10 junho, 2010

10 de Junho

Longe vai o tempo e nada saudoso em que era assim que se comemorava o 10 de Junho

2 comentários:

  1. Anónimo10/6/10

    Fico sensibilizado quando vejo estas imagens. Não tenho culpa!Este homem que chora com a medalha ao peito, pode muito bem ser o pai de um dos muitos colegas meus que morreram na guerra de África. Também no momento chorei por eles e retenho imagens que nunca se separão da minha memória.
    Vendo bem e a todos estes anos de distância, nós não passávamos de miúdos.
    É bom que saibamos todos colocarmo-nos no lugar destes pais, e ao mesmo tempo olharmos para os nossos filhos e netos. Talvez entendamos todos o sofrimento que aquela guerra causou e quantas familias e sonhos destroçou.
    Como Alferes e Comandante de grupo, ao tempo, sentia-me responsável por todos. Oxalá todos tivessem regressado comigo. Teria sido para mim uma grande condecoração!

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  2. Anónimo12/6/10

    Como diz o ex-Alferes (comentário anterior), não passávamos de miúdos. Miúdos feitos homens à força..., embora muitos de nós soubéssemos de antemão para onde partíamos...

    DESPEDIDA

    Vou deixar-te.
    Sou obrigado a partir.
    É a sorte de um soldado
    Que já não pode fugir
    Do seu destino, traçado

    Por um país decadente
    Que está a ser governado
    Por alguém que, infelizmente,
    É cego e surdo e culpado

    Do que está a acontecer.
    A partir sou obrigado.
    Não vou deixar-te por querer.
    É a sorte de um soldado.

    É a sorte de um soldado
    Num país que está a morrer.

    Cidade da Guarda, Novembro de 1965.
    in: Sérgio O. Sá - VERSOS NA GUERRA - VERSOS DE PAZ.

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