07 março, 2014
Medicos roubam - militares promovidos
“O director de serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Santa Maria (HSM), Manuel Silva, e o médico João Branco foram apanhados a trabalhar à mesma hora em sítios diferentes.”
· Promoções nas Forças Armadas – não serão promoções a mais?
“Os chefes dos ramos das Forças Armadas propuseram ao Ministério da Defesa 4.353 promoções para 2014, a que corresponde um encargo de 4,7 milhões de euros “
06 março, 2014
Delírio poético
Numeros
101 ´tweets – Paulo Rangel
Estado atribuiu prestações de desemprego a 388 mil pessoas
mais 13.326 pessoas do que em Dezembro.
Mais de 50 mil crianças e jovens perderam o direito ao abono de família em janeiro face a dezembro
em janeiro de 2013 o número de beneficiários se situava nos 1.175.685, mais 50.530 do que o número registado em janeiro deste ano (4,5%).
O Banco Central Europeu (BCE) deve deixar hoje inalterada a taxa de juro diretora nos 0,25% pelo quarto mês consecutivo
os gastos mensais com desempregados terão passado de 203 milhões mensais para 182 milhões,
228 mil pessoas a receber um RSI médio de 88 euros.
Os encargos dos contribuintes com a Estradas de Portugal baixaram de 408 para 275 milhões de euros no ano passado
no próximo ano voltam a crescer 400 milhões de euros, atirando para quase 700 milhões de euros o total a pagar à empresa.
Os valores da cobrança coerciva bateram um recorde ao aproximar-se dos dois mil milhões de euros. Créditos, imóveis, contas, veículos e vencimentos são o alvo.
05 março, 2014
Passos Coelho - pensões e salários nunca mais...
O chefe de Governo, Pedro Passos Coelho, respondia ao deputado e secretário-geral do PS, António José Seguro, no debate quinzenal na Assembleia da República, que o desafiou a dizer «quais são os cortes que quer passar de provisórios a definitivos».
«Não podemos regressar ao nível salarial de 2011, não podemos regressar ao nível remuneratório das pensões de 2011», afirmou Passos Coelho.
«Iremos apresentar ainda este ano uma proposta para que consigamos tornar mais sustentável a segurança social, como iremos apresentar uma proposta, como consta, aliás, do memorando de entendimento, relativamente a tudo o que envolve remunerações na função publica», declarou.
Ministra das Finanças - Prenda de Páscoa
Quem alinha numa subscrição para comprar uma máquina de calcular e oferecê-la à M.L. Albuquerque pela Páscoa?
Almofada de pedra
por VIRIATO SOROMENHO MARQUES
Como é que designaríamos o comportamento de um cidadão que, incapaz de honrar um crédito pessoal a uma taxa de 3,35%, prestes a atingir a maturidade, contraísse um novo empréstimo a uma taxa de 5,11% para pagar o primeiro ("troca de dívida")? Sem dúvida, tratar-se-ia de um comportamento pouco recomendável. E como seria classificado esse comportamento se o cidadão em causa utilizasse parte do novo empréstimo (de 11-02-2014) para antecipar, parcialmente, o pagamento em 19,5 meses do primeiro empréstimo, pagando 102,89 euros por cada 100 euros de dívida ("recompra")? Seria, certamente, uma atitude temerária, pois aumenta a despesa com juros para apenas empurrar a dívida para o futuro. Pois é isso que o Governo pretende fazer hoje. O leitor pode ir ao site eletrónico do IGCP. Abra o boletim mensal de fevereiro sobre "Dívida Pública". Na p. 2, vê que o Estado vai ter de resolver até 2016 cerca de 39 mil milhões de euros de empréstimos. Esse imenso obstáculo tem sido o pretexto para a constituição de uma volumosa "almofada" financeira. Tudo indica que o IGCP quer recomprar, hoje, uma parte de uma série de dívida a dez anos, contraída a partir de outubro de 2005 (ver p. 3). Se o fizer, às taxas mais recentes no mercado secundário, isso significa que, para o montante que for hoje amortizado, vamos pagar mais 3,53% de juros por ano até outubro de 2015 do que antes das duas operações financeiras supracitadas. Será isto uma gestão prudente, ditada pelo interesse nacional, ou estará o Tesouro público em risco para alimentar uma ilusão pré-eleitoral de triunfo?
Será esta uma almofada que alivia o País, ou uma pedra amarrada às pernas que o atira para o fundo? Temos direito a saber a lógica com que se joga o dinheiro sonegado aos salários e às pensões. Direito a uma explicação, ou a uma beliscadela que nos acorde deste pesadelo.
Portugal está melhor... muito melhor
Quarta-feira de cinzas, com o Carnaval morto e bem enterrado, foi altura de ao acordar despertar para uma visão “laranja” deste novo Portugal.
Portugal está melhor, muito melhor, mas os portugueses estão piores, quem o disse foi Passos Coelho, assim como padre que fala numa missa, sem direito a ser questionado, porque padre fala em nome de Deus e a palavra dum Deus é inquestionável.
O púlpito de Paços Coelho dá para dizer estas tiradas filosóficas sem que seja questionado. Nem pelos jornalistas. Sim, porque hoje não há jornalistas independentes que possam perguntar, que possam questionar os seus interlocutores do Governo sobre temas que aqueles lhe possam criar embaraços.
E é assim.
Ninguem lhe perguntou, olhos nos olhos, como o Portugal de hoje possa estar melhor com os portugueses a passarem fome e enormes frutações com a sua situação de desemprego, com filhos e netos sem trabalho ou sem receberem subsídio de desemprego, com a saúde nas ruas da amargura, com a desertificação do interior, etc, etc.
Acordar assim, com o horizonte sem nuvens negras e com o infinito cheiode pinceladas cor de laranja... azeda, é mesmo de quarta-feira de cinzas
Isaltino Morais - processo político?
Marinho e Pinto sem papas na língua
“”Apesar de considerar “escandalosa a forma como se rouba dinheiro e recursos públicos sem quaisquer consequências” em Portugal, o candidato do PMT às europeias sai em defesa de Isaltino Morais, sublinhando que é “advogado há 30 anos” e não conhece “um caso em que uma pessoa acusada ou condenada por um crime económico tenha sido condenada a uma pena de dois anos de prisão efetiva”.
“Há sinais objetivos, claros, de que este processo [de Isaltino Morais] não foi isento, não há imparcialidade na condenação e manutenção da mesma”, afirma Marinho Pinto, referindo-se ao facto de a liberdade condicional ter sido negada ao ex-autarca de Oeiras: “Há aqui qualquer coisa errada”, conclui, salientando que no que diz respeito a crime de fraude fiscal há “alguns juízes que não têm lições a dar nessa matéria de utilizar mecanismos para pagar menos impostos”.
Marinho Pinto recusa porém a ideia de uma perseguição política. “A ministra [da Justiça] tinha uma avença de muitos milhares de euros numa antiga universidade atlântica e parece que o dr. Isaltino pôs termo a isso. Desde então parece que ficaram inimigos mas não creio que haja aí perseguição política porque acho que a ministra não dá ordens aos tribunais e procuradores”.
O caso Isaltino parece, no entanto, ser uma exceção num país em que, na opinião de Marinho Pinto, há uma justiça para pobres e outra para ricos, veja-se o caso de quem roubou “milhões a um banco e que os gasta tranquilamente”. “As nossas leis são como as teias de aranha, os fortes passam por elas, os fracos ficam presos”, compara o ex-bastonário, reforçando que “as leis têm que ser aplicadas a todos com isenção e imparcialidade”, por isso é que “a justiça é cega, para não olhar às pessoas”.
Pinto Monteiro diz
“As terras do interior estão a morrer.
Não há nenhuma poupança que justifique a deslocação das populações e o encerramento dos tribunais em terras onde já só existem os tribunais.
É uma vergonha”, disse ontem Pinto Monteiro, em declarações à rádio Altitude, da Guarda.
Vistos Gold - de onde vem o dinheiro?
De onde vem o dinheiro?
“Governo Portugal atribui 208 vistos gold em 'troca' de 108 milhões
Nos dois primeiros meses deste ano o Governo português atribuiu 208 vistos 'gold', num total de 108 milhões de euros de investimento recebido, disse à Lusa fonte oficial do gabinete do vice-primeiro-ministro.”
Que tipo de dinheiro?
"Estas autorizações não permitem que os cidadãos de países terceiros residam fora de Portugal, mas -- segundo o Artigo 21 da Convenção da Aplicação dos Acordos de Schengen -- os seus portadores podem viajar até três meses em período de seis meses nos territórios de outros países Schengen", escreveu ainda a comissária.
Malmstrom esclareceu ainda que um residente de longa duração oriundo de um país terceiro poderá, em circunstâncias estritas, obter direito de residência noutros Estados-membros mas tem que, entre outros critérios, provar que tem recursos para se manter, bem como seguro de saúde.
A comissária garantiu também que, no que respeita à cláusula de investimento prevista no programa português, "a legislação contra lavagem de dinheiro aplica-se a transações ou relações comerciais ligadas a estes investimentos".
Paulo Fonseca - mais um a pedir subsídio de desemprego
Pinto da Costa, já pouco manda no FCP?
“Em reunião havida esta manhã, [o FCP] acordou com o treinador da sua equipa principal de futebol, Senhor Paulo Fonseca, a cessação das suas funções. Foi ainda decidido pelo Conselho de Administração que a função de treinador da equipa principal de futebol é assumida, interinamente, pelo treinador da equipa B, Senhor Luís Castro”, pode ler-se no documento.
450 mil - desempregados sem subsídio
Este país está mesmo melhor... para alguns, mas não para muitos milhares como estes.
“O Estado português apenas atribuiu prestações de desemprego a 388 mil desempregados em janeiro, deixando sem estes apoios mais de 425 mil desempregados, segundo dados divulgados hoje pela Segurança Social.”
04 março, 2014
Luis Montenegro não tem vergonha
O país do PSD não precisa de pessoas
O “país” de que fala Luís Montenegro não é o nosso país. O “país” de que fala Luís Montenegro não é Portugal.
0/A vida das pessoas não está melhor, mas a vida do país está muito melhor." A frase, de Luís Montenegro, o risonho líder parlamentar do PSD, merece entrada em qualquer colectânea de citações políticas e mesmo nos manuais de história contemporânea. Não pela profundidade do pensamento, como nos melhores casos, mas pela clareza da ideia que expõe, que no caso vertente resulta de uma mistura de simplicidade e de desfaçatez.
A primeira parte da tirada ("A vida das pessoas não está melhor”) não levanta dúvidas a ninguém e merece a concordância de todos. Há menos emprego que quando este Governo tomou posse, há mais desemprego, há mais desempregados sem apoios sociais, há mais pobreza, há mais sem-abrigo, há mais fome, há mais desespero, há mais jovens sem dinheiro para estudar, há mais portugueses a emigrar por falta de perspectivas, há mais jovens qualificados a emigrar, há mais medo, há menos liberdade, há menos apoios sociais, há menos acesso à saúde, há menos formação, há menos escolas, há menos serviços no interior, há maior conflitualidade, há menos confiança nas pessoas e nas instituições, etc. A lista exaustiva é impossível de tão longa e, por trás de cada estatística, escondem-se milhares de tragédias pessoais, de histórias que não deviam existir num país desenvolvido no século XXI.
O que é de mais difícil compreensão é aquele “a vida do país está muito melhor". É difícil porque é preciso um enorme esforço conceptual para separar este “país” que está “muito melhor” das “pessoas” que “não estão melhor”.
Que país é este de que fala Montenegro? Que entidade é esta que está tão longe e tão separada das pessoas que é possível que uma esteja muito melhor e as outras muito pior?
Existem muitas definições de estado (suponho que é do estado que fala Montenegro) mas praticamente todas elas consideram uma comunidade organizada politicamente, com um governo e um território. Que país é então este que está bem quando as suas pessoas estão mal? Que componente do país é que está melhor? Será que Montenegro fala do território? Não parece ser. Referir-se-á Luís Montenegro ao Governo? Será o Governo a parte do país que está “muito melhor”? É inegável que o executivo ganhou um novo vigor e que conseguiu construir um discurso positivo em torno da ideia de “fim do programa de ajustamento” que, por vácuo que seja, parece ter convencido alguns incautos e paralisado ainda mais o PS. Mas mesmo Luís Montenegro sabe que seria excessivo identificar Governo e país. Este país que está “muito melhor” parece ser algo mais amplo que a comissão liquidatária a que chamamos governo.
Mas então que país é este que está “muito melhor” e que não são as pessoas?
É simples: o “país” de que fala Luís Montenegro não é o nosso país. O “país” de que fala Luís Montenegro não é Portugal. O “país” de que fala Luís Montenegro é, simplesmente, o capital.
O que Luís Montenegro quis dizer foi que "A vida dos trabalhadores não está melhor, mas a vida do capital está muito melhor". Basta substituir estas poucas palavras para tudo bater certo. A vida dos dirigentes do PSD está muito melhor (basta ver como se congratulavam todos no último congresso). A vida dos dirigentes do CDS está muito melhor. A vida dos banqueiros está muito melhor. A vida dos grandes empresários está muito melhor. A vida dos multimilionários está muito melhor. A vida dos advogados que trabalham para o capital está muito melhor. A vida dos empresários que baixam salários e despedem trabalhadores com o pretexto da crise está muito melhor. A vida dos empresários sem escrúpulos está muito melhor. A vida dos empresários que vivem à conta das PPP está muito melhor. A vida dos corruptos que nunca são condenados está muito melhor. A vida dos que têm as empresas registadas na Holanda e o dinheiro nas ilhas Caimão está muito melhor. A vida dos empresários da saúde que vêem as suas clínicas aumentar a facturação à custa da destruição do Serviço Nacional de Saúde está muito melhor. A vida dos empresários da educação que vêem as suas escolas aumentar a facturação à custa da destruição da escola pública e dos subsídios do estado está muito melhor. E depois, à volta destes, há um segundo anel de empresários de serviços de luxo, de serviços “diferenciados” e “exclusivos”, que servem os primeiros, cuja vida está também muito melhor.
O que Luís Montenegro quis dizer foi que "A vida do povo não está melhor, mas a vida da oligarquia que manda no país está muito melhor". Foi por isso que se congratulou. Porque ele faz parte dela. Que isso constitua uma traição às promessas do PSD, à social-democracia que voltou a ter direito de menção no último congresso, ao interesse nacional, ao povo que o elegeu é algo que não preocupa Montenegro ou o PSD. Como diz com honestidade o multimilionário Warren Buffett, “há de facto uma luta de classes e a minha classe está a ganhar”. A diferença é que Buffett tem uma certa vergonha. E Montenegro não tem vergonha nenhuma.