11 março, 2011
10 março, 2011
Geração rasca
Estávamos todos de férias na Praia do Cabeço, ali para os lados da mítica Praia dos Três Pauzinhos onde a miudagem ia lanchar nos passeios da escola primária, com o matulão do professor Caldeira à frente, quando dei por mim com a sensação de que na roda de amigos era o único que ainda não sabia que curso pretendia tirar o meu filho. A terrível ideia do pai saber parece que ajudava ao silêncio colectivo dos meus amigos.
Senti no ar que ali havia marosca quando alguém me contou a grande novidade, o meu filho queria ir para uma universidade algures no país tirar um daqueles cursos que nos tornam em espectadores especializados do Canal Odisseia. Foi então que perguntei ao rebento se era mesmo aquele curso que pretendia seguir ao que me respondeu que sim.
Por mim tudo bem mas na condição de o tirar pagando-o com o que ganhasse a carregar baldes de massa, porque a propósito de massa esta não abunda e eu não alimento burros a pão-de-ló deixando que um filho fosse tirar um desses cursos em que o único empregado é o professor que dá três ou quatro horas por semana e depois vai para a praia coçar os tomates e fazer investigação.
Foi o escândalo na Praia do Cabeço, que eu devia respeitar a vocação do rapaz, que ele podia ser feliz, etec., etc.. Tudo bem, mas insisti com o rapaz que primeiro tirasse um curso que além de o satisfazer durante o tempo de estudo lhe satisfizesse uma necessidade básica, o emprego e os rendimentos necessários à sua independência. Um pouco a contragosto o moço percebeu e lá começou a visitar os sites das universidades em procura de um curso que respeitasse três condições: podia entrar com a média que tinha (pois como tencionava tirar o tal curso de espectador do Canal Odisseia não precisava de grandes notas), que preenchesse os seus gostos e que oferecesse garantias de emprego.
Uns dias depois veio-me falar de um curso que ele desconhecia e que segundo a Universidade Nova garantia ter saídas de emprego, era uma coisa chamada "engenharia dos materiais". Lá se inscreveu e a alma até me doía quando o via agarrado aos canhamaços de matemática, física e química, areia de mais para quem se imaginava a estudar nas areias da praia da Ilha de Faro. Mas o rapaz lá teve que puxar pela cabeça e até se saiu bem.
Terminado o curso ainda andou um ano como investigador na Universidade Nova mas perante a falta de grandes saída e desgostoso com o ritmo de trabalhão arregaçou as mangas e foi em busca de melhor. Depressa se desenrascou, como se desenrascaram quase todos os seus colegas de curso incluindo os que entretanto tinham sido despedidos na sequência da falência da Quimonda.
E u fiz o papel de pai tirano mas entre ter um licenciado em violino a fazer reposições nas grandes mercearias do Belmiro, um licenciado em relações internacionais a fazer de banheiro na Praia das Maçãs e um licenciado em engenharia dos materiais com emprego e perspecivas de vida prefiro ser o pai tirano, até porque um bom curso custa por vezes muito menos dinheiro do que muitos desses cursos da treta. E o mais importante de tudo, o moço desenrascou-se arranjou emprego no meio da pior crise de que tenho memória.
É o conselho que dou a todos os jovens, desenrasquem-se primeiro e depois tirem desses cursos onde os TPC são feitos no Bairro Alto e as semestrais na Praia da Caparica. Desenrasquem-se!"
Cavco Silva – Recado de Pacheco Pereira
A insurreição... Cuspiu para o ar
" O grupo "1 milhão na Avenida da Liberdade pela demissão de toda a classe política." A "demissão de toda a classe política" em democracia significa acabar com eleições e recusar os resultados eleitorais, extinguir os partidos políticos, acabar com a democracia parlamentar, entregar as decisões políticas a um grupo que só pode chegar ao poder através de um golpe, ou militar, ou tipo Conselho da Revolução no PREC.
A última vez que em Portugal se "demitiu toda a classe política": 28 de maio de 1926. Durou 48 anos."
Professores
- Anónimo , Lisboa. 10.03.2011 15:29
Os boys da Fenprof ? Não são do PCP ?
Mas há alguma organização em Portugal que na sua estrutura organizativa, tenham mais boys/PCP's do que a CGTP e a Fenprof ? Este arcaico Mário Nogueira, que não exerce a profissão de Prof. à muitos anos, entende que alguém que é proposto para desempenhar uma função com objectivos claros e que está contra esses objectivos, se deve manter a exercer a tarefa à sua maneira pessoal. Esta mediocridade de sindicalistas que só defendem critérios de apreciação do mais baixo nível, devem ser erradicados, na própria defesa dos sócios do sindicato a que pertencem. É muito simples, quem não quer ser sujeito ao modelo de avaliação de desempenho, só tem um caminho a seguir, é a escolha de outra profissão, que mais se adequa à sua incapacidade de Prof.
Professores
Os submarinos tem que ser abatidos.
Ninguem pode ter como empregado ou colaborador um subsmarino que utiliza as suas funções para lutar contra quem lhe deve lealdade.
Os "comunas" sempre foram e serão assim.
Nogueira quer enganar quem o ouve ou lê. Os "boys" são os funcionários dos Sindicatos e os seus "protegidos. Muito, são incompetentes. Quem o não sabe?
"Contactado pela Lusa no domingo, o Ministério da Educação afirmou que quem ocupa cargos como o de coordenador da equipa de apoio às escolas está obrigado ao "dever de lealdade" uma vez que cabe a estes responsáveis a tarefa de "acompanhar as escolas na implementação das medidas de política educativa"."
Cavaco Silva
Já o era, mas desde onte, assinou uma escritura: Presidente da Oposição.
Socrates respondeu bem, quando lembrou que muitas vezes tem estado sózinho.
08 março, 2011
07 março, 2011
O Jumento escreve assim e muito mais
Vejo por aí gente a comentar, ou melhor, a manifestar o desejo mal disfarçado de uma bancarrota nacional com o consequente pedido de ajuda a entidades estrangeiras com tanta ignorância sobre o assunto e um tão grande desprezo pelo que tal pode significar para a maioria dos portugueses que quase chego ao vómito. Um dos mais recentes admiradores da intervenção do FMI é um tal Marques Mendes, um político de pequena estatura intelectual que o melhor que conseguiu na sua fulgurante corrida política foi ter ficado a ser conhecido pelo Ganda Nóia. Que se saiba o homem nunca soube para além da baixa política de corredor, mas desde que é empregado de um tal Joaquim Coimbra, um bem-sucedido empresário e dirigente do PSD cujo ponto mais alto da carreira foi a participação no BPN e no BPP e a compra do semanário Sol."
Professores
"Os professores intelectualmente corruptos, os incompetentes, os homens e as mulheres que estão no ensino por não saberem fazer rigorosamente mais nada, os que olham para a sua actividade profissional não como uma forma de contribuírem para o bem geral mas apenas para prosseguirem os seus próprios interesses, devem estar felicíssimos com as movimentações organizadas dos sindicatos contra a classe política.
Nada como uma generalização imbecil sobre as qualidades dos governantes para pôr no mesmo saco os tais intelectualmente corruptos e incompetentes e a esmagadora maioria dos que prestam um serviço à comunidade com as melhores intenções."
Professores
Nada disto tem a ver com a educação e o ensino.
Como compete aos Sindicatos, o zelo pelos seus interesses está nas suas mais profundas atribuições.
Raramente estes sindicatos e os sindicalistas, pugnam pela melhoria do ensino. Algumas vezes, quando o fazem, é só para esconder as suas principais ambições – manter tudo na mesma, receber salários dos mais elevados da função pública e deste país, trabalhar o minimo de horas possíveis na "função lectiva", não ser avaliados e chegar ao topo da carreira sem concurso ou avaliação.
Não haverá por aí um dia em que os pais dos alunos se cansam desta gente e já que o Governo não os pôe no seu devido lugar, serão estes que o vão fazer?
"Encerramento de escolas, avaliação e salários são alguns dos cavalos de batalha da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) para os próximos meses de contestação, começando com a concentração de dia 12 no Campo Pequeno, em Lisboa."
PCP – 90 anos
Desde que tivemos conhecimento da existência deste Partido, por volta do início dos anos 60 e porque viver na Margem Sul proporcionava não só saber da sua existência, como tambem de algumas das suas actividades.
Algo estava para contecer, quando havia movimentação da GNR junto ao Portão Verde, acesso ao Arsenal da Marinha e aos diveros quartéis da Armada naquela area.
A Rádio Moscovo, possibilitava que a propaganda do Partido, atraves da rádio fornecesse alguma informação politica que os rádios e o jornais censurados não podiam passar.
Durante todos esses anos, podemos ver e até participar, muito espoàdicamente, em algumas actividades contra o regime. A GNR a pé ou a cavalo era sempre um aperitivo que não faltava.
O PCP foi-se mantendo como o titular desse tipo de iniciativas.
O 25 de Abril, o primeiro e o segundo 1º de Maio após 25 de Abril, vieram dar luz à ideia que tinhamos sobre aquele Partido.
Hoje, mesmo com a queda do Muro de Berlim, pouco ou nada se modificou.
Ficou mumificado, com a curiosidade de continuar a alimentar milhares de seguidores com o seu habitual tipo de cassete – mantem a mesma filosofia.
Os PC´s, são assim como que uma casta – vão mantendo o seu ADN.
06 março, 2011
PSD
Para ler com paciência e atenção.
É esta "agremiação de suicidas" que quer ter a confiança dos portugueses para governar o país?
António Nogueira Leite poderia ter citado os dois primeiros parágrafos da crónica de ontem, no Público, de Vasco Pulido Valente, intitulada Os suicidas:
'Pedro Santana Lopes diz que se sente cada vez mais distante do partido. Porquê? Em primeiro lugar, por causa do oportunismo, do bando a que ele chama "técnicos de representação permanentemente disponível". Em segundo lugar, porque o PSD não pensa no que é importante para o país, mas no que interessa a "alguns que nele militam" (em nomes Santana infelizmente não fala ). E, em terceiro lugar, porque "os dirigentes" fazem "mais guerra a companheiros do que a adversários". Como condenação, ninguém até agora foi mais longe: nem companheiros, nem adversários. Mas Santana não parou aqui. Propôs também a substituição de Pedro Passos Coelho, eleito há poucos meses, por Rui Rio, garantindo que "o perfil de gestor austero, frontal e rigoroso" de Rui Rio iria com certeza "suscitar muito maior entusiasmo".
E esse "gestor austero, frontal e rigoroso" não perdeu tempo. Começou por recusar. E, a seguir, explicou que já não chega "trocar de Governo" para pôr fim à profunda "decadência" do país. Segundo ele, só uma clara "mudança" de regime nos pode salvar e, sem essa mudança, a bancarrota é certa. Pior ainda: este génio do Porto e candidato a salvador da Pátria não se coibiu de revelar que o Estado não tinha força, que a justiça estava pior do que "no tempo da ditadura" e que a própria democracia não era mais do que a expressão de uma vontade minoritária. Donde se depreende que pelo menos parte do PSD deixou de ser um partido pacífico e legalista e passou a ser um partido "revolucionário", com Rui Rio e Pedro Santana Lopes por chefes. Convém tomar nota e boa nota desta pequena metamorfose.'
Mas o conselheiro de Passos Coelho preferiu chamar a atenção para o terceiro parágrafo da crónica, na qual Valente assegura que "a guerra civil voltou ao PSD":
'Entretanto, Pedro Passos Coelho tenta aguentar as coisas e descobrir uma via média entre as dezenas de notabilidades que pretendem correr já com o PS e as que pensam que é melhor esperar até Outubro de 2012. O inevitável Luís Filipe Menezes, que vem sempre à superfície quando há sarilhos, pensa que o país precisa de um "refrescamento" eleitoral. Aguiar-Branco quer a "remodelação" de Sócrates, Ângelo Correia, com a sua famosa lucidez, concorda. Mas Pacheco Pereira pede que Sócrates governe até 2013. Rui Rio pede que não se precipite a "revolução". E Capucho hesita. De qualquer maneira, a guerra civil voltou ao PSD e a cada episódio - seja ele a megalomania de Santana e Rio ou a despropositada paciência de Pacheco Pereira - a maioria absoluta com que ele desde Cavaco sonha fica mais longe e duvidosa. Aquela é de facto uma agremiação de suicidas.'
Se Nogueira Leite o diz, quem somos nós para o contestar?
Festival da Canção – que grande palhaçada
Não em directo, mas no telejornal, apareceram uns "artistas" que foram votados para representar Portugal num daqueles festivais onde ficamos sempre nos últimos lugares.
A votar assim, Portugal, não irá longe.
Uma palhaçada, que deixa os verdadeiros palhaços corados de vergonha.
Em Portugal é assim…
Ora tomem nota.
Em Portugal é assim: trabalho, vai-te embora… aí de mim, estou tão cansado.
Canasados, os Portugueses, em especial todos os que recebem os salários de empresas públicas ou suas associadas.
Vejamos: As escolas param até quinta-feira, tudo a conta deste Carnaval da política, dos Sindicatos e dos Políticos. Trabalho, ensinar alunos, claro que não.
Nas creches, jardins de infância, etc, onde os pais trabalham, qual a razão porque encerram, na segunda-feira de Carnaval? Onde deixam os pais os seus filhos?
Não há escolas, não há creches, mas os pais pagam a mensalidade como se houvesse escolas ou creches durante todos os dias do mês.
Depois queixam-se que os alemães querem mandar na Europa.
Pois, mas há que trabalhar.
Mas trabalhar, não é receber só o salário no fim do mês. Salário pago pelos contribuintes.
Geração Rasca e à Rasca
Não basta gritar, barafustar ou reenvidicar.
"…o protesto reivindica o fim da precariedade, a melhoria das condições de trabalho e o direito ao emprego. No Prós e Contras, nenhum dos jovens apartidários do Bloco mostrou como essas maravilhas se alcançam. Pior ainda, nenhum mostrou merecê-las.
Por regra, as criaturas em questão comunicavam através de lugares-comuns do género "O futuro é nosso!", ou de puros disparates, de que a insistência na palavra (?) "proactividade" era um dos mais irritantes. Não vi os infelizes que, na tese dos Deolinda, estudaram para ser escravos. Vi meninos estragados pelos pais e pelo ensino indigente a reclamar os privilégios que supõem beneficiar as gerações anteriores e que, a julgar pela retórica pedestre, estudaram pouco. Um deles evocou a queda de Mubarak. Outro proclamou solene: "Não 'deiem' estágios mal remunerados." É improvável que lhes "deiem" estágio algum. "
Operação Furacão
Dão-se alvíssaras a quem souber algo sobre a Operação Furacão – Nomes, verbas, estado da operação, etc.
Face Oculta – A justiça que temos
A Justiça que temos e ao preço que ela está. Assim vai andando o Reino da Justiça. Todos os seus artífices são reis e senhores. O Zé paga, a Justiça faz que anda, mas não anda. Serve para muito, mas muitas vezes não serve para a sua finalidade – julgar.
«Após 16 meses de prisão, a justiça portuguesa libertou Manuel Godinho, o principal dos 34 arguidos do megaprocesso "Face Oculta", acusado de 60 crimes, de corrupção, associação criminosa e tráfico de influências, entre outros. Não que tenha sido deduzida acusação. Não que tenha sido apurada inocência. Apenas porque se esgotou o prazo máximo da prisão preventiva sem que existisse da parte da investigação nesse período, recentemente reduzido, conclusões que pudessem dar continuidade ao processo que corre sobre o empresário da sucata com contactos ao mais alto nível.
A discussão pode, como muitos pretendem, centrar-se na "figura" da prisão preventiva ou nos prazos da mesma. Admito até que possa estudar-se a sua não aplicação na maioria dos casos, contemplando-a apenas para excepções em que haja risco de fuga ou destruição de provas, como é prática noutros países. Mas o grande problema, e é sobre esse que interessa de facto reflectir, está na investigação.
Na América, Bernard Madoff - responsável pela maior fraude financeira de sempre, em dinheiro e número de pessoas envolvidas - foi investigado, julgado e condenado em menos de um ano. Em Portugal, Godinho sai da prisão 16 meses depois do escândalo que abalou o País sem que o seu processo esteja concluído (quanto mais as dezenas de investigações paralelas que dele derivaram). No mesmo país, o nosso, uma mãe espera 13 anos (e após trabalho de três equipas de investigadores da PJ e duas do Ministério Público) para saber que ninguém sabe o que aconteceu ao seu filho, desaparecido quanto tinha 11 anos. Em Portugal, Godinho, numa táctica contrária à de Al Capone, é acusado um dia depois de ser libertado, de uma fraude de 14 milhões em facturas falsas. No nosso país, a justiça decide, 13 anos depois, acusar de rapto um único suspeito, não porque esteja em causa um crime de tráfico de seres humanos mas apenas porque transportou o menor no carro sem autorização para tal.
São demasiados erros. São contradições a mais. São muitas explicações que deviam ser dadas e ninguém dá.
Não vale a pena elencar o número de casos da justiça portuguesa que continuam por esclarecer durante anos e anos, tendo vitimado publicamente muitos inocentes e deixando escapar outros tantos culpados. Aceitam-se as justificações habituais: falta de meios, humanos e técnicos, e demasiada burocracia. O que não se pode aceitar é que nada mude, nem nenhum Governo tome decisões. Ou que tenhamos um responsável, como o procurador-geral da República, a sentir-se uma rainha de Inglaterra sem poderes e até se queixa de não conseguir fazer cumprir a lei.» [DN]
PSD e os seus “boys”
E agora, quem fala dos "boys" do PS ?
"Santana admite formar um novo partido.
"(…) O PSD está cheio de pessoas que vivem só da política e pela política e, portanto, estarem em juntas de freguesia, câmaras, deputados ou assessores ou seja o que for, eles têm que estar lá e, portanto, apoiam o que for preciso. É o que eu chamo os técnicos de representação permanente. Eles representam qualquer líder desde que lhes garanta o lugar. O PSD está cheio disto.
Eu acho que é preciso uma mudança radical nisto. Pertenço a um partido hoje em dia com o qual estou em discordância em muitas matérias (…)."
03 março, 2011
PSD – Pasos Coelho
A mesma direita que andou desorientada a falar em refundação anda agora numa grande excitação com as sondagens e a possibilidade de reocupar os lugares do Estado, não refundou nada, não alterou qualquer programa partidário, não tem propostas para o país, mas parece que lhe basta as sondagens, um programa imposto pelo FMI e o velho truque de escolher culpados pelos males do país para justificar todas as medidas.
Por mais que me esforce não vejo em Passos Coelho um político com dimensão para ir além de uma associação de estudantes, fico sempre com a sensação de que para o líder do PSD o mais importante na cabeça é o penteado. Bem se esforça por adoptar uma pose de Estado, por falar com o cuidado que deve ter um pré-governante, mas depois de espremer o que vai dizendo não fica nada.
O mais grave é que o mesmo PSD que andava animado com uma revisão constitucional de viraria o país de pernas para o ar, já deixou de ter propostas, Passos Coelho ainda se saiu com o bitaite da extinção das empresas públicas mas foi o desastre que se viu, desde então pouco mais faz do que comentar as sondagens e as viagens do primeiro-ministro.
Para o líder do PSD a situação económica não sugere quaisquer propostas a não ser banalidades ocasionais, parece estar mais interessado em acompanhar as taxas de juro do mercado secundário da dívida soberana, fico mesmo com a ideia de que a primeira coisa que faz todas as manhãs quando acorda é conferir já chegaram aos oito pontos. Convencido de que o seu score eleitoral está indexado à desgraça do país aguarda tranquilamente por eleições antecipadas marcadas por Cavaco Silva a pedido do FMI.
O problema é que não conheço ninguém, incluindo entre os militantes dos PSD e até no meio dos seus próprios apoiantes, que vejam nele alguém com capacidade para governar este país e muito menos na actual situação. Apostando tudo nas sondagens o PSD faz de conta que não o percebe e começam a aparecer cada vez mais personalidades a exigir a queda no governo, sinal de que receiam que os portugueses acabem por perceber o que eles sabem e, pior do que isso, receando que Sócrates consiga superar esta crise.
Passos Coelho não está à altura de Sócrates e depois do que se viu nas sondagens para as presidenciais nem Cavaco Silva está convencido de que Pedro Passos Coelho consiga levar a direita a uma maioria absoluta. Começa a ser tempo de o PSD perceber que com Passos Coelho não vai lá e personalidades como Marques Mendes ou Filipe Menezes em vez de nos tentarem impingi-lo deveriam começar a pensar em encontrar uma alternativa mais credível para o país.