01 outubro, 2014

Tecnoforma - mais não

Chega de tecnoformas

Mais provas ou menos provas, mais gorjetas ou menos gorjetas, mais memória ou menos memória, já todos os portugueses perceberam o que era a Tecnoforma e a ONG dos rapazolas amigos do Passos Coelho está para a solidariedade como o BPN estava para a banca. O país de sucesso de Cavaco Silva era um cão cheio de carraças que lhe roubavam o sangue e a saúde, foi um país onde se multiplicaram os esquemas em torno das ajudas comunitárias.

Falou-se muito da subsiodependência mas a verdade é que os maiores promotores deste vício da sociedade portuguesa foram os políticos. Os mais crescidinhos criaram bancos, os jotas criaram  tecnoformas e falsas ONG. A economia foi destruída nos seus valores, a concorrência deu lugar ao compadrio, a competência cedeu à cunha, a corrupção expulsou a honestidade, o chicoespertismo venceu a competência.
  
O poder tornou-se numa imensa máquina de corrupção, os governos expulsaram os quadros competentes para passarem a contratar escritórios de advogados que não passam de sofisticadas centrais de corrupção. O país tornou-se  uma imensa montra de luxo ao mesmo tempo que a miséria se multiplicou, as desigualdades multiplicaram-se, o país perdeu a esperança. Os portugueses deixaram de acreditar nos governos e a desconfiar de todos os políticos.
  
Basta olhar com atenção para os fenómenos políticos para se perceber como funcionam os aparelhos partidários. O próprio Seguro que se apropriou de valores que não eram os seus vendeu a seriedade tendo à sua volta gente que não escondia a ânsia de chegar ao poder. Muitos deles nem esperaram pelos resultados finais das directas para se passarem para o outro lado, onde também não faltarão os que apostaram em Costa mais para se posicionarem em relação aos tachos do que por admirarem os valores do novo líder do PS.
  
Algum dia um político terá de ter a coragem de dispensar os amigos, dizer aos que mudam de campo que Roma não paga a traidores, escolher os mais competentes, um dia um político português terá de devolver a esperança ao país sob pena de um dia destes um qualquer Marinho e Pinto chegar ao governo com um programa feito à base de patacoadas.
  
O país precisa de uma reforma séria da justiça, de uma educação de qualidade, uma justiça que funcione e inspire a confiança das empresas e dos cidadãos. O país precisa de esperança e sem se livrar destas carraças que impedem o seu desenvolvimento os jovens continuam a sonhar com a emigração. Dantes eram os analfabetos os que mais desejavam emigrar, agora sucede o inverso, primeiro partiram os doutorados, depois começaram a ir os licenciados, os estudantes já nem pensam noutra saída que não seja a emigração e um dia destes serão os alunos do ensino secundário a começares os estudo com esse sonho.
  
Um país sem grandes recursos em matérias-primas ou em energia não sobrevive a esta fuga de recursos humanos. Não é possível ao Estado sobreviver financeiramente gastando os seus recursos com idosos que ficam e com jovens que partem antes de entregarem a sua primeira declaração de IRS. Não é possível falar em crescimento ou desenvolvimento económico ignorando esta realidade. Ou acabamos com essas carraças chamadas tecnoformas ou é o país que está em causa.
  
Ou corremos com os políticos corruptos ou vemos partir os jovens mais qualificados, ou nos livramos das tecnoformas ou ninguém investe nesta economia, ou nos deixamos de palhaçadas na justiça ou será impossível viver em Portugal.

Conseguirá António Costa com este circulo viciosa de miséria cuja máquina está instalada no aparelho partidários dos partidos (de todos os partidos sem excepção) abrindo um novo ciclo de crescimento e progresso social. É isso que espero dele e se o conseguir será o melhor primeiro-ministro na história deste país. Se prometer o fim da corrupção e de uma sociedade asfixiada com esquemas é muitas vezes a bandeira dos populistas, a verdade é que é hoje impossível pensar que o país pode ultrapassar a crise que enfrenta ignorando esta prisão que lhe está sendo imposta.  In ( O Jumento)

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