28 abril, 2008

Oeiras e tudo à volta

Alcântara

Obras vão desatar nó ferroviário em Lisboa.
O conforto e os ganhos nos tempos de viagem para os passageiros da Linha de Cascais são os grandes benefícios da ligação à Linha de Cintura, sublinhou ontem ao Correio da Manhã a secretária de Estado dos Transportes. A intervenção em Alcântara, que é anunciada hoje pelo Governo, vai não só ligar as duas linhas ferroviárias como também ampliar o porto de Lisboa, num investimento de mais de 400 milhões de euros.
O novo sistema ferroviário de Alcântara vai permitir, por exemplo, que um passageiro de Cascais possa chegar, sem qualquer transbordo, à Gare do Oriente. 'A ligação actual é de 80 minutos e passará a ser de 54 minutos', sublinhou ao CM Ana Paula Vitorino.
A ligação entre a linhas de Cascais e de Cintura, bem como a que serve a transferência de mercadorias entre o porto de Lisboa e a estação de Alcântara-Terra, serão enterradas, libertando toda a área actual para a circulação rodoviária.
As obras deverão iniciar-se no final de 2009, estando a conclusão prevista para 2013, data em que deverá entrar em funcionamento a terceira travessia do Tejo, entre Chelas e o Barreiro. Com a entrada em funcionamento do novo aeroporto de Lisboa, em 2017, o tempo de percurso ferroviário entre Cascais e Alcochete será de 65 minutos.
A própria Linha de Cascais sofrerá uma profunda intervenção, entre 2010 e 2013, num investimento calculado em 180 milhões de euros. A modernização das composições, defendida pela CP, será efectuada em simultâneo com a intervenção na infra-estrutura, garantiu a governante.
Paralelamente, será ampliado o terminal de contentores do porto de Lisboa. Com esta obra, 'triplica-se a capacidade de mercadorias do porto de Lisboa', sublinha a secretária de Estado.
As ligações ferroviárias, entretanto melhoradas, permitirão uma maior transferência das mercadorias do modo rodoviário para o ferroviário, ou seja, de camiões para comboios. As obras no porto, por sua vez, permitirão o transporte fluvial entre o porto de Lisboa e Castanheira do Ribatejo, que será efectuado por barcaças.
Actualmente, cerca de 80 por cento das mercadorias é transportada por camiões e apenas 20 por cento por comboio.
O objectivo é duplicar a quota da ferrovia e incentivar o transporte de mercadorias por via fluvial. 'Queremos reduzir cerca de mil camiões por dia ', sublinha Ana Paula Vitorino.
DETALHES DO PLANO

LINHAS NO SUBSOLO
As linhas ferroviárias cruzam a zona de Alcântara pelo subsolo, aliviando a superfície dos actuais constrangimentos, sobretudo decorrentes do transporte de mercadorias. A nova estação de Alcântara-Terra será também enterrada.
ESPAÇO PORTUÁRIO
A superfície de acostagem dos navios será aumentada dos actuais 630 metros para os 1630 metros. A transferência do terminal de cruzeiros para Santa Apolónia vai permitir, igualmente, aumentar a capacidade de armazenagem de contentores.
INVESTIMENTO
O investimento previsto para as intervenções ferroviárias e marítimas está orçado em 407 milhões de euros. Mais de 200 milhões ficarão a cargo do sector privado e o restante dividido entre o porto de Lisboa e a Refer.
REQUALIFICAÇÃO
A secretaria de Estado dos Transportes prevê ainda a requalificação da própria Linha de Cascais. A intervenção ao nível das linhas ferroviárias está calculada em cerca de 180 milhões de euros, mas o custo vai aumentar com a renovação dos comboios, uma necessidade defendida pela CP.

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