20 setembro, 2009
PS - Coimbra uma lição
Professores
Para isso os contribuintes lhes pagam. E bem
Há palhaçadas que, para além de o serem, são ridículas.
Trabalhai, ensinai. As férias do Natal estão aí, não vai tardar muito.
Num protesto convocado por movimentos independentes, os docentes concentraram-se a partir das 15 horas junto ao Ministério da Educação (Av. 5 de Outubro), Assembleia da República e Palácio de Belém. » [Correio da Manhã]""
19 setembro, 2009
Jose Niza - Manuela Moura Guedes
Com a devida vénia e com um grande abraço, pois a 04 de Outubro lá nos encontraremos, como habitualmente em mais uma almoços convívio da "rapaziada" do BCAC2977
TVI - A Minha Leitura (José Niza)
E se chegou ao meu conhecimento, mais cedo terá chegado à administração da TVI.
Nessa entrevista MMG chama "estúpidos" aos seus superiores. Aliás, as palavras "estúpidos" e "estupidez" aparecem várias vezes sempre que MMG se refere à administração.
Como é que a uma pessoa que assim "pensa" e assim se comporta, pode ser dado tempo de antena em qualquer televisão minimamente responsável?
Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer - e como sublinhou Mário Soares - esta questão não tem nada a ver com liberdade de imprensa ou com a falta dela. Trata-se, simplesmente, de um acto e de uma imperativa decisão administrativa, e de bom senso democrático.
Como é que alguém, ou algum programa, a coberto da liberdade de imprensa, pode impunemente acusar, sem provas, pessoas inocentes? É que a liberdade de imprensa não é um valor absoluto, tem os seus limites, implica também responsabilidades. E quando se pisa esse risco, está tudo caldeirado. Há, no entanto, uma coisa que falta: uma explicação totalmente clara e convincente por parte da administração da TVI, que ainda não foi dada.Vale também a pena considerar os posicionamentos político-partidários de MMG e do seu marido.J. E. Moniz tem, desde Mário Soares, um ódio visceral ao PS.
Eles sabem isto.
- 1984. Eu era, então, administrador da RTP.
Um dia a minha secretária disse-me que uma das apresentadoras tinha urgência em falar comigo: - "Venho pedir-lhe se me deixa ir para a informação, quero ser jornalista"! Perguntei-lhe se tinha algum curso de jornalismo. Não tinha. Perguntei-lhe se, ao menos, tinha alguma experiência jornalística, num jornal, numa rádio... Não tinha. "O que eu quero é ser jornalista"! Percebi que estava perante uma pessoa tão determinada quanto ignorante. E disse-lhe: "Vá falar com o director de informação; se ele a aceitar, eu passo-lhe a guia de marcha e deixo-a ir".
Dias depois, na primeira entrevista que fez - no caso, ao presidente do Sporting, João Rocha - a peixeirada foi tão grande que ficou de castigo e sem microfone uma data de tempo.
Mnauela Ferreira Leite
Como é possível que alguêm que augura ser Primeiro Ministro pensa e diz semelhantes barbaridades.
Casos como os das alegadas escutas visando a Presidência da República "já existiam há muito tempo", sustentou, criticando o facto de "surgirem no momento em que estão a surgir e de virem sempre todos do mesmo lado".
As declarações de Manuela Ferreira Leite foram proferidas ao Correio da Manhã e ao Rádio Clube Português, numa entrevista que será publicada e emitida na íntegra na segunda-feira.
"Existem muitos outros casos de natureza política gravíssimos na sociedade portuguesa que não estamos a discutir no momento em que estamos a tomar uma decisão muito importante", advogou, ressalvando ter "todo o gosto em discutir esses assuntos no momento próprio".
"Mas, neste momento, tenho oito dias para que se discuta aquilo que está em causa. E o que está em causa é demasiado sério para entender que haja desvios da atenção das pessoas, desvios intencionais, vindos sempre do mesmo lado, sobre assuntos que não surgiram hoje", defendeu.
"Não são nenhuma novidade", insistiu, sugerindo a discussão do assunto "para daqui a 15 dias", depois das legislativas.
O Diário de Notícias (DN) avançou hoje que o assessor do Presidente da República Fernando Lima foi a fonte do diário Público na sua manchete de 18 de Agosto, já em pré-campanha eleitoral, segundo a qual Cavaco Silva suspeitava estar a ser espiado pelo Governo liderado por José Sócrates.
Na mesma entrevista, Manuela Ferreira Leite manifesta receio de retaliações sobre a sua equipa se o PS ganhar as eleições de 27 de Setembro, declarando que sente esse "sério receio" pela "primeira vez".
"Tenho sério receio do que vai acontecer ou do que é que aconteceria a partir do dia 27 de Setembro se o Partido Socialista ganhasse as eleições. Do que é que aconteceria a todas as pessoas que, neste momento, formam equipa comigo. Sinto sério receio disso. Não é possível em democracia sentirmos receio disso, é a primeira vez que tal sucede", expressou.
Questionada sobre o que fazer para evitar essa situação, a líder social-democrata respondeu: "Votando contra o Partido Socialista".
"É só mudar o engenheiro Sócrates", acrescentou.
ENC: Anedota do Dia
Anedota
Um homem passa pela porta do plenário da Assembleia da República e
ouve uma gritaria que saía de dentro
"Filho da Puta, Ladrão, Salafrário, Assassino, Traficante, Mentiroso,
Pedófilo, Vagabundo, Sem Vergonha, Trafulha, Preguiçoso de Merda,
Vendido, Usurário, Foragido à Justiça, Oportunista, Engana Incautos,
Assaltante do Povo...
Assustado, o homem pergunta ao segurança parado na porta:
"O que esta acontecendo ai dentro? Estão brigando?!
"Não", responde o segurança. "Para mim estão fazendo a chamada para
saber se falta alguém".
ENC: A Corrida
A corrida dos Porcos
“Esta estória passada entre o Público e o Diário de Notícias, com o primeiro a sugerir que há escutas do Governo ao Presidente e o segundo a sugerir que foi o presidente quem "encomendou" essa estória, numa troca de textos em que já não há jornalistas nem jornalismo, mas sim marionetas manipuladas por “fontes bem informadas”, é, convenhamos, um lamaçal de contornos algo porcos.
Se for verdade que o Primeiro Ministro, para se garantir no poder, controla a actividade política do Presidente, utilizando para isso os serviços secretos... convenhamos que será um facto um pedacinho porco.
Se for verdade que, para comprometer o Governo e o PS, com o objectivo de favorecer o PPD-PSD e realizar o velho sonho da direita, “Um Governo, um Presidente”, Cavaco Silva inventa e manda “plantar” nos jornais esta estória mirabolante das escutas... convenhamos que será igualmente um facto um tudo nada porco.
É lamentável! Adaptando livremente a esta situação a célebre frase de uma antiga glória de Hollywood, direi que “O grande problema numa corrida de porcos é que o que chega em primeiro lugar nem por isso deixa de ser um porco!””
Cavaco Silva e o Público
Por Carlos Santos Sábado, 19 Setembro , 2009, 16:10
1. Fernando Lima é assessor de Cavaco Silva desde o início dos seus mandatos como PM. Uma relação que tem, pelo menos, 24 anos. Como se verifica na autobiografia do PR, é o seu assessor mais próximo e homem da sua total confiança.
2. Admitamos portanto não ser razoável pensar em Fernando Lima como um atirador furtivo que se decidiu insurgir contra o amigo de décadas. Se Fernando Lima falou com Luciano Alvarez, jornalista do Público, num encontro num café em Lisboa, Cavaco sabia. Cavaco queria. Cavaco ordenou.
3. José Manuel Fernandes confirmou, ontem, ao fim da tarde, a autenticidade do mail publicado pelo DN. Contrariando o que tinha dito ontem de manhã, em que acusava o mail de estar deturpado em partes, e contrariado Luciano Alvarez que alegava nem conhecer o mail! Nesse mail, é dito expressamente que Fernando Lima estava autorizado pelo PR a contar a história das alegadas suspeitas de escutas ao Público. Considerando os pontos (1) e (2) isto parece óbvio. Fernando Lima não o faria sem Cavaco saber.
4. A primeira conclusão é portanto que Fernando Lima revelou ao Público as alegadas suspeitas do PR com a conivência de Aníbal Cavaco Silva.
5. Admitindo, sem conceder, que o PR tivesse essas suspeitas, há, desde logo, aqui um erro grave de conduta. Suspeitas de um PR não se divulgam por jornais: o PR pode fazer comunicados ao país; pode pedir às autoridades que investiguem; pode pedir explicações ao Governo. Não fez nada disso. Cavaco usou uma relação do seu assessor com um orgão de informação para plantar uma notícia! É este o comportamento institucional que se espera de um PR?
6. José Manuel Fernandes agitou, ontem pela manhã, a bandeira do Público estar a ser espiado pelo SIS, em função da notícia do DN. Sucede que José M Fernandes sabe, porque o provedor do Público o revelou Domingo passado!, que Francisco Louçã denunciou Fernando Lima em entrevista há duas semanas. Admitindo que os disparates do director do Público ainda não são compatíveis com ele pensar que o Serviço de Informações e Segurança andaria a trabalhar para o líder do BE, a tese da espionagem do SIS cai por terra.
7. É aliás ridículo supor que uma intervenção do SIS seria necessária. Uma cópia impressa do mail pode facilmente circular para fora do jornal.
8. Ontem, pelas 22h, José Manuel Fernandes admitiu à SIC N que nada, mas nada, levavam a indiciar violação do sistema informático do Público. Afinal, o SIS já não teve nada a ver com o assunto. O que iliba o PM e o Governo. Porque não noticiou isto a estação amiga de Queluz, hoje, às 13h, mantendo a suspeita infundada sobre o Governo? Porque insistiu MFL neste caso, quando JMF já tinha deslocado o seu alvo do SIS e do Governo para o DN? Porque não destaca isto o Público, na sua edição de hoje?
9. Onde pára Tolentino Nóbrega, o jornalista que o Público encarregou de investigar o caso onde ele se terá passado: na Madeira. E terá concluído, segundo o provedor, que o representante do Governo nada fez que indiciasse estar a vigiar a visita de Cavaco ao arquipélago em 2008? Porque não é dada voz no Público, nem agora nem na peça de Agosto, que noticiou as alegadas escutas, ao jornalista que investigou o caso e conclui não ter este fundamentos?
10. Porque não reagiu o Público por sua iniciativa às declarações de Louçã? Porque não respondeu o Público? Porque não noticiou? Porque não respondeu JMF quando eu próprio o interpelei directamente sobre as declarações de Louçã e o silêncio do Público no twitter, aqui?
11. O Público preferiu não noticiar a investigação do jornalista na Madeira, nem as declarações de Louçã. Deu apenas a versão de Fernando Lima. Que era a de Cavaco. A isto chama-se servir uma causa. Não se chama jornalismo.
12. E finalmente, se Cavaco não fala, está interessado em perpetuar o clima de suspeitas? E porquê? A uma semana das eleições quem quer o moderador e árbitro, alegadamente independente, favorecer?
O silêncio de Cavaco é mais revelador que mil palavras... [ in Simplex]
Mnauela Ferreira Leite
Cavaco Silva - agora nem já o suporto
Vila Fria - Ex-Vila da Arte
18 setembro, 2009
O «Bloco» e a classe média. Para onde vai o Bloco de Esquerda?
É claro: o Bloco de Esquerda ambiciona substituir-se ao PS como força de governo alternativa à direita. Francisco Louçã não se cansa de o repetir. Não se alia a ele, quer substituir-se-lhe. É natural e legítimo. É esta a vocação dos partidos políticos. Mas não sei se é a dos movimentos. Esta opção tem, todavia, um problema, que passo a enunciar. O PS corresponde a um espaço de valores, de ideais e de programas que vem sendo definido como socialismo democrático ou social-democracia, onde a liberdade (individual) ocupa uma posição decisiva ao lado da igualdade, entendida como igualdade de condições e de oportunidades, onde ao Estado cabe garantir os bens públicos essenciais. Este espaço político tem uma longa história e nele tem vindo a reconhecer-se uma faixa muito consistente dos eleitores de meio mundo. É por isso que os partidos socialistas se têm constituído como as verdadeiras forças alternativas quer à direita quer às esquerdas igualitaristas e radicais. Este espaço está lá, não é uma construção mental ou um resultado artificial do consumismo eleitoral. Está lá e, sendo a identificação concreta dos cidadãos com este espaço variável, não o é suficientemente de modo a mudar a distribuição essencial da representação política. As variações mais significativas têm-se verificado sobretudo em conjunturas muito especiais, com lideranças fracas e titubeantes, em períodos de crise ou, então, motivadas por fracturas, muitas vezes graves, como aconteceu em França ou em Itália. Mas, no essencial, o espaço sempre continuou a ser ocupado por estes partidos.
«Partidos-âncora» e »Partidos-charneira»
Poderia fazer um raciocínio equivalente para a direita moderada, democracias cristãs, republicanos ou conservadores. E elencar casos em contexto histórico: democratas e republicanos, trabalhistas e conservadores, democracias cristãs e sociais-democratas, socialistas e populares. A história dos partidos nos últimos 60 anos dá-nos bem conta desta bipolarização essencial. Mas dá-nos também conta da emergência de «partidos-charneira», que nunca conseguiram ocupar o lugar dos «partidos-âncora», acabando por aliar-se com eles. Os liberais e, depois, os verdes, na Alemanha. Os socialistas em Itália, aliados da direita, desempenhando o PCI o papel de «partido-âncora» da esquerda moderada. Os liberais em Inglaterra, embora prejudicados pelo sistema eleitoral inglês. Em França, a bipolarização verificou-se também entre o PS e os gaullistas ou os liberais da UDF, de Giscard’Estaing. Em boa verdade, só em 1981, com Mitterrand, esta se viria a concretizar. Em Portugal, o CDS/PP tem assumido algumas vezes a função de «partido-charneira» (com o PSD e, uma vez, com o PS) e Paulo Portas não esconde esta sua vocação, assumida também como aspiração. Mas o mesmo não acontece à esquerda: nem com o PCP, pela sua rigidez político-ideológica, nem com o «Bloco», embora até possa parecer plausível, pelas suas características, uma sua aspiração a «partido-charneira», à esquerda.
«Middle-class»
Mas a verdade é que estes grandes espaços político-ideológicos, de centro-esquerda e de centro-direita, de que falo, estão lá, não são invenções de iluminados, correspondem a sentimentos fundamentais perante a vida de grandes faixas das populações, em ambientes politicamente estáveis. Correspondem a uma relação complexa com a vida que envolve muitas variáveis, sobretudo aquelas variáveis que resultam das experiências microcomunitárias (da família à aldeia, ao bairro, à freguesia). Uma relação avessa aos experimentalismos sociais, cheia de mediações e de rituais quotidianos de convivência, amiga da estabilidade e das microcomunidades naturais, pouco propensa a radicalismos e com uma dose razoável, e saudável, de individualismo proprietário. Estes espaços não se reconhecem no experimentalismo social nem se identificam com os voluntarismos construtivistas, sejam eles de esquerda ou de direita. Hoje, muitos designam estes espaços como lugar onde respira politicamente a «middle class», a nova classe média.
Que modelo de desenvolvimento?
Ora, perante isto, como pode o Bloco aspirar a substituir-se a um partido que vem mantendo, ao longo da sua história recente, uma representação política tão consistente, como o PS, com cerca de 35% do eleitorado, em média, nos últimos 35 anos, ou seja ao longo de todo o arco desta III República? Como consegui-lo, mantendo esta monumental indefinição identitária do Bloco de Esquerda, que começa logo na sua caracterização como partido ou como movimento e que termina por não conseguir definir uma identidade diferente daquela que sempre foi, afinal, própria dos partidos socialistas, nem capitalistas nem burocráticos? Louçã diz-se republicano, laico e socialista. Precisamente. Não se diz revolucionário. Mas isto quer dizer que ele pretende promover o verdadeiro Partido Socialista Reconstruído? Como consegui-lo, mantendo aquela dualidade corpórea das suas tendências internas, mais radicais, que, mantendo-se como partidos/movimentos autónomos (falo sobretudo do PSR e da UDP), se exprimem também como «Bloco», virtual frente destacada para a democracia burguesa? Como consegui-lo, mantendo um projecto político fortemente fragmentário, com propostas isoladas que não conseguem referenciar um concreto modelo de desenvolvimento, a não ser por via negativa? Taxar os ricos, acabar com os offshores, democratizar a economia (eufemismo para designar a superação da propriedade privada dos meios de produção), nacionalizar bancos, seguradoras e empresas de energia, castigar o capital financeiro, impedir administrativamente os proprietários de gerir livre e eficazmente as suas empresas (sem as transformarem em instituições de solidariedade social), acabar com os benefícios fiscais à classe média, na poupança, na saúde e na educação, etc., etc., são propostas, mesmo assim, insuficientes para determinar um modelo de desenvolvimento, nem capitalista nem burocrático. Como insuficiente é identificar-se como proprietário de causas que, afinal, são comuns ou transversais aos outros partidos (emancipação da mulher, luta contra as discriminações, defesa do eco-sistema, igualdade de género, luta contra o racismo…), pela simples razão de serem causas civilizacionais. Finalmente, como consegui-lo, persistindo na obsessão de federar todos os descontentamentos, gritando sempre pelos direitos e nunca pelos deveres ou colocando os deveres sempre dum lado e os direitos sempre do outro?
Tabloidismo político
Mantendo tudo isto, não consigo compreender como é que um partido (ou movimento) destes pode ocupar uma faixa eleitoral maioritária na nossa democracia. Tanto menos se compreende que Louçã, nas inúmeras entrevistas em que se vai desdobrando, diga cada vez menos, ou seja, praticamente nada, sabendo-se, afinal, cada vez menos de um partido que aspira a crescer cada vez mais. A não ser que essa seja uma mera táctica eleitoral, mero tabloidismo político em busca de audiência (eleitoral). Louçã fala de agendas escondidas. Mas ele vai mais longe: esconde a sua identidade política atrás de um enorme reposteiro de medidas avulsas de inspiração anticapitalista, proto-socialista ou vagamente comunista. Mais: Louçã diz não querer crescer à custa do eleitorado comunista, mas sim do eleitorado socialista, imaginando que esse eleitorado possa um dia vir a reconhecer-se num movimento/partido sem identidade ou com identidade escondida, lá onde se cimentam todas as tendências do imenso caldeirão ideológico submerso, federando descontentamentos e exibindo apenas uma «ideologia do negativo».
Ora eu não creio que a história dê razão a Louçã e aos pequenos taumaturgos que pululam no «Bloco». Também não creio que, com esta identidade submersa, possa representar uma classe média que, apesar da sua maior instabilidade ideológica, da sua mobilidade profissional e patrimonial, dos seus interesses corporativos conjunturais e do seu nomadismo cultural, se rege por padrões de estabilidade, de segurança, de liberdade e de complexidade existencial algo incompatíveis com o movimentismo político-ideológico e fracturante do «Bloco».
Tudo isto, independentemente das fracturas internas que sobreviriam se o «Bloco» renunciasse ao seu ADN, como partido do descontentamento, sendo chamado às responsabilidades governativas, e das ondas de choque que uma sua acção política reformista (nem iconoclasta nem revolucionária) desencadearia nos grandes grupos sociais com fortes interesses corporativos instalados.
Noutro lugar («Para onde vai o Bloco de esquerda?») designei por «angústia feliz» as dores por que um bloco em crescimento já está a passar, a começar pela crescente afasia identitária do líder. Imaginemos o que não seria se ele crescesse eleitoralmente muito mais.
Mesmo assim, a pergunta que cada vez mais será feita é esta: será capaz o «Bloco» de descer ao compromisso, viabilizando uma solução governativa de esquerda sem correr o risco de implodir? Esta, a pergunta. Este, o desafio. Esta, a angústia. [ in Simplex]
Manuela Ferreira Leite e o D Quixote
Dom Quixote, quando partiu em busca de aventuras, confundiu os moinhos com inimigos e investiu contra eles julgando que eram ajudantes da feitiçaria. Séculos depois, sem Sancho Pança, Manuela Ferreira Leite investe contra o TGV com as certezas do fidalgo que cavalgava o Rocinante.
O TGV é o moinho de vento de Manuela. A líder do PSD faz da leitura dos livros de cavalaria a sua política. Se quer ser a versão portuguesa do Dom Quixote, Manuela comete os equívocos daquele e confunde uma manada de ovelhas com um exército inimigo. ... continua [In Jornal de Negócios]
Quem lá esteve não se importa de lá voltar
Memória. Fonte Luminosa. Oportunismo.
Por Tomás Vasques | Sexta-feira, 18 Setembro , 2009, 15:48 – [ In Simplex]
Os argumentários políticos estão cada vez mais afanados. O PSD passou meses à sombra dos ataques políticos de Francisco Louçã e do BE ao primeiro-ministro, seguindo a «estratégia» de que quanto mais o BE subisse eleitoralmente mais possibilidades o PSD teria de ganhar as eleições.
Manuela Ferreira Leite, no debate com Francisco Louçã, disse meia dúzia de vezes que estava de acordo com o dirigente do Bloco. Agora, depois de tanta simpatia derramada sobre a extrema-esquerda (por oportunismo táctico), é que, quase a mijarem-se pelas calças abaixo, vêm alertar contra o perigo «revolucionário» de um governo PS-BE.
O PSD pode dormir descansado, como no passado, porque o PS tem história, tem memória e encabeçou, só para exemplo, a grande jornada pela liberdade e pela democracia na Fonte Luminosa.