O ex-primeiro-ministro José Sócrates diz que "não retira uma palavra ao que disse sobre a qualidade jornalística" do programa da TVI dirigido por Manuela Moura Guedes, que "durante semanas o atacou com recurso à mentira, manipulação dos factos e a juízos impróprios numa democracia".
A posição de Sócrates consta de um requerimento do seu advogado, Proença de Carvalho, à 3/a seção do Supremo Tribunal de Justiça, onde se comunica que o antigo chefe do Governo "não se opõe ao arquivamento do processo pela desistência da queixa" por parte da jornalista Manuela Moura Guedes, que pertenceu aos quadros da TVI.
Nesse documento, Proença de Carvalho lembra que pelo Código Penal "o queixoso pode desistir da queixa, desde que não haja oposição do arguido" e considera que a "única parte útil" do requerimento de Manuela Moura Guedes é a "última frase", ou seja a afirmação de que "declara desistir da queixa".
Aquela artista do jornalismo merecia muito mais...
"Tudo o resto que consta do requerimento, com alusões ao antigo chefe do Executivo socialista, Proença de Carvalho salienta que, "além de inútil, constitui, afinal, um interessante e elucidativo retrato" que Manuela Moura Guedes "faz de si própria".
"O requerente não fará perder tempo ao tribunal (STJ) a analisar o comportamento da queixosa, nem lhe reconhece a mínima autoridade para dar lições de jornalismo, menos ainda o requerente está disponível para se pronunciar sobre as ´excelsas´ qualidades" que Manuela Moura Guedes "se auto-atribui", lê-se no documento, a que a Agência Lusa teve acesso.
José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa diz ainda no requerimento que "não retira uma palavra ao que disse sobre a qualidade do programa que durante semanas o atacou com recurso à mentira, à manipulação dos factos e a juízos impróprios numa democracia" e recorda que sobre o programa dirigido pela jornalista se pronunciou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que é a entidade do Estado com competência para o fazer.
Sócrates, por via do seu advogado, defende que seria "aconselhável" que Manuela Moura Guedes "aprendesse com os ensinamentos que a ERC lhe dispensou", mas que como é sabido "não foi o caso".
Lembra também que o titular da ação penal (Ministério Público) deixou "bem claro" que sócrates atuou de "forma inegavelmente lícita e coreta" e que, por todas as razões expostas, não se opõe ao arquivamento do processo." ( noticiasaominuto )