Meter o nariz nas aulas destes senhores? Nunca!!! Dizem eles.
Para ter a classificação “excelente”, os professores terão que ter aulas observadas, não ter menos de nove (em dez) na escala de valores e estar num percentil “igual ou superior a 95”, patamar aplicado “por universo de docentes a estabelecer por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pela Administração Pública e da Educação”.
Ao “muito bom” e “excelente” só chegarão os professores que tenham dado 95 por cento das aulas que lhe foram distribuídas no ciclo de avaliação em causa.
Para a nota da avaliação final conta 60 por cento da classificação na vertente “científica e pedagógica” - 70 por cento no caso de ter havido aulas observadas -, 20 por cento da “participação na escola e relação com a comunidade” e outros 20 por cento na “formação contínua e desenvolvimento profissional”.
Serão os directores a avaliar os professores nos escalões de topo da carreira (9.º e 10.º) e os de oitavo escalão que tenham tido “satisfaz” nas avaliações pré-2007 e pelo menos “bom” nas posteriores.
Os directores serão também avaliadores dos professores elegíveis para aposentação ou que tenham pedido aposentação antecipada, subdirectores, adjuntos e coordenadores.
Quanto aos avaliadores externos que farão a observação das aulas, serão recrutados entre docentes de todas as disciplinas para integrarem uma “bolsa de avaliadores” que terá regulamentação própria.
Para ser avaliador externo um professor tem que estar no mesmo ou em escalão superior ao professor avaliado e leccionar as mesmas disciplinas.
Neste ano lectivo ainda não vai haver observação de aulas, uma vez que vai ser constituída a bolsa de avaliadores.
A observação de aulas vai ser condição para quem queira ter “excelente” na avaliação e é obrigatória para professores em período probatório, nos 2.º e 4.º escalões da carreira e para professores que tenham nota negativa (“insuficiente”).
A tutela mantém também cinco menções para a classificação: “insuficiente”, “regular”, “bom”, “muito bom” e “excelente”.
Quando se tem “excelente” na avaliação significa que se tem bonificação de um ano na progressão da carreira, quando se passar ao escalão seguinte. “Muito bom” dá bonificação de seis meses.
Quem tenha “insuficiente” perde o tempo de serviço do ciclo avaliativo em que esteja para efeitos de progressão.
Cada ciclo avaliativo coincide com o período que cada professor passa em cada escalão da carreira."
Antes de mais, o meu pedido de desculpas a quem leu um dos meus comentários anteriores onde afirmava, peremptoriamente, que não havia tempos lectivos de 45 minutos. Afinal há aulas com essa duração (já não são do meu tempo), experimentalismo determinado pelo M.E.,nos últimos anos, quanto a mim inadmissível pois não dão tempo para nada.
ResponderEliminarQuanto ao texto "PROFESSORES - avaliados? Nunca!" «Nunca!!! Dizem eles.» Pergunto: Dizem eles, quem? Os docentes dos últimos escalões? Mas esses terão de se sujeitarem aos trâmites impostos, como a restante classe:avaliação com aulas obseervadas. Mas se não são esses, quem são? Os sindicatos? Mas os sindicatos não são os professores. Que não haja confusão.
De rresto, não é a avaliação que os docentes põem em causa, mas o modo ou modos como o M. E. tem querido e quer implementá-la.
Independentemente das críticas, favorávais ou não, aos tipos de avaliação que têm vindo a ser propostos, a avaliação (com a necessidade da qual concordo), agora sugerida continua a ser contraditória. Parece que só interessa ao Estado. Não para "peneirar" a classe docente por forma a conduzi-la à "perfeição", mas para fazer de conta que é isso que pretende, quando o que quer é impedi-la que chegue aonde tem direito de chegar, tanto em termos de motivação para a profissão como em matéria salarial.
Que importa, pois, haver milhares de excelências, se só um restrito e diminuto número de profissionais pode ter essa menção? Que importa haver professores contratados excelentes se não passam de contratados? E neste estado de coisas, para que interessa, afinal, a avaliação? Para diferençar os incompetentes (que os há) dos restantes membros da classe? Se ao menos isso pudesse acontecer! Mas esses desinrrascaram-se sempre e continuarão a desinrrascar-se, com ou sem avaliação. Sei do que falo.