09 janeiro, 2012

Centro Comercial - um imenso, neste Portugal

Uma enorme chapelada para esta análise

Isto é um centro comercial

Anda por aí uma grande indignação por causa de uma loja, de repente, dir-se-ia que quase de chofre, os nossos impolutos jornalistas e honestíssimos comentadores jornalísticos descobriram que em Portugal há gente que não é virgem em malandrices. Reagiram como ayatollahs e organizaram uma verdadeira procissão em defesa da fé e da virgindade dos políticos.

Imaginem que uma instituição tão impoluta como as secretas, que estiveram sob a tutela de verdadeiros deuses protectores da democracia como o Dias Loureiro, foi dirigida por alguém de quem se diz que montou uma balcão de mercearia para vender segredos a retalho. Pior do que isso só se o merceeiros de enchidos de indiscrições se lembrasse de mudar o capital da família para Roterdão.

Compreende-se a reacção de indignação colectiva contra a loja do Amadeu, fazerem uma loja com nome de discoteca para depois venderem segredos em silêncio é uma ofensa à inteligência dos nossos jornalistas e dos seus apêndices comentadores, gente de alto gabarito onde estão catedráticos, ex-líderes partidários com problemas de nanismo intelectual e, imagine-se, cientistas em ciência política. Se queriam vender a vida íntima dos ex-maridos do pessoal da Ongoing deveriam ter escolhido um nome a condizer e convenhamos que para transaccionar segredos de sacristia faria mais sentido uma loja no centro comercial da Opus Dei do que no da Maçonaria. Por este andar ainda vamos a uma missa da obra e o coro é formado por meninas do Elefante Branco!

Já não há respeito pelas regras e nem a ASAE nos pode valer nesta selva dos mais diversos tráficos, o Vasconcellos é um comerciante sem escrúpulos, instala uma loja de segredos de alcofa na maçonaria e chama-lhe Mozart, publica o Povo Livre e chama-lhe Diário Económico, um dia destes ainda compra a RTP e paga como se fosse um ramo de coentros. Já com os chineses das três gargantas aconteceu mais ou menos o mesmo, compraram a EDP a preço de saldo e com mesmo de um quarto da empresa ficaram a mandar, mas quando menos esperavam tiveram que abrir uma loja do Instituto do Emprego especializada em vender tralha do PSD.

Assim não pode ser, quando se esperava que um sucateiro comprasse sucata andava a oferecer robalos, a EDP de que se esperava andar a vender EDP e, eventualmente, sucata ao sucateiro acaba por serem os chineses a pagarem pela sucata do PSD o que pouparam na EDP. Com tanta confusão não admira que este imenso centro comercial em que se transformou o país comece a parecer o centro comercial da Praça de Espanha ou a Chinatown do Martim Moniz.

Neste país há lojas para traficar de tudo e não há nem limites, nem datas para saldos e muito menos uma moeda corrente, trocam-se empregos por renováveis, empresas públicas por lugares no CC do PC Chinês, televisões por segredos. O mais escandaloso na Loja Mozart foi escolherem um nome tão provocatório, como se levassem tudo de borla e ainda queriam gozar com os portugueses dando-lhes música. In o Jumento

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