Ensaio de redução eidética, depois de assistir à entrevista do Primeiro-ministro na SIC e escapando por um triz a um ataque de paralisia cerebral:
- Um líder político que não hesitou em provocar uma crise política em plena tempestade económica e financeira, por puro cálculo político, conveniência e interesse pessoal e partidário. - Um líder político que não hesitou em apresentar como justificação para a crise política um alegado exagero nos sacrifícios pedidos aos portugueses. - Um líder político que não hesitou, nem hesita, em caracterizar a situação do País em termos humilhantes para os portugueses e prejudiciais para a economia, reproduzindo desavergonhadamente os preconceitos e as vulgaridades da imprensa e dos interesses internacionais sobre Portugal e os portugueses. - Um líder político que concorreu na base de uma plataforma eleitoral que repudiou no dia seguinte ao da eleição, impondo e agravando todas as medidas que usou como justificação para a abrir uma crise política e, como se tal não bastasse, ainda acrescentou tudo aquilo que os interesses financeiros internacionais se lembraram de lhe propor. - Um líder político que não hesitou em lançar acusações, insinuações e suspeitas sobre milhares de portugueses honrados, competentes e profissionais por mérito próprio, e que o fez sem o benefício da ignorância porque a intenção foi a de justificar opções políticas e ideológicas iníquas. - Um líder político que não hesita em dizer hoje o contrário do que dizia há seis meses atrás. - Um líder político cuja experiência profissional e política se limita à vida partidária e a empregos com patrocínio político. - Um líder político cuja crescente exposição pública revela a faceta psitacista, típica dos carreiristas associativos sempre muito ardilosos no palavreado e no saber de ouvido. - Um conhecido filósofo perguntou um dia – num texto sobre Fenomenologia e que de facto existe – What Is It Like to Be a Bat? De facto, parece mais fácil responder a essa pergunta do que responder à questão de saber Que tal é ser um líder assim?"
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