Falou muito do que não sabia ou sabia muito do que não falou.
Agora a realidade fala verdade e desmente o que Passos Coelho disse.
Mentira, ocultação da verdade ou desconhecimento, tanto faz.
A realidade de ontem não será diferente da de amanhã, por muito que Coelho e os seus pares a queriram pintar a seu modo.
"Passos Coelho passou semanas a acenar com o horrível cenário da reestruturação da dívida se os eleitores escolhessem Sócrates novamente para Primeiro-Ministro (ver foto). Se for esse o cenário, dizia, «[c]ontinuaremos a falhar e, se continuarmos a falhar, então já não é só a bancarrota, então é um desastre por muitos anos em Portugal, é aquilo a que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista chamam a reestruturação da dívida»."
"Prometemos? Pois, mas sabíamos lá como é que a máquina do Estado funciona...
Aproximando-se o momento de ser apresentado o governo, as trapalhadas sobre o número de ministérios vão de vento em popa. Depois de Passos Coelho ter dito repetidamente que iria constituir um executivo com apenas dez ministérios, Miguel Relvas garante agora que "não
haverá redução no número de ministérios" — e nem se compromete com o número de ministros.
Mais do que estes ziguezagues, o que é interessante é a justificação dada por Miguel Relvas para o PSD voltar com a palavra atrás: a redução de ministérios implicaria um "processo jurídico longo com a alteração de leis orgânicas". Ou seja, os estarolas da São Caetano comprometeram-se adoptar uma medida que não tinham condições de cumprir (como o CC já tinha, por exemplo, antecipado aqui). "