“Na Cova da Piedade e no bairro onde moro, continua a passar o Amolador !
Desde tempos de meus avós, no Bairro Alto em Lisboa, que os ouvia dizer:
“Amolador... vem aí chuva !!” e raro não chovia !
Facas, tesouras afiava, e também reparava as varetas dos chapéus de chuva.
Minha mãe era uma das clientes, especialmente de suas tesouras de costureira.
Sabes que hoje se podem afiar o fio das facas, obliquamente no fundo de caneca
de louça?
E também o Petrolino, primeiro de carroça, depois com uma carrinha... que já vendia azeite, óleo alimentar e outros produtos de drogaria, e imagina nas últimas
fases, alguns legumes desde batatas, cenouras, frutas, etc.!
Petrolino ? o nome vem do facto dos tempos em que se cozinhava em fogareiros abastecido por petróleo, e de candeeiros daqueles de vidro cuja “torcida” mergulhava
no seu depósito de petróleo e antes da campânula de vidro, a colocar com muito cuidado,se acendia a fósforo.
Vivia com a sua família, e armazém, na entrada da Ramalha, onde hoje ainda existem uma pequena Capela e o Clube Recreativo da Ramalha, e se encontram as Ruas Vera Cruz
e das Terras dos Corte Reais, do Bairro. Continuando na época a Ramalha sob as copas de árvores, e caniçais, e com riacho a meio, chegava-se à mata do Elvas, no Laranjeiro
ou Feijó, onde muitas famílias se reuniam ao domingo para piqueniques...”
Este foi extraido dum email do meu amigo Manuel Estribilho Almeida