15 março, 2010

PSD – Congresso e D Sebastião

Não terá sido desta que o PSD gerou o seu D. Sebastião.

O cadeado colocado na "liberdade de expressão" aos militantes do PSD veio demonstrar do medo que o PSD tem pelas críticas. E serão muitas dentro do partido.

Vamos aguardar que as brumas que ontem começaram a pairar sobre os candidatos se dissipem no dia em que um deles for eleito, para saber se o tempo de novas trovoadas estará perto ou longe.

14 março, 2010

Liberdade de expressão

Desta vez será o PPD a ser ouvido na comissão de ética?

Bem prega Frei Tomás…

O Convento de Mafra ficará para sempre ligado à asfixia democrática. O Congresso do PSD, proibiu a liberdade de expressão aos militantes sociais-democratas. Já ninguém pode criticar os seus dirigentes. Assim se percebe melhor o que se tem passado na Comissão de Ética e o que se vai passar na Comissão de Inquérito.

Comissão de ética

Quem com ferros mata...

Emidio Rangel, escreve:

«Os depoimentos arrasaram a tese de interferência do Governo no negócio PT/TVI e reduziram convicções a pó.

Quem inventou a Comissão de Ética não se lembrou do chamado "efeito de boomerang". A Comissão de Ética devia ter acabado os seus trabalhos há duas semanas, antes de Granadeiro, Zeinal Bava e Ângelo Paupério terem ido depor, esfrangalhando a tese da existência de um plano para controlar a Comunicação Social. Agora já é tarde, porque esses depoimentos arrasaram a tese de que o Governo teve interferência no negócio PT/TVI e reduziram a pó convicções e insinuações de meia-dúzia de jornalistas sem escrúpulos.

A comissão de inquérito, criada para prolongar no tempo o efeito de desgaste do primeiro-ministro, que, afinal, se prova ser o único objectivo que interessa, está comprometida antes mesmo de começar o seu trabalho. O BE e o PSD (estranha aliança!?) vão ter de engolir a mistela envenenada que prepararam. Foi espantoso e valente ouvir, de forma categórica, as declarações de Granadeiro de que não recebeu indicações do Governo para comprar 30% da Media Capital, tal como foi interessante perceber que, afinal, em governos anteriores, a sua demissão foi forçada porque pretendiam varrer do mapa três directores de jornais. E tinham um plano para criar uma central de informações na dependência do Governo de então. Foi impressionante ouvir Zeinal Bava dizer que a compra de 30% da TVI era um negócio importante e explicar que a PT considera esse 'casamento' vital para a sua expansão e que não tinham de consultar o Governo nem o fizeram.

Foi engraçado ouvir o presidente da Sonaecom desmentir José Manuel Fernandes, ouvir o presidente da TVI contradizer José Eduardo Moniz e a sua mulher, à semelhança do que fizera Pais do Amaral, explicitando a diferença entre "Directores sérios" e "Directores sem escrúpulos". A verdade é que os supostos envolvidos neste mirabolante processo foram categóricos a desmentir as acusações feitas ao primeiro-ministro, e os acusadores não conseguiram ir além das suposições, convicções e opiniões. Entretanto, o PS sobe nas sondagens, estando perto da maioria absoluta. Sócrates tem de começar a pensar na próxima campanha que lhe vai ser movida, uma vez que a presente já está a ser desmontada. O Bloco tem de procurar razões para justificar uma queda de 50% nas sondagens.

P.S. – José António Saraiva, apesar do meu desmentido, fez ouvidos de mercador. Não se retractou. Assim sendo, não há alternativa. Vai ter de provar em tribunal que eu fazia parte do 'polvo' que descobriu "fora de água".»

[Correio da Manhã]

Congresso(?) do PSD

Nunca mais era sábado ...

«Enfim, o fim-de-semana! Há ano e meio que sou metralhado com o Governo do engenheiro de domingo. Além de gatuno no Freeport. Bem, não era bem ele, era o tio. Ou o primo? Mas as casas eram dele, mal desenhadinhas. E por falar em casas, não é que ele comprou o apartamento mais barato que o do 4.º esquerdo? Ou, se não foi ele, foi a mãe. Mas o mais grave, mesmo, é a asfixia. Quer-se falar e não se pode. Nem do telefone de Belém. Um sufoco. Os jornalistas têm medo. A PT até mete milhões para calar a pivot. E se não consegue, a Ongoing vai à volta e mete milhões para calar o marido da pivot. E o próprio chefe do plano põe-se a mandar calar directores em conversas de uma hora. Tanto inglês técnico e não sabe dizer: "No!" Mas continua a asfixiar, até à mesa do hotel. E há o Freeport. Sim, já tinha falado dele, mas agora já há as provas todas. Só que a nova TVI fecha-as à chave... Dou de barato. O homem talvez até minta (embora, essa eu duvide: onde já se viu um líder português mentir?!). Seja. Ele é tudo isso. Mas para esse tudo a democracia inventou um remédio: a alternativa. Por que raio os da alternativa não arranjaram um fim-de-semana mais cedo (houve 78, em ano e meio)? Estranho não se apressarem a salvar o país. Mas está bem, também dou de barato: este fim-de-semana é que é. »
Ferreira Fedrnandes escreve no
[Diário de Notícias]

12 março, 2010

Escutas

São mesmo assim...

Se um mero mail ia fazendo com que Cavaco Silva fosse despachado para Boliqueime o que seria se os portugueses em vez saberem apenas o que a Felícia Cabrita ou a Manuela Moura Guedes querem que se saiba, soubessem de tudo? Ou será que só o José Sócrates é que fala? Enfim, todos falam e só o pardal é que é gravado... (O JUMENTO)

TVI muda de mãos – Socrates onde estás?

""Na sexta-feira passada, um fundo norte-americano, o Liberty Acquisition, adquiriu a maioria do capital da Prisa e, em consequência, da TVI.

O país político vive há muitos meses, anos mesmo, nas nuvens, perdido nos labirintos das inutilidades em que se concentra, distanciando-se cada vez mais do país real (aquele que numa sondagem, hoje divulgada, da Universidade Católica, dá 41% de intenções de voto no Partido Socialista). Há meses que o país político concentra a sua atenção num negócio entre empresas privadas, como se o destino dos portugueses daí dependesse: a compra pela PT de 35% do capital da TVI à Prisa. O Parlamento esgota-se em Comissões de Ética e em Comissões de Inquérito à procura do "pecado original". Até Presidente da República, na entrevista de ontem, disse, com ar cândido: "numa sociedade democrática a compra de uma televisão não pode deixar de ser transparente. Não só não pode acontecer sem o conhecimento do governo, como sem o conhecimento da opinião pública. Deve ser uma operação muito transparente". Enquanto o país político se entretém, na sexta-feira passada, um fundo norte-americano, o Liberty Acquisition, adquiriu a maioria do capital da Prisa e, em consequência, da TVI. Para tal, não foi necessário o "conhecimento do governo", nem o "conhecimento da opinião pública". As regras de mercado não se compadecem com a hipocrisia política reinante. "" (Expresso)

Já tinhamos dado conta.

Aqui está.

Mais uma comissão de inquérito?

11 março, 2010

Submarinos à venda

Cravinho, desde que foi para o "bem bom" dum tal banco em Londres ou num outro local qualquer, sempre surge com umas dicas. Não quer ficar esquecido.

Desta vez trouxe esta.

O que vai dizer Paulo Portas?

O processo de averiguações das "luvas" pagas a alguem pela venda dos ditos ainda anda por aí, sem nada se saber. Os submarinos tem a vantagem de se camuflarem a muitas milhas da superfície, talvez por isso ainda não tenham sido apanhados nos radares da Felícia Cabrita.

«Cortar 750 milhões na Lei de Programação Militar (LPM) a eito pode ser uma coisa complicada.  Por que não encarar medidas a sério? Isto é, rever a lógica da LPM em relação às missões essenciais que as Forças Armadas devem ao Estado e, nessa revisão, porque não encarar a hipótese de vender os submarinos», sugeriu esta quinta-feira na
Rádio Renascença.

Vaticano possuido pelo Diabo

Só ao fim de todos estes anos é que este reverendíssimo padre dá à dica estas suas "certezas".

Ou será ele como os jornalistas portugueses que foram pressionados desde há anos e só agora se lembraram de o dizer?

"Aos 85 anos, o padre Gabriele Amorth já lidou com 70 mil pessoas possuídas pelo demónio. Ele é o principal exorcista da Santa Sé e acaba de lançar um livro que faz jus a uma carreira: "Memórias de um Exorcista". 
E, para Amorth, não há dúvidas de que os recentes escândalos de abuso sexual de menores em instiuições da Igreja são obra de Belzebu
"O Diabo está a trabalhar dentro do Vaticano", diz o padre Amorth em entrevista ao La Repubblica. Para o padre, as influências satânicas estão espalhadas por todo o Vaticano e são bastante óbvias nos episódios de luta pelo poder interno na igreja, entre  "cardeais que não acreditam em Jesus e bispos que estão ligados ao demónio."
A "cobertura"  da morte de Alois Estermann, o comandante da Guarda Suíça, em 1998, e do guarda Cedric Tornay, encontrado morto de forma misteriosa, é, na opinião de Amorth mais um exemplo de como o diabo vive e trabalha no Vaticano
.!(IONLINE)

Leões - Baviera

O Jumento escreve... e bem

(in O Jumento na Quinta-feira, Março 11, 2010)

""Passam-se e ouvem-se coisas muito estranhas neste país

Anda por aí muita gente a investigar se Sócrates sabia do negócio da PT como se isso fosse algo de estranho e significasse um grande golpe. Até ficamos com a impressão de que a PT iria fazer uma compra que não teria qualquer relação com a sua área de negócio ou que iria comprar a TVI ao preço da uva mijona graças à cunha do Rei de Espanha. Isto é, para os nossos investigadores de algibeira em vez de pedir aos camaradas espanhóis para influenciarem a PRISA no sentido de calarem a dona Moniz, Sócrates preferiu expor-se e mandou uma empresa maioritariamente de capitais privados com diversos simpatizantes ou militantes do PSD na sua liderança comprar a TVI. Curiosamente não foi preciso qualquer negócio para calar a dona Moniz e sobre a decisão da TVI ninguém questiona se houve pressões de Sócrates.

O resultado das manobras políticas, incluindo uma intervenção de Cavaco Silva, foi a não realização de um negócio no mercado das telecomunicações, abrindo-se a porta ao negócio à Ongoing, uma concorrente da PT. Suspeita-se do papel de Sócrates mas ninguém suspeita do facto de uma empresa ter sido impedida de fazer um negócio para facilitar o caminho a outra empresa, onde o José Eduardo Moniz aparece como número dois ao mesmo tempo que recebia uma indemnização de milhões paga pela TVI. Parece que ninguém estranha a forma como a Ongoing consegue o negócio, mesmo sabendo-se da sua posição no grupo Impresa.

É muito estranho que ninguém tenha reparado que na sua entrevista na RTP1 Cavaco Silva não tenha condenado as violações sucessivas do segredo de justiça, chegando ao absurdo de as desvalorizar invocando más leis. Isto é, o mesmo Presidente da República que andava não incomodado porque se dizia que poderia haver escutas em Belém, coisa que se veio a provar não ter passado de uma manobra de um dos seus assessores, não está preocupado a divulgação de dezenas escutas com fins políticos. Recorde-se que quando Cavaco se referiu às más leis no Congresso Nacional das Instituições de Solidariedade social referiu-se à lei do divórcio e quando se pronunciou sobre o mesmo tema na abertura do ano judicial (2009) falou em termos genéricos. Cavaco Silva deveria explicar aos portugueses quais são as tais mais leis que justificam a sua não condenação do crime.

É muito estranho que um Presidente da República diga que ninguém está acima da lei quando se refere à conclusão de um inquérito parlamentar que como se sabe não passa de um espectáculo organizado por Louçã e Ferreira Leite, mas quando está em causa a violação do segredo de justiça por gente dessa mesma justiça descobre que há más leis. Isto é, a lei é boa se Sócrates for condenado politicamente pela oposição, mas é má se for destruído na praça pública com a divulgação de escutas seleccionadas de forma manhosa. É estranho que o argumento do estar acima da lei só aplique a um inquérito parlamentar que não se rege por lei nenhuma e onde a condenação política nem permite a defesa do visado.

É estranho que em relação a um primeiro-ministro Cavaco afirme que ninguém está acima da lei, mas quando o visado foi um seu amigo e velho companheiro de governo, por ele designado para membro do Conselho de Estado o mesmo Cavaco Silva tenha optado por fazer uma declaração pública que pode ser entendida como uma declaração de inocência de Dias Loureiro (ou Dias Lotero como o o chamou).

É muito estranho que muita gente ande empenhada em questionar o carácter de José Sócrates desde o tempo em que estudava, mas quando se questionou o negócio familiar de acções da SLN por parte da família Silva se tenha desvalorizado o assunto com o argumento de que este se tinha realizado num momento em que Cavaco Silva não desempenhava cargos políticos. Isto é, o carácter de alguns políticos deve ser avaliado de forma intermitente, só contam os seus negócios enquanto forem políticos, para outros deve ser analisado a tempo inteiro.

Passam-se e ouvem-se coisas muito estranhas neste país...""

A Comissão de Ética entrou nos cuidados intensivos.

Não se esparava algo de diferente


 

"A Comissão de Ética está no mesmo sítio de onde partiu, no que diz respeito aos objectivos a que se propôs, mas deu um grande contributo para mostrar as misérias de quem tem por profissão informar. "
(Expresso – Tomas Vasques)

O Publico

Jose Manuel Fernandes foi um dos mais acerrimos criticos de Jose Socrates, a soldo de quem?

O presidente executivo da Sonaecom, Ângelo Paupério, negou hoje as afirmações de José Manuel Fernandes, segundo as quais o sucesso da OPA da Sonae sobre a PT estaria dependente da saída do antigo director do Público do cargo.

"Na minha actividade de gestor nenhum membro do Governo ou de outra entidade que teve comigo colocou essa condição", afirmou Ângelo Paupério na audiência da comissão de Ética parlamentar sobre a liberdade de expressão.

Em resposta aos deputados, o presidente executivo da Sonaecom disse: "formalmente essa questão não foi colocada, logo não poderia ser denunciada".

Em relação ao episódio em que José Sócrates manifestou a Ângelo Paupério o seu desagrado em relação a uma fotografia publicada no jornal durante a inauguração de uma escola, factos relatados por José Manuel Fernandes quando esteve presente na comissão de Ética, Ângelo Paupério afirmou: "Foi uma situação que se passou com o primeiro-ministro em público. Não acredito que tivesse qualquer intenção de pressionar. Foi um desabafo, uma crítica, que considero legítima".
(Jornal de Negócios)

10 março, 2010

Socrates ou Coelho, culpados?

É bom para Portugal ou não?

"A Mota-Engil acaba de informar, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que a Ascendi, a gestora de infra-estruturas de transportes detida pelo Grupo da construtora e do Grupo Espírito Santo, ficou classificada em primeiro lugar no concurso para a Concessão designada Paquete Noroeste ou «Farac III», inserida no Estado Mexicano de Tamaulipas e junto à fronteira com o Estado Norte-Americano do Texas" (Agencia Financeira)

Os "meninos" quizeram ser os donos e senhores de tudo por onde passaram. Mas que admiração...

Depois, vou lindo ver o que aconteceu.

""O ex-presidente da Media Capital Miguel Pais do Amaral acusou, esta terça-feira, o «casal Moniz» de ter tentado manipular a informação da TVI, garantindo que só a sua fiscalização enquanto esteve no grupo impediu que isso acontecesse, escreve a Lusa."" (TVI24)

Cavaco Silva – mau hálito

Desde há muito que se sente...

""Morais Sarmento tem razão quanto ao mau hálito, só erra ao dizer que só o sente quando ouve Cavaco Silva na televisão. O mau hálito sente-se em muita coisa que se está a passar neste país."" ( O Jumento)

Cavaco Silva em baixa

Logo se apressou a agendar umas aparições em público e na TV para ajudar a recuperação.

No mês que antecedeu os primeiros quatro anos da sua eleição, o saldo de imagem do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, caiu para o valor mais baixo desde Maio de 2006, segundo resultados do último Barómetro Político Marktest. ((Diario Digital)

TVI

Bem podem todos os administradores da PT, mesmo colocando a mão sobre a Constituição ou sobre a Bíblia, jurarem que estão a dizer a verdade, só a verdade e nada mais que a verdade na dita comissão de Etica, que "eles" não querem saber, talvez mesmo não queiram ouvir essas verdades.

O interesse pelo diz tu digo eu, mesmo sem provas, com ou sem T-shirts ou algo mais que os declarantes queiram trazer para se publicitar, sobrepoem-se a tudo.

É as estes deputados que lhes pagamos os vencimentos e as mordomias para servirem de espectadores num circo em que a maioria dos artistas pouco mais são que bobos.

Será que ainda não tomaram consciência que estão a pouco e pouco afogando a democracia no mar de lama que a comissão dita de Ética está encharcada?

"O presidente-executivo da Portugal Telecom, Zeinal Bava, desmentiu, esta quarta-feira, em declarações proferidas na comissão parlamentar de ética, ter alguma vez falado com o Governo sobre o negócio da compra de parte do capital da Media Capital, proprietária da TVI."
(Diário Digital)

Jose Niza escreve

Sempre com uma vénia para o meu amigo e antigo companheiro da Guerra de África – médico do Batalhão durante os 2 anos e picos passados nas matas de Angola.

Por:
José Niza

Nas minhas duas passagens pela RTP aconteceram me muitas e interessantes histórias. Vou contar-vos duas porque têm muito que ver com a actual conjuntura endémica do delírio paranóide e persecutório em que uma boa parte da nossa comunicação social hoje chafurda.

Quando fui director de programas da RTP uma das minhas maiores prioridades foi a programação para crianças. Foi a tempo em que o Mário Viegas fazia o célebre "Peço a palavra", a miudagem chorava com as venturas e desventuras da Heidi, ou se ria com os Marretas até às lágrimas. No Departamento de Programas Infantis  ao qual mudei nome para Departamento de Programas para Crianças   havia uma senhora chamada Maria do Sameiro Souto, casada com um senhor chamado Nuno Rocha que era director de um influente semanário chamado Tempo. A dita senhora queria à viva força que eu a promovesse a Chefe do Departamento. Mas havia lá outra senhora, por quem eu tinha grande admiração e com quem criei uma forte empatia, escritora e poetisa, que eu nomeei para o lugar. Chamava se Maria Alberta Menéres (1). Ao saber desta nomeação, a dona Maria do Sameiro ficou fula e o seu marido ficou possesso. E de tal forma que, em papel timbrado do seu jornal, me bombardeou com uma ameaçadora missiva: daí para a frente o jornal não me pouparia! E a verdade é que cumpriu a promessa: todas as semanas lá vinha uma notícia envenenada, como por exemplo, a denúncia de que eu recebia, em acumulação, dois ordenados: o da RTP e o da Assembleia da República. Podia tê-lo posto em tribunal, eram tudo mentiras, mas a verdade é que eu tinha mais que fazer. Anos mais tarde, quando voltei a ser responsável pela programação da RTP, colidi com um drama culinário: a senhora dona Filipa Vacondeus estava a terminar a sua série de programas e queria continuar. Mas, entretanto, alguém me informou de que tínhamos em stock, e prontos para emissão, 26 programas de culinária inéditos. E, assim, a dona Filipa foi de férias sabáticas. Acontecia que a senhora era casada com o senhor José Vacondeus, director do semanário O País. Foi então que o furibundo esposo me escreveu, em papel timbrado do jornal, uma carta ameaçadora, em tudo idêntica à epistolar missiva do director Rocha. E, se bem a escreveu, melhor o fez: daí para a frente, todas as quintas-feiras, lá vinham no pasquim as histórias das minhas "criminosas tropelias". Podia tê-lo posto em tribunal, eram tudo mentiras, mas a verdade é que eu tinha mais que fazer. Lembrei-me destas duas histórias ao assistir no Canal Parlamento ao inqualificável espectáculo de degradação da Assembleia da República e da dignidade dos deputados, sem respeito por si próprios, que está em cena de segunda a sexta feira na Comissão de Ética. Como é que eleitas e eleitos do povo, ridiculamente armados em inspectores Poirot, ou travestidos de Misses Marple, permitem que uma Comissão Parlamentar seja enxovalhada com exibições de T-shirts, insultos de "racistas", ou clamorosas mentiras logo desmentidas? Como é possível que todo este lixo seja de imediato injectado nos media, sem contraditório, como se se tratasse de verdades absolutas? Como é possível que numa Comissão Parlamentar, a que chamam de Ética, se façam julgamentos sumários, populares e populistas?

Quando criaturas jornalisticamente tão abjectas como José Manuel Fernandes, ex director do Público, José António Saraiva, director do Sol, ou mercenários do ódio político como Mário Crespo ou Felícia Cabrita, impunemente se permitem, sem apresentar uma única prova, incriminar um Primeiro Ministro, um Procurador Geral da República e um Presidente do Supremo Tribunal de Justiça como se todos fossem cúmplices de uma tenebrosa cabala contra o Estado de Direito e a tudo isso os deputados da oposição batem palmas e rasgam elogios, estamos à beira de um precipício moral talvez sem retorno. Em, tempos passadas, os senhores directores de jornais, Nuno Rocha e José Vacondeus, utilizaram as suas canetas para me ameaçar, e o veneno dos seus jornais para me destruir. E, ou muito me engano, ou ainda um dia o meu amigo José Sócrates vai escrever um artigo igual a este. (O Ribatejo)

Pressões e outras


Há umas e outras. Seja, cada cor seu paladar.

 
"Pressões.
Ao ler declarações de José Eduardo Moniz, hoje, no Parlamento, acusando José Sócrates, António Guterres e António Costa de pressões sobre a TVI, percebi finalmente o conceito de pressão: se telefona um dirigente do PSD ou do CDS, um Durão Barroso, um Paulo Portas, um Santana Lopes, trata-se de um telefonema de amigos, de correligionários políticos que exercem o seu direito a esclarecer uma qualquer notícia coxa, enviesada; mas se o telefonema é de um adversário político, de um qualquer dirigente do PS, por exemplo, o telefonema só pode ser entendido como uma pressão. Havia qualquer coisa que eu não entendia nestas denúncias de pressão sobre jornalistas. O José Eduardo Moniz hoje foi tão claro que eu, finalmente, percebi: o conceito de pressão está associado aos adversários políticos e não aos amigos políticos. Afinal é um conceito simples. Mas Manuela Moura Guedes não foi muito clara. O Moniz sim, explicou bem." ( Hojehaconquilhas)

PSD – versus Marcelo



Começam a chegar ao conhecimento público alguns "contras" Marcelo. Ele, que sabe tudo, tambem o saberá.Agora não tem o púlpito domingueiro para a sua habitual homília. Esperemos pelo seu reaparecimento algures por aí...

 
«O ex-ministro social-democrata Couto dos Santos, apoiante de Pedro Passos Coelho na corrida à liderança do PSD, declarou ontem que Marcelo Rebelo de Sousa não tem credibilidade para voltar a ser presidente do partido, pois "não foi capaz de dar conta do recado" quando ocupou o cargo.
"Se o professor Marcelo avançar [com uma candidatura à liderança do PSD], a política passa a ser uma batata. Quer o professor Marcelo, quer todos os que o estimulam a avançar, já tiveram a sua oportunidade dentro do PSD e acabaram por demonstrar que não são capazes de dar conta do recado", sustentou o deputado, citado pela Lusa à margem de uma visita parlamentar a Aveiro.» [Diário de Notícias]