O talentoso senhor Passos
Daniel Oliveira
8:00 Segunda, 8 de Abril de 2013
Vítor Gaspar deixou, em relação às suas previsões, um buraco orçamental de 1,9% do PIB (em vez de 4,5% de défice, 6,4%). Quase três vezes mais do que o que está em causa na decisão do Tribunal Constitucional.
Sem nenhuma possibilidade de lançar mais impostos, Passos Coelho já tinha anunciado cortes na saúde, na educação e na segurança social, que sempre fizeram parte dos seus objectivos políticos. Até criou uma comissão parlamentar para o efeito. Mesmo com estas medidas era cada vez mais evidente que teria de ser feita uma renegociação das metas e prazos do memorando e do pagamento da dívida, que poderia ganhar ou não a forma de um novo resgate. Até porque todas as previsões para o Orçamento deste ano, do crescimento ao desemprego, estavam a sair falhadas, com ou sem decisão do TC.
Perante a inconstitucionalidade do seu orçamento, o que nos informa o primeiro-ministro? Que, por responsabilidade da decisão do Tribunal Constitucional, que abre um buraco três vezes inferior ao que foi deixado pelo seu ministro das finanças, terá de fazer os mesmos cortes na saúde, na educação e na segurança social que já tinha decidido. Perante uma cratera, diz que a culpa da queda é do buraco que, também por responsabilidade sua, nasceu ao lado.
Quem tivesse dúvidas sobre a aldrabice desta desculpa, bastaria estar atento à intervenção de Passos. Ele mesmo disse que fez um corte na despesa primária de 13 mil milhões de euros. Sabendo que o estamos a falar de 1.200 milhões (800 milhões líquidos), percebemos a desproporção entre o impacto que o governo, em período de propaganda para impor a sua visão do que deve ser o Estado Social, atribui a esta decisão do Tribunal Constitucional e a realidade.
Nessa "narrativa", a falta de 1.200 milhões de euros destrói o trabalho de dois anos e o futuro para os próximos anos, que estava tão bem encaminhado. E assim, a decisão do Tribunal Constitucional, que envolve apenas 0,7% do PIB, ficará a ser responsável pelo encerramento de escolas e hospitais e por cortes nas pensões. Já os 1,9% em falta por culpa direta de Vítor Gaspar serão meros desvios irrelevantes. E ainda tem a suprema lata de afirmar que o Tribunal Constitucional defende o aumento de impostos (como se o tribunal fosse um partido político com um programa eleitoral). Isto, vindo do governo que mais impostos aumentou na nossa história democrática.
A verdade é simples: Pedro Passos Coelho precisava de um bode expiatório para os seus próprios erros, de um pretexto para avançar sem oposição para o programa de "refundação" do Estado Social e de criar o fantasma necessário para instalar o medo: o segundo resgate que, se vier, virá por causa dos resultados das políticas de austeridade e não devido a esta decisão do TC. Este é o único talento do nosso primeiro-ministro: construir um enredo onde se escondem as suas responsabilidades e as suas intenções.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-talentoso-senhor-passos=f798565#ixzz2PxG37iJv
11 abril, 2013
10 abril, 2013
09 abril, 2013
Passos Coelho - tal qual medricas...
"Tão depressa não esqueceremos a imagem do primeiro-ministro entrando na sala da residência oficial pejada de câmaras e de fotógrafos, passo rápido, rosto fechado, lábios apertados, num misto de raiva e cinismo, correndo para o microfone, de olhos faiscando vingança, vencido pelo medo, disfarçado de grande líder, a ler umas páginas escritas para serem ouvidas em Berlim, Bruxelas e Nova York. E era vê-lo no final da leitura, quase a correr, como que a fugir dali para Belém, qual medricas incapaz de assumir sozinho a responsabilidade e as consequências de pela segunda vez ter apresentado um orçamento de Estado inconstitucional.
A reacção do primeiro-ministro ao acórdão do Tribunal Constitucional e dos comentadores que correram a manifestar-lhe apoio, envergonham Portugal e os portugueses. É legítimo discutir e discordar da decisão do Tribunal mas o que se passou não foi isso.
O que se passou foi o espectáculo triste do primeiro-ministro de um País democrático praguejando contra a decisão de um órgão de soberania porque ele cumpriu as suas funções e decidiu de uma maneira que não agradou ao primeiro-ministro, deixando-o exasperado e cheio de medo de ser castigado pelos seus patrões da troika.
Em vez de usar a decisão independente e soberana do TC como factor de credibilidade do País, exemplo evidente de que Portugal ainda é um País onde a democracia funciona e que não perdeu a sua dignidade apesar do resgate, permanecendo um Estado de Direito, o primeiro-ministro lançou palavras envenenadas de ódio e rancor contra o Tribunal Constitucional.
Não se apagarão tão depressa os ecos desse momento vergonhoso e triste em que um primeiro-ministro ficou “nú” perante o País e foi a correr pedir socorro ao seu aliado conjuntural de Belém, implorando uma palavra de confiança para ser ouvida pela troika. Logo vieram Barroso e o inefável ministro das finanças alemão, o socorrista de Gaspar, louvar a profissão de fé na troika e no memorando, feita pelo pobre coitado primeiro-ministro português. E o espectáculo continua, crescem as ameaças aos portugueses, anuncia-se a chegada dos troikanos, vem aí castigo, espera-se ao menos que não venha crime para não ser “crime e castigo”.
É difícil esquecer estes dias." ( http://vaievem.wordpress.com/)
A reacção do primeiro-ministro ao acórdão do Tribunal Constitucional e dos comentadores que correram a manifestar-lhe apoio, envergonham Portugal e os portugueses. É legítimo discutir e discordar da decisão do Tribunal mas o que se passou não foi isso.
O que se passou foi o espectáculo triste do primeiro-ministro de um País democrático praguejando contra a decisão de um órgão de soberania porque ele cumpriu as suas funções e decidiu de uma maneira que não agradou ao primeiro-ministro, deixando-o exasperado e cheio de medo de ser castigado pelos seus patrões da troika.
Em vez de usar a decisão independente e soberana do TC como factor de credibilidade do País, exemplo evidente de que Portugal ainda é um País onde a democracia funciona e que não perdeu a sua dignidade apesar do resgate, permanecendo um Estado de Direito, o primeiro-ministro lançou palavras envenenadas de ódio e rancor contra o Tribunal Constitucional.
Não se apagarão tão depressa os ecos desse momento vergonhoso e triste em que um primeiro-ministro ficou “nú” perante o País e foi a correr pedir socorro ao seu aliado conjuntural de Belém, implorando uma palavra de confiança para ser ouvida pela troika. Logo vieram Barroso e o inefável ministro das finanças alemão, o socorrista de Gaspar, louvar a profissão de fé na troika e no memorando, feita pelo pobre coitado primeiro-ministro português. E o espectáculo continua, crescem as ameaças aos portugueses, anuncia-se a chegada dos troikanos, vem aí castigo, espera-se ao menos que não venha crime para não ser “crime e castigo”.
É difícil esquecer estes dias." ( http://vaievem.wordpress.com/)
Bardamerda ao Ministro Alemão
"Depois da decisão [do Tribunal Constitucional] Portugal tem agora de tomar novas medidas", afirmou Wolfgang Schäuble, esta segunda-feira, em declarações ao "Bayerischen Rundfunk" (tv e rádio da Baviera - serviço público de radiodifusão). ( JN )
Passos Coelho visto por...
Ferreira Fernandes no DN
"A porta abriu e dela saiu, disparado para a proclamação ao país, o
primeiro-ministro. Infelizmente não há, como para mentirosos os detetores de
mentiras, máquinas para detetar os dead men walking. Se houvesse tal máquina,
tal como a rapidez de responder apanha os mentirosos, aquela precipitação para
os microfones mostraria o morto em pé, o condenado a caminho do cadafalso. Não
interessa qualquer análise ao discurso, tudo é tarde para Passos Coelho,
primeiro-ministro. O País já não o espera mais. A 6 de junho de 2011, dia
seguinte a Passos Coelho ter ganho as eleições, escrevi aqui que, dada a crise,
era este o caminho: "as obrigações de hoje (e do resto dos dias da nossa dívida)
exigem uma larga maioria", um Governo comprometendo todos, PSD, CDS e PS, numa
responsabilidade comum. Cínico, eu reconhecia na crónica que ela era para ser
lida "daqui a seis meses"... Hoje, nem diria "daqui a quase dois anos" porque
sei que protagonistas como Passos não entenderam nada. E é ele que apela, agora,
à responsabilidade conjunta dos "partidos do arco da governação"! Ele que não
entendeu que a política conjunta teria servido para que uns vigiassem os outros,
porque política é isso, acordos. A ter havido política, o cortar a direito à la
Gaspar não teria existido. Continuando a crise, e até com ela piorada, a
solução, sim, é a mesma, de conjunto. Mas há que passar por eleições, para lavar
os partidos das nódoas reveladas."
07 abril, 2013
Passos Coelho - De João Semana falhado a cangalheiro de Portugal
Passos Coelho, o seu governo, o PSD e o CDS, não passam, todos em conjunto dos grandes e actuais coveiros de Portugal.
Pedro Passos Coelho, nãomais que um "João Semana" falhado, aplicando a sua terapeutica de tal forma forma que o doente está a morrer com a cura.
Passos Coelho utiliza a eutanásia em estilo próprio, com a certeza que não vai demorar muito em que passa a cangalheiro e coveiro deste Portugal.
Pedro Passos Coelho, nãomais que um "João Semana" falhado, aplicando a sua terapeutica de tal forma forma que o doente está a morrer com a cura.
Passos Coelho utiliza a eutanásia em estilo próprio, com a certeza que não vai demorar muito em que passa a cangalheiro e coveiro deste Portugal.
04 abril, 2013
Isaltino Morais - tem razão?
Isaltino Morais, em entrevista, pôs o dedo e bem,na ferida, melhor, na enorme chaga que é a nossa Justiça.
Aos grandes capitalistas e aos banqueiros, que colocaram milhões fora do país e se esqueceram de os declarar ao fisco, não foi aplicada a mesma lei aplicada a ele. Vamos lá saber porquê.
Da "Operação Furacão" que no tempo andou de braço dado com o "Freeport" e Face Oculta" nada se sabia, nada de fugas de informação, nomes de milionários e banqueirros que colocaram os dinheiros fora do país, nada. Quem acredita?
Aos grandes capitalistas e aos banqueiros, que colocaram milhões fora do país e se esqueceram de os declarar ao fisco, não foi aplicada a mesma lei aplicada a ele. Vamos lá saber porquê.
Da "Operação Furacão" que no tempo andou de braço dado com o "Freeport" e Face Oculta" nada se sabia, nada de fugas de informação, nomes de milionários e banqueirros que colocaram os dinheiros fora do país, nada. Quem acredita?
01 abril, 2013
30 março, 2013
Sócrates - O homem está em grande forma.
"Notoriamente, os dois jornalistas destacados para entrevistar José Sócrates
estavam impreparados, ou não tomaram em consideração a aptidão dialéctica do
ex-primeiro-ministro, ou, pior, não estavam ali para esclarecer, sim, acaso,
para baralhar e entrar em chicana, colocando-se como protagonistas, quando
deviam ser mediadores. Chegou a ser pungente a evidência com que o entrevistado
repôs a natureza dos factos, perante a turva propriedade das enunciações. O
esclarecimento das manobras e das conspiratas com origem em Belém, e as
inclinações ideológicas do dr. Cavaco, que põem em causa a sua tão apregoada
"independência", foram pontos fulcrais da entrevista. Ficou-se a saber o que se
suspeitava: o manobrismo unilateral de quem começa a ser cúmplice consciente do
desastre para que nos encaminham. Um a um, ponto a ponto, Sócrates rebateu as
alegações de "desincorporação" que ambos os jornalistas se aplicavam em expor,
recorrendo às instâncias que estabeleciam as relações marcantes na época. Aí, a
sua intervenção foi arrasadora. Claro que Sócrates e o seu governo não podem ser
responsáveis de todas as malfeitorias, apesar das estruturas de
contra-informação utilizadas, da negligência propositada de alguma comunicação
social, e que ele denunciou com denodo. A entrevista foi extremamente
interessante porque o reconhecido talento de José Sócrates voltou a impor-se em
grande estilo. Ficámos esclarecidos? Não; porque os entrevistadores, além das
deficiências apontadas, foram intimidados pelo "animal feroz". O homem está em grande forma." Batista Bastos
Fernanda Cancio - a verdade desta "gente"
Se os políticos são todos iguais, entre os iguais, há alguns que são mesmo diferentes
"Houve um tempo em que um Governo enviar pareceres de juristas ao Tribunal
Constitucional era, para o PSD, "uma violenta e desproporcionada pressão". Houve
um tempo em que deputados sociais-democratas viam, mesmo em opiniões
encomendadas a juristas como Lobo Xavier e Saldanha Sanches, inaceitáveis
manobras para condicionar o TC - dizia-o, imagine-se quem?, Miguel Relvas, em
dezembro de 2006, a propósito do pedido de fiscalização da constitucionali- dade
da Lei das Finanças Locais e de cinco pareceres enviados pelo Governo socialista
ao palácio Ratton.
Ah, mudam-se os tempos. E mudam-se de tal modo que seis anos depois tivemos
um Orçamento do Estado inconstitucional "de papel passado" e um Governo a achar
normal mantê-lo e a seguir reforçar a dose, como quem vê que é mole e portanto
carrega. Ou seja: o TC deu - por via da bizarra suspensão do efeito da
declaração de inconstitucionalidade quanto ao corte dos subsídios a funcionários
públicos e pensionistas, na prática uma suspensão da Constituição - aquilo que
se chama "uma abébia" a Passos e Gaspar, e eles, em vez de agradecer e pedir
desculpa pelo erro, agiram como se fosse uma licença para infringir a lei
fundamental, para a ignorar, para dela escarnecer - e do TC.
O escárnio chegou a tal ponto que uma deputada do PSD afirma que o TC "está
vinculado ao memorando" enquanto Passos exige "responsabilidade" aos juízes,
soprando aos jornais que se o TC chumbar o Orçamento se demite (que desgraça,
deus, como sobreviveremos?). Um PM que tomou medidas que toda a gente - a
começar pelo Presidente da República, que aliás o disse mesmo antes da
apresentação do OE 2012, para a seguir nada fazer - sabia que eram
inconstitucionais, e portanto violou com toda a consciência a lei fundamental,
esbulhando dois mil milhões de euros a centenas de milhares de cidadãos em nome
do desígnio sagrado do controlo do défice (que ficou SÓ dois pontos percentuais
acima do fixado), acha-se em condições de dar lições de responsabilidade. E logo
aos juízes da mais alta instância da nação.
Fá-lo, claro, porque não parece haver margem para que o TC não declare
inconstitucionais normas do OE 2013. Mas pode o TC de novo suspender a
Constituição, permitindo ao Governo, mais uma vez, safar-se, à gargalhada, com o
roubo? Ou, perante a ameaça da "crise política", declarar inconstitucionais
apenas uma ou outra das normas menos "dispendiosas", permitindo que outras
igualmente abusivas passem?
É certo que os juízes devem ser superiores a tudo, mesmo à justa fúria que as
afirmações do PM lhes causarão. Mas só há uma instituição por cujo regular
funcionamento lhes cabe zelar - a sua própria - , como garante último do
respeito pela lei fundamental (e pelo regime democrático, portanto). Serem
responsáveis é cumprirem o seu mandato - sobretudo quando os outros
irresponsável e vergonhosamente desrespeitam os deles. Façam o que têm a fazer.
Ou demitam-se."
Socrates - o que disse
Socrates - o que disse: No Expresso, por Nicolau Santos
O que disse José Sócrates de novo?
1) Fez o mais violento ataque em democracia a um Presidente da República, culpando-o diretamente pela crise política que levou à queda do anterior Governo e à atual solução governativa. Ninguém o tinha dito com tanta brutalidade. Ninguém tinha dito que foi ele a mão por trás do arbusto. Ninguém tinha dito que foi ele o patrono da crise política e desta solução governativa, com a qual está completamente comprometido.
2) Sublinhou que o PEC IV tinha o apoio do BCE, do Conselho Europeu e da Comissão Europeia. Não era claro para toda a gente embora a irritação de Angela Merkel com o chumbo do PEC IV constitua uma possível confirmação. Isso não quer dizer, como é evidente, que o PEC IV seria o buraco da agulha por onde escaparíamos sem ter de pedir um resgate ao FMI. Mas que havia apoio da União ao PEC IV, lá isso havia.
3) Nas parcerias público-privadas, uma das principais acusações que lhe faziam, Sócrates lembrou que das 22 PPP existentes só 8 lhe podem ser atribuídas. E que recebeu encargos de 23 mil milhões com as PPP, que reduziu para 19 mil milhões quando deixou o Governo. Os números são oficiais, estão nos Orçamentos do Estado - e contrariam o discurso que tem sido feito sobre esta matéria.
4) No que toca ao memorando, recusou que o que está em prática tenha sido o documento que assinou. Disse que já houve sete mudanças e que muitas medidas - subida do IVA para a restauração e para a energia, corte de meio subsídio de Natal logo em 2011 e confisco dos dois subsídios à função pública em 2012 - não estavam no documento original, o que é verdade. Se se podia fugir a elas ou seguir outro caminho, é outra discussão que o ex-primeiro-ministro defende, ao dizer ao Governo para parar de escavar o buraco da austeridade.
Cicero e Catalina e o rancor a Sócrates
Henrique Monteiro, ao que lembre, sempre atacou José Sócrates, sabemos lá porque razão.
Hoje trás à colação uma boa tirada filosófica onde e como muito bem se pode aplicar aos políticos, aos comentadores, mas esencialmente aos jornalistas, a muitos jornalistas.
No seu escrito no Expresso mistifica e contraria o que Sócrates diz de Cavaco Silva, dando a palavra ao Presidente e chamando de mentiroso a Sócrates.
Há pessoas assim, sendo ou não jornalistas ou políticos, uns mesmo, desprovidos do minimo pudor.
Paciência, lá virá o tempo em que serão desmascarados.
A parte da prosa que se segue, foi escrita no Expresso, e serve perfeitamente para se aplicar na integra aos tais jornalistas, mas especialmente a este, pelo seu rancor doentio a José Sócrates.
"A demagogia, que é o terreno fértil dos tele-evangelistas, dos vendedores de facilidades, abundou. E apetece fazer as perguntas que o grande Cícero fez a Catilina, um demagogo da sua época: "Até quando Catilina abusarás da nossa paciência? Por quando tempo ainda esse teu rancor nos enganará? Até que ponto a tua audácia abusará de nós? Sem esquecer que Catilina foi considerado um herói popular e Cícero enviado para o exílio, de onde voltou para se retirar da política ao entrar em choque com Júlio César. A República Romana, que Cícero defendera acima de tudo, tinha chegado ao fim. Abria-se o ciclo dos imperadores.
A moral da história não é quase nunca uma história moral!"
29 março, 2013
Câmara Corporativa: "O Presidente é, de facto, menor e mesquinho"
Câmara Corporativa: "O Presidente é, de facto, menor e mesquinho"
Clara Ferreira Alves, ALGUÉM PARA ODIAR [hoje no Expresso]:
Clara Ferreira Alves, ALGUÉM PARA ODIAR [hoje no Expresso]:
‘(…) No ano em que soubemos que uma quadrilha de amigos do Presidente não
paga o que deve ao BPN e temos nós de pagar por eles, milhares de milhões, as
pessoas escolhem odiar Sócrates. No mês em que a nossa saída do euro está por um
triz, as pessoas escolhem odiar Sócrates. Que lhes faça bom proveito.
O que extraí da entrevista? Algumas verdades. O Presidente é, de facto, menor e mesquinho. (…) Vi, ainda, que quem não deve não teme. Se Sócrates fosse o bandido que fugiu para Paris e para uma vida de luxo com o dinheiro que roubou no Freeport (campanha mais infame do que a da homossexualidade) não tinha regressado. Vi um homem de consciência tranquila. A pergunta que me interessava ninguém a fez. E a Europa? Desde que Sócrates se foi embora a Europa mudou, para pior. Portugal também, para pior. (…)’
O que extraí da entrevista? Algumas verdades. O Presidente é, de facto, menor e mesquinho. (…) Vi, ainda, que quem não deve não teme. Se Sócrates fosse o bandido que fugiu para Paris e para uma vida de luxo com o dinheiro que roubou no Freeport (campanha mais infame do que a da homossexualidade) não tinha regressado. Vi um homem de consciência tranquila. A pergunta que me interessava ninguém a fez. E a Europa? Desde que Sócrates se foi embora a Europa mudou, para pior. Portugal também, para pior. (…)’
Miguel Relvas e o tiro pela culatra
Relvas e o Governo no seu todo, bem se podem cuidar
"Daqui para a frente, o Governo não vai poder dormir descansado com os comentários semanais de Sócrates. Hoje já deu a entender o que aí vem, querendo falar dos erros de governação que estão a ser cometidos. Foi pena que os dois entrevistadores - uma vez mais, com uma prestação fraca - não o tenham deixado desenvolver esse tema. Dificilmente regressará à política activa, mas será muito importante na definição do debate público. Se a sua contratação foi uma jogada do Dr. Relvas, o tiro terá saído pela culatra. Mais um, de resto. A continuar assim, o Governo não durará muito. E não cairá; sairá com benzina, porque é uma nódoa."
Cavaco Silva - o sonso
Todos sabemos o que ele sempre foi e continua a ser, mas convem relembrar.
"Todos sabíamos que Cavaco Silva é o sonso mais bem sucedido da vida política portuguesa. O político profissional há mais tempo no activo, sem nunca deixar de se fazer passar por não político; o intriguista que tece na sombra as sombras do seu poder; e o egocêntrico inseguro que tenta pairar acima da sujeira da política. José Sócrates fez muito bem em atacá-lo directamente, afirmando num palco bem visível o que já se vinha sendo dito em surdina há muito tempo. Cavaco conspirou para fazer cair o Governo de Sócrates. E não foi apenas em 2011. Antes das eleições de 2009, já o tinha tentado. Nunca deixou de fazer letra morta do dever de isenção a que a sua função obriga, tentando derrubar os dois governos de Sócrates, mas também continuando a manter este Governo em funções, apesar do descalabro do país. Cavaco não só não está acima da política, como não está, de modo algum, acima dos partidos. E demonstrar esta evidência terá sido o maior contributo desta entrevista"
PSD - pressiona o Tribunal
PSD quer que Tribunal decida, passando por cima do texto e do espírito da Lei fundamental - a Constituição
"Esta posição foi assumida na Assembleia da República pela deputada e vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho, que discordou que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, tenha exercido pressão sobre o Tribunal Constitucional quando considerou que esta instituição "tem também de ter responsabilidade nas decisões que vier a tomar e no impacto que elas possam ter no País".
"Nós entendemos que o Tribunal Constitucional deve avaliar este Orçamento tal como nós o elaborámos e aprovámos nesta câmara: tendo em consideração o contexto económico, o contexto financeiro, o memorando de entendimento, o direito europeu, o direito nacional", afirmou a deputada e dirigente social-democrata.
A este propósito, Teresa Leal Coelho acusou a oposição de desvalorizar a situação do País: "Parece que se esquecem que um dia podemos não ter dinheiro para pagar salários e pensões, parece que se esquecem que nós hoje não temos condições financeiras de sustentabilidade de um Estado que tem cerca de dois cidadãos activos por cada pensionista ou reformado".
"Assim sendo, nós temos de trabalhar em contexto, e temos de trabalhar em contexto seja o Partido Comunista, sejamos nós ou seja o Tribunal Constitucional", argumentou.
Antes, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, tinha desafiado Teresa Leal Coelho a demarcar-se das declarações que o primeiro-ministro fez na quarta-feira, no Porto, sobre a responsabilidade do Tribunal Constitucional, que apontou como uma pressão sobre esta instituição,
"Eu quero clarificar com toda a transparência aquela que é nossa posição relativamente à responsabilidade que cada instituição, seja ela uma instituição pública ou privada, deve assumir na reconstrução de um País: a responsabilidade que está no âmbito das suas funções. E é por isso mesmo que nós não temos qualquer tipo de problema e não consideramos uma forma de pressão dizer que o Tribunal Constitucional deve, no exercício das suas funções, assumir a sua quota-parte de responsabilidade", respondeu Teresa Leal Coelho.
Em discordância com esta posição, Pedro Filipe Soares tinha pedido à deputada social-democrata que afirmasse que "não alinha nas pressões sobre o Tribunal Constitucional".
Por sua vez, João Oliveira acusou o primeiro-ministro de procurar "chantagear e pressionar o Tribunal Constitucional" como "nunca tinha acontecido em Portugal depois do 25 de Abril", acrescentando: "Senhora deputada Teresa Leal Coelho, se o Tribunal Constitucional reconhecer inconstitucionalidades no Orçamento do Estado, a responsabilidade é do Governo que propôs o Orçamento e é vossa, do PSD e do CDS, que o aprovaram"."
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