15 março, 2010

O Tintol é que está a dar

"10 medalhas para vinhos tintos do Tejo em concurso internacional" (O Ribatejo)

Avante

Continua a malhar em ferro frio.

Recordar o 11 de Março, que passou completamente despercebido este ano.

Quem passou por ele, pode testemunhar o que teria acontecido a este pais se o PCP tivesse controlado o país como queria.

"As consequências da política de direita que nos últimos 34 anos serviu a restauração capitalista estão a mostrar que, no actual contexto de crise, a existência de um sector público forte e capaz de retirar o País do declínio, dos défices estruturais e da dependência estrangeira, mantém-se com aguda actualidade" (Avante)

Face Oculta

Um dos arguidos já saltou fora.

"Auditoria absolve arguido do 'Face Oculta'"

( DN )

Fugiu da PSP, porque andava por alí fazendo alguma obra de caridade e não queria que as autoridades policiais viessem a saber. Ouviu os disparos e as buzinas da PSP, mas pensava que estava nas festas do Santo António de Lisboa ?

Se um "artista" destes, na sua fuga provocasse um acidente com mortes e feridos, como seria a sua responsabilidade.

A Pólícia tem que fazer o ser trabalho.

"Um condutor foi morto a tiro por um agente da PSP, na madrugada desta segunda-feira, depois de não ter parado numa operação stop montada perto das Docas de Santo Amaro, Lisboa.

A polícia partiu numa perseguição ao fugitivo, que só terminou pelas 05h00, na Travessa de São Domingos, junto aos Pupilos do Exército.

Um dos agentes, que seguia numa carrinha das Equipas de Intervenção Rápida, efectuou dois disparos para o ar e um na direcção dos pneus do carro, tendo esta última bala perfurado a chapa do veículo e atingido mortalmente o condutor pelas costas. "
(CM)

Lei da Rolha

Acabou o Congresso, começou logo a habitual cena de corte e costura.

Uma distração na aprovação da norma?

Aguiar Branco, Rangel, Passos Coelho, António Capucho e Mota Amaral, já andam por aí dizendo que não vão aplicar a norma estatutária ( o que é grave, pois todas as normas, boas ou más, depois de aprovadas são para ser cumpridas), que duvidam da constitucionalidade, etc.

A procissão só agora saiu do adro.

Submarinos

Negócio corrupto que se cancelado daria mais de mil milhões de "lucro" ao Esatdo.

«O Estado não pode ter dúvidas e certamente que será respaldado pela Comissão. Certamente que o presidente da Comissão não quererá criar suspeitas sobre um contrato que foi negociado no tempo em que foi primeiro-ministro; certamente que a Alemanha não protestará, porque não há corrompidos sem corruptos e empresas alemãs estiveram envolvidas neste negócio absolutamente corrupto». (IOL)

Marcelo

Ontem ele sabia que o PSD ainda não se encontrou

Desde há muito que Marcelo quer ser Presidente da República.

Helena Matos escreve assim:

a 1) Existem em todos os partidos. São os homens que estiveram para ser. Como Jaime Gama, que desistiu horas depois de ter aceitado substituir António Guterres. Outros que não quiseram ser, como Amaro da Costa, que convenceu Freitas do Amaral a liderar o CDS. E outros ainda, como Salgado Zenha, que só demasiado tarde percebem que se enganaram quando usaram o seu talento para que outros fossem líderes.

Mas nenhum desses casos se equipara ao de Marcelo Rebelo de Sousa. Ele é o homem que podia ter sido tudo, que até à data deste congresso ainda podia ser quase tudo e que, ano a ano, tem visto as possibilidades irem minguando.

Cavaco Silva, muito menos eloquente do que ele, tornou-se Presidente da República deixando-o fora de uma corrida a Belém.

Durão Barroso, que saneava professores quando ele, Marcelo, já era um nome no Direito e nos jornais, tem hoje um reconhecimento internacional que Marcelo já não conseguirá.

E agora um Passos Coelho ou um Rangel, contra os quais ele, o senador, já não pode arriscar uma derrota, tornar-se-á provavelmente no próximo primeiro-ministro. E, contudo, ele, Marcelo, fez um dos melhores, senão o melhor, discurso deste congresso.

Mas afinal quem é Marcelo Rebelo de Sousa?

O comentador com mais audiência.

Um excelente professor.

Fundador e líder de um partido.

Mas nada disto é suficiente para explicar a familiariedade, mais do que popularidade, do homem que os portugueses conhecem como "professor Marcelo".

Nos 5.707.961 alojamentos que, segundo a Pordata, existem em Portugal ele poderia entrar em todos e pendurar o casaco com a naturalidade de quem é um pouco lá de casa. E é.

Ele é talvez o mais português de todos os portugueses: alguém que poderia ter sido quase tudo o que ambicionou mas no momento de avançar ficou preso das suas palavras. (Publico)

Empresas e empresários de sucesso - gatunos

"A Direcção-Geral das Contribuições e Impostos (DGCI) está a notificar mais de três mil empresas que descontam o IRS aos seus trabalhadores e não o entregam nos cofres do Estado para regularizarem a situação" (Publico)

Freeport

Agora temos o CM e colocar novamente na liça o Freeport.

A carta de que fala o artigo do CM, devia estar escondida no Palácio da Rainha de Inglaterra e só ao fim deste tempo todo foi descoberta.

Falamos na nossa Justiça e com razão. Os Ingleses já mandaram o processo às urtigas,

Os portugueses, devem gostar do vái e vem de Lisboa Londes e Volta.

Será que algum dia vão ser contabilizados os custos deste processo? Serão pedidas responsabilidades a alguem?

Os mesmos magistrados que falaram das pressões, afinal foram eles próprios pressionados pelo Sindicato do Sr Palma, aquele mesmo que foi chamado a Belem por Cavaco Silva.

Pasados estes anos, surge uma carta, que já foi passada a pente fino e que embora fale em nomes, a investigação Inglesa sabe que não houve pagamento de luvas. O que querem os procuradores portugueses?

"De acordo com o mesmo jornal, o documento manuscrito foi feito por Rick Dattani, adjunto de um dos administradores do Freeport, responsável pelo projecto de Alcochete. Os três nomes constam de um papel com alusões ao pagamento de subornos de cerca de 2,2 milhões de euros e foi feito em Dezembro de 2001 na sequência de uma conversa entre Dattani e Charles Smith, o intermediário entre os ingleses do Freeport e o Governo português no processo de licenciamento da superfície comercial.

O documento, segundo o "Correio da Manhã", chegou à investigação no final de 2009 e Dattani já terá confirmado a sua autenticidade, ainda que tenha dito que o pagamento previsto não se chegou a concretizar. A carta que agora surge pode inviabilizar que o inquérito ao caso fique concluído ainda este mês e levanta de novo a hipótese de o primeiro-ministro ser inquirido formalmente. O mesmo poderá acontecer com Pedro Silva Pereira.

A coordenadora da Polícia Judiciária de Setúbal, Maria Alice Fernandes, questionou os magistrados Vítor Magalhães e Paes Faria sobre se o facto de o documento envolver o nome do primeiro-ministro não implica uma intervenção do presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Contudo, os magistrados consideraram que se trata de uma eventual intervenção de Sócrates ainda enquanto ministro do Ambiente. Ainda assim, a carta seguiu sem o nome dos três políticos com a justificação que a investigação tem seguido o rasto do dinheiro e não pessoas em concreto"
( Publico)

PSD – Congresso e D Sebastião

Não terá sido desta que o PSD gerou o seu D. Sebastião.

O cadeado colocado na "liberdade de expressão" aos militantes do PSD veio demonstrar do medo que o PSD tem pelas críticas. E serão muitas dentro do partido.

Vamos aguardar que as brumas que ontem começaram a pairar sobre os candidatos se dissipem no dia em que um deles for eleito, para saber se o tempo de novas trovoadas estará perto ou longe.

14 março, 2010

Liberdade de expressão

Desta vez será o PPD a ser ouvido na comissão de ética?

Bem prega Frei Tomás…

O Convento de Mafra ficará para sempre ligado à asfixia democrática. O Congresso do PSD, proibiu a liberdade de expressão aos militantes sociais-democratas. Já ninguém pode criticar os seus dirigentes. Assim se percebe melhor o que se tem passado na Comissão de Ética e o que se vai passar na Comissão de Inquérito.

Comissão de ética

Quem com ferros mata...

Emidio Rangel, escreve:

«Os depoimentos arrasaram a tese de interferência do Governo no negócio PT/TVI e reduziram convicções a pó.

Quem inventou a Comissão de Ética não se lembrou do chamado "efeito de boomerang". A Comissão de Ética devia ter acabado os seus trabalhos há duas semanas, antes de Granadeiro, Zeinal Bava e Ângelo Paupério terem ido depor, esfrangalhando a tese da existência de um plano para controlar a Comunicação Social. Agora já é tarde, porque esses depoimentos arrasaram a tese de que o Governo teve interferência no negócio PT/TVI e reduziram a pó convicções e insinuações de meia-dúzia de jornalistas sem escrúpulos.

A comissão de inquérito, criada para prolongar no tempo o efeito de desgaste do primeiro-ministro, que, afinal, se prova ser o único objectivo que interessa, está comprometida antes mesmo de começar o seu trabalho. O BE e o PSD (estranha aliança!?) vão ter de engolir a mistela envenenada que prepararam. Foi espantoso e valente ouvir, de forma categórica, as declarações de Granadeiro de que não recebeu indicações do Governo para comprar 30% da Media Capital, tal como foi interessante perceber que, afinal, em governos anteriores, a sua demissão foi forçada porque pretendiam varrer do mapa três directores de jornais. E tinham um plano para criar uma central de informações na dependência do Governo de então. Foi impressionante ouvir Zeinal Bava dizer que a compra de 30% da TVI era um negócio importante e explicar que a PT considera esse 'casamento' vital para a sua expansão e que não tinham de consultar o Governo nem o fizeram.

Foi engraçado ouvir o presidente da Sonaecom desmentir José Manuel Fernandes, ouvir o presidente da TVI contradizer José Eduardo Moniz e a sua mulher, à semelhança do que fizera Pais do Amaral, explicitando a diferença entre "Directores sérios" e "Directores sem escrúpulos". A verdade é que os supostos envolvidos neste mirabolante processo foram categóricos a desmentir as acusações feitas ao primeiro-ministro, e os acusadores não conseguiram ir além das suposições, convicções e opiniões. Entretanto, o PS sobe nas sondagens, estando perto da maioria absoluta. Sócrates tem de começar a pensar na próxima campanha que lhe vai ser movida, uma vez que a presente já está a ser desmontada. O Bloco tem de procurar razões para justificar uma queda de 50% nas sondagens.

P.S. – José António Saraiva, apesar do meu desmentido, fez ouvidos de mercador. Não se retractou. Assim sendo, não há alternativa. Vai ter de provar em tribunal que eu fazia parte do 'polvo' que descobriu "fora de água".»

[Correio da Manhã]

Congresso(?) do PSD

Nunca mais era sábado ...

«Enfim, o fim-de-semana! Há ano e meio que sou metralhado com o Governo do engenheiro de domingo. Além de gatuno no Freeport. Bem, não era bem ele, era o tio. Ou o primo? Mas as casas eram dele, mal desenhadinhas. E por falar em casas, não é que ele comprou o apartamento mais barato que o do 4.º esquerdo? Ou, se não foi ele, foi a mãe. Mas o mais grave, mesmo, é a asfixia. Quer-se falar e não se pode. Nem do telefone de Belém. Um sufoco. Os jornalistas têm medo. A PT até mete milhões para calar a pivot. E se não consegue, a Ongoing vai à volta e mete milhões para calar o marido da pivot. E o próprio chefe do plano põe-se a mandar calar directores em conversas de uma hora. Tanto inglês técnico e não sabe dizer: "No!" Mas continua a asfixiar, até à mesa do hotel. E há o Freeport. Sim, já tinha falado dele, mas agora já há as provas todas. Só que a nova TVI fecha-as à chave... Dou de barato. O homem talvez até minta (embora, essa eu duvide: onde já se viu um líder português mentir?!). Seja. Ele é tudo isso. Mas para esse tudo a democracia inventou um remédio: a alternativa. Por que raio os da alternativa não arranjaram um fim-de-semana mais cedo (houve 78, em ano e meio)? Estranho não se apressarem a salvar o país. Mas está bem, também dou de barato: este fim-de-semana é que é. »
Ferreira Fedrnandes escreve no
[Diário de Notícias]

12 março, 2010

Escutas

São mesmo assim...

Se um mero mail ia fazendo com que Cavaco Silva fosse despachado para Boliqueime o que seria se os portugueses em vez saberem apenas o que a Felícia Cabrita ou a Manuela Moura Guedes querem que se saiba, soubessem de tudo? Ou será que só o José Sócrates é que fala? Enfim, todos falam e só o pardal é que é gravado... (O JUMENTO)

TVI muda de mãos – Socrates onde estás?

""Na sexta-feira passada, um fundo norte-americano, o Liberty Acquisition, adquiriu a maioria do capital da Prisa e, em consequência, da TVI.

O país político vive há muitos meses, anos mesmo, nas nuvens, perdido nos labirintos das inutilidades em que se concentra, distanciando-se cada vez mais do país real (aquele que numa sondagem, hoje divulgada, da Universidade Católica, dá 41% de intenções de voto no Partido Socialista). Há meses que o país político concentra a sua atenção num negócio entre empresas privadas, como se o destino dos portugueses daí dependesse: a compra pela PT de 35% do capital da TVI à Prisa. O Parlamento esgota-se em Comissões de Ética e em Comissões de Inquérito à procura do "pecado original". Até Presidente da República, na entrevista de ontem, disse, com ar cândido: "numa sociedade democrática a compra de uma televisão não pode deixar de ser transparente. Não só não pode acontecer sem o conhecimento do governo, como sem o conhecimento da opinião pública. Deve ser uma operação muito transparente". Enquanto o país político se entretém, na sexta-feira passada, um fundo norte-americano, o Liberty Acquisition, adquiriu a maioria do capital da Prisa e, em consequência, da TVI. Para tal, não foi necessário o "conhecimento do governo", nem o "conhecimento da opinião pública". As regras de mercado não se compadecem com a hipocrisia política reinante. "" (Expresso)

Já tinhamos dado conta.

Aqui está.

Mais uma comissão de inquérito?

11 março, 2010

Submarinos à venda

Cravinho, desde que foi para o "bem bom" dum tal banco em Londres ou num outro local qualquer, sempre surge com umas dicas. Não quer ficar esquecido.

Desta vez trouxe esta.

O que vai dizer Paulo Portas?

O processo de averiguações das "luvas" pagas a alguem pela venda dos ditos ainda anda por aí, sem nada se saber. Os submarinos tem a vantagem de se camuflarem a muitas milhas da superfície, talvez por isso ainda não tenham sido apanhados nos radares da Felícia Cabrita.

«Cortar 750 milhões na Lei de Programação Militar (LPM) a eito pode ser uma coisa complicada.  Por que não encarar medidas a sério? Isto é, rever a lógica da LPM em relação às missões essenciais que as Forças Armadas devem ao Estado e, nessa revisão, porque não encarar a hipótese de vender os submarinos», sugeriu esta quinta-feira na
Rádio Renascença.

Vaticano possuido pelo Diabo

Só ao fim de todos estes anos é que este reverendíssimo padre dá à dica estas suas "certezas".

Ou será ele como os jornalistas portugueses que foram pressionados desde há anos e só agora se lembraram de o dizer?

"Aos 85 anos, o padre Gabriele Amorth já lidou com 70 mil pessoas possuídas pelo demónio. Ele é o principal exorcista da Santa Sé e acaba de lançar um livro que faz jus a uma carreira: "Memórias de um Exorcista". 
E, para Amorth, não há dúvidas de que os recentes escândalos de abuso sexual de menores em instiuições da Igreja são obra de Belzebu
"O Diabo está a trabalhar dentro do Vaticano", diz o padre Amorth em entrevista ao La Repubblica. Para o padre, as influências satânicas estão espalhadas por todo o Vaticano e são bastante óbvias nos episódios de luta pelo poder interno na igreja, entre  "cardeais que não acreditam em Jesus e bispos que estão ligados ao demónio."
A "cobertura"  da morte de Alois Estermann, o comandante da Guarda Suíça, em 1998, e do guarda Cedric Tornay, encontrado morto de forma misteriosa, é, na opinião de Amorth mais um exemplo de como o diabo vive e trabalha no Vaticano
.!(IONLINE)

Leões - Baviera

O Jumento escreve... e bem

(in O Jumento na Quinta-feira, Março 11, 2010)

""Passam-se e ouvem-se coisas muito estranhas neste país

Anda por aí muita gente a investigar se Sócrates sabia do negócio da PT como se isso fosse algo de estranho e significasse um grande golpe. Até ficamos com a impressão de que a PT iria fazer uma compra que não teria qualquer relação com a sua área de negócio ou que iria comprar a TVI ao preço da uva mijona graças à cunha do Rei de Espanha. Isto é, para os nossos investigadores de algibeira em vez de pedir aos camaradas espanhóis para influenciarem a PRISA no sentido de calarem a dona Moniz, Sócrates preferiu expor-se e mandou uma empresa maioritariamente de capitais privados com diversos simpatizantes ou militantes do PSD na sua liderança comprar a TVI. Curiosamente não foi preciso qualquer negócio para calar a dona Moniz e sobre a decisão da TVI ninguém questiona se houve pressões de Sócrates.

O resultado das manobras políticas, incluindo uma intervenção de Cavaco Silva, foi a não realização de um negócio no mercado das telecomunicações, abrindo-se a porta ao negócio à Ongoing, uma concorrente da PT. Suspeita-se do papel de Sócrates mas ninguém suspeita do facto de uma empresa ter sido impedida de fazer um negócio para facilitar o caminho a outra empresa, onde o José Eduardo Moniz aparece como número dois ao mesmo tempo que recebia uma indemnização de milhões paga pela TVI. Parece que ninguém estranha a forma como a Ongoing consegue o negócio, mesmo sabendo-se da sua posição no grupo Impresa.

É muito estranho que ninguém tenha reparado que na sua entrevista na RTP1 Cavaco Silva não tenha condenado as violações sucessivas do segredo de justiça, chegando ao absurdo de as desvalorizar invocando más leis. Isto é, o mesmo Presidente da República que andava não incomodado porque se dizia que poderia haver escutas em Belém, coisa que se veio a provar não ter passado de uma manobra de um dos seus assessores, não está preocupado a divulgação de dezenas escutas com fins políticos. Recorde-se que quando Cavaco se referiu às más leis no Congresso Nacional das Instituições de Solidariedade social referiu-se à lei do divórcio e quando se pronunciou sobre o mesmo tema na abertura do ano judicial (2009) falou em termos genéricos. Cavaco Silva deveria explicar aos portugueses quais são as tais mais leis que justificam a sua não condenação do crime.

É muito estranho que um Presidente da República diga que ninguém está acima da lei quando se refere à conclusão de um inquérito parlamentar que como se sabe não passa de um espectáculo organizado por Louçã e Ferreira Leite, mas quando está em causa a violação do segredo de justiça por gente dessa mesma justiça descobre que há más leis. Isto é, a lei é boa se Sócrates for condenado politicamente pela oposição, mas é má se for destruído na praça pública com a divulgação de escutas seleccionadas de forma manhosa. É estranho que o argumento do estar acima da lei só aplique a um inquérito parlamentar que não se rege por lei nenhuma e onde a condenação política nem permite a defesa do visado.

É estranho que em relação a um primeiro-ministro Cavaco afirme que ninguém está acima da lei, mas quando o visado foi um seu amigo e velho companheiro de governo, por ele designado para membro do Conselho de Estado o mesmo Cavaco Silva tenha optado por fazer uma declaração pública que pode ser entendida como uma declaração de inocência de Dias Loureiro (ou Dias Lotero como o o chamou).

É muito estranho que muita gente ande empenhada em questionar o carácter de José Sócrates desde o tempo em que estudava, mas quando se questionou o negócio familiar de acções da SLN por parte da família Silva se tenha desvalorizado o assunto com o argumento de que este se tinha realizado num momento em que Cavaco Silva não desempenhava cargos políticos. Isto é, o carácter de alguns políticos deve ser avaliado de forma intermitente, só contam os seus negócios enquanto forem políticos, para outros deve ser analisado a tempo inteiro.

Passam-se e ouvem-se coisas muito estranhas neste país...""

A Comissão de Ética entrou nos cuidados intensivos.

Não se esparava algo de diferente


 

"A Comissão de Ética está no mesmo sítio de onde partiu, no que diz respeito aos objectivos a que se propôs, mas deu um grande contributo para mostrar as misérias de quem tem por profissão informar. "
(Expresso – Tomas Vasques)