mal feito e nos deixou nesta situação?

Vejo todos estes professores a falar em investimento. Portugal tem a capacidade produtiva utilizada em 40% ou 50%. Vai investir em quê e para quê? Não faz sentido. Tem de ter produção. Estamos com 30% ou mais entre a capacidade de produção instalada e a produção utilizada. A malta foi no engodo e esqueceu-se de que a moeda está para a economia como o sangue para o corpo humano. Quando se fala nos preços é no longo prazo, mas eles estão a querer tudo para já. Estamos a entrar numa fase de deflação e, se entramos aqui, é a desgraça. Uma "creeping inflation" é como dois cálices de vinho do Porto, anima. Mais do que isso, entontece. Se formos capazes de fazer isso... Como é que se pode ter 2,5% para o ano? Mata os portugueses.

É militante do PSD. Já explicou isso a Passos Coelho?

Não posso não ser leal e tenho as quotas pagas até 2019. Enviei uma carta ao primeiro-ministro e ao Presidente da República. Acho que estamos no limite, mas o Pedro está convencido de que o divino Espírito Santo o iluminou. Eu acho que estão a abusar. Há uma coisa que vem na Constituição: Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência, ao desenvolvimento, bem como o direito de insurreição contra todas as formas de opressão... Estamos a chegar a esta parte. Escrevi para chamar a atenção e dizer, cuidado, podemos chegar aqui. Eu, se fosse chefe militar, dizia ao Presidente da República: senhor Presidente, a continuar neste ritmo, com esta política desnecessária, o senhor Presidente não pode contar connosco.

LADY GAGA à moda do Porto






O Homem, a Mulher e Deus

 



 

 

 

 

 

ISABEL DIANA BETTENCOURT MELO DE CASTRO ULRICH

Recebida por email

É mesmo uma querida.

Fica bem em Belém.

A canção do ceguinho ainda não tem música.

Se quiserem dar uma ajuda, é bem-vinda.

 

 

ISABEL DIANA BETTENCOURT MELO DE CASTRO ULRICH

(Tem mesmo pinta de assessora!!!!)

O banqueiro, a sua Isabelinha e o senhor Presidente

Era uma vez um banqueiro
À D. Isabel ligado.
Vive do nosso dinheiro,
Mas nunca está saciado.

Vai daí, foi a Belém
E pediu ao presidente
Que à sua Isabel, também,
Desse um job consistente.

E o burro do Dom Cavaco
Admitiu a senhora,
Arranjando-lhe um buraco
E o cargo de consultora.

O banqueiro é o Fernando,
Conhecido por Ulrich,
E que diz, de vez em quando,
«Quero que o povo se lixe!».

E o povo aguenta a fome?
«Ai aguenta, aguenta!».
E o que o povo não come
Enriquece-lhe a ementa.

E ela, D. Isabel,
Com Cavaco por amigo.
Não sabe da vida o fel
Nem o que é ser sem-abrigo.

Cunhas, tachos, amanhanços,
Regabofe à descarada.
É fartar, que nós, os tansos,
Somos malta bem mandada.

Mas cuidado, andam no ar
Murmúrios, de madrugada.
E quando o povo acordar
Um banqueiro não é nada.

É só um monte de sebo,
Bolorento gabiru.
Fora do banco é um gebo,
Um rei que passeia nu.

Cavaco, Fernando Ulrich,
Bancos, Troikas, Capital.
Mas que aliança tão fixe
A destruir Portugal!

 

Autor desconhecido
Despacho
nº.5776/2011
Nos termos artigos 3º. nº2 e 16º. nºs 1 e 2 do Decreto-Lei nº. 28-A/96, de
 4 de Abril, nomeio consultora da Casa Civil Isabel Diana Bettencourt Melo de Castro Ulrich, funcionária do Partido Social Democrata, com efeito a partir desta data e em regime de requisição, fixando-lhe os abonos previstos nos nºs. 1 e 2 do artigo 20º. do referido diploma em 50% dos
abonos de idêntica natureza estabelecidos para os adjuntos.
9 de Março de 2011.
 - O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva  

http://dre.pt/pdf2sdip/2011/04/066000000/1551315514.pdf

 

 

 

 

 

"RURALIDADES"

Um quadro dum antigo companheiro da Guerra de África

 

“É tempo de vindimas”, assim intitulei este quadro datado de 1973.É um óleo sobre platex com 40 x 32 cm.

Representa o que há sessenta anos, na época das vindimas, era frequente nas ruas da aldeia onde eu vivia. Carros de bois com dornas, cestos (gigas e canistréis), escadas e, sobre as dornas, um esmagador para esmagar as uvas. Desciam a aldeia em direcção aos campos, a sul, onde as orlas dessas propriedades eram cobertas por largas e altas ramadas com vides carregadas com cachos de todas as qualidades: espadeiro, vinhão, moscatel, americanas e outras de que já não me lembro. Hoje diz-se castas, e fala-se de “trincadeira”, “roupeiro”, “arinto”,, “castelão”,” periquita” e outras designações.

Quando o esmagador fazia parte da logística, a matéria-prima chegava ao lagar já meio tratada, depois seguiam-se as pisadas, normalmente à noite, das quais participava, além da gente da casa, a rapaziada do lugar. Eram serões festivos, com a mocidade a envermelhar as pernas, com o tinto que se ia carregando à medida que as horas passavam a marchar no mesmo sítio.

Momentos de alegria. Na parte da colheita, a boa disposição era abrilhantada com algumas brejeirices, porque o mulherio era o género mais comum nessa tarefa, subindo e descendo as escadas (de mão), numa época em que as calças eram só para os homens. No solo, a cachopada não faltava, para a apanha das uvas que se desprendiam lá de cima, mas não havia ordem de levantar a cabeça…

Hoje, nada disso existe por lá. As ramadas foram caindo ou propositadamente destruídas. E se alguma resta, mal dará para a produção da preciosa vinhaça a consumir em casa. De resto, os avanços no domínio da vitivinicultura fizeram esquecer os tempos da minha meninice, em que o vinho não era feito a martelo, mas…

A propósito, apanhei a primeira e última “borracheira” por volta dos meus dez anitos. A culpa não foi minha, mas da rapariga, minha amiga, de que guardo saudades; já cá não está. Mais velha do que eu cerca de oito anos, era filha de uma das mais ricas casas de lavoura da aldeia. É curioso que foi com ela que comecei a gostar da manipulação e da combinação das cores. Foi ela que me safou de uma ou de outra asneirita, quando era apanhado sobre os ramos das suas figueiras, feito estorninho, à cata dos melhores figos que por lá havia.

Um dia, ao ajudá-la, na adega, onde com as pipas se acomodavam as tulhas dos vários cereais, a sede apertou, e uma das pipas, com a torneira a funcionar, foi a solução. Bebeu ela e bebi eu. Só que ela aguentou-se nas canetas e eu, passado um bocado, já fora das instalações, não me aguentei de pé e estendi-me ao comprido, de cara para baixo. O resultado é fácil de adivinhar…

Gosto de boa pinga: alvarinho de Melgaço, Monção ou da Galiza, do tintol do Dão e dos do Alentejo. Mas nunca mais excedi os limites adequados à minha fisionomia.

Tanta história e estórias a propósito desta minha pintura, feita à pressa há mais de quarenta anos. Onde se encontrará ela? Não sei, mas penso que algures na Póvoa de Varzim. Resta-me a fotografia como documento.

Para os meus Amigos, um bom fim-de-semana. E, já agora, se conduzirem não bebam.

 

Cordiais saudações.

Sérgio O. Sá””