24 março, 2013

Escolas Militares - o descalabro

Estas escolas, nos moldes em que funcionam, não tem razão de ser.
Bolas para esta gente, que paguem o que devem pelo funcionamento das escolas ou que sejam fechadas.
 
"As três escolas militares custam 15 milhões de euros por ano ao Estado. Em 2011, o Colégio Militar (CM), o Instituto de Odivelas (IO) e o Instituto dos Pupilos do Exército (IPE) tiveram uma despesa na ordem dos 18 milhões de euros, tendo conseguido 3,6 milhões em receitas. O governo vai apresentar na segunda-feira o plano de reestruturação, mas as contas já estão feitas: os três estabelecimentos de ensino apresentaram um défice de cerca de 14,4 milhões de euros. “Um valor incomportável para o Estado”, segundo um estudo de uma comissão técnica coordenada pelo ex-ministro da Educação Marçal Grilo, concluído em Maio do ano passado, que recomenda mudanças profundas nas escolas militares.
A começar logo pela gestão financeira: o grupo de trabalho chegou à conclusão de que, enquanto um aluno do ensino público não militar custa cerca de 5700 euros ao Estado, cada aluno do Colégio Militar custou, no ano lectivo de 2010/2011, três vezes mais: um total de 15 959 euros. Já o valor médio por cada aluna no Instituto de Odivelas é de 10 371 euros. Nos Pupilos do Exército, o custo é ainda maior: 35 649 euros.
A par do problema da sustentabilidade financeira, o relatório, a que o i teve acesso, aponta outros problemas. As três escolas não têm “conseguido despertar vocações para a carreira militar”, a descida “preocupante” do número de alunos ao longo da última década e a diferenciação de sexos no CM e no IO, que se tornou um conceito “ultrapassado”.
Foi com base nestas conclusões que Marçal Grilo elaborou uma série de recomendações ao governo para diminuir o défice das escolas. A primeira passa por fundir o Instituto de Odivelas com o Colégio Militar (que passariam a ser escolas mistas), transformando-se o IPE - que entretanto teria de mudar de nome - numa escola profissional “de excelência”. Esta é, segundo o relatório, “a solução mais óbvia e imediata” para o ensino militar, passando as três escolas a ter uma gestão integrada - até porque, sublinha Marçal Grilo, “a oferta concorrencial” dos três estabelecimentos “não tem justificação”, servindo apenas para acentuar a diminuição do número de alunos que se verifica nos últimos anos. No ano lectivo de 2011/2012, o Colégio Militar teve 356 alunos. No ano anterior eram 369 e, em 2006/2007, foram 386. No Instituto de Odivelas havia, no último ano lectivo, 257 alunas - menos 70 que no ano anterior - e em 2006/2007 eram 273. O IPE, contudo, parece contrariar a tendência: em 2011/2012 havia 140, mais três que em 2010/2011, sendo 134 cinco anos antes.
O relatório sublinha, por outro lado, o facto de o rácio de professores/alunos ser “baixo”. Em média, nas três escolas havia, em 2011, um professor para cada quatro alunos. Já o rácio de funcionários/aluno é classificado, no documento, de “chocante”. No Colégio Militar há um funcionário para cada dois alunos e, no IPE, para cada estudante há um funcionário. O relatório recomenda, por isso, “uma redução drástica do pessoal não docente”.
Educação diferenciada A equipa coordenada pelo antigo ministro da Educação critica, por outro lado, a “discriminação de género” nas escolas do Exército. “Não há motivos institucionais, pedagógicos ou sociológicos para que o Estado, através da instituição militar, patrocine um projecto educativo assente na diferenciação por género”, lê-se no documento. Assim sendo, o Colégio Militar, segundo a proposta de Marçal Grilo, passaria a integrar todos os ciclos de ensino até ao 12.º ano em regime de externato misto. No 3.º ciclo manter-se-ia o regime de internato, feminino e masculino.
No IPE seriam ministrados cursos profissionais de ensino secundário, capazes de atrair alunos portugueses e do estrangeiro, nomeadamente de países lusófonos como Angola. A comissão admite que seria necessárias fazer obras no Colégio Militar e rentabilizar as instalações do Instituto de Odivelas, entretanto desocupadas - sem que seja apontada, no entanto, uma alternativa.
a Proposta do exército Do relatório consta uma segunda proposta ao governo que defende a manutenção das três escolas e apresenta um conjunto de medidas para atingir a sustentabilidade financeira. Da comissão liderada por Marçal Grilo fazia parte o director de Educação do Comando da Instrução e Doutrina do Exército, o major-general Rosas Leitão - que discordou das conclusões dos restantes membros da comissão, defendendo a manutenção dos três projectos educativos.
A proposta do Exército prevê que a gestão estratégica das escolas seja assumida, de forma integrada, pela Direcção de Educação do Exército. De maneira a garantir mais receitas, seria introduzido no CM e no IO uma novidade: o 1.º ciclo em regime de externato misto, mantendo-se a possibilidade de internato a partir do 2.º ciclo nas duas escolas. Os custos com pessoal seriam cortados, os professores passariam a ser comuns às três escolas - que iriam também partilhar serviços, como a lavandaria, transportes e actividades. A proposta alerta, por outro lado, para a necessidade de uma aposta em campanhas de divulgação das escolas e admite cortes no número de militares presentes nos estabelecimentos de ensino. Seriam ainda introduzidas turmas mistas no Colégio Militar e no Instituto de Odivelas, nas disciplinas do ensino secundário em que existem menos alunos.
“Estas escolas não podem ser encaradas como estabelecimentos com uma lógica comercial, como as escolas privadas ou corporativas”, adverte a proposta do Exército, que defende que o Estado deve assumir apenas “uma parte da despesa com o custo do aluno, semelhante ao valor do custo por aluno numa escola pública”. E deixa um aviso: “Uma mudança de elevado risco estratégico e na gestão organizacional, encerrando escolas ou contribuindo para a sua extinção a prazo, poderá destruir irremediavelmente as virtudes do modelo existente. Criar uma nova escola sem o apoio das comunidades educativas leva à instabilidade emocional nos estabelecimentos e o sucesso será uma incógnita.”
pais ameaçam retirar filhos Caso a proposta de fusão do CM e do IO avance, a maior parte dos pais vai tirar os filhos das duas escolas, o que só servirá para agravar a situação financeira, avisa Paulo Amaral, presidente da Associação de Pais do Colégio Militar. “A ideia é cortar nos custos, mas a fusão vai ter um efeito perverso, conduzindo à perda de alunos e ao fecho inevitável das escolas”, defende.
É que, se para a comissão de Marçal Grilo a separação por géneros é um conceito “ultrapassado”, para os pais é um “modelo diferenciador” face a outras escolas. “O que pode tornar estes estabelecimentos atractivos”, considera Paulo Pereira, da Associação de Pais do Instituto de Odivelas, que classifica o trabalho da comissão liderada por Marçal Grilo de “insuficiente e superficial”. As associações de pais criticam, desde logo, as contas apresentadas no relatório. “O custo por aluno não bate certo com os valores que constam do relatório elaborado em 2011 pelo Tribunal de Contas”, garante Paulo Pereira. Mais: o custo por aluno no IPE é três vezes superior ao do CM e do IO “porque foram incluídas nas contas os custos com os cursos de sargentos” que são ministrados nos Pupilos do Exército.
As três associações de pais também apresentaram uma proposta à tutela “porque concordamos que a gestão pode ser melhorada e há muito por onde cortar”, admite Paulo Amaral. “Por isso, é precipitado partir para a fusão e extinção de escolas, quando ainda há muitas alternativas que podem ser implementadas e podem tornar as escolas sustentáveis”, concorda Paulo Pereira. De maneira a aumentar as receitas, os pais dizem-se disponíveis para participar na gestão dos estabelecimentos e propõem o ensino do pré-escolar e do 1.º ciclo em Odivelas. O Colégio Militar serviria para introduzir apenas o 1.º ciclo.
Outra das alternativas passaria por abrir uma residência universitária nas instalações do IO. As associações admitem ainda racionalizar e partilhar serviços e professores. “Conseguiríamos cortar nos gastos em mais de 20% e subir o número de alunos para o dobro, sem que fosse preciso mais investimento”, garante Paulo Pereira, rematando: “Fechar não é saber gerir.” " ( in IOnline)

S Pedro do Estoril


       S Pedro do Estoril

Sócrates o Culpado

... A direita portuguesa que tanto tem usado Sócrates para bombo da festa parece não querer ter a oportunidade de o ter mais perto para melhor o culpar dos erros de previsão de Gaspar, aliás o ex-primeiro-ministro é culpado de tudo o que tem sucedido com este governo excepto a gravidez da Assunção Cristas.  In "O Jumento"

04 março, 2013

Teresa Caeiro

Não sei se é loira, mas tem genes!

Este senhora bem merecia algo diferente de apenas uma recriminação.
O que se transcreve é uma vergonha.

«Não vou e nunca iria a uma manifestação como a que se prepara para o dia 2 de Março de 2013. Citando Paulo Portas, “ninguém são de juízo dirá que tudo está bem”. É evidente que as coisas não estão bem: uma taxa de desemprego acima dos 17% é uma calamidade; a deterioração das condições económicas maior do que se previu; a consolidação orçamental está a ser mais lenta do que se pretendia; a crise é mais profunda do que esperado e a carga fiscal atingiu o limite do suportável pela classe média. Precisamos de mais tempo para diminuir o défice, de um período mais alargado para uma redução estrutural da despesa corrente e de maior tolerância para cumprir o programa que nos devolverá a soberania plena. Precisamos de aceleradores da economia sem entrar no despesismo que nos obrigou ao pedido de resgate. Temos de ter a lucidez de compreender que o Memorando de Entendimento deve ser ajustado às realidades com que nos vamos confrontando. E há que ter noção de que não é possível exigir o esforço tremendo pedido aos portugueses sem um mínimo de compreensão da população.
Dito isto, os “lixem-se” não representam a população portuguesa e não encontro no slogan simplista “que se lixe a troika” e no entoar do “Grândola” em todas as esquinas qualquer vislumbre de pensamento ou de propostas alternativas. Aposto que a maioria dos que se reúnem hoje não lutaram pela liberdade e pela democracia: receberam-na de bandeja e beneficiam - felizmente - dessas conquistas. Tomam-na como garantida, para sempre. Mas esquecem que a liberdade implica responsabilidade, nomeadamente o dever de contribuir de forma construtiva para que ela se perdure. E a democracia exerce-se nos actos eleitorais, de quatro em quatro anos. Seria interessante saber quantos dos que se “indignam” e mandam a troika lixar--se, exerceram este direito/dever nas últimas eleições.
A contestação faz parte da democracia, e ainda bem. Mas contestar por contestar não contribui para a solução dos problemas, nem dignifica a liberdade. As grandes concentrações de 15 de Setembro, transversais a toda a sociedade e faixas etárias, tinham uma mensagem precisa e concreta: não aceitamos uma redução dos nossos vencimentos para uma medida sem retorno perceptível. E tinham razão.
Já os que querem que “a troika se lixe” não apresentam uma única ideia. A não ser, claro… que se lixe tudo. E da pouca substância que se retira das forças políticas que os apoiam não há uma medida que não levasse o país à ruína, a uma desvalorização de mais de 80% do nosso PIB (leia-se das posses de cada um de nós) e a tornarmo-nos uns párias internacionais durante gerações e gerações.
Deixo umas perguntas, às senhoras e senhores que hoje estão num afã a pintar cartazes e a afinar as vozes: a um ano e meio do fim do programa de resgate é altura de romper tudo ou tentar cumprir a nossa parte para recuperar a nossa soberania? E preferem, hoje, estar em Portugal ou na Grécia? E preferem que se lixe a troika ou que se lixe Portugal?» [i]



2 de Março

Pouco importa o que se diga das muitas centenas de milhares que estiveram em Lisboa, Porto, Coimbra ou em todas as outras cidades que se associaram à manifestação de repúdio contra este Governo de incompetentes, mentirosos e medrosos.
Na verdade, que esteve lá sabe que  todos estavam contra o governo, empunhando cartazes, cantando a Grandola, indo de bicicleta, levando o seu cão consigo ou igualmente levando de passeio nos seus carrinhos os bébés.
Foram e viram muitos que estavam nas bermas dos passeios e que os aplaudiam pela actitude que decidiram tomar - estar presentes.
O Governo, pode até ironizar, disfarçar e olhar para o lado, mas, terá ficado consciente de que, a bem ou mal este Governo vai cair.  E quando cair, não vai ser fácil, mesmo fora do Governo, estes ministros andarem pelas ruas deste pais.
Vou continuar pela vida fora a ouvir das boas, deste povo que esqueceram a quem mentiram e a quem continuam a roubar o pão nosso e cada dia.
Espremos pelo Amen!!!

Justiça rápida

Há por aí alguem que diga que a justiça aqui no nosso burgo não  anda nos limites?
Aqui temos um bom exemplo da celeridade da "nossa" justiça:

"Supremo Tribunal de Justiça confirma reintegração de quatro trabalhadores da Novartis despedidos há sete anos"


25 fevereiro, 2013

Tropa - mas que tropa

Ouvi, ontem nos Prós e Contras uma parte do programa, onde "generais e almirantes" falaram em defesa essencialmente dos seus interesses.


Os conceitos de estratégia podem ter muito interesse, serem ou não necessários e urgentes, mas... mas, há militares, instalações militares e equipamentos militares em excesso.

Ninguém pode compreender que em tempos de não guerra, haja uma relação entre oficiais, ...sargentos e praças, onde há mais oficiais e sargentos que praças.

Não se pode compreender que as instalações da Academia Militar na Amadora, por exemplo, estejam agora muito maiores que no tempo que formavam os militares para a Guerra de África, por exemplo.

Outro exemplo, tem a ver com as instalações em Paço de Arcos - houve tempos, que por lá passavam milhares de militares por ano, agora passam umas dezenas.

Para que servem as instalações do Alto do Duque, do antigo Quartel da Medrosa, bem no centro de Oeiras?

Para que foram activar, o antigo CISMI em Tavira que foi transformado num hotel para praças e agora aloja aquilo a que pomposamente o Exercito chama um regimento?

Que razão de ser tem o exercito em continuar a utilizar em Mafra a antiga Escola Prática de Infantaria, quando ao lado e fora do Convento, tem umas enormes instalações militares do CMEDEF?

Por fim, que pode compreender que o Ministério da Defesa tenha no seu orçamento uma verba superior à verba do Exército?

Não há por aí um sargento, um capitão ou um general que queira cortar nestas gorduras?

E porque não, transferir para Santa Margarida a maioria das instalações militares que estão dispersas pelo país?

Houve por lá quem tivesse falado na qualidade de militar, nos sacrifícios, nas privações!!!

Pois, que abraça a carreira militar como profissional saber que é isso mesmo que lhe acontece e, que,m não quer, não gosta ou está arrependido de ter abraçado uma qualquer profissão, só tem que a abandonar.

Certo é que, o Zé Povinho, hoje mesmo, não estará de acordo com uma parte dos argumentos das altas esferas militares.

Que pode aceitar 12 Generais na GNR.

Quem pode aceitar que em tempo de paz e passados todos estes anos de ter acabado a guerra de África, há muitos mais generais que nesse tempo.

Bolas, fui militar á força, obrigado e com esta idade, já me custa muito ouvir este tipo de defesa de interesses particulares, pessoais, em detrimento do interesse da generalidade do comum cidadão.

Apre, estou mesmo farto.

01 fevereiro, 2013

Cabo Espichel


Fernando Ulrich


ue

LUCROS DO BPI EM 2012: €250.000.000!!!!

Fernando Ulrich:
... "Portanto… se você andar na rua e... infelizmente encontramos pessoas que são sem-abrigos, isso não lhe pode acontecer a si ou a mim porquê? Também nos pode acontecer! E aquelas pessoas que nós vemos ali na rua, nessa situação e a sofrer tanto aguentam, porque é que nós não aguentamos?"

Esta cavalgadura não merece um balde de merda pela cabeça abaixo?

Marinho Pinto gela a sala

As verdades em verso
 
"Bastonário gela a sala com poema de Ary dos Santos
A sala ficou gelada e houve poucos aplausos, quando o bastonário terminou a sua intervenção de abertura do An...o Judicial. Marinho e Pinto concluiu o seu «sexto e último discurso na cerimónia» considerando que a sua ausência no futuro «vai agradar a muitos», incluindo a si próprio.

Prestes a terminar o mandato como bastonário, diz que abandonará a sala com a consciência de que «disse tudo o que havia para dizer», «tudo o que devia ser dito». E hoje - à semelhança dos discursos feitos em outros anos, que foram sempre rematados com uma citação de um poeta - Marinho e Pinto escolheu a «exaltação clarificadora» de um poema de Ary dos Santos, na qual introduziu a palavra advogado:

«Serei tudo o que disserem

por inveja ou negação:

cabeçudo, dromedário

fogueira de inquisição

teorema, corolário

poema de mão em mão

lãzudo, publicitário

malabarista ,cabrão

Serei tudo o que disserem:

Advogado, castrado não.»

O poema escolhido gelou a sala e a tribuna onde se sentavam o Presidente da República, Cavaco Silva, o Patriarca de Lisboa, José Policarpo, o presidente do Supremo, Noronha do Nascimento , a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz e a procuradora geral da República Joana Marques Vidal."