18 outubro, 2010
Brincar com o fogo
Por: José Niza
Na passada semana aqui escrevi e demonstrei que o PSD, por ter sido responsável pelas crises mais graves que Portugal atravessou desde o 25 de Abril (vidè 1983 e 2005) – crises essas que o PS teve de resolver com o sacrifício da maioria dos Portugueses – não possuía legitimidade política que explicasse o comportamento irresponsável que está diariamente a demonstrar em relação ao Orçamento do Estado.
A situação que neste momento existe em Portugal constitui uma séria preocupação para todos nós e um enorme desafio para os políticos que melhor a conhecem e aos quais compete enfrentá-la e resolvê-la. Pelo que se tem dito e escrito sobre a matéria, todos os Portugueses já perceberam que a coisa está negra, que exige soluções drásticas a doer e que não há volta a dar. Sobre ela se têm pronunciado os opinadores e comentadores de serviço, mesmo aqueles que tendo sido responsáveis por situações idênticas, falam agora de cátedra acreditando que o Povo não tem memória.
Nunca um Orçamento foi tão falado, discutido e criticado mesmo antes de existir. E isso é bom porque contribui para que as pessoas tomem consciência da dimensão dramática do que está em causa e para que compreendam e "aceitem" a inevitabilidade das medidas a tomar. Por parte dos partidos da oposição é natural que existam posições diferenciadas de acordo com a matriz ideológica de cada um, o que só prova que, em Portugal, a democracia funciona.
Quanto às medidas a adoptar – que o Orçamento terá de enunciar e quantificar – ninguém contesta a inevitabilidade da diminuição das despesas públicas e de um aumento das receitas do Estado. E isto é tão óbvio que nem merece discussão.
É no entanto a partir daqui que começam as contradições, a demagogia, o irrealismo, o populismo e o oportunismo. É a partir daqui que perigosamente se começam a misturar e a trocar os interesses do País pelos ganhos partidários. É aqui que se começa a brincar com o fogo.
CDS, PCP, Bloco de Esquerda – e, sobretudo, o PSD – todos afirmam ter soluções miraculosas para resolver os problemas com que nos confrontamos. Mas todos eles rejeitam soluções infelizmente inevitáveis como, por exemplo, a redução de salários, o corte de alguns benefícios sociais ou o aumento de alguns impostos. Ao mesmo tempo que criticam e rejeitam, não são capazes de apresentar soluções ou propostas alternativas para resolver as situações que identificam e denunciam. Não é isto uma irresponsabilidade populista?
Antes de o Governo ter apresentado as medidas recentemente anunciadas, já o PSD bramava, exigia e ameaçava que só viabializaria o Orçamento se houvessem significativos cortes na despesa pública e não se verificasse um aumento de impostos, proposta esta tão simpática quanto irrealizável e tão inviável como a descoberta do elixir da longa vida ou da quadratura do círculo. Bem vistas as coisas nem sequer se trata de uma proposta, mas sim de uma exigência em forma de ultimato. E tudo isto é tão irresponsável que até os mais ferozes críticos do governo – a começar por Medina Carreira e a acabar em Marcelo Rebelo de Sousa e Alberto João Jardim, passando ainda por Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel ou Pacheco Pereira – todos eles já instaram publicamente Passos Coelho a viabilizar o Orçamento por não haver melhor saída. É caso para dizer, como se dizia antes: "Se isto não é o PSD, onde é que está o PSD"?
A ideia que começa a perpassar e a preocupar é a de que a direcção do PSD – que nunca acreditou que o PS cortasse tão drasticamente na despesa pública como sempre exigiu – ficou agora completamente desarmada e sem argumentos ao constatar que o governo, afinal, tinha ido muito mais longe. E, por isso, ficou engasgada a disparar ameaças sem sentido e a prometer soluções miraculosas e alternativas às do governo, mas que só revelará aquando do debate sobre o Orçamento. Será que existem mesmo? Quais são? E onde estão?
A cada dia que passa a situação agrava-se, a resistência psicológica dos Portugueses está a ficar mais enfraquecida, e a impaciência cresce. Simultaneamente, a imagem e a credibilidade internacional de Portugal anda pelas ruas da amargura. E demorará muito tempo a recuperar.
A somar a tudo isto e para animar a festa, aí vem uma greve geral que não servirá para nada a não ser para somar mais um dia de paralisação laboral aos milhentos dias de férias, sábados e domingos, pontes, feriados nacionais e municipais, etc.
Como aqui escrevi e demonstrei em 2 de Julho passado, em Portugal, por cada dia de trabalho há um dia de descanso!
Não seria melhor trabalhar-se um pouco mais e um pouco melhor?
Cavaco Silva - candidato
16 outubro, 2010
15 outubro, 2010
Vila FRia - Arruamentos
Passos Coelho, assim mesmo
O homem que já afirmou que "pior do que não ter um Orçamento do Estado é ter um mau Orçamento do Estado" é o mesmo que admitiu que "a realidade que se nos oferece" é que depende do PSD "a salvação do país". Ah, e também que Portugal está na iminência de, "se o PSD não viabilizar este Orçamento, não ter crédito externo e de não ter financiamento para o país", coisa pouca, evidentemente. Isto foi na segunda-feira à noite. Na terça-feira, o líder do principal partido da oposição mudou outra vez de ideias. Invocando Sá Carneiro, a alma mater social--democrata para a mitologia das rupturas, voltou a acenar com o chumbo, uma vez "que um partido com a história do PSD não pode ceder" a "chantagens" e não quer "contribuir para mais desemprego em Portugal, para mais falências em Portugal, para mais recessão em Portugal, sabendo que isso não valerá de nada".
Alguém se entende? Alguém percebe este discurso? Se o líder diz que "o PSD não pode deixar de ajudar a melhorar a situação do país, mas deixar passar o Orçamento como aquele que o governo manifestou intenção de apresentar não é melhorar a situação", podemos deduzir que chumba. Se nos reportarmos ao discurso da véspera, em que Pedro Passos Coelho afirmou que o seu único critério é que "como poderá ajudar o país a passar este momento difícil", podemos deduzir que se abstém.
A conclusão terrível de que o que Pedro Passos Coelho diz não se escreve e de que haverá sempre a hipótese de mudar de opinião no momento seguinte não é entusiasmante para quem gosta de oposições fortes e alternativas de governo. Sim, o que Sócrates diz também não se escreve - e desde que chegou ao governo reescreveu várias vezes a história. Mas de Passos Coelho, novíssimo na liderança, até alguns cépticos se tornaram crentes numa possível alternância.
Se a total indecisão de Passos Coelho face ao Orçamento é sincera, o cenário é assustador. Se se trata de manipulação com o objectivo de aparecer como o "salvador da pátria", é de uma ingenuidade incrível. Depois de ter conseguido que o PS passasse o Verão a atirar-lhe à cara a revisão constitucional e o Estado social, Passos Coelho conseguiu agora tornar-se no centro das atenções - quando o que devia estar no centro das atenções era mesmo o tal mau Orçamento, já suficientemente conhecido e relativamente ao qual o PSD não apresentou nenhuma alternativa. Agora pede ao governo para ouvir as suas propostas, mas a verdade é que, nesta altura do campeonato que já vai longo ainda não apareceu nenhuma.
Passos Coelho afirmou esperar que o partido se reveja na opção que vier a tomar e está aborrecidíssimo com a pancada que tem levado, mesmo dentro do próprio PSD: queixa-se de que "muitas pessoas hoje - algumas até dentro do PSD - acham preferível obrigar o PSD a mudar de posição do que sugerir ao PS que tenha juízo, que ouça o país e que faça o que é preciso". Deixou um desabafo-lamento: a "verdade é que nenhum dos que fazem o apelo" tem de decidir e que "teria preferido ser presidente do PSD num tempo em que este problema não se colocasse". Ora, um presidente do PSD tem de lidar com todos estes problemas e se for eleito primeiro-ministro com outros piores. Como Passos Coelho conseguiu em seis meses deitar ao lixo um gigantesco capital político com a delicadeza do elefante na loja de porcelanas é um mistério. Para quem gosta da existência de alternativas de governo, sejam de esquerda ou de direita, tudo isto é um aborrecimento
14 outubro, 2010
Camaras Municipais sem verbas
Sem verbas para as refeições dos alunos?
Que cortem nas viaturas sem distintivo que são fornecidas a muitos funcionarios para uso privado, nas almoçaradas com funcionários, nos passeios com os reformados, nas festas de fim de ano, etc, etc.
Há muito por onde cortar...
Pedro Passos Coelho
Associação de moradores de Vila Fria
Telemóveis
Não se lembrou dos muitos que não tem telemóvel?
Para 10 milhões de portugueses :
"14.909.595 era o número de assinaturas de telemóvel em 2008, para uma população residente de 10.627.250 pessoas. Cada português tem, em média, mais que um telemóvel."
Vasco Graça Moura - opinião da treta
13 outubro, 2010
Comunistas Chineses pedem liberdade de expressão
" Um grupo de 23 veteranos do Partido Comunista chinês enviou uma petição ao Congresso Nacional do Povo onde pede liberdade de expressão no país, no respeito da Constituição."