15 outubro, 2010

Passos Coelho, assim mesmo

O homem que já afirmou que "pior do que não ter um Orçamento do Estado é ter um mau Orçamento do Estado" é o mesmo que admitiu que "a realidade que se nos oferece" é que depende do PSD "a salvação do país". Ah, e também que Portugal está na iminência de, "se o PSD não viabilizar este Orçamento, não ter crédito externo e de não ter financiamento para o país", coisa pouca, evidentemente. Isto foi na segunda-feira à noite. Na terça-feira, o líder do principal partido da oposição mudou outra vez de ideias. Invocando Sá Carneiro, a alma mater social--democrata para a mitologia das rupturas, voltou a acenar com o chumbo, uma vez "que um partido com a história do PSD não pode ceder" a "chantagens" e não quer "contribuir para mais desemprego em Portugal, para mais falências em Portugal, para mais recessão em Portugal, sabendo que isso não valerá de nada".

Alguém se entende? Alguém percebe este discurso? Se o líder diz que "o PSD não pode deixar de ajudar a melhorar a situação do país, mas deixar passar o Orçamento como aquele que o governo manifestou intenção de apresentar não é melhorar a situação", podemos deduzir que chumba. Se nos reportarmos ao discurso da véspera, em que Pedro Passos Coelho afirmou que o seu único critério é que "como poderá ajudar o país a passar este momento difícil", podemos deduzir que se abstém.

A conclusão terrível de que o que Pedro Passos Coelho diz não se escreve e de que haverá sempre a hipótese de mudar de opinião no momento seguinte não é entusiasmante para quem gosta de oposições fortes e alternativas de governo. Sim, o que Sócrates diz também não se escreve - e desde que chegou ao governo reescreveu várias vezes a história. Mas de Passos Coelho, novíssimo na liderança, até alguns cépticos se tornaram crentes numa possível alternância.

Se a total indecisão de Passos Coelho face ao Orçamento é sincera, o cenário é assustador. Se se trata de manipulação com o objectivo de aparecer como o "salvador da pátria", é de uma ingenuidade incrível. Depois de ter conseguido que o PS passasse o Verão a atirar-lhe à cara a revisão constitucional e o Estado social, Passos Coelho conseguiu agora tornar-se no centro das atenções - quando o que devia estar no centro das atenções era mesmo o tal mau Orçamento, já suficientemente conhecido e relativamente ao qual o PSD não apresentou nenhuma alternativa. Agora pede ao governo para ouvir as suas propostas, mas a verdade é que, nesta altura do campeonato que já vai longo ainda não apareceu nenhuma.

Passos Coelho afirmou esperar que o partido se reveja na opção que vier a tomar e está aborrecidíssimo com a pancada que tem levado, mesmo dentro do próprio PSD: queixa-se de que "muitas pessoas hoje - algumas até dentro do PSD - acham preferível obrigar o PSD a mudar de posição do que sugerir ao PS que tenha juízo, que ouça o país e que faça o que é preciso". Deixou um desabafo-lamento: a "verdade é que nenhum dos que fazem o apelo" tem de decidir e que "teria preferido ser presidente do PSD num tempo em que este problema não se colocasse". Ora, um presidente do PSD tem de lidar com todos estes problemas e se for eleito primeiro-ministro com outros piores. Como Passos Coelho conseguiu em seis meses deitar ao lixo um gigantesco capital político com a delicadeza do elefante na loja de porcelanas é um mistério. Para quem gosta da existência de alternativas de governo, sejam de esquerda ou de direita, tudo isto é um aborrecimento

14 outubro, 2010

Passos Coelho fala, fala, mas...



Porto Salvo - Pormenor


Camaras Municipais sem verbas

Alarme.
Sem verbas para as refeições dos alunos?
Que cortem nas viaturas sem distintivo que são fornecidas a muitos funcionarios para uso privado, nas almoçaradas com funcionários, nos passeios com os reformados, nas festas de fim de ano, etc, etc.
Há muito por onde cortar...
"Passos Coelho deve, por estes dias, deleitar-se com o facto de se fazer passar por Nossa Senhora de Fátima. Está a esticar a corda até ao limite. Os 3 pastorinhos – Eanes, Soares e Sampaio – já lhe pediram o milagre. De resto, os peregrinos acotovelam-se, uns atrás dos outros, a pedir mesinhas orçamentais: Durão Barroso, Francisco Pinto Balsemão, Marcelo Rebelo de Sousa, Manuela Ferreira Leite, Vasco Pulido Valente, Pacheco Pereira, Miguel Sousa Tavares, Pedro Santana Lopes, Medina Carreira, Marques Mendes e por aí fora. Hoje, foi a vez dos banqueiros. Até Pina Moura lá foi bater à porta. Não sei o que se vai passar depois da aprovação do OE, mas tudo isto tem ar de lhe estarem a preparar o velório. Político, obviamente."

Pedro Passos Coelho

Merece uma referencia destacada no dia de hoje.
Porque ontem não apareceu nos ecrans das TV, porque saiu da reunião com os banqueiros sem dizer as banalidades do costume, porque ficamos a saber que os banqueiros preferiram dizer-lhe de viva voz as suas contribuições e opiniões para o OE que o PSD pediu pela Internet.
Foi optimo não o ver, com aqueles seus gestos teatrais e ouvir o som das suas palavras entrameladas.

Associação de moradores de Vila Fria

Continuamos sem notícias dos resultados da assembleia constituinte da Associação de Moradores de Vila Fria

Incendio


Telemóveis

O editor da notícia faz uma dedução digna de Prémio Nóvel.
Não se lembrou dos muitos que não tem telemóvel?
Para 10 milhões de portugueses :

"14.909.595 era o número de assinaturas de telemóvel em 2008, para uma população residente de 10.627.250 pessoas. Cada português tem, em média, mais que um telemóvel."

Vasco Graça Moura - opinião da treta

Esqueceu-se de escrever o mais importante: há quantos anos e de que mais Partidos?
"Estas coisas do PEC III são uma treta miserável que beneficia o Partido Socialista e as inenarráveis criaturas que em nome dele andam há anos a esfarrapar o País e a gerir os seus destinos num resvalar imparável em direcção à ruína. "

13 outubro, 2010

Comunistas Chineses pedem liberdade de expressão

Que dirá o nosso PCP sobre este tema?
" Um grupo de 23 veteranos do Partido Comunista chinês enviou uma petição ao Congresso Nacional do Povo onde pede liberdade de expressão no país, no respeito da Constituição."

O papa

Chegou tade.
O desastre aconteceu.
Foram os "homens" que resolveram a situação.
As preces e os cricifixos no dia de hoje nada adiantam.

" O Papa Bento XVI enviou 33 terços benzidos para os mineiros chilenos e garantiu que continua a rezar por eles"

Juridiquês

Bem, mas só em 2012? Porquê?
E as sanções? Nada.
Significa que tudo ficará na mesma?
O "juridiquês" tem os dias contados no Diário da República. Foi ontem publicado o Regimento do Conselho de Ministros que aprova as regras de legística de actos normativos. O que, traduzido para português corrente, corresponde a indicações para tornar as leis entendíveis para o cidadão comum. Mas as novas regras de bom português legislativo só entram em vigor no início de 2012. E não há sanções para quem não as cumprir.

ONU - Portugal eleito

A hipocrisia de alguns partidos enoja.

"À terceira foi de vez: Portugal conseguiu um lugar como membro não-permanente do Conselho de Segurança, a partir de Janeiro de 2011, depois de obter uma maioria de 150 votos dos outros países-membros das Nações Unidas. Mas só à terceira ronda, e depois de o Canadá retirar a sua candidatura." (Público)

PESCA

Douro - algures


S. Martinho do Porto - Covos


12 outubro, 2010

Emidio Navarro - Escola Comercial e Industrial - Almada

Foto do "meu" tempo. O saudoso mestre, director e "fundador" da escola - Dr Orlando Pinto Baptista (falecido)
Deixamos sempre um pouco de nós por onde passamos. A "escola", a nossa primeira escola, aquela que nos inicio a nossa formação como "homens" deixa ficar bem cá no fundo do nosso coração uma enorme saudade. Saudade e reconhecimento pelo muito que nos ofereceu, na dádiva do conhecimento, na formação do nosso carácter, na mão cheia de amigos, colegas e mestres, que perduram para toda a vida.
Está hoje uma escola renovada.

Todos devemos ficar felizes. (Emidio Navarro) e (Ass Antigos Alunos)

João Salgueiro - e a tantos outros para recordar

Jose Niza escreve:
Por: José Niza
1. Se bem me lembro, foi há 29 anos – mais precisamente em 4 de Setembro de 1981 – que o ex-ministro das Finanças da Aliança Democrática de Sá Carneiro e Freitas do Amaral, João Salgueiro, deu uma entrevista em que afirmava: “Portugal vive actualmente do crédito para pagar despesas correntes, para pagar importações de carne, trigo ou gasolina. Neste momento o problema é que um dos maiores pesos da dívida pública já é substitído pelos juros e pelas amortizações das dívidas anteriores. Já estamos a endividar-nos para pagar a dívida antiga.”
E o que fez então João Salgueiro? Tomou medidas drásticas e impopulares para combater a crise? Baixou salários? Aumentou os impostos?
Não. Limitou-se a entregar o País ao FMI e a obrigar Mário Soares e Ernâni Lopes a apertarem o cinto aos Portugueses e a tapar os buracos que a AD abriu.
Passadas quase três décadas, o mesmo João Salgueiro teve o descaramento de vir à televisão acusar Sócrates e Teixeira dos Santos por terem criado, agora, a dramática situação que ele descreveu há 29 anos!!!
Mas há mais.
2. Se bem me lembro – e espero que os mais velhos não estejam esquecidos _ desde o 25 de Abril de 1974 foi sempre o PS e os seus governos que apagaram os incêndios ateados pela incompetência dos outros.
Foi assim em 1977 com os desvarios e a ressaca do PREC.
Foi assim em 1983 com a intervenção do FMI causada pela ruinosa governação da AD e do seu super-ministro João Salgueiro.
Foi assim em 2005 quando Sócrates e Teixeira do Santos tiveram de impôr sacrifícios para reduzir o défice de cerca de 7% para menos de 3%. E quem criou este descalabro das finanças públicas? Pois – se bem me lembro – Durão Barroso, Santana Lopes, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix.
Se há um partido em Portugal que em matéria de finanças não tem a mínima legitimidade para criticar o PS, esse partido é o PSD. Ou já chegámos ao desplante de serem os pirómanos a condenar os bombeiros?
3. Se bem me lembro – e espero que não seja só eu – Passos Coelho, antes de ser presidente do PSD, prometeu que com ele no governo por cada cinco funcionários públicos que deixassem o Estado só entraria um. Se esta irresponsável loucura neo-liberal viesse a ser cometida, em poucos anos desapareceriam da função pública 600 mil trabalhadores, tantos como os desempregados que hoje temos. E o desemprego, em vez dos actuais 10%, subiria aos 20%.
Hospitais, escolas, tribunais, forças de segurança, até os serviços de recolha do lixo, ficariam paralisados e incapazes de dar resposta ao que quer que fosse.
Parece uma ficção apocalíptica minha mas não é: desgraçadamente é real e está dentro da cabeça de Pedro Passos Coelho.
Como é possível eliminar 80% dos médicos de um hospital?
Como se podem erradicar 80% dos professores de uma escola?
Com esta política, para estoirar com o Serviço Nacional de Saúde, ou extinguir o Ensino Público, nem sequer é necessário alterar a Constituição: se se podem “exterminar” pessoas e postos de trabalho, para quê alterar as leis?
4. Se bem me lembro, em 4 de Junho passado neste jornal, deixei escrito: “As medidas que o Governo decidiu tomar para combater a crise e reconduzir as finanças públicas e a economia portuguesa a uma situação de convalescença e tranquilidade são tímidas e insuficientes”. Infelizmente tinha razão. Mas também acrescentei: “É preciso ir mais longe e mais fundo. É preciso ter a coragem de enfrentar os senhores do dinheiro. É preciso ir buscá-lo onde ele está a mais. É preciso que não sejam sempre e só os mesmos a pagar as crises”.
Com a experiência empresarial que tem, e com os conselheiros neo-liberais de que dispõe, Pedro Passos Coelho sabe melhor do que ninguém onde é que está dinheiro a mais.
E é exactamente por isso que ele nunca lá irá buscá-lo.
5. Bem sei que não se resolvem os problemas do presente ajustando contas com o passado. Mas é sempre bom não perder a memória das coisas importantes.
O que faz falta é enfrentar a crise com coragem, trabalho, sacrifício, esperança, solidariedade e, sobretudo, com sentido de responsabilidade. Por tudo isto me parece que as dificuldades que temos não se resolvem, nem com instabilidade política, nem com greves gerais. (ORibatejo)