05 fevereiro, 2011

Cavaco Presidente

Por:
José Niza

Na noite das eleições V.Ex.ª proclamou-se como o "Presidente de todos os Portugueses, sem excepção".

Não obstante ter sido professor de economia e finanças – e portanto especialista em números – permita-me a ousadia de humildemente chamar a Vossa atenção para umas contas que fiz.

Nos cadernos eleitorais estavam inscritos 9,6 milhões de Portugueses, dos quais mais de 5 milhões não quiseram votar. Dos restantes 4,5 milhões, votaram em V.Ex.ª exactamente dois milhões e duzentos e trinta mil eleitores. Isto é, apenas 23% dos quase 10 milhões. Feitas as contas – e por mais desagradável que isto possa significar para V.Ex.ª – 77 % dos Portugueses não votaram em si. 77 % !!! É muita gente.

Não quer isto dizer que o Senhor Presidente não tenha sido democraticamene eleito, aliás até com larga vantagem sobre todos os seus adversários. Mas daí a autodenominar-se o "Presidente de todos os Portugueses" vai uma grande distância: exactamente a de sete milhões e quatrocentos e nove mil compatriotas nossos que se recusaram a votar em si.

V.Ex.ª é portanto, e legitimamente, o Presidente da República Portuguesa. Mas está muito longe de ser o "Presidente de todos os Portugueses, sem excepção". É que há mais de sete milhões de excepções. E eu, convictamente, sou uma delas.

É preciso recuar até Américo Tomás para encontrar um Presidente com as características que V.Ex.ª revela e exibe. Depois de Mário Soares, de Jorge Sampaio, e até de Ramalho Eanes, é difícil imaginar que no Palácio de Belém – e por mais cinco anos – se albergue um inquilino tão inculto, tão rancoroso e tão bota de elástico.

Politicamente falando – que questões como as do BPN ou casas de praia não são por ora para aqui chamadas – o primeiro mandato de V.Ex.ª ficou conspurcado pela inapagável maquinação das inventadas "escutas" à Presidência por parte do Governo. Por Vossa iniciativa – ou com a Vossa complacência, o que vai dar no mesmo – V.Ex.ª permitiu que um seu assessor, Fernando Lima, levasse até ao jornal Público essa reles, ignóbil e bombástica inventona, a qual, aliás, foi imediatamente desmentida e desmontada pelo Diário de Notícias com provas documentais incontestáveis.

Quando um Presidente da República se envolve, ou se deixa envolver, numa operação tão suja como a que foi  montada contra o Primeiro Ministro – ainda por cima em período eleitoral – está a cometer o maior crime de lesa lealdade institucional que pode ocorrer entre órgãos de soberania. E está a descer às profundezas mais profundas da ignomínia torpe e da "vil baixeza".

Durante a campanha eleitoral V.Ex.ª foi confrontado – legítima e democraticamente, como acontece em qualquer democracia digna desse nome – com factos e situações da sua vida privada que envolveram negócios, dinheiros, casas de praia, etc. Solicitado a esclarecê-los V.Ex.ª optou pelo silêncio. E, pior ainda, pelo insulto da paranóia política.

É público e notório que, por mais voltas que se dêem a essas trapalhadas, todos os caminhos vão sempre dar ao BPN, aos seus amigos do BPN, aos seus ex-ministros e secretários de Estado do BPN. E o País fica sem saber se, afinal, foi V.Ex.ª quem os chamou, ou se são eles que o perseguem.

Mas, o que é incontestável é que o gangue de malfeitores do BPN que provocou nas finanças portuguesas o maior rombo da sua história (fala-se em 5 mil milhões de euros!), é constituído por pessoas que V.Ex.ª foi buscar aos "bas-fonds" do anonimato para as levar para os seus governos, para o Conselho de Estado e, até, para a Comissão de Honra da sua candidatura. Até hoje, embora já acusados pela Justiça,  V.Ex.ª ainda não teve uma única palavra de condenação desses seus amigos. Porquê? É um mistério que o País gostaria de ver desvendado.

E, já agora, uma última pergunta: se esses seus ex-governantes fizeram o que fizeram no BPN, o que não terão feito em dez anos nos governos de V.Ex.ª?

***

A tudo isto – ao longo de toda a campanha, e até nos seus lamentáveis discursos da noite das eleições – V.Ex.ª tem chamado de "campanhas sujas" e de "vil baixeza".

Uma vez que qualquer resposta minha mereceria sempre a sua suspeição, recorro às palavras do Bispo D. Januário Torgal Ferreira – numa entrevista à TSF, transcrita no Jornal de Notícias de 25 de Janeiro – sobre o comportamento de V.Ex.ª: – "Sejamos limpos. Tenhamos a língua também limpa, não só as mãos, na versão jurídica italiana, tenhamos também a consciência limpa e depois a língua limpa…"    " … Eu, como cidadão, escutei o silêncio."(O Ribatejo)

30 janeiro, 2011

Portas - fechadas

Ou muito nos enganamos, ou a "tampa" que recebeu do PSD sobre o seu interesse no noivado do PP com o PSD, terá da parte deste, razão bastante para não ser considerada uma leviandade.

Sócrates não desiste. Ficou provado como o modo com que se tem aguentado depois de todos os ataques, armadilhas e emboscadas com que tem sido confrontado.

Tem demonstrado que o seu governo, quando voltar a votos tem história e muito de positivo.

A última sondagem, em momento de crise da divida soberana, veio demonstrar mais uma vez que o PS mantém a sua capacidade de convencer os portugueses que neste país, muito mais de positivo se tem feito com ele do que sem ele.

Uma campanha eleitoral, irá demonstrar as incongruências do PSD e do seu líder Passos Coelho.

Pode aceitar-se que o PS não descerá mais em futuras sondagens. Terá tendência para subir e o PSD a descer.

A partir dai, com a dispersão de votos, Portas tem pedra de arremesso a Passos Coelho

SOS- andam a roubar

Há décadas que andam a roubar os contribuintes.

As escolas privadas são negócio paticular.

O desleixo ou os interesses vários deixaram que tal tivesse acontecido. Hoje em momento de crise, quando se pretende racionalizar os gastos do estado, as sanguessugas não só não querem dar o seu contributo, como ainda pretendem continuar a receber o que não tem direito, moral e material.

27 janeiro, 2011

Jose Niza escreve

Por: José Niza

Há muitos anos António Botto escrevia assim a Fernando Pessoa:

“Isto por cá vai indo como dantes

O mesmo arremelgado idiotismo

Nuns senhores que tu já conhecias

– Autênticos patifes bem falantes…

E a mesma intriga; as horas, os minutos

As noites sempre iguais, os mesmos dias

Tudo igual! Acordando e adormecendo

Na mesma cor, do mesmo lado, sempre

O mesmo ar e em tudo a mesma posição

De condenados, hirtos, a viver –

Sem estímulo, sem fé, sem convicção.”

Este poema foi escrito muitos anos antes do 25 de Abril de 1974. Ou terá sido ontem?

No próximo domingo, os Portugueses que não se abstiverem, vão votar. Em quem? Em quê? Porquê? E para quê?

Tenho andado por aí na campanha eleitoral com alguns resistentes – cada vez mais raros – da velha militância. Desde 1974 fiz dezenas de campanhas. Para eleger Autarcas, Deputados, Presidentes. Ou, até, Deputados europeus. Nos mercados, nas ruas e nas feiras, aprendi a ler nos olhos, nos rostos, nos gestos, nas atitudes e nos comportamentos das pessoas, o que lhes ia na alma para se transformar, ou não, em votos. Fui abraçado por anónimos, beijocado por velhotas, provocado por cobardes. E quase sempre, ainda a campanha ia no adro, já se pressentia quem ia ganhar. Ou perder.

Nesta atípica campanha presidencial o que mais me impressionou não foi o habitual confronto e rivalidade entre as “claques” ou entre os apoiantes das diferentes bandeiras e candidatos. Não. O que verdadeiramente me impressionou foi a indiferença, o alheamento, o desinteresse e, sobretudo, a indignação das pessoas! Uma indignação difusa, generalizada, não contra nenhum candidato em especial mas contra “os políticos” e contra a política em geral. Quando assim acontece – e no melhor dos casos – a indignação converte-se em abstenção.

É que os eleitores – como no poema de António Botto – estão “sem estímulo, sem fé, sem convicção”. E só acordam desta hibernação para protestar.

No Expresso da passada semana, Miguel Sousa Tavares, com a sua acutilância lúcida, escrevia: “Enquanto prevalecer a cultura do “eles” (os responsáveis por todos os males) e “nós” (as inocentes vítimas deles), vai ser muito difícil convencer os portugueses de que não há vida para a frente com a vida que levamos”.

Quer isto dizer, por outras palavras, que “em tempo de guerra não se limpam armas”. E que, se as energias dos Portugueses – a começar pelos responsáveis políticos de todos os partidos, incluindo o Presidente da República – forem orientadas e investidas em trabalho e em solidariedade nacional, em vez da maledicência e do obcessivo apontar do dedo aos “culpados” (que, salvo uma minoria, somos nós todos), talvez Portugal consiga sair do pântano em que está a afundar-se.

Mas, para que isso aconteça, também é preciso que não tenhamos um Presidente que, para caçar votos, não se coibiu, ao longo de toda a campanha eleitoral, de desferir violentos ataques ao Governo como se fosse o líder da Oposição. E que até no próprio dia em que Portugal podia ter ficado sem crédito internacional (o que seria a bancarrota), veio antecipar uma crise política a qual – a ter lugar agora– destruirá internacional e definitivamente, não a credibilidade do Governo, mas a credibilidade do País.

Ps – Há dias em que até pagava para voltar à RTP, a pretensa televisão de serviço público (ou de serviço ao público, como prefiro dizer). E gostava de lá voltar para perguntar ao director de informação se ele sabe distinguir entre um cronista social de revistas cor de rosa, Carlos Castro, e um herói do 25 de Abril, Vítor Alves. A morte é sempre uma tragédia, seja natural ou provocada. Mas quem não consegue perceber a diferença entre um militar que arriscou a vida para nos dar a liberdade, e um jornalista de fofocas, não merece fazer o telejornal da RTP. Se ainda lá estivesse fazia-lhe o mesmo que em 1983 fiz ao José Eduardo Moniz: demitia-o.

Ensino Privado

Aqui está o plano de Operações para hoje


As manifestações podem fazer-se depois dos horários escolares.
Para alem disso não seria de descontar nos subsidios as ver4bas correspondentes aos dias que não houve aulas por causa das manifestações?
Não trabalharam, nem deram aulas, não tem o direito de receber.
Senhora M inistra, não se faça rogada -faça os descontos que tem que fazer. Será que è constitucional fazer "gazeta" e não o será descontar?

S Martinho do Porto


Cavaco Silva - os telhados de vidro?

25 janeiro, 2011

Ensino Privado

O Plano de Operações foi montado e está a ser posto em prática pelas " Escolas Privadas".

A teta da vaca está a secar. As vacas estão magras e há que apertar o cinto.

As sanguessugas do sistema de ensino privado, tudo estão a fazer +para manter os seus privilégios, benefícios e lucros com pouco trabalho e talves até de má qualidade.

Há tempo para tudo.

Mais por aqui.

Uma vergonha. Melhor, uma pouca e infame vergonha


Cartão de eleitor

As nossas estações de televisão, pagam fortunas a artistas de telenovelas, a apresentadores pacóvios e intelectualmente limitados, para encherem os seus tempos de programação e fazerem a respectiva colheita de publicidade para lhes pagar essas fortunas.

Não lhes falta no entanto, alguns outros artistas, e são muitos, os que se propõem "trabalhar" de borla para as televisões.

Por dá cá aquela palha, levanta-se uma enorme celeuma em que os artistas são convidados, de borla a fazerem o seu papel. Infelizmente, não são poucas as vezes que fazem o habitual papel de "parvo"

Pelas eleições, como pouco havia que noticiar, para além daqueles já habituais boicotes que nunca levam a lado nenhum e sobre os quais o Zé Povinho já, desde há muitos, deixou de achar graça, surgiu em cena a peça: cartão de Cidadão, Cartão de Eleitor.

Uma parte do português pensa que o Estado é como aquele antigo empregado de mesa de café, que para alem de trazer a bica e o jornal (de borla), ainda chama o engraxador para lhe polir os sapatos.

Vai daí, não se preocupa de saber onde vai votar e como o tem que fazer se tiver o novo instrumento de identificação e ou se mudar de residência.

Claro que no dia das ditas eleições, todos reclamam e querem ser atendidos nas juntas de freguesia ao mesmo tempo.

Por outro lado, as Juntas de Freguesia, descuraram, e estas teriam a obrigação de publicitar as referidas mudanças com a antecedência devida. Para isso servem os velhinhos e ainda usados editais.

Assim, surgiram pelas televisões, os mais diversos artistas a fazerem o seu papel – encherem os ecrãs com argumentos tantas vezes descabidos e até falaciosos.

Bem disse um dos presidentes de Junta de Freguesia lá para os lados dês Castelo Branco, pois que atempadamente, porque ao que parece, não se limita a receber o soldo pelos exercício das suas funções, publicou diversas listas com as alterações produzidas nos cadernos eleitorais, em resultado da aquisição de Cartão de Cidadão pelos seus diversos fregueses.

Há artistas e artistas e televisões e jornalistas. Como tudo na vida, Bom e mau.

Cavaco Silva – o Rancoroso

Um conceito limitado de Democracia, tem Cavaco Silva


 

Mário Soares, hoje no DN (sem link):

"'Terminado o acto eleitoral, devo felicitar o candidato, como fiz, aliás, há cinco anos, como candidato derrotado. Trata-se de um ritual democrático, que deve ser respeitado, porque em democracia, os políticos, dos diversos partidos e os independentes, não se consideram inimigos, mas tão-só adversários ocasionais.

Estranho e lamento que o candidato Cavaco Silva não o tenha feito, no passado domingo, em relação aos seus adversários. Como aliás lamento os dois discursos que proferiu no momento da vitória. Em lugar de ser generoso e magnânimo para com os vencidos, foi rancoroso. O que, além de lhe ficar mal, quanto a mim, representa um erro político grave que divide Portugal precisamente quando mais o devia unir.

A verdade é que as últimas eleições mostram que o nosso país está mais dividido do que nunca. E, além disso, desorientado. Por isso, o Presidente ora reeleito deveria ter feito um discurso positivo, voltado para o futuro, e não um discurso que divide mais os portugueses, com a agravante de que, feitas bem as contas ao volume da abstenção, a metade que votou nele está longe de ser maioritária...'"

Cavaco Silva - o Rancoroso

Talvez o "El Pais" tenha recebido uma encomenda dos seus opositores.

"La reelección de Aníbal Cavaco Silva como presidente de Portugal abre numerosos interrogantes, a pesar de las voces que interpretan el veredicto de las urnas como un triunfo de la estabilidad. Las dudas aparecieron la misma noche electoral, tras el discurso del ganador, en el que predominó un inusitado tono de confrontación. El político equilibrado, comedido e institucional desapareció de un plumazo para dar paso a un orador resentido que descalificó a todos sus adversarios, sin excepción, en un tono tremendamente agresivo."

24 janeiro, 2011

Cavaco Silva - visto em Espanha


Socrates – que futuro?

Vamos esperar pelas novas "projecções" , antigas sondagens.

"Quase todos os comentadores e analistas dão José Sócrates como um dos derrotados destas eleições. Eu não vou dizer que Sócrates foi um dos vencedores, mas foi significativa a forma rápida e indolor com que a derrota foi assimilada. Parecia aquela tristeza fátua que sentimos pela morte de um parente afastado: evidentemente a notícia não dá para desatarmos aos pulos e, por hábito e decoro social, manifestamos uma discreta comoção, um semblante vagamente pesaroso. Este foi o Sócrates de ontem à noite. Despediu-se do tio-avô sem dramas e vamos lá falar do que aí vem, que o povo quer é estabilidade. O discurso de Passos Coelho foi muito inteligente, mas Sócrates, uma vez mais, mostrou que é um verdadeiro animal político e que ainda é muito cedo para lhe fazerem o funeral."



 

Fotos da década

Para apreciar

Cavaco – vitória amarga

"Cavaco ganhou as presidenciais mas sofreu pesadas derrotas, não viu o seu mandato legitimado com o voto esmagador que as falsas sondagens previam, a sua honradez foi questionada sem que a tivesse sabido defender, teve menos votos do que nas eleições anteriores, foi o presidente reeleito com menos percentagem e com menos votos, deixou de estar acima de qualquer suspeita."

Eleições - rescaldo

Cavaco Silva depois de um primeiro mandado com pouco nível e cheio de contradições, obtem a sua victória, aliás pouco expressiva, por falta de um verdadeiro candidato proposto pelo PS

Manuel Alegre impediu pela segunda vez que um candidato da esquerda voltasse a Belém

A sua segunda tentativa, foi o fracasso já adivinhado, facer ao seu percurso político dos últimos anos. O PS não esqueceu as suas diatribes políticas contra o governo e a fvor dos populistas do BE.

Pagou tambem por isso. Pode passar-se para o BE, pois não faz falta ao PS.

Defensor Moura foi uma pequena lança no nosso sistema eleitoral, ficando bastante abaixo de Nobre que conseguiu angariar muitos votos aos descontes do sistema. Será que se vai recandidatar novamente?

O candidato do PCP, mais não fez que utilizar a sua velha cassete. O PCP neste momento, ainda não aderiu ao CD.

José Manuel Coelho foi um candidato simpático e crítico quanto baste para obter muitos votos de protesto

Os resultados destas eleições sforam a recondução de Cavaco Silva como Presidente da República, mas muita gente lhe vai voltar a lembrar dos casos das escutas, do BPN, da Universidade Nova, das reformas que acumula e das trapalhadas da sua casa do Algarve.

Alegre, para além de poeta que sempre foi, tambem não deixará de ser vaidoso, arrogante e impopular e a pergunta que se coloca é para que lado vai cair, dado que no PS, já não terá futuro.

O arruma a dialética política e dedida-se à escrita e à caça, ou vai ajudando Louçã, tentado-lhe dar uns poemas para este recitar em vez da sua habitual e costumeira lenga-lenga que nos tem habituado.

Cavaco ganhou e Manuel Alegre perdeu em toda a linha.

Não se esperava por outra coisa.