Recebido por email
06 janeiro, 2012
Governo mente
Agora que entrámos num novo ano, com o país assustado, vale a pena recuar um pouco. O défice orçamental de 2011 aproximou-se dos 4% do PIB.
E Passos Coelho sorriu de orelha a orelha: foram 1,9 pontos abaixo dos 5,9% do PIB que a 'troika' nos impusera como limite. É obra! Sucede que estes números escondem uma mentira: sem os 6.000 milhões de euros dos fundos de pensões da banca, o défice subiria para os 7,5% do PIB. Haverá razões para sorrir?
Vale a pena fazer as contas. Para um PIB estimado de 170.000 milhões de euros, aquele défice de 4% equivale a cerca de 6.800 milhões, o que parece um número excelente. Mas não se pense que existe aqui qualquer mérito. O que de facto devemos atribuir ao Governo é um défice de 12.800 milhões de euros, que correspondem a 7,5% do PIB, já depois dos cortes nos salários e do aumento dos impostos. É um dos piores desempenhos de que há memória em Portugal.
O recurso a fundos de pensões para cobrir os défices sempre foi uma tentação. Começou em MF Leite, passou por Bagão Félix e Teixeira dos Santos e acabou em Vítor Gaspar: 3 a 1 para o PSD. Mas não consta que alguém se tenha preocupado com o outro lado da equação, que é pagar as pensões àqueles que para isso contribuíram. Parafraseando um jovem deputado do PS, este Governo, como os anteriores, está-se "marimbando" para os pensionistas.
Como já tive oportunidade de referir, o PIB nominal de 2012 vai ser inferior ao de 2011, dado que a queda em volume excede o deflator do produto. E, sendo assim, se excluirmos a almofada dos impostos e dos subsídios que o Governo já acautelou, as receitas de 2012 serão inferiores e as despesas no mínimo iguais às de 2011, o que coloca o défice acima dos 7,5% do PIB. Como aquela almofada não chega, nem de longe, para o fazer regredir até aos 4,5%, percebe-se que a festa está estragada.
O cenário é complexo, porque sugere a ideia de que o Governo não nos tem dito a verdade. É um facto que se comprometeu com a 'troika' a um défice não superior a 4,5% do PIB em 2012, sem recurso a medidas extraordinárias. E é óbvio que, sem medias extraordinárias, este objectivo não será exequível. Então, para o Governo, uma de três: ou falha o compromisso; ou recorre ao que não deve; ou ataca uma vez mais os contribuintes, à revelia do que sempre prometeu. Entrou num beco sem saída.
Como é que vai descalçar a bota? Daniel Amaral no ( economico)
Mota Soares - porque não uma volta de Lambreta?
Portugueses mais pobres que nunca
A notícia vem no "Jornal de Negócios" e suscita uma questão: sendo o empobrecimento do país a estratégia de saída da crise publicamente assumida pelo actual Governo, não se justificaria que a austeridade incidisse fortemente sobre os ricos até fazer deles pobres? Democratizando a pobreza ao mesmo tempo que democratiza a economia, o Governo realizaria o suave e patriótico milagre da multiplicação dos pobres mais eficazmente do que limitando-se a empobrecer ainda mais os pobres que já são pobres.
Imagino até um "slogan" para convencer os ricos, que costumam ser renitentes quando se trata de deixarem de ser tão ricos: "Faça algo pelo seu país: não vá empobrecer para a Holanda"." ( jn )
TROIKA - vai dar argumentos ao Governo
Esquece-se que é a Troika que está a reconhecer que a política que tem estado a aplicar com os países em dificuldades ´não está a resultar e este é o inicio do caminho para uma mudança de rumo. A Grécia aperta o cinto e de resultados nada, já só pensa em sair do euro e deixar os credores à porta do Banco central da Grego de mão estendida na esperança que dos últimos dracmas ainda lhe possa calhar algum. A Ungria já começou a duro caminho da pedincha à Tróika e assim por diante. Esperemos o que este governo vai dizer sobre o tema - o Gaspar ou o Relvas? Talvez Passos Coelho? Não que este anda muito atarefado a aprender chinês na companhia do seu amigo Catroga ( o do pentelho) pois arranjou um "part-time" no nova empresa chinesa com sede em Portugal ( enquanto não se transferir para a Holanda, pois claro)
SPORTING exalta à violência
Cardeal empresário
Pingo ( Doce) amargo para muitos
05 janeiro, 2012
Paz e descanso - procura-se
04 janeiro, 2012
As Secretas
Depois de há meses o ex-espião Silva Carvalho ter sido ouvido à porta fechada na Comissão parlamentar e de a conversa com os deputados ter tido "transcrição" no Expresso, agora é o Público a escrever que "o PSD apagou do relatório preliminar sobre as audições relativas aos serviços secretos, realizadas na 1.ª comissão parlamentar, as referências que indiciavam ligações de titulares de cargos de chefia e de direcção da intelligence à Maçonaria."
Depois desta notícia, a relatora do relatório,"Teresa Leal Coelho, do PSD, garante não ter apagado "rigorosamente nada" do relatório (…). Sobre as discrepâncias entre o documento redigido pelo PSD e o relatório entregue à 1ª comissão parlamentar, (…) tal deve[-se] ao facto deste "conter apenas o que é comum a todos os relatórios elaborados pelos partidos" que aceitaram tentar a criação de um relatório comum, decisão que não inclui o PS nem o partido Os Verdes. (…)"
Desconstruindo as espantosas declarações da deputada Leal Coelho, temos o seguinte:
- O PSD ficou "lixado" com a "sinceridade" da sua deputada que devia saber que não se verte para relatórios informação sobre membros da Maçonaria;
- A deputada foi "convidada" a fazer o arremedo de desmentido (disse que não foram apagadas mas as menções à Maçonaria desapareceram da versão final);
- A deputada, por sua vez, ficou "lixada" com a fuga de informação que deu a conhecer a versão original do relatório e convidou os jornalistas a investigarem a fuga de informação;
- Os deputados do PSD concordam com a versão inicial do relatório mas "apagaram" as referências à maçonaria, supostamente para agradarem ao CDS e ao PCP (uma vez que o PS e os Verdes ficaram de fora do "acordo");
- As partes apagadas não faziam falta no relatório porque os jornalistas sabem mais sobre a maçonaria do que os próprios membros, entre os quais o líder parlamentar do PSD;
Em suma: o ex-espião maçon foi ouvido na Comissão Parlamentar que teve como relatora uma deputada do PSD que (certamente) não sabia que o seu líder parlamentar e membro da mesma Comissão também é maçon, por sinal da mesma loja do ex-expião cuja audição ela relatou na sua santa ignorância. As palavras seguintes, que constam da versão original do relatório, saíram-lhe fluentes e sem hesitação:
"[os incidentes com o ex-espião] sugerem indícios e lançam suspeitas de ligações do ex-director do SIED [Jorge Silva Carvalho, que, até finais de 2010 dirigiu o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa] a "conluios de poder" pretensamente com a ambição de ocupar cargos dirigentes, incluindo nos Serviços de Informações".
Oops……o polvo chega, afinal, ao chefe da deputada relatora!……» "" Surripado de (O Jumento)