Tomás Vasques diz:
Inverno quente (2).
Ninguém pode achar mal a qualquer proposta de criação de comissões de avaliação ou investigação parlamentar ou de seguir os passos de Evo Morales, o recém reeleito presidente da Bolívia, quanto ao enriquecimento ilícito e ao sigilo bancário para «investigar la fortuna de algunos políticos y empresários». Quanto maior for a transparência, melhor a democracia. E pelos vistos vamos estar todos unidos nesta luta, já que leio nos jornais: «O Bloco de Esquerda apoia a ideia do PSD de a comissão de Defesa Nacional fazer uma avaliação ao incumprimento das contrapartidas às empresas portuguesas dos negócios de compra de material militar.» Não se esqueçam, porém, de uma coisa: estamos a viver um momento único da nossa história contemporânea (não abarcada pelo estudo de Rui Ramos), uma convergência de astros de difícil conjugação: um maoista é o ideólogo do PSD, um trotskista do BE e um estalinista do PCP. Aproveitem a ocasião porque nem daqui a mil anos teremos outra conjugação de astros tão favorável.
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