"Manuela Ferreira Leite nasceu a 3 de Dezembro
de 1940, tem, portanto, 71 anos. Apesar de não ter chegado a presidente da CGD
porque Sócrates terá recusado o seu nome tem certamente uma boa pensão de
reforma no banco de Portugal, financiada por um fundo de pensões com contas e
regras mais secretas do que as operações financeiras da família Corleone. Isso
se não tiver mais de uma pensão pois ainda trabalhou para o Estado como
assistente do ISCEF/ISE, foi deputada e governante e ainda trabalhou para a
Fundação Gulbenkian.
Isso significa que está acima da idade limite
de 70 anos a partir da qual acha que os doentes renais devem suportar os cerca
de 2.000 euros mensais em hemodiálise. Ora, se pode pagar uma hemodiálise pode
igualmente pagar todos os tratamentos sem recorrer a qualquer sistema ou
subsistema de saúde. Assim, todos esperamos que mesmo podendo beneficiar da ADSE
ou do SNS a Dra. Manuela Ferreira Leite prescinda do seu direito à gratuitidade
ou à comparticipação nas despesas de saúde.
Mas já que a ilustre senhora acha que o
pagamento da hemodiálise deve ser obrigatório a partir dos 70 anos, talvez
porque ache que os doentes renais já deviam ter morrido antes e estão a mais com
essa idade, faz sentido que defina a idade limite para os diversos tipos de
tratamento e correspondentes comparticipações estatais. Um exemplo, no caso da
comparticipação na pílula contraceptiva não fará muito sentido estabelece os 70
anos como data limite da gratuitidades, talvez os 40 com o argumento de que
nessa idade para além de se ter dinheiro para pagar os “vícios” também se tem
idade para ter juízo.
A Dra. Manuela Ferreira Leite até poderia
juntar-se a personalidades como Cavaco Silva e Eduardo Catroga e criar um
movimento cívico de septuagenários com a designação de “Nós Pagamos!” e com o
lema “Para nós, os reformados ricos, as despesas de saúde são pentelhos”. Até
poderiam fazer algumas sugestões práticas para ajudar os serviços públicos a
controlar a riqueza e a idade de cada um, uma excelente ideia seria tatuar um
símbolo e a idade de nascimento dos portugueses num dos braços. Haveria um
símbolo para distinguir os “tesos” que beneficiam de todas as borlas, ajuda no
bilhete do Metro e isenção de taxas moderadoras.
Passos Coelho deve aprender com todos os mais
velhos e não apenas com o Eduardo Catroga, personalidades como Manuela Ferreira
Leite e, a propósito de Leite, o prof. Pinto Leite, seu vice no PSD, ainda têm
muita a ensinar-lhe e a dar ao país. É uma pena terem-se esquecido do cartão de
pobre sugerido pelo velho professor. Se fosse adoptado os restaurantes poderia
ter mais possibilidades de sobreviver ao aumento do IVA, poderia ter a imensa de
tesos que seria ser servida à borla mediante a apresentação da tatuagem de teso
e a exibição do cartão de pobre.
Outra boa ideia seria a criação do cartão de
professor desempregado, mediante a sua exibição a TAP poderia dar descontos para
destinos como o Brasil ou Angola."
In o Jumento