25 julho, 2012

Moita Flores deixa Santarem por doença ou por...

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores, pediu a suspensão do mandato por 90 dias, devido a "problemas de saúde que exigem cuidado especial e tratamento prolongado, além da necessidade de cumprir obrigações que assumi na minha vida literária".

O pedido de suspensão foi aprovado esta segunda-feira na reunião da Câmara de Santarém, com os votos da maioria PSD e as abstenções dos dois vereadores do PS. O socialista António Carmo disse ter "todo o respeito em relação aos motivos de saúde, porque com a saúde não se brinca".  Desejou "rápidas melhoras" a Moita Flores que "que estes problemas de saúde que o impedem de ser presidente da Câmara de Santarém não impeçam e não afetem o trabalho da pré-campanha eleitoral da sua candidatura à Câmara de Oeiras".

Já os motivos relacionados com as "obrigações da vida literária", os vereadores do PS dizem não os compreender. António Carmo sublinhou que "Moita Flores sempre exerceu a sua atividade literária escreveu vários romances e argumentos de novelas de televisão, e sempre conciliou essa atividade com a de autarca durante estes 7 anos". Por isso, consideram que "este motivo pode ser questionado e, se tem obrigações tem-nas com o eleitorado de Santarém que o elegeu em 2009 para exercer o cargo por 4 anos". "A atividade literária nunca esteve em causa e Moita Flores até disse um dia que iria escrever um livro sobre os autarcas e a política de Santarém. Ora, com esta já são cinco reuniões a que Moita Flores não preside, situação que só por si já é uma novela. Quando escrever o tal livro não se esqueça de dedicar um capítulo a esta situação", recordou o vereador do PS.

"Moita Flores já trocou Santarém por Oeiras, sem ter resolvido os problemas os problemas de Santarém, que até agravou, fazendo aumentar o endividamento, que era de 50 milhões quando recebeu a Câmara há 7 anos, para os atuais 100 milhões de euros de dívidas".

"Não podemos aceitar que atirem areia para os olhos, não somos pategos, exigimos respeito e consideração; Moita Flores até podia alegar saturação da vida autárquica, mas não, é a ambição de presidir a um concelho com mais visibilidade que o move", afirma o vereador António Carmo, considerando que "os munícipes irão certamente mostrar o seu descontentamento por esta gestão desastrosa do PSD na Câmara e não terão problema nenhum em mudar como já o fizeram antes quando não gostaram da gestão autárquica".

O presidente em exercício Ricardo Gonçalves respondeu que "os números da dívida já foram explicados e não são aqueles que o vereador está a referir, a dívida em 2005 era superior a 50 milhões e a atual é de 97 milhões, incluindo o valor de 17 milhões da compra da EPC". Ricardo Gonçalves sublinha que "a obra de Moita Flores fala por ele", sublinhando a "assertividade e a visibilidade que deu a Santarém".

Ricardo Gonçalves sublinha que "Moita Flores deu muito de si a Santarém nestes 7 anos, com reflexos na sua saúde, e se escreveu livros isso demonstra a sua grande capacidade de trabalho".

Para Ricardo Gonçalves, "na história da Câmara de Santarém há um antes de Moita Flores e um depois de Moita Flores, pela obra notável que deixa no concelho, com os eixos prioritários de desenvolvimento concretizados".

Esta é a primeira suspensão do mandato pedida por Francisco Moita Flores. Antes esteve de baixa médica em maio, depois desde junho gozou o seu período de férias, e deu agora entrada a este primeiro pedido de suspensão de mandato por três meses que se poderá prolongar por um período máximo de um ano, passando o cargo de presidente a ser desempenhado pelo vereador Ricardo Gonçalves que já vem assegurando as funções nas ausências de Moita Flores que já está a preparar a candidatura à Câmara de Oeiras.

Entretanto, Moita Flores apresentou-se no dia 6, aos militantes do PSD de Oeiras, partido pelo qual se deverá candidatar nas autárquicas de 2013. Após a decisão da Concelhia do PSD de Oeiras, falta agora apenas a confirmação da Distrital do PSD de Lisboa e da Direção Nacional do Partido, para que se confirme definitivamente a sua candidatura. ( oribatejo )

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