Campos e Cunha, só lhe falta dizer que Sócrates é o responsável pelo terramoto no Japão.
23 abril, 2011
Portas, Capucho e Campos e Cunha
Campos e Cunha, só lhe falta dizer que Sócrates é o responsável pelo terramoto no Japão.
Miguel Relvas
"Embaixada marroquina não gostou de ver país como exemplo de fraca produtividade.
Enquanto produzirmos como marroquinos não podemos gastar como alemães». A frase do social-democrata Miguel Relvas caiu mal na embaixada de Marrocos em Lisboa."
Eleições autárquicas
Se for eleita, haverá prostitutas grátis e a possibilidade de masturbação em público [entre a meia-noite e as 06h00]", garante. Saliente-se que a actriz, de 22 anos, que fundou o Partido do Desejo, participa nua em acções de campanha e deixa-se apalpar pelos possíveis votantes.
Roleta Russa
A poucos dias do anúncio das medidas, expectavelmente muito duras, que serão aplicadas como condição da ajuda externa, os hotéis do Sul estão, segundo as notícias, lotados. As habituais comemorações parlamentares da revolução, caracterizadas por discursos cerimoniais e pela distinção entre quem ostenta ou não o seu símbolo, o cravo, na lapela, foram canceladas devido à dissolução da Assembleia. E um dos seus "heróis" desdobra-se em declarações de arrependido, elogiando até a "inteligência" e "honestidade" do ditador Salazar ("Faz falta um político assim"). Qualquer passageiro de táxi reconhece o discurso, mas um recente estudo de opinião atribuía-o à maioria dos portugueses, que considerariam os tempos pré-revolução, apesar de todas as aparatosas (a maior fatia da dívida portuguesa deve-se ao consumo privado) evidências em contrário, como "melhores para viver".
Não, não é fácil perceber os portugueses. No início desta semana, 65% dos inquiridos numa sondagem consideravam o Executivo o grande responsável "pelo estado a que o País chegou", e 85% achavam que "devia ter reagido mais cedo à pressão dos mercados" (fazendo o quê, não dizem). Ontem, a mesma empresa divulgou outra sondagem em que, pela primeira vez no último ano, o partido do Governo ultrapassa a principal força da oposição - que cai 11 pontos no espaço de oito dias. E o PR, eleito em Janeiro e cujo discurso de posse, em Março, desencadeou a crise política que levou à marcação de eleições antecipadas, está com popularidade negativa.
Com 39% (e a subir) de indecisos na sondagem citada, está tudo em aberto. Tudo menos o programa do próximo governo, em grande parte definido nas condições do empréstimo externo. Não por acaso, os dois principais partidos entretêm-se com acusações mútuas de ausência de ideias e de responsabilidade pela crise, apostando nos casos e sentimentos e tardando nas propostas políticas. Sem nada de concreto a que se ater, o eleitorado é uma montanha-russa. E a roleta do mesmo nome: é que por mais que tente não consigo entender por que raio há-de alguém querer vencer estas eleições.
Fora isto, Lisboa é uma cidade muito bonita. Recomendo.
21 abril, 2011
Hora da verdade
1. Em poucos segundos um terramoto destrói uma cidade. E depois são cinquenta anos para a reconstruir. Se houver dinheiro.
Com os seus dois discursos da noite das eleições presidenciais e, depois, com o que proferiu na tomada de posse, Cavaco Silva abriu caminho para o acto mais irresponsável e mais irreparável que, em democracia, foi cometido em Portugal desde o 25 de Abril.
“Tivemos presidentes extraordinários e de grande capacidade para criar entendimenos, para chamar os diferentes partidos à razão no passado. Não o temos agora. É uma pena que tenhamos este Presidente neste momento”. Quem o disse ao DN foi o Professor Catedrático Boaventura Sousa Santos, doutorado em Yale e professor na Universidade de Coimbra e noutras universidades em França, Estados Unidos e Brasil.
2. Quando tudo se encaminhava para uma solução de ajuda da União Europeia a Portugal, quando todas as instituições e todos os líderes europeus elogiavam a forma como José Sócrates e Teixeira dos Santos tinham conduzido o processo, quando todos os países da UE se comprometiam a garantir a ajuda de que Portugal desesperadamente precisava, quando o Banco Central Europeu ia passar o cheque, todos os partidos da oposição – com especialíssimas responsabilidades para o PSD – tiraram o tapete ao Governo forçando Sócrates a pedir a demissão.
As terríveis consequências deste hara-kiri parlamentar na praça pública europeia, em directo e ao vivo, foram imediatas. As instituições internacionais, que acreditavam no compromisso de Sócrates, não eram capazes de entender esta irresponsável atracção pelo abismo revelada pelos partidos da oposição. A credibilidade política que Portugal foi conquistando junto da comunidade internacional por líderes como Mário Soares, Jorge Sampaio, António Guterres e José Sócrates, esvaíu-se num instante. Os juros da dívida dispararam para valores cada vez mais impensáveis e insuportáveis. E continuam a subir. E as agências de rating ficaram ainda mais livres para – sem decência, nem complacência – fazerem o upgrade do lucro para a usura.
Tudo isto podia ter sido evitado se os partidos da oposição – e o próprio Presidente da República – tivessem pensado duas vezes e tivessem colocado os interesses do País acima das suas vinganças contra PS.
Mas cometeram um erro de cálculo fatal: em vez de acertarem no PS, quase destruíam Portugal.
“Quem não sabe ser responsável na oposição, como poderá sê-lo um dia no governo?” (António Costa).
3. O que para trás ficou escrito não são palpites, nem opiniões: são factos. Irrefutáveis. Indesmentíveis. E contra factos não há argumentos.
Uma coisa é certa: as medidas do PEC 4 que a oposição chumbou, se comparadas com as do PEC que aí vem pela mão do FMI, são como a diferença que vai de uma dose pediátrica a um tratamento de choque.
E, por exclusiva culpa da oposição, Portugal não quis comprar por cem o que vai ser obrigado a pagar por mil.
4. Portugal tem agora perante si – e num prazo muito curto – dois momentos decisivos para o seu futuro: as negociações com a União Europeia e o FMI e as eleições de 5 de Junho.
Quanto à “ajuda externa” – que é a designação diplomática para não se falar de um empréstimo com juros altos – nem está ainda quantificada, nem se sabe o grau da sua violência.
Quanto às eleições, os Portugueses – sobretudo os que se assumem “de esquerda” – têm agora a última oportunidade de assegurar a continuidade do Serviço Nacional de Saúde, da Caixa Geral de Depósitos, do ensino público, da RTP, dos despedimentos só com justa causa.
E, ou percebem isto antes das eleições, ou, depois, já será tarde.
Em 1985, se Álvaro Cunhal não tivesse aconselhado o voto em Mário Soares, quem tinha sido presidente era Freitas do Amaral. Lembram-se?
20 abril, 2011
In “O Jumento”
Irão reabrir a materniade de Elvas?
Neste tempo de todas as crises, crise de dinheiro, crise de competitividade, crise de dignidade, crise de coerência, crise de valores, crise de orgulho nacional, crise institucional, apetece-me perguntar se vão reabrir a velha maternidade de Elvas. As vantagens são muitas, a cidade tem mais um serviço, útil num tempo em que se fala em "fechar" municípios, os portugueses deixam de ser espanhóis disfarçados, tudo fica mais barato e as mães não só têm de atravessar a rua para poderem parir.
Faço esta pergunta porque esta foi uma das muitas lutas emblemáticas dos últimos anos, mas poderia perguntar se vão recolher os Magalhães e vendê-los em segunda-mão em África, reabrir os velhos centros de saúde por cuja manutenção se bateram muitas manifestações populares, reabrir as escolinhas com meia-dúzia de alunos, criar SCUTS onde estas são reivindicadas por autarcas, regressar ao tempo em que não havia avaliação nas escolas e estas eram geridas por conselhos directivos "democraticamente" eleitos.
Em trinta anos de democracia só em dois pequenos períodos este país governou adoptando medidas consideradas necessárias e todos se calaram, bem, não foram todos, os irredutíveis do PCP sempre pensaram que era possível recorrer à alquimia e transformar o granito da Serra da Estrela para financiar o paraíso terrestre que sempre prometeram. Por duas vezes o FMI veio pôr ordem na casa, acordaram-nos do sonho e explicaram-nos que a realidade é um pesadelo. O mesmo vai voltar a suceder.
Se o FMI mandar fechar maternidades inúteis serão fechadas, se mandarem os trabalhadores do METRO deixar de fazerem greve dia sim, dia não estes trabalham, se exigir avaliação dos professores estes serão avaliados, se exigir a extinção de municípios estes serão extintos, se impuserem o fim das SCUT os autarcas meterão o rabo entre as pernas. O Mário Nogueira não vai organizar manifestações espontâneas para chamar nomes aos homens da troika e ainda lhes vai servir o chazinho na reunião com a CGTP, a av 24 de Julho não vai ficar atulhada de autocarros das câmaras municipais que carregaram os manifestantes que vieram a Lisboa convocados pela CGTP.
Falavam em asfixia democrática mas agora até descobriram que um governo em gestão podia negociar um acordo em que nem os limites constitucionais serão considerados, criticavam todos os orçamentos por não promoverem o crescimento mas agora aceitam as vantagens da recessão, defendiam a desbunda municipal com o argumento da proximidade das populações mas agora descobrem que há municípios a mais. Isto é, tudo o que os governos faziam estava mal, mas tudo o que a troika decidir é para engolir como se fosse uma aspirina.
A reforma da saúde ia no bom caminho mas não se podia fechar um serviço, a avaliação era necessária mas tinha muita burocracia, a reforma da segurança social foi positiva mas insuficiente, nada estava bem porque ao mau cagador até as calças empatam. Agora vêm cá quatro fulanos que ninguém conhece, reúnem com meia dúzia de poderosos do governo, das empresas e dos sindicatos e decidem o que bem entendem.
Parece que o lema de muitos dos nossos políticos é antes governar a mando do FMI e sem perguntar a vontade dos portugueses do que ser oposição construtiva. Até aqui o lema era mandar tudo abaixo, agora vai ser fazer tudo o que eles mandam.
Nobre
Percebemos que o país endoideceu de vez quando passa 15 dias seguidos a falar do dr. Nobre, Percebemos que o país endoideceu de vez quando passa 15 dias seguidos a falar do dr. Nobre, provavelmente a maior nulidade política que a democracia foi capaz de gerar.
provavelmente a maior nulidade política que a democracia foi capaz de gerar.
19 abril, 2011
18 abril, 2011
CRIL – obra inacabada de Cavaco Silva
Finalmente
"Vinte anos depois do início da construção da CRIL, o último troço da estrada abre hoje ao trânsito, estabelecendo um novo percurso de 3,6 quilómetros entre a Buraca (Amadora) e a Pontinha (Odivelas)."
Marcelo, avisa o PSD
O Professor critica e avisa
"Fernando Nobre [na entrevista à RTP] quis corrigir a mão. Foi isso que ele foi fazer. As declarações ao "Expresso" criaram problemas desnecessários. Criaram problemas no partido», disse.
Pinheiro de Azevedo também o dizia, e bem…
"Os finlandeses que entraram na UE uns anos depois de Portugal e que durante décadas viram a sua segurança assegurada pelos países que integravam a NATO, entre os quais estavam em Portugal dão agora mostras de uma arrogância desmedida. Recorde-se que quando foi necessário ajudar a Irlanda e a Grécia o nosso país participou, mesmo atravessando as dificuldades que todos conhecem. Além disso os juros praticados, acima dos 5%, estão longe daquilo que pode ser considerado uma ajuda, dificilmente as poupanças dos finlandeses conseguem tal rentabilidade no mercado.
Há limites para a arrogância e o que os finlandeses estão a pedir é um boicote aos seus produtos, começando pela NOKIA; talvez assim percebam que as comunidades assentam no princípio da solidariedade, não havendo espaço para declarações ofensivas da dignidade dos estados.
Já agora, o engraçadinho que usou as palavras de um extremista finlandês para denegrir ainda mais a imagem do país e assim obter ganhos políticos também devia ir à merda."
Passos e Nobre mentem?
"Segundo o Diário Económico, Pedro Passos Coelho declarou, hoje, que Fernando Nobre não colocou «qualquer condição» para aceitar encabeçar a lista de candidatos a deputados pelo PSD no círculo de Lisboa. Usando uma linguagem que se tornou banal (e que acaba inevitavelmente por se virar contra os seus utilizadores), alguém está a mentir. Tendo em atenção a entrevista ao Expresso do candidato a deputado pelo PSD, alguém mente. Ou mente Passos Coelho ou mente Fernando Nobre. Os próximos dias vão esclarecer esta questão. Depois, o líder do PSD disse que a atitude de Fernando Nobre significa «desapego» do poder. É evidente que é exactamente o contrário. Trata-se de uma fuga para a frente. De olhos fechados. Finalmente, Passos Coelho disse: «Se Fernando Nobre tivesse aceitado um convite do Bloco de Esquerda
ou do PS, que os teve, era uma categoria, mas como foi candidato pelo PSD é uma vergonha». Isto significa que Passos Coelho percebeu bem que Nobre, na sua ânsia de poder e notoriedade, esteve à venda. E ofereceu o preço mais alto: a presidência do Parlamento, preço que nenhum outro partido esteve disponível para cobrir."
Fernando Nobre “Cambalhota”
"Primeiro dizia identificar-se com as ideias do Bloco de Esquerda e agora encabeça a lista por Lisboa do PSD, um partido que, ideologicamente, é o oposto do Bloco. Depois, como candidato presidencial, garantia ser um anti-político que nunca aceitaria cargos de nomeação político-partidária e agora, ao primeiro convite de um partido, aceita-o de imediato. Disse acreditar nas soluções de Passos Coelho, apesar de, como o próprio admitiu, não conhecer o programa de governo deste. Dizia, ainda, que apenas se candidatava para ser Presidente da AR e nunca ficaria como deputado, mas hoje, em entrevista na RTP, já admitiu cumprir o mandato no Parlamento.
Depois de todas estas tontarias e disparates, contradições e ziguezagues, resta apenas uma solução para a integridade de Nobre e a réstia de esperança do PSD ir ao pote: Nobre fazer um retiro espiritual e desaparecer por uns tempos."
17 abril, 2011
Socrates – deixou que Passos Coelho tivesse mentido
O silêncio de Sócrates perante a mentira
Passos Coelho repetiu por diversas vezes que apenas tinha recebido, na véspera da apresentação do PEC IV, um telefonema do Primeiro Ministro a avisá-lo sucintamente do que se iria passar no dia seguinte.
Na entrevista a Judite de Sousa, Passos Coelho desmentiu-se a ele próprio e revelou a reunião em S. Bento para discutir o assunto. Ouvindo esta mentira, Sócrates conteve-se e não abdicou da discrição que deve ser dada a assuntos de Estado.
Aplaudamos, pois, o sentido de Estado de Sócrates.