Um dos maiores problemas dos nossos politicos é conhecerem mal "o estrangeiro".
Qunado ouvi falar Menezes, veio-me à ideia de uma conhecida figura pública, infelizmente já falecida, que dizia a um familiar meu: "Vou dezenas de vezes a Paris e você, que só lá foi duas vezes, está-me a falar de imensas coisas que desconheço"
A grande verdade está aí.
Os politicos passam a vida a andar de avião, de carro de lado para lado e de hotal para hotel.
Não descem à rua, não fazem milhares de quilómetros de comboio ou de carro, conhecendo as pessoas e as realidades que as rodeiam.
Para falar de Espanha e dos espanhóis, será preciso conhecer bem essa realidade.
Na sua grande maioria o seu povo nada tem a ver com o nosso, a sua vida no dia a dia é muito diferente do nosso, a sua cultura, a sua instrução, a defesa dos seus valores históricos e patrimoniais, a defesa de tudo o que "é espanhol" tem um imenso significado para um qualquer espanhol, mesmo que de "nacionalidades" diferentes.
Um pormenor importante, está no seu avanço tecnológico, a todos os níveis.
A rentabilidade e a rendibilidade dos seus investimentos, a maneira de actuar do tecido empresarial dos "nuestros hermanos" nada tem a ver connosco.
Aliás, pode comprovar-se com as aquisições das propriedades no Alentejo e os investimentos que aí estão a ser feitos aproveitando as potencialidades do Alqueva. Os portugueses continuam calmamente a "fazer a siesta" enquanto eles trabalham. Apenas dizem que não tem financiamento . . ., o costume.
Não creio que Menezes saiba o que está a dizer, relativamente ao aproximar dos impostos.
A economia paralela espanhola, aquela que foge, que ainda consegue fugir aos impostos é enorme.
Mesmo assim, os espanhóis arrecadam em impostos muito mais do que gastam com os diversos serviços públicos. Vão utilizar agora parte dessas verbas em excesso, para relançar a quebra dos investimentos privados, com investimentos públicos.
Aqui, relativamente ao tecido empresarial português, o que tem feito ?
Sem a aposta dos empresários que faz subir a economia, para gerar receitas para fazer baixar impostos.
Os nossos empresários querem investir hoje 10 para amanhã arrecadarem 100 e receberem ainda algum subsídio do Estado e não pagarem 1 centimo de impostos.
Sr, Menezes visite Espanha, fale nas "calles" e nos "bares" com os espanhóis e saiba como eles trabalham,e investem e rentabilizam o seu capital.
Fale com os empresarios portugueses e por exemplo, pergunte-lhes porque razão não fabricamos uma "agulha de coser" ou um "clip" ?
Pergunte a um propriétario de um conhecido restaurante do Norte do nosso Portugal, porque razão as botoneiras para accionar o alarme de incêndio tem escrito "FUEGO" em vez de "FOGO"
Na sua região, no Norte, usa-se muito o termo "treta", pois então, deixe as "tretas" não esqueçendo que há muita coisa que se aprende fora dos aviões, quartos de hotel ou reuniões de partidos políticos.