12 fevereiro, 2016
Deutsche Bank está mal e Portugal volta a pagar?
11 fevereiro, 2016
Frases soltas
- De facto, depois de termos assistido ao tremendo escândalo, que foi a assinatura à pressa da privatização da empresa aérea pelo governo já demitido, o decoro aconselharia humildade e recato a quem revelou tão notória falta de escrúpulos.
- Eu sei que não irá ser fácil dar a volta a jornais e televisões dominados por gente de direita, mas a prestação de Pedro Marques no programa da SIC explicou porque estou tão confiante quanto à lenta, mas sustentada progressão do governo nas sondagens. É que não haverá quem o consiga confrontar com contradições, incoerências ou provas de incompetência. Deixando aos seus críticos o papel de ficarem a cantar sozinhos um velho tema da Mina e de Adriano Celentano: Parole, parole, parole.
- Há limites para a falta de honestidade e para o oportunismo político mas essa não aprece ser a praia de Nuno Magalhães. Atribuir ao actual governo quaisquer responsabilidades no aumento ou na redução do desemprego revela uma grande falta de respeito pela inteligência dos portugueses, domínio em que o deputado do CDS é campeão.
- Mas o mais inusitado foi ver uma quase desconhecida deputada do PSD, Margarida Balseiro Lopes, chamar incompetente ao ministro, com trejeitos e gestos que se diria mais próprios de um rufião do que de uma deputada. Uma busca no site da Assembleia da República diz-nos que a deputada tem 26 anos, é “consultora fiscal” e no passado apenas exerceu cargos em associações de estudantes. Compreende-se, pois, alguma exacerbação juvenil nos seus gestos e palavras, que aliás, pareceram ter divertido o ministro, mas o problema é que os deputados do PSD mais ligados à economia e finanças são acometidos de igual excitação sempre que têm pela frente o ministro Centeno ou alguém que tente explicar e defender o orçamento de 2016. Por exemplo, as intervenções do deputado socialista João Galamba, causa-lhes uma verdadeira “urticária”.
09 fevereiro, 2016
A direita ataca todos os dias
08 fevereiro, 2016
Governo - que se cuide
06 fevereiro, 2016
05 fevereiro, 2016
04 fevereiro, 2016
03 fevereiro, 2016
Não fique de boca aberta... eu sei que não dá para acreditar... mas
Não fiqus de boca aberta... eu sei que não dá para acreditar... mas vê...!!!!
Seja o Cavaco, sejam os antecessores e vindouros, as mordomias que rodeiam esta instituição são vergonhosas num país pobre, com 2 milhões de pessoas no limiar da pobreza.
Não é só a Presidência da República. Os Ministérios e o Parlamento são mais dois lugares onde grassa a corrupção e as mordomias !
As subvenções vitalícias, e as mordomias que o estado dá aos ex presidentes, são igualmente obscenas !
Conheça várias curiosidades sobre as contas da Presidência
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Sabe quanto dinheiro é que a Presidência tem no banco? E quantos imóveis? E quantas pessoas trabalham no Palácio de Belém? E quantas pessoas trabalham com Maria Cavaco Silva? Conheça alguns das curiosidades sobre o órgão que vai ter novo chefe em Março.
Presidência dá trabalho a 242 pessoas
No final de 2015, trabalhavam para a Presidência da República 242 pessoas, o que traduz a saída de cinco efectivos face a 2014. Nesse ano, os funcionários dividiam-se em duas categorias: 88 trabalhavam nos Serviços de Apoio Directo ao Presidente (SAD) e 159 na Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR). O pessoal dos SAD pode manter o vencimento de origem e não tem direito a receber horas extra. Entre os da SGPR, quase metade recebe menos de 1.000 euros. A última avaliação de desempenho ao pessoal data de 2009 e há 12 trabalhadores sindicalizados.
Quase um milhão de euros no banco e 19 mil no cofre
A Presidência da República tinha, no final de 2014, de acordo com a auditoria do Tribunal de Contas, 955 mil euros depositados em três contas diferentes da Caixa Geral de Depósitos e 12 mil euros em duas contas na agência que gere a dívida pública, o IGCP. A Secretaria-Geral tinha nessa altura um fundo de maneio de 19 mil euros, guardados num cofre.
Palácios são próprios, mas há imóveis alugados
São propriedade da Presidência da República o Palácio de Belém e o Palácio da Cidadela de Cascais. Há depois quatro imóveis que foram cedidos gratuitamente: um armazém na Calçada da Ajuda, a Casa do Regalo (onde foi instalado o gabinete do ex-presidente Jorge Sampaio), uma fracção no Edifício Presidente (na avenida 5 de Outubro, onde funciona o gabinete de Ramalho Eanes) e parte do Convento do Sacramento, para onde se vai mudar Cavaco Silva. Estão ainda alugados dois imóveis: um 2º andar na Rua de São Bento, onde está instalado o trabalho de Mário Soares, e a Associação de Resgate-Instituto Conde Agrolongo.
O gabinete de Maria Cavaco Silva
A mulher do Presidente, Maria Cavaco Silva, tem direito a um gabinete próprio, que funciona na Casa Civil, constituído por dois adjuntos e um secretário.
Quatro secretárias, um médico e dois enfermeiros
Cavaco Silva tem um chefe de gabinete, dois adjuntos, duas secretárias pessoais, uma assessora e uma consultora. Também tem direito a um médico e dois enfermeiros. O médico e um dos enfermeiros recebem 3.174 euros. A enfermeira ganha 2.987 euros. Todos recebem despesas de representação.
Chefe da casa civil recebe despesas como um governante
O chefe da Casa Civil e o chefe da Casa Militar podem receber 3.734 euros, o valor do salário de um director-geral, caso não queiram optar pelo vencimento de origem. Mas têm direito a despesas de representação iguais às dos secretários de Estado: 1.522 euros mensais. O Presidente tem direito a um salário de 7.249 euros (do qual abdicou para receber uma pensão a rondar os 10 mil euros) e despesas de representação de 2.963 euros – que recebe.
Presidente tem 49 carros ao dispor
A lei diz que o Presidente tem direito a "a veículo para uso pessoal", mas não estabelece qualquer limite ao número de carros. No final de 2014, a Presidência tinha no seu parque automóvel 49 viaturas, 13 do Estado e 36 em regime de aluguer de longa duração. O Presidente, a sua esposa ou os ex-presidentes têm motorista pessoal.
29 janeiro, 2016
27 janeiro, 2016
25 janeiro, 2016
Marcelo - há muitos que gostam... eu não
2016-01-18
Marcelo Rebelo de Sousa "O HERDEIRO"
Manuel Loff é historiador e escreve no Público ao Sábado (Link só para assinantes) E este "HERDEIRO" que aqui se reproduz oferece-nos Marcelo candidato a Belém, nado, criado, educado e paladino do ESTADO NOVO e sempre um "simpático" farsante.
O HERDEIRO
Manuel Loff – Público
16/01/2016 -
Desde 1973 que conta as histórias que quer, como quer, explicando Portugal como se fosse como ele diz, mas que não passa de um país que ele inventa semanalmente a seu gosto.
Ele é, por definição, um herdeiro. Filho de dirigente salazarista que, com 53 anos em 1974, havia feito todo o cursus honorum da ditadura (Mocidade Portuguesa, deputado, subsecretário de Estado, governador colonial, ministro), Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) foi “educado para ser político”, como escreve o seu “biógrafo consentido”, Vítor Matos (VM), que assim se autodefine no livro de 2012 onde reúne informação preciosa obtida do próprio biografado, e que aqui citarei. Marcelo é um herdeiro – não apenas no sentido estrito de primogénito de uma das figuras mais típicas dessa elite de funcionários fiéis que Salazar e Caetano recrutavam, cuja legitimidade repousava exclusivamente na lealdade para com o Chefe, mas também como produto (e produtor) de uma universidade classista que, na definição de Pierre Bourdieu (1964), é “a própria instância de reprodução dos privilégios e da preservação dos interesses dos herdeiros”. A tal ponto MRS se terá sentido a vida toda um herdeiro que logo aos 27 anos (1976) quis escrever as suas memórias. A maioria delas não eram suas mas sim daqueles de quem ele era herdeiro. “Tinha conhecido o salazarismo por dentro e vivera o marcelismo, lançara o Expresso, estivera na fundação do PPD e vivera a Constituinte. Tinha histórias para contar.” (VM, 319)
“Se havia gente que o achava afilhado de Caetano” - e não o era, por falta de vontade deste - “ele deixava achar”, assegura o padre João Seabra (VM, 86). Desde os “10 ou 12 anos” que o pai Baltazar o leva a assistir aos lanches de sábado no restaurante A Choupana, em S. João do Estoril, onde Caetano, afastado do governo em 1958, reunia os marcelistas indefetíveis enquanto fazia a sua travessia do deserto que só terminará com o AVC de Salazar. “Ouvir horas de discussão entre seniores do regime podia ter injetado em Marcelo o talento para para a intriga por detrás do pano. (…) O pai empenha-se em instruí-lo nos meandros do regime” (VM, 87-88). MRS descreve a experiência como “uma escola”, e é revelador que ache que “os comportamentos políticos não são muito diferentes em ditadura ou em democracia[,] as amizades, as inimizades, as traições, a atração do poder” (cit. VM, 91).
Aos 20 anos, senta-se à mesa de todos os jantares oficiais do Governo Geral de Moçambique assumido pelo pai desde 1968. Quando Caetano sobe ao poder, janta uma vez por semana com ele. O adolescente a quem nunca faltou inteligência e intuição para o poder empenhou-se a fundo nessa “educação para ser político”, isto é, um futuro hierarca do regime; há quem se lembre no Liceu ouvi-lo dizer que um dia queria ser Presidente do Conselho (VM, 91). Muito jovem, assumirá os discursos e os temas de “exaltação nacionalista” do salazarismo dos anos 60: critica “a falta de amor pátrio daqueles que, direta ou indiretamente, (…) se divertiram neste Carnaval de 1962”, semanas depois da perda de Goa e em plena guerra em Angola. “Mais do que uma vilania foi uma afronta, uma verdadeira declaração de traição”. Em 1963, conclui uma redação escrevendo: “Pobres das nações que não têm filhos que lutem por elas e para elas!...” (cit. VM, 88-90) É surpreendente que, anos depois, não tenha feito a guerra em África. E teria tido tempo: acabou a licenciatura em 1971 e o Curso Complementar de Político-Económicas em 1972.
No liceu foi “nacionalista” (e o termo não lhe repugnava ainda há poucos anos atrás), mas muitos outros envolveram-se no movimento estudantil do secundário, transitando diretamente para a oposição aberta à ditadura nas universidades. Fazer opções destas aos 15 anos pode ser pouco representativo; na universidade, fazem-se com consciência, e Marcelo voltou a escolher a direita salazarista que queria fazer o “combate ideológico ao marxismo” (Freitas do Amaral, cit. VM, 120); na crise académica de 1969, “participa nas manifestações públicas de apoio à ditadura” (VM, 143). Nas eleições desse ano, momento de consciencialização política de tanta gente da sua geração, tem 21 anos e apoia, de novo, o partido único. (Até Cavaco, na sua autobiografia, dirá que terá votado na CEUD de Mário Soares – mas, claro, o voto é secreto...) “Ninguém se lembra de afirmações de Marcelo contra a guerra ultramarina”, garante VM. Com o pai ministro do Ultramar, não é de estranhar, admitamos. O que é completamente exótico é Leonor Beleza, sua colega e também filha de subsecretário de Estado da ditadura, achar hoje que “na época era cómodo estar de um lado ou do outro.
Não pertencer a um grupo nem a outro e estar no meio era mais incómodo.” (cit. VM, 154) Da “comodidade” dos estudantes presos, torturados e mandados para a guerra por a ela se oporem, Beleza parece lembrar-se pouco... Em 1970, com Beleza e Braga de Macedo, Marcelo fura a greve académica na faculdade. E reúne-se com o novo ministro Veiga Simão para lhe dar “informações” sobre as “movimentações académicas” (VM, 164). É este, aliás, que lhe dá o seu primeiro emprego, no Ministério da Educação, em gabinete dirigido por Adelino da Palma Carlos, outro filho de subsecretário, que o tentara atrair repetidamente para o Opus Dei. É verdade que manifesta publicamente o seu ceticismo relativamente à viabilidade da Reforma Educativa que Simão quer levar a cabo: “a verdadeira democratização do ensino (…) parece-me impossível no quadro de um regime autoritário e antidemocrático”, escreve ele em 1971 (cit. VM, 186), o que leva Caetano a exigir a Veiga Simão que o despeça. Mas não é despedido. Campeão da ambiguidade, o já jovem assistente de Direito não desiste de procurar o perdão de Caetano. Em 1973, já no Expresso, e já abortada pelo próprio ditador a Primavera marcelista, pede desculpa a Caetano pela “vivacidade” dos seus 24 anos e garante que “sempre estive na convicção” de que os “meus princípios não se opunham à pessoa de V.Exa”, cuja “presença na Chefia do Governo” volta a elogiar, prometendo-lhe “[inequivocamente] afastar-me do que possa ser entendido como atividade política ostensiva” (cit. VM, 226). A mãe, que do filho espera o cumprimento do destino de um herdeiro, intercede repetidamente por ele junto de Caetano (VM, 227-29). Em janeiro de 1974, dele escreve Artur Portela Filho: “Era o filho pródigo do Regime. (…) Estava talhado, calibrado, destinado” (cit. VM, 232).
Herdeiro de um hierarca politicamente influente, cuja família, só por isso, era automaticamente cooptada para o convívio da mais alta burguesia, “Marcelo começa a perceber como é a vida dos que têm posses.” E gosta. Ainda hoje gosta. Por mais que encene uma cristã preocupação com os mais pobres, “dirá ao longo da vida: 'melhor que ser rico, é ser amigo de ricos'” (VM, 79). É curioso que tenha escrito em 1999, na fotobiografia do seu pai, que “os governantes, na década de 50, enquanto o são, devem abster-se de fazer vida de ricos. Podem e devem dar-se entre si, eles e as famílias, mas evitar demasiados contactos com esse mundo perverso que os desviará do interesse geral.” É curioso porque não era verdade.
Depois do 25 de Abril, já sabemos das muitas razões para que os seus próprios correligionários o descrevam como um cata-vento, ou falem da sua “habilidade natural de iludir a realidade das coisas” (José M. Ricciardi, Expresso, 26.12.2014), de ter apoiado, depois traído, por vezes reconciliado com dezenas de personagens, da invenção de factos políticos. “Velho Rasputine”, chamou-lhe Paulo Portas (Independente, 1.10.1993), que dele podia ser um alter ego. “É filho de Deus e do Diabo: Deus deu-lhe a inteligência, o Diabo deu-lhe a maldade” (Portas, RTP, 4.12.1994). Em MRS intui-se, acima de tudo, a desmedida ambição que se estampa contra os erros de avaliação dos momentos e das conjunturas: os Inadiáveis contra Sá Carneiro (1978), Salgueiro contra Cavaco (1985), o fracasso da aliança com Paulo Portas (1999), três anos na liderança do PSD de que pouco mais fica a demonstração da sua infinita criatividade na criação de obstáculos mesmo nas mais plácidas conjunturas políticas. “Para se defender da frustração não assumida de não ter chegado a primeiro-ministro, conformou-se com a sua projeção de poder através da influência e da exposição comunicacional” (VM, 643). Desde 1973, primeiro no Expresso, depois no Semanário, na TSF (1993-96) e na TVI ou na RTP (consecutivamente desde 2000), que conta as histórias que quer, como quer, explicando Portugal como se fosse como ele diz, mas que não passa de um país que ele inventa semanalmente a seu gosto. Para o ajudar a chegar onde ele quer.
Cavaco Silva - ADEUS - PARA SEMPRE ...
Texto de Tiago Matos Silva • 07/12/2015 -
Adeus, Aníbal
Não te preocupes Aníbal, estes meses finais vamos fazer de conta que já foste, que já não há ninguém em Belém, vamos fingir que já não existes. Não te preocupes Aníbal, nós ajudamos-te a terminar o mandato com dignidade... ignorando-te!
Nascido em Julho de 1976, sou governado um dia pelo Pinheiro de Azevedo (VI governo provisório), três meses pelo Nobre da Costa (III governo constitucional), nove meses pelo Mota Pinto (IV governo constitucional), sete meses pela Maria de Lurdes Pintassilgo (V constitucional), um ano pelo Sá Carneiro (VI constitucional), dois anos e cinco meses pelo Pinto Balsemão (VII e VIII constitucionais) e quatro anos e meio pelo Bochechas (I, II e IX governos constitucionais)... De ti Aníbal, entre governos minoritários, governos com maioria absoluta e presidências da República levo 20 anos!! Eu tinha 9 anos mal acabados quando chegaste a São Bento e vou ter quase 40 quando finalmente saíres de Belém. Eu não me lembro (os meus amigos mais velhos riem-se) dum tempo antes de ti Aníbal!
E não é como que não tenha o que te agradecer: a facécia da rodagem do carro à Figueira da Foz, o fim da indústria e da agricultura e da pesca trocados pelo alcatrão das autoestradas dos amigos da Mota-Engil, o "ai eu não sou político" mais espesso desde o tempo do Botas, o Poço de Boliqueime passado a Fonte e o "nunca me engano e raramente tenho dúvidas", os hemofílicos cheios de SIDA da Dra. Leonor e as moscambilhas do mano Zézé, a porrada na ponte e a que levei à porta do parlamento porque não queria fazer a PGA (veio o teu ministro da polícia chamar-lhe "acção meritória" no telejornal à noite), as propinas e o porteiro do Hospital de Faro despedido por te ter tratado como um mero mortal, a pensão (recusada ao Salgueiro Maia mas) atribuída aos pides, o coqueiro, o bolo-rei e a "Mariani", o papá gasolineiro e o genro produtor, a medonha foto retocada das presidenciais e a patranha das escutas do Palácio de Belém, o "Independente" e o "Inimigo Público" (só com garras quando o governo é PS) e os orçamentos inconstitucionais, a pensão do Banco de Portugal e as "forças de bloqueio" e o consenso e a solidariedade institucional e a solidez do grupo Espírito Santo, o Dias Loureiro (o teu meritório ministro da polícia) e o Duarte Lima e o Ferreira do Amaral e a Manuela Ferreira Leite e o Durão Barroso e o Miguel Cadilhe e o Marques Mendes e o Isaltino Morais (e o sobrinho) e o Valentim Loureiro e o Luís Filipe Menezes e o Pedrinho Passos Coelho e o Oliveira e Costa e o resto da escumalha do BPN... e a Maria, a Maria, a Maria, a Maria e o ar dela e os presépios e o estilista do Fundão e a Kátia Guerreiro a cavalo e a dor de corno dos 50 dias... obrigado Aníbal, mil vezes obrigado.
Pai do Monstro, nossa Thatcher sem tomates, nota de rodapé da História, sonso mil vezes sonso... vai ser uma alegria contida e sossegada cá em casa ver-te (mais) chupado dos ossos e (ainda mais) esclerosado na bancada dos próceres do regime nas festarolas da Assembleia, silencioso e finalmente total e absolutamente irrelevante; sempre é menos triste que ver-te a escorrer despeito pelos salões mal decorados de Belém, a hesitar na leitura dos papelinhos que sabe deus quem te enfiou nos bolsos... não te preocupes Aníbal, está quase quase a acabar.
Não te preocupes Aníbal, estes meses finais vamos fazer de conta que já foste, que já não há ninguém em Belém, vamos fingir que já não existes. Não te preocupes Aníbal, nós ajudamos-te a terminar o mandato com dignidade... ignorando-te.
12 janeiro, 2016
Cristo não vota em Marcelo
Artur Pereira
Cristo não vota em Marcelo
Marcelo Rebelo de Sousa é um homem de direita, apoiado pelo PSD e pelo CDS na sua candidatura. Artista do disfarce, mestre da dissimulação, especialista em intrigas.
Proponho três desafios aos leitores. Primeiro: conseguem recordar alguma ideia – já não digo uma grande ideia, uma enfezada que seja – do professor Marcelo para o país? Não conseguem? Não desesperem, não é por falta de atenção vossa, é que não existe mesmo.
Segundo desafio: conseguem recordar quantas mentiras, maquiavelismos e afirmações irresponsáveis com repercussões graves na vida das pessoas, nomeadamente as que fez sobre a solidez do BES e da banca em geral, saindo sempre incólume e com a reputação de esperto? Se disse muitas, acertou.
Último: quantas vezes ouviram Marcelo encorpar a sua voz privilegiada em defesa dos mais fracos contra os salários de miséria, contra as políticas sociais injustas, contra a corrupção? Não recorda?
E em defesa dos donos disto tudo? Dos poderosos, da casta com quem veraneia em iate pelo Mediterrâneo ou se instala na chácara dos Brasis? Mais do que seria de esperar de um comentador isento? Acertou de novo.
Por estas, mas também por outras, é que nem que Cristo desça à terra eu votaria Marcelo. Sou de esquerda sem culpas ideológicas ou complexos existenciais, e se, durante as décadas em que observo alguém que foi chefe de partido de direita discursar nos congressos da direita, falar em defesa dos valores sociais e económicos de direita, eu não visse um candidato da direita, então o melhor era dedicar-me a outra atividade.
Marcelo é, sem dúvida, o político que teve o exclusivo privilégio de durante mais de 15 anos ter sido poupado a ser contraditado numa afirmação por si realizada. Viveu na impunidade e, talvez por isso, hoje apareça tão surpreendentemente vulnerável nos debates.
Uma constante tem acompanhado o percurso político do professor: a mentira. Num estilo manholas, com aquele jeito de quem pode não saber o que diz, mas mesmo assim vai explicar, e com a estudada pose de leviana atitude de um génio rebelde para quem a verdade é um pormenor, no fim fica sempre em pé.
Mentiu na criação de um passado oposicionista que, de tão ridículo, foi de imediato desmentido, com exceção das cartinhas a Salazar e a Caetano, mentiu na vichyssoise, mentiu na importância da sua contribuição para a redação dos primeiros estatutos do PSD, mentiu quando disse que já não era candidato, mente quando é confrontado com a insanável contradição das afirmações que faz, dependendo da hora e do local onde se encontra – enfim, todo um estilo.
A verdade nunca interessou a Marcelo, o que vale é o que Marcelo diz. Até porque a verdade necessita da explicação do professor para o povo entender e só após ser moldada pelo inteligente é que está disponível para ser servida ao jantar. Nessa altura, já é a verdade do Marcelo.
Todas as conversas semanais tinham um único objetivo: ir moldando a opinião pública e gerir influência na comunidade política de forma a criar um presidenciável natural e óbvio.
O que Marcelo fez durante estes anos foi propaganda e compor um boneco. Marcelo é o criador de uma só obra: Marcelo, o candidato.
Marcelo é o candidato das televisões. Ele é o candidato dos telespectadores e vai ser votado por muitos, com a mesma lógica com que votam nos concorrentes do Big Brother ou The Voice.
Marcelo espera que Cavaco tenha degradado de tal forma a função de Presidente da República que para a opinião pública e os eleitores seja indiferente o padrão de exigência ética e política de quem venha a substituí-lo.
O mito da inteligência, porquê? Genética? Experiência, que cargo político público exerceu antes? Qual foi a teoria ou pensamento político que desenvolveu? Que contribuição pública ou intervenção social, que trabalho artístico ou científico relevante a sua inteligência sobredotada produziu? Vai nu.
Ser inteligente na construção de uma imagem não é o mesmo que ser inteligente.
No quotidiano popular, no botequim ou no mercado de legumes, na fila para o autocarro ou nas esperas do centro de saúde, dizer que "estás armado em Marcelo" é sinónimo de salta-pocinhas, manhoso e intriguista. Ninguém se lembra de qualificar alguém de inteligente afirmando "ora aí está um tipo como o Marcelo Rebelo de Sousa".
Existe uma moléstia designada na farmacopeia como "doença infantil do marcelismo" que se manifesta numa esquerda crocante provocando-lhe o torpor mental e que, no desencadear do processo de aparvalhamento, a leva a declarar que gostava de ver o professor eleito com os votos da esquerda, especialmente quando o glamoroso professor faz juras de lealdade política que lhes toca fundo o sofrido coração.
Pois bem, aqui vai remédio do próprio Marcelo administrado em 2008, na formação de mancebos da agremiação laranja: "Os meus comentários são sempre tendencialmente favoráveis ao PSD mesmo quando não parecem." Se mesmo assim persistirem na alucinação, das duas uma: ou por coisita aqui ou por coisita acolá, foram deslizando até ir parar àquela zona onde a depressão e a desilusão dão as mãos para os aconchegar em posição fetal, ou a idiotice até aí latente manifestou uma inquietante propensão genética. Em qualquer caso, recomendo psiquiatra.
Marcelo Rebelo de Sousa é um homem de direita, apoiado pelo PSD e pelo CDS na sua candidatura. Artista do disfarce, mestre da dissimulação, especialista em intrigas. À esquerda, só um imbecil pode pensar votar no professor. Estou certo de que Cristo, esse, não vota de certeza em Marcelo.
Consultor de comunicação. Escreve às quintas-feiras
PAPA no Refeitório dos FUNCIONÁRIOS do Vaticano
E se o Exmo. Senhor Presidente da Republica, o Senhor Primeiro Ministro e seus ministros, Assessores, Deputados e todos esses senhores do aparelho de Estado seguissem o exemplo do SANTO PADRE, o que o nosso PAÍS poupava por ano!