25 fevereiro, 2010

Socrates o último a saber?

«A 21 de Junho de 2009, o ex-administrador da PT Rui Pedro Soares diz ao administrador do BCP Armando Vara que "Belém, na sexta-feira [dia 19 de Junho] à tarde, já estava com preocupações [relativamente ao negócio PT/TVI], pois terão sabido de alguma forma".

Rui Pedro Soares identifica a fonte da Presidência como sendo José Eduardo Moniz, uma vez que acreditava que, na PT, só ele e Zeinal Bava sabiam do que se estava a passar. Nas escutas interceptadas, Armando Vara terá demonstrado preocupação com a "fonte" que estava a informar o Presidente da Repúblico, Aníbal Cavaco Silva. Dias depois, Cavaco volta a ser referenciado nas escutas como alguém que "não quer" o negócio da PT/TVI. A 25 de Junho, Paulo Penedos também fala do PR em conversa com Rui Pedro Soares dizendo - na sequência da polémica e das declarações do PR e da líder do PSD - que "pode ser a morte dela e do Cavaco, que se precipitaram..." » ( DN)

Mario Crespo mentiu

Ora, toma... falar por falar!!

«O director do Jornal de Notícias (JN) assegurou ontem, no Parlamento, que não "houve censura" no caso da não publicação da crónica de Mário Crespo, que o pivô da SIC Notícias "mentiu" porque o "jornal não estava fechado" quando falou com ele e ainda porque "houve uma tentativa de acordo" e foi Crespo quem "não aceitou". José Leite Pereira entregou na Comissão Parlamentar de Ética um extracto das suas conversas telefónicas no dia em causa, provando dessa forma que falou com Mário Crespo muito antes da edição desse dia ter fechado. "O jornal fechou às 00.57 nesse dia e eu falei com o Mário Crespo às 23.06. Está registrado e a conversa durou cerca de oito minutos" informou, adiantando que as declarações do jornalista da SIC eram "pura e simplesmente mentira".»
( DN )

24 fevereiro, 2010

Medrosos?

Há medrosos e merdosos em todas as profissões, mas no jornalismo, há um excesso de ambos.

Este, esteve calado até agora, sabe-se lá porquê. Agora, porque teve alguma companhia em denúncias que não podem ser comprovadas, vem com a conversa datreta das pressões.

Pois, o BES tem todo o direto de colocar a sua publicidade onde quer.

Ao Governo cabe fazer o mesmo, ou há concurso público para a publicidade do Estado?

Não oteve no sítio no momento próprio e agora é fácil dizer disto e daquilo não apresentado provas.

Tretas.

""O director do Expresso disse hoje ao Parlamento que o semanário já foi alvo de pressões políticas e económicas, alegando ter sido alvo de boicotes quer por parte do Governo quer por parte do Banco Espírito Santo."" (DN)

Ferreira Leite – algo de errado na resposta

Ainda vamos saber mais sobres tudo isto.

""Ferreira Leite diz que soube do negócio PT/TVI 'no dia em que toda a gente soube'

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, disse hoje que soube do negócio de tentativa de compra de parte da TVI pela PT «como toda a gente soube» e «no dia em que toda a gente soube» "" (Sol)

Cuba das amplas liberdade

""Morreu hoje num hospital de Havana, em Cuba, o preso político Orlando Zapata Tamayo, depois de ter estado 85 dias em greve de fome, como forma de reivindicar que fosse tratado como "prisioneiro de consciência".

Zapata, de 42 anos, era um dos 73 dissidentes detidos em 2003, tinha várias condenações que totalizavam 36 anos e estava, desde 2004, na lista dos prisioneiros de consciência da Amnistia Internacional.

Orlando Zapata, preso desde 20 de Março de 2003, tinha sido transferido de um centro médico para detidos na capital cubana para o hospital Amejeiras."" Económico

Desculpas jornalisticas

Com a rrogância , a sobranceria e a subordinação aos seus "mais altos valores da infomação objectiva, nem pensar em tal coisa

""...a imprensa que participou no prolongado e malévolo "julgamento popular" de Sócrates deveria agora retractar-se e pedir desculpas ao visado e aos seus leitores.
 ""
( Causa Nossa )

Manuela Ferreira Leite sabia tudo...

O SOL não publicou esta parte das escutas..., sabe-se lá porquê.

"Escutas apanharam Rui Pedro Soares a contar a Paulo Penedos que a líder do PSD chegou a dizer aos 'Ongoing' que apoiava o negócio

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, está desde Junho de 2009 a par dos pormenores do negócio PT/TVI e, segundo o ex-administrador da PT Rui Pedro Soares, chegou a estar de acordo com a compra da estação televisiva. As conversas entre Rui Pedro Soares e o advogado Paulo Penedos - capturadas através das escutas do processo "Face Oculta" - envolvem a líder social-democrata, que estaria, paralelamente, a ser informada do negócio através "dos Ongoing" e "do [José Eduardo] Moniz".

Questionada pelo DN sobre se o conteúdo das escutas (ver relacionado) corresponde à verdade, Manuela Ferreira Leite limitou-se a dizer: "Ora essa, e qual é o crime que está a ser cometido por ser informada? Agora não posso ser informada? Se fui informada, isso só prova que de facto o esquema estava a ser montado e que o crime estava a ser cometido."

O momento-chave de todo este processo acontece a 24 de Junho de 2009. Nesse dia, Rui Pedro Soares encontra-se em Madrid para finalizar o contrato (o que não acontece), o assunto "rebenta" no Parlamento e Manuela Ferreira Leite dá uma entrevista na SIC Notícias onde critica o eventual negócio e mostra-se "preocupada" com uma eventual alteração da "linha editorial".

No entanto, nas conversas interceptadas nos dias seguintes e às quais o DN teve acesso, Rui Pedro Soares e Paulo Penedos revelam outras versões dos acontecimentos. É que se a 25 de Junho, o ex-administrador da PT começa por comentar com Penedos que "agora temos Sócrates que não quer, a Manuela que não quer, o Cavaco que não quer...", dois dias depois apercebe-se de que tinha sido "enganado" num esquema paralelo de que Ferreira Leite, alegadamente, tinha conhecimento.

A 27 de Junho, Rui Pedro Soares diz a Paulo Penedos que ambos foram vítimas de uma "cilada", acrescentando: "A pessoa que mais sabia deste negócio era a Manuela Ferreira Leite, mas enganou-se quando disse que o negócio estava feito, e o negócio devia estar feito uma hora antes." A decisão de recuar terá sido de Rui Pedro Soares, à última da hora, pelo que o "informador" de Ferreira Leite não terá tido tempo de a avisar. Assim, a presidente do PSD terá ido à SIC Notícias convencida de que "o negócio estava fechado."

O conhecimento que a presidente do PSD demonstrou "na entrevista à SIC" levou o ex-administrador da PT a ter uma conclusão: "Os tipos da Prisa foram instrumentalizados pelo Moniz que, de certeza, passou informações pelo menos à Manuela Ferreira Leite."

Já a 30 de Junho, Rui Pedro Soares - novamente em conversa com Penedos - possui mais dados sobre os informadores de Ferreira Leite. Excluindo "o Henrique [Granadeiro]" (chairman da PT) e "o Abílio [Martins]" (director de comunicação da PT), Rui Pedro Soares conta que no dia em que Ferreira Leite deu a entrevista à SIC "os 'ongoing' telefonaram-lhe a dizer que tinham falAdo com o PSD (…) e que a própria Ferreira Leite ia dizer na entrevista que estava de acordo com a operação porque era trazer de Espanha para Portugal um activo da comunicação social que era importante por causa das guerras com a Telefonica no Brasil".

"Alguém falou com PSD"

Em todo o processo Ferreira Leite nunca se mostrou defensora do negócio. Pelo menos, em público. E não só não apoiou a compra como na tal entrevista de 24 de Junho à SIC disse que um possível afastamento de Moniz da TVI seria "gravíssimo e escandaloso" e que tinha a "certeza absoluta" que José Sócrates conhecia o negócio.

Relatando a alegada mudança de planos de Ferreira Leite, Rui Pedro Soares desabafa com Penedos: "Alguém, desastradamente, andou a falar com o PSD para este também estar de acordo e em vez de conseguir o tal acordo foi enrolar o negócio, e foi traído". Numa conversa que também decorreu a 30 de Junho de 2009, o advogado Paulo Penedos responde que "ela [Manuela Ferreira Leite] até podia estar de acordo mas quando foi para a entrevista reuniu o staff mais directo e devem-lhe ter dito que ela não podia estar de acordo." (DN)

Hospitais Militares

Finalmente. Acabar com a s diversas "capelinhas" que são os vários hospitais militares, racionalizando meios humanos e materiais é um imperativo urgente a ser posto em prática.

Aliás, continuamos a pensar que a grande maioria das "doenças militares" podem bem ser tratadas em hospitais dos SNS.

"O ministro da Defesa anunciou hoje que dentro de dois meses vai ter "uma proposta para a racionalização" das valências na área da saúde militar, com o objectivo de ter um único hospital, com pólos em Lisboa e Porto." (Publico)

23 fevereiro, 2010

FCPorto 5 – Braga 1

Coincidências?

"Tudo coincidência, como é bom de ver. Porque não passará pela mente de ninguém pensar noutro motivo qualquer para justificar o facto de os jogadores daquelas equipas correrem muito mais e demonstrarem uma atitude muitíssimo mais agressiva quando jogam contra o Glorioso. Quando, numa das próximas jornadas o Braga se deslocar ao Estádio da Luz, veremos que qualquer semelhança entre a equipa que lá se apresentar e a que jogou ontem no Dragão será mera coincidência" KRUZES KANHOTO

Alqueva começa a gerar protestos

Uma boa altura para o Governo Português intervir junto de Espanha.

"Espanhóis proíbem barcos portugueses de navegarem nas águas de Alqueva"
( Publico )

Justiça – sem papas na língua

Sem nenhum comentário aqui fica, inteirinho, um post de ( O Jumento)

""Confiem na justiça, diziam eles

Esta deve ter sido a frase mais ouvida há uns anos atrás, quando a investigação do processo Casa Pia estava no auge, com essa frase pretendia-se sugerir que se deixasse a investigação seguir o seu curso, que permitissem que os magistrados desempenhassem as suas funções, que se aguardasse pela decisão dos tribunais. Recordo-me que os que mais usavam o processo para fins político eram os que mais repetiam a frase, recordo-me também que na época os sindicalistas do Ministério Público se desdobravam nesse apelo.

Como os tempos mudaram, os mesmos que nesse tempo apelavam à confiança na justiça são os que não querem que a justiça funcione, os que dantes queriam levar gente a tribunal querem agora que os julgamentos sejam feitos nos jornais em nome da liberdade de imprensa. Até os sindicalistas do Ministério Público que eram defensores incondicionais do então Procurador-Geral, emitem agora comunicados pressionando e questionando o Procurador-Geral da República.

Os que mais confiavam na justiça são os que agora desconfiam tanto da justiça que até andam a teorizar sobre a legitimidade de violar a lei quando estão em causa valores que elegem como superiores. Agora já não nos dizem para confiar na justiça, dizem-nos para confiar apenas no magistrado de Aveiro e na Felícia Cabrita.

Já não confiam no Supremo Tribunal de Justiça ou nas decisões do Procurador-Geral da República, só confiariam na justiça se tivessem conseguido constituir arguidos os seus adversários políticos ou se, pelo menos, conseguissem forçar a sal demissão.

Pelo menos uma vez estou de acordo com todos eles, não confio nesta justiça feita por gente muito duvidosa, gente que usa os segredos de processos judiciais para montar armadilhas políticas, ente sem escrúpulos que fala em nome da democracia para justificar métodos grotescos próprios de fascistas.

Como posso confiar na justiça se o próprio Procurador-Geral da República não pode confiar nos seus colaboradores tão próximos? Como posso confiar na justiça se dentro de um grupo restrito de seis pessoas em quem o Procurador-Geral confiava houve pelo menos uma que violou a lei e foi entregar o processo aos jornais?

Quanto recebeu o responsável por esta fuga de informação, que objectivos políticos pretendia alcançar? Das duas uma, ou estamos perante um corrupto ao mais alto nível ou face a um criminoso que não hesita em violar a lei?

Confiar na justiça? Sinceramente, confio mais os detidos no estabelecimento prisional de Lisboa do que nesta justiça e mesmo nesta política, pelo menos ali a traição é condenada, não se trai em quem confia em nós como fez alguém da Procuradoria-Geral da República, não se traem os amigos como fez um blogger que para se vender à direita usou as mensagens de mail que recebeu para lançar insinuações.

Vivemos num tempo de podridão e muitos dos que andam a questionar o carácter de personalidades políticas não passam de vermes sem princípios, gente sem princípios, bandidos que recorrem a métodos fascistas para eliminar adversários políticos e até para trair amigos.""

Fortunas dos portugueses

Que dirá disto, O PCP e o BES?

Vão arranjar uns polícias caça-fortunas para as prenderem nos cofres dos bancos portugueses?

"Os portugueses desviaram, no ano passado, 12,6 mil milhões de euros em poupanças para as mais de três dezenas de offshores, como as ilhas Caimão ou Jersey. Contas feitas, descontados já os 11 mil milhões que regressaram, o dinheiro estacionado em paraísos, ao abrigo dos olhares indiscretos do fisco, foi de 1,6 mil milhões de euros, mais de 1% da riqueza gerada no País." (DN)

Mário Crespo visto por Constança Sá

Com "jornalistas" destes não admira que o jornalismo ande de maõs dadas com as faLências.

"O que se assistiu nesta primeira semana de audições é apenas um sinal do que nos espera nos próximos tempos: uma série de egos desorbitados, várias acusações fúteis e os previsíveis ajustes de contas de que ninguém sai a ganhar. Eu sei que, neste momento, Mário Crespo é uma das vítimas da liberdade e que nessa qualidade deve, segundo alguns teóricos, ser alvo da solidariedade de todos quantos não estão "vendidos" aos interesses do engº Sócrates. Ora, eu não estou, nem nunca estive "vendida" aos interesses do engº Sócrates, mas considero que a actuação de Mário Crespo na Comissão de Ética foi um exercício deplorável que enxovalha o jornalismo e a Assembleia da República. Um exemplo, como já disse, da histeria que hoje em dia reina em Portugal. " (CM)

Rangel mentiu

Por acção ou omissão, mentiu.

Até a ficha de inscrição no CDS já apareceu nos jornais.

Um menino mentiroso à frente do PSD é mau, à frente dum governo da nação (mal vá o agoiro) é muito, mas muito pior.

Esperemos para saber das reacções das gentes do PSD para quem tem chamado desabridamente mentiroso a José Socrates, é muito mau.

"A ligação passada ao CDS pelo candidato à liderança do PSD Paulo Rangel leva um dos maiores apoiantes do seu adversário Passos Coelho, Miguel Relvas, a manifestar preocupação. Ao CM, declarou: "Não vejo mal em ter sido militante de outro partido. O que me preocupa é a tentativa de ocultar ou omitir. Não encontro razão para isso." Em causa estão declarações de Rangel nas últimas Europeias, em que não disse, preto no branco, que tinha sido militante centrista. ( CM)

Sinais de Fogo – só com fumo

A imprensa de hoje, regista pouca ou nenhuma notícia de primeira página para a entrevista de Sócrates a Miguel Sousa Tavares.

O escritor, jornalist e opinador, neste seu primeiro programa na SIC deixou-se embalar pelos argumentos de José Socrates e nem a espaços, conseguiu contrariar os argumento do Primeiro Ministro.

Claro que o painel organizado por Mário Crespo que a seguir comentou a entrevista, com a presença de críticos acérrimos do PM não deixou de continuar a bater na tecla de que nada está esclarecido sobre a PT.

Não será caso para dizer – não há pior cego que o que não quer ver?

"Ao longo da entrevista, José Sócrates conduziu sempre as suas respostas para o ataque às violações do segredo de justiça, aproveitando para atacar "aqueles políticos que, em vez de condenarem estes crimes, o que fazem é aproveitar-se deles para melhor atacar os seus adversários políticos". E recusou estar fragilizado pela sucessão de casos em que tem sido envolvido: "Não estou a usurpar o lugar de ninguém: estou aqui porque fui a votos e fui eleito pelos portugueses", frisou." (Público)

Freeport

Se por cada mentira inventada por cada jornalist, por cada político, por cada comentador, politólogo e semelhantes, caísse um "dentinho", havia por aí muito desdentado e muito trabalho nos consultórios de dentistas.


O inquérito ao caso Freeport não reuniu provas suficientes que sustentem as acusações contra José Sócrates e, por isso, o Ministério Público prepara-se para arquivar os indícios contra o primeiro-ministro, escreve hoje o jornal Público

De acordo com o diário, o inquérito está a um mês de ficar concluído e tudo indica que José Sócrates não estará entre o rol dos acusados, pondo fim às suspeitas levantadas desde 2005.

Cândida Almeida, coordenadora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DCIAP) afirma que, "ainda se está a analisar o relatório pericial da PJ", com milhares de páginas, mas outras fontes ligadas ao processo dizem que o cenário dificilmente se alterará, apesar de ainda poderem ser realizadas "diligências".  (i)

Pinto Monteiro e os Garaganta Funda

Será que o PGR, quando diz publicamente que só seis dos seus subordinados é que sabiam dos seus despachos sobre a "Face Oculta", não os pode colocar de "quarentena disciplinar" até que o assunto seja cabalmente esclarecido?

Quando nas mais altas instancias da justiça acpontecem situações deste tipo, muito mal anda a Justiça.

"Pinto Monteiro: "Só seis pessoas sabiam do meu despacho"" (I)

22 fevereiro, 2010

Jornalistas

Uma boa oportunidade.

Será que o novo Director do Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (Cenjor) se lembrará de mandar alguns jornalistas da nossa praça para uma reciclagem?

"O Centro visa "possibilitar o aperfeiçoamento e a qualificação de profissionais e colaboradores regulares, promover a adaptação a novas áreas da comunicação social, facilitar a aquisição de competências profissionais mais alargadas e apoiar a actualização e desenvolvimento das empresas do sector"."

Escutas nas “Ruas da Amargura”

E agora? Temos um "ladrão dentro de portas?

Pinto Monteiro: "Só seis pessoas sabiam do meu despacho" (IONLINE)

José Niza escreve

"Segundo o "Sol" e alguns pasquins ejaculadores do seu veneno, o tentacular plano abrange o domínio dos mais importantes órgãos de comunicação social do País: a SIC, a TVI, o Expresso, o Público, o DN, o JN, o Correio da Manhã, o Record, a Visão, a Sábado, a Caras ou ainda algumas emissoras de rádio. Tudo isto e muito mais, estaria no "rol de compras" do poder. (Só não perdoo é que este nosso jornal O Ribatejo tenha ficado de fora: acho isso uma inqualificável exclusão!).

A esta delirante congeminação falta acrescentar dois pormenores: 1º.- O custo desta montanha mediática rondaria – mais coisa, menos coisa – umas míseras dezenas de biliões de euros; 2º.- Proibindo a Lei e os costumes que o Governo entrasse no negócio, quem seria o comprador?

 Quem veja televisão, ou passe por um quiosque de jornais e leia os títulos, ficará estupefacto: o que é que se passa? Existe mesmo um tenebroso plano de controlo dos media por parte do Governo?

2.

Para começar, é certo que nenhum português com sanidade mental dentro dos limites da normalidade acredita em tenebrosos planos como este. As pessoas sabem distinguir entre a liberdade de informar e a libertinagem de acusar. As pessoas sabem distinguir entre o jornalismo das canetas honestas e o jornaleirismo de sarjeta, sórdido, nojento e doentio. Do lado de fora da barricada da verdade acantona-se uma escória de escribas e falantes, os crespos, os saraivas, os fernandes, os monizes, as manelas, as cabritas. Do outro, gente respeitada e prestigiada como Miguel Sousa Tavares, Ferreira Fernandes, ou o meu velho amigo Daniel Proença de Carvalho que numa entrevista ao "i" considerou toda esta tramóia "um plano tão estúpido, tão absurdo e tão irrealizável" que não passa pela cabeça de ninguém. Por seu lado, Miguel Sousa Tavares, no último Expresso, declarou "o nojo que (lhe) causa a revelação de "verdades" arrancadas à custa da divulgação de conversas telefónicas ou presenciais privadas, do atropelo sem vergonha ao segredo de justiça"…, e ainda que "uma vez declaradas sem interesse para a investigação, as escutas só servem para o "voyeurismo jornalístico" ou para os "julgamentos populares". Finalmente Ferreira Fernandes sentenciou que "naquela edição do Sol não estava lá nada sobre o assunto".

Quando a desagregação das mentes e o delírio vingativo das ideias chegam ao ponto a que chegaram, o único e último recurso é chamar a Psiquiatria. (Até porque a Justiça, já nem se faz respeitar, nem é cumprida). Passemos ao essencial.

3.

Há anos que Sócrates tem vindo a ser acusado de tudo e mais alguma coisa: que era homossexual, que tinha um diploma falso, que não era engenheiro, que tinha recebido luvas do Freeport, que tinha mandado fazer escutas a Cavaco e, finalmente, que tinha engendrado um plano maquiavélico de controlo da comunicação social. Apesar de tudo isto os portugueses deram-lhe duas vitórias eleitorais. Umas atrás das outras, as suspeitas e acusações foram caindo. Mas, mal uma caía, logo outras renasciam. O caso Face Oculta – uma negociata de ferros-velhos, sucatas e corrupções – converteu-se, por golpe de magia, num "escândalo" de controlo dos media. Tudo isto, para além de delirante, é maquiavélico. Mas há aqui um "esquema": estas coisas não acontecem por acaso.

Quando, no congresso do PS e noutras ocasiões, Sócrates "chamou os bois pelos nomes" e denunciou os "jornalistas" que o perseguiam com mentiras, calúnias e injúrias, o Primeiro Ministro reagiu como um cidadão comum que se sente acossado e injustiçado. E, se o fez publicamente e à luz do dia, foi porque pratica a lealdade e a frontalidade: "Quem não se sente, não é filho de boa gente"! Ou será que em Portugal todos têm direito à indignação excepto o Primeiro Ministro?

Vamos agora à raiz das coisas.

4.

Na órbita deste delírio jornalístico há oportunismo (se não mesmo cumplicidades). Refiro-me a políticos que cavalgam esta onda como Paulo Rangel, que não teve pejo em colocar de rastos a imagem de Portugal na Europa, ou Aguiar-Branco, líder parlamentar do PSD e simultaneamente presidente da assembleia geral da Impresa, proprietária da SIC, Expresso, Visão, etc. (Se fosse alguém do PS…)

P.S. –

No sábado, o Expresso divulgou uma sondagem que espantosamente ninguém comentou: o PS subia para
38 %, mais do que nas eleições; o PSD descia para 26 %; e Sócrates aumentava a sua popularidade em 2 %. Decididamente, o Zé Povinho já percebeu tudo. E está-se marimbando para tanta maquinação (O Ribatejo)