Tudo mal.
Surpreendeu meio mundo tal o inusitado da alegada situação, minou as já difíceis relações institucionais entre Presidente da República e primeiro-ministro e aniquilou esta campanha eleitoral, sobrepondo-se e abafando todos os outros assuntos que importava discutir. Isto por um lado. Por outro, mal se compreende a actuação do Presidente da República que, por mais voltas que dê, não se vê como possa sair desta situação sem nódoas no casaco, tal o lamaçal em que se transformou a questão. Se existia caso, haveria que, em tempo, dele tratar nos devidos termos. Se não existia e era apenas o produto de uma maquinação urdida por um assessor tão imaginativo quanto irresponsável, haveria que ter colocado fim à história e o assessor no olho da rua.
Calendários impossíveis.
Comunicação ao país.
Tanto tempo.
Preocupação.
Há motivos bastantes para estarmos todos muito preocupados, tanto mais que o Presidente dá mostras de ter perdido sentido de oportunidade de intervenção. É mais uma coisa grave a juntar à gravidade da coisa toda.____
Rita Marques Guedes, Jurista

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