26 outubro, 2012
Borlas para uns, para outros, não
25 outubro, 2012
Juizes de borla nos transportes publicos
Louçã reforma-se
FMI - manda e estes "palhaços" calam-se!!!
Mas estes "palhaços", desde deputados ao supremo e ilustre inquelino de Belem, nada dizem, não reagem?
24 outubro, 2012
BPN - os cavaquistas e os outros
(paga por todos nós, contribuintes, que não podemos reclamar e sem que nenhum dos conhecidos criminosos tenha sido responsabilizado…)
João Marcelino, diretor do Diário de Notícias, de Lisboa, considera que "é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo desta dimensão, "tapado" por uma nacionalização que já custou 2.400 milhões de euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua fase executiva".
O diretor do DN conclui afirmando que este escândalo "é o exemplo máximo da promiscuidade dos decisores políticos e económicos portugueses nos últimos 20 anos e o emblema maior deste terceiro auxílio financeiro internacional em 35 anos de democracia. Justifica plenamente a pergunta que muitos portugueses fazem: se isto é assim à vista de todos, o que não irá por aí?"
O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras Soserfin e Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia um universo de empresas transparentes e respeitando todos os requisitos legais, e mais de 90 nebulosas sociedades offshores sediadas em distantes paraísos fiscais como o BPN Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.
O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando "colocações" para ex-ministros e secretários de Estado sociais-democratas. O homem forte do banco era José de Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para ser secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e assumiu a presidência do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de Investimentos e pelo Finibanco. O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos dois últimos governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com quarenta contos e agora tem mais de 400 milhões de euros. Vêm depois os nomes de Daniel Sanches, outro ex-ministro da Administração Interna (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do Congresso do PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho.
Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008, quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência alegando motivos de saúde, foi substituido por Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que denunciou os crimes financeiros cometidos pelas gestões anteriores. O resto da história é mais ou menos conhecido e terminou com o colapso do BPN, sua posterior nacionalização e descoberta de um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes tiveram que suportar. Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e em maus negócios, multiplicou-se em muitas operações "suspeitas" que geraram lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens de confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.
Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de Sócrates decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral de Depósitos, um banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, lado a lado com Norberto Rosa, ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD. Outro social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, que se mantém em prisão preventiva por envolvimento fraudulento com o BPN e também está acusado pela polícia brasileira do assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001 comprou a EMKA, uma das offshores do banco por três milhões de euros, tornando-se também accionista do BPN.
Em 31 de julho, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por 40 milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o primeiro grande accionista do BPN. O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso pensionista de Portugal devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe desde 2004, aos 56 anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD. O Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN, mas o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer craque da bola) e os contribuintes portugueses vão meter ainda mais 550 milhões de euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que já lá foram enterrados. O governo suportará também os encargos dos despedimentos de mais de metade dos actuais 1.580 trabalhadores (20 milhões de euros).
As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos envolvidos neste escândalo. Mas os responsáveis pela maior fraude de sempre em Portugal não foram apenas colaboradores políticos do presidente, tiveram também negócios com ele. Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que levou o BPN à falência. Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço feito por Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros. Por outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da Coelha, Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos administradores que afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é de apenas 199. 469,69 euros e resultou de uma permuta efectuada em
1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia, accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento.
Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais divertidos consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom economista(!!!): Num ano fez as acções de Cavaco e da filha quase triplicarem de valor e, como tal, poderá ser o ministro das Finanças (!!??) certo para salvar Portugal na actual crise económica. Quem sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em vez de ir parar à prisão….ah,ah,ah.
O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado nisso. Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam no banco dos réus. Os acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o Ministério Público deferiu os pedidos. Se tivessem roubado 900 euros, o mais certo era estarem atrás das grades, deram descaminho a nove biliões e é um problema político.
Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 biliões de dólares, já está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela falência do BPN estão a ser julgados por juízes "condescendentes", vão apanhar talvez pena suspensa e ficam com o produto do roubo, já que puseram todos os bens em nome dos filhos e netos ou pertencentes a empresas sediadas em paraísos fiscais. Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em nome da mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de casamento. Se estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de devolver o dinheiro que o marido ganhou em operações ilegais, mas no Portugal dos brandos costumes talvez isso não aconteça. Dias Loureiro também não tem bens em seu nome. Tem uma fortuna de 400 milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias são apenas cinco mil euros. Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN foram meticulosos, preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de Brecht: "Melhor do que roubar um banco é fundar um".
23 outubro, 2012
Marcelo Rebelo de Sousa
Paulo Portas
20 outubro, 2012
Passos Coelho mudo e calado - Merkel manda
"Os primeiros-ministros de Espanha e da Grécia foram ao Conselho Europeu lutar pelos seus países. Mas o primeiro-ministro português não teve uma única palavra para defender os interesses dos portugueses", acusou Seguro. Passos Coelho "entrou mudo e saiu calado sobre o país". E se era para isso, "mais valia ter mandado um director-geral", criticou o líder socialista, realçando ter tido a estratégia oposta, ao ir a França reunir com François Hollande e a Berlim, com o líder da oposição alemão.
( publico )
Pasos Coelho apanhado...
Recorde-se que o caso "Monte Branco", relativo a fraude fiscal e braqueamento de capitais, envolve quatro banqueiros portugueses e suíços e um cambista, detidos em Maio."
M+ario Soares quando não tem razão?
"É um Governo que uns dias diz uma coisa e no dia a seguir diz outra. Enfim, é um Governo mais papista do que o Papa, vai sempre mais longe do que a troika. Se a troika diz que é necessário 1 milhão eles dizem que são necessários 2 milhões", disse, numa entrevista à rádio France Culture.
Mário Soares critica assim Passos Coelho que "estupidamente faz mais do que lhe pede a troika".
O ex-presidente da República explica que é a primeira vez em 35 anos que um governante possa ter medo de sair à rua. "No início os portugueses tinham medo, porque iam ficar sem salários, sem ter dinheiro. Mas agora o povo português manifestou-se, abertamente, de tal maneira, que são eles, o Governo, que tem medo. Já não podem aparecer", salientou.
Sobre a cerimónia do 5 de Outubro, Mário Soares lembrou que Cavaco Silva ordenou que a população não estivesse presente. "Isso é uma asneira! Se a República tem medo do povo, que República é esta", questiona Soares.
Governo paga juros... e juros... desnecessários
Questionado pelo i, o Ministério das Finanças responde que "os juros são pagos sobre a totalidade do montante recebido para esta finalidade [ajuda à banca]". Até agora sempre tinha sido dito que Portugal só pagaria juros sobre o crédito efectivamente usado, o que baixaria significativamente o custo do empréstimo.
O programa de assistência a Portugal é de 78 mil milhões de euros, em que se incluem 12 mil milhões de euros para o sector financeiro reforçar os capitais. Desta fatia de 12 mil milhões, o Estado injectou este ano 4,5 mil milhões de euros no BCP e no BPI. Os restantes 7,5 mil milhões de euros estão depositados numa conta bancária no Banco de Portugal.
Ao longo do próximo ano, o Estado não prevê gastar qualquer verba deste programa de ajuda ao sector financeiro. O Orçamento do Estado revela que a linha de apoio à capitalização da banca deve ter no final de 2013 disponibilidades de 7,5 mil milhões de euros aplicados numa conta no Banco de Portugal. Esta conta é um depósito à ordem, o que não permite beneficiar de qualquer retorno que possa atenuar o pagamento de juros à troika.
Até ao final de Agosto, de acordo com dados do Instituto de Gestão de Crédito Público, Portugal pagou à troika quase 3 mil milhões de euros em juros por cerca de 62 mil milhões do empréstimo que já recebeu.
No total, Portugal vai pagar 34,4 mil milhões de euros em juros, como revelou Vítor Gaspar no final de 2011, no debate parlamentar do Orçamento Rectificativo. Este valor presumia que Portugal recorria integralmente ao crédito disponível. Ou seja, que seria utilizado na totalidade o montante destinado ao sector financeiro, sublinhou na altura o ministro das Finanças. Até agora foi usado cerca de um terço do valor, mas os juros estão a ser contabilizados sobre a totalidade. Tal não impede, no entanto, que o governo de Passos Coelho acorde com as instituições europeias algum tipo de acerto à factura no final do resgate. Para já, não foi dado qualquer sinal nesse sentido.
Banco Fomento Foram várias as vozes a insistir na utilização da linha de ajuda à banca para outros fins. Recentemente, foi o PS a propor ao governo a criação de novo banco de fomento, 100% público, alocado dentro da CGD ou como instrumento autónomo do Tesouro nacional. O objectivo é direccionar para a economia 3 mil milhões de euros dos 7,5 mil milhões não usados na capitalização da banca. Trata-se de uma ideia que António José Seguro diz ter discutido com os parceiros internacionais na quarta avaliação ao programa de ajustamento.
Por sua vez, o governo confirmou, no Orçamento do Estado, estar a estudar a "possibilidade de lançamento de uma instituição financeira especializada na canalização de financiamento para projectos inovadores e PME". Tal instituição estará vocacionada para o apoio a investimentos a médio e longo prazo. O executivo ainda não explicou como pretende dotar este novo banco de recursos financeiros e se pretende ou não recorrer ao fundo da banca. (www.ionline.pt )