“A Associação de Aposentados, Reformados e Pensionistas (APRe!) acusou nesta segunda-feira o Governo de criar resorts de luxo para os reformados europeus e de tratar os portugueses como empregados de limpeza
"A forma como nos estão a tratar e a cortar nas nossas pensões faz com que o empobrecimento seja de facto efectivo", disse a presidente da APRe!, em Castelo Branco. Maria do Rosário Gama explicou que "o Governo está a preparar resorts para os reformados europeus e que os reformados portugueses são só empregados de limpeza”. “Este empobrecimento generalizado dos reformados faz com que os portugueses sejam os parentes pobres da Europa", disse.
A responsável da APRe, que esteve em Castelo Branco a convite do coordenador regional da associação, referiu estar a utilizar uma figura de estilo quando diz que os reformados portugueses vão limpar os resorts de luxo, mas acrescentou que, de facto, "a ideia é essa". “Estamos a dar condições para os de fora e a tratar mal os de dentro. As pessoas estão a empobrecer e para além do corte nas pensões há toda a situação social que envolve famílias desempregadas e situações dramáticas de reformados que têm que sair dos lares para irem para casa, porque é o único dinheiro que entra", sublinhou.
Maria do Rosário Gama quer criar um lobby europeu para a defesa dos direitos dos reformados e nesse sentido deslocou-se recentemente ao Parlamento Europeu. "Fomos lá [ao Parlamento Europeu] na tentativa de arranjar contactos com associações idênticas à APRe. Não há muitas, porque as que existem são mais de natureza lúdica, mas já temos alguns contactos e vamos tentar criar um lobby europeu forte", disse.
A responsável prometeu continuar a debater-se na defesa dos reformados e acusou o Governo de não ser uma "pessoa de bem", porque "está a fazer o ajustamento, à custa dos reformados e dos funcionários públicos, que é onde é mais fácil cortar". No ano passado, a APRe avançou com acções judiciais junto do Tribunal de Justiça Europeu, contra a sobretaxa de IRS e a contribuição extraordinária de solidariedade (CES).
"Agora temos mais coisas, como os complementos de reforma. A situação vai agravar-se ainda mais com a redução dos escalões do IRS", explicou. Maria do Rosário Gama disse ainda que vai continuar a lutar contra a privatização da Segurança Social e explicou que o que é preciso "é investir no crescimento económico para garantir a sustentabilidade da segurança social pública”.” ( publico.pt )