09 janeiro, 2012

Paço de Arcos - Fontainhas com o Bugio ao longe

Banco Santander cumpre antes de tempo

Saiba onde colocar o seu dinheirinho, se o tiver.
" O banco espanhol Santander terminou 2011 com um rácio de capital principal de 9%, cumprindo assim seis meses antes do prazo as novas normas exigidas pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), informou a entidade. " ( dinheirodigital)

GREVES pagas pelo Governo?

Também vai para pagar os prejuízos das greves.
Uma parte do dinheiro que me estão a roubar da minha pensão de reforma também aí vai, verdade?
 
"O Estado vai pagar um total de 127 milhões de euros à CP, Metropolitano de Lisboa e Refer relativos a indemnizações compensatórias pelo serviço público prestado em 2011.

Nos termos da resolução do conselho de ministros hoje publicada em Diário da República, a CP vai receber 38,16 milhões de euros, o Metropolitano de Lisboa 44,52 milhões de euros e a Refer – Rede Ferroviária Nacional 44,28 milhões de euros. "

SOCRATES em tribunal convocado pelos jornais?

Não deixam o homem em paz

 

"UNI: Sócrates desconhece convocatória mas diz-se disponível para depor


Depois da juíza do processo já ter revelado a existência de uma justificação genérica para a ausência do ex-primeiro-ministro, José Sócrates garantiu, em declarações ao Diário de Notícias, nada saber sobre a convocatória do tribunal para prestar declarações no âmbito do caso Universidade Independente, manifestando, inclusivamente, toda a sua disponibilidade para colaborar com a Justiça.

Em declarações ao matutino, Sócrates esclarece que tomou conhecimento na sexta-feira da possibilidade de poder ter de prestar declarações no Tribunal de Monsanto, embora garanta desconhecer a existência de qualquer convocatória, até porque, entende, o caso da licenciatura é, para si, caso encerrado – as explicações foram dadas há 4 anos, tendo o Ministério Público considerado, então, que o ex-primeiro-ministro não foi beneficiado.

No entanto, José Sócrates também assegura que, caso exista essa convocatória, «manifesto a minha total disponibilidade para colaborar com a Justiça», pedindo apenas, até pelo facto de estar ausente em Paris, para que lhe sejam concedidas pelo menos 48 horas para poder organizar a sua deslocação a Portugal." (diariodigital )

Crise - Rolls-Royce assinala recorde de vendas

Ora aqui temos o reflexo da crise... para uns, para outros, não!!!!!!!!

 ""Rolls-Royce assinala recorde de vendas de automóveis


A Rolls-Royce Motor Cars assinalou um recorde de vendas a nível global, apontado 3538 veículos em 2011, o que significa um crescimento de 31% sobre o ano anterior.
Em 2010 a marca tinha comercializado 2711 carros. As vendas de 2011 representam o melhor resultado de sempre, ao longo de 107 anos de actividade.
O recorde anterior era de 1978, em que a empresa tinha vendido 3347 unidades, na era do Silver Shadow II. "" ( dinheirodigital)

PORTUGAL - acorda

Acorda Portugal

Peço a cada destinatário deste e-mail que o envie a um mínimo de vinte
pessoas em sua lista de contatos, e por sua vez, peça a cada um deles
que faça o mesmo.

Em três dias, a maioria das pessoas neste país lerá esta mensagem.
Esta é uma idéia que realmente deve ser considerada e revista por
todos os cidadãos.

Alteração da Constituição de Portugal para 2012 para poder atender o
seguinte, que é da mais elementar justiça:

1. O deputado será pago apenas durante o seu mandato e não terá
reforma proveniente exclusivamente do seu mandato.

2. O deputado vai contribuir para a Segurança Social de maneira igual
aos restantes cidadãos. Todos os deputados ( passado, presente e
futuro) passarão para o actual sistema de Segurança Social
imediatamente. O deputado irá participar nos benefícios do regime da
Segurança Social exactamente como todos os outros cidadãos. O fundo de
pensões não pode ser usado para qualquer outra finalidade. Não haverá
privilégios exclusivos.

3. O deputado deve pagar seu plano de reforma, como todos os
portugueses e da mesma maneira.

4. O deputado deixará de votar o seu próprio aumento salarial.

5. O deputado vai deixar o seu seguro de saúde atual e vai participar
no mesmo sistema de saúde como todos os outros cidadãos portugueses.

6. O deputado também deve estar sujeito às mesmas leis que o resto dos
portugueses.

7. Servir no Parlamento é uma honra, não uma carreira. Os deputados
devem cumprir os seus mandatos (não mais de 2 mandatos), e então irem
para casa e procurar outro emprego.

O tempo para esta alteração à Constituição é AGORA. Forcemos os nossos
políticos a fazerem uma revisão constitucional.

Assim é como se pode  CORRIGIR ESTE ABUSO INSUPORTÁVEL DA ASSEMBLEIA
DA REPÚBLICA.

Se você concorda com o acima exposto, ENTÃO VÁ PARA A FRENTE. Senão,
PODE DESCARTÁ-LO.

Você é um dos meus 20 contatos. 
 (Recebido por email)

CRISE - opiniões

Uns dizem, sim...
 
"O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, declarou este domingo em entrevista à imprensa que a Europa está, lentamente, a dominar a crise económica. "
 
Outros dizem,
 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) perde todos os dias a esperança de a Grécia pagar as suas contas públicas e reduzir assim a sua dívida, garante a revista Der Spiegel segundo um relatório da instituição. " ( dinheirodigital)
 
Em que ficamos?

CRAVINHO - em Tribunal convocado pela Comunicação Social

Será que a comunicação social já e uma correia de transmissão de convocatórias da Justiça?


"UnI: Cravinho garante não ter sido notificado para estar em Tribunal

O antigo ministro das Obras Públicas João Cravinho garantiu não ter sido notificado para ser ouvido como testemunha no processo da Universidade Independente e disse ter tido sabido pela comunicação social que devia ser ouvido hoje.

João Cravinho falava aos jornalistas à entrada do Tribunal de Monsanto, em Lisboa, onde deverá ser ouvido como testemunha do antigo reitor da Universidade Independente Luíz Arouca.
O antigo ministro disse que pretendia esclarecer junto do coletivo de juízes o motivo desta convocação para ser ouvido em julgamento no caso da Universidade Independente (UNI), uma vez que não foi notificado. "( diariodigital )

MADEIRA - medicamentos a pronto pagamento

Alberto João, e agora? Os culpados são os "cubanos do contenente"?


"As farmácias da Madeira, reunidas hoje com representantes da direcção da respectiva Associação Nacional, confirmaram a decisão de suspender a venda a crédito aos beneficiários do Serviço Regional de Saúde." (.publico  )

DESIGUALDADES


Esforço? Deste Governo? Para aumentar as desigualdades, sim!!!

Lisboa


FADOS - 4 de Fevereiro - Vila Fria


Passos Coelho. emigre


Um pouco longo, mas vale a pena.
Muito bem escrito


Exmo Senhor Primeiro Ministro
 
Começo por me apresentar, uma vez que estou certa que nunca ouviu falar de mim. Chamo-me Myriam. Myriam Zaluar é o meu nome "de guerra". Basilio é o apelido pelo qual me conhecem os meus amigos mais antigos e também os que, não sendo amigos, se lembram de mim em anos mais recuados.
 
Nasci em França, porque o meu pai teve de deixar o seu país aos 20 e poucos anos. Fê-lo porque se recusou a combater numa guerra contra a qual se erguia. Fê-lo porque se recusou a continuar num país onde não havia liberdade de dizer, de fazer, de pensar, de crescer. Estou feliz por o meu pai ter emigrado, porque se não o tivesse feito, eu não estaria aqui. Nasci em França, porque a minha mãe teve de deixar o seu país aos 19 anos. Fê-lo porque não tinha hipóteses de estudar e desenvolver o seu potencial no país onde nasceu. Foi para França estudar e trabalhar e estou feliz por tê-lo feito, pois se assim não fosse eu não estaria aqui. Estou feliz por os meus pais terem emigrado, caso contrário nunca se teriam conhecido e eu não estaria aqui. Não tenho porém a ingenuidade de pensar que foi fácil para eles sair do país onde nasceram. Durante anos o meu pai não pôde entrar no seu país, pois se o fizesse seria preso. A minha mãe não pôde despedir-se de pessoas que amava porque viveu sempre longe delas. Mais tarde, o 25 de Abril abriu as portas ao regresso do meu pai e viemos todos para o país que era o dele e que passou a ser o nosso. Viemos para viver, sonhar e crescer.
 
Cresci. Na escola, distingui-me dos demais. Fui rebelde e nem sempre uma menina exemplar mas entrei na faculdade com 17 anos e com a melhor média daquele ano: 17,6. Naquela altura, só havia três cursos em Portugal onde era mais dificil entrar do que no meu. Não quero com isto dizer que era uma super-estudante, longe disso. Baldei-me a algumas aulas, deixei cadeiras para trás, saí, curti, namorei, vivi intensamente, mas mesmo assim licenciei-me com 23 anos. Durante a licenciatura dei explicações, fiz traduções, escrevi textos para rádio, coleccionei estágios, desperdicei algumas oportunidades, aproveitei outras, aprendi muito, esqueci-me de muito do que tinha aprendido.
 
Cresci. Conquistei o meu primeiro emprego sozinha. Trabalhei. Ganhei a vida. Despedi-me. Conquistei outro emprego, mais uma vez sem ajudas. Trabalhei mais. Saí de casa dos meus pais. Paguei o meu primeiro carro, a minha primeira viagem, a minha primeira renda. Fiquei efectiva. Tornei-me personna non grata no meu local de trabalho. "És provavelmente aquela que melhor escreve e que mais produz aqui dentro." - disseram-me - "Mas tenho de te mandar embora porque te ris demasiado alto na redacção". Fiquei.
 
Aos 27 anos conheci a prateleira. Tive o meu primeiro filho. Aos 28 anos conheci o desemprego. "Não há-de ser nada, pensei. Sou jovem, tenho um bom curriculo, arranjarei trabalho num instante". Não arranjei. Aos 29 anos conheci a precariedade. Desde então nunca deixei de trabalhar mas nunca mais conheci outra coisa que não fosse a precariedade. Aos 37 anos, idade com que o senhor se licenciou, tinha eu dois filhos, 15 anos de licenciatura, 15 de carteira profissional de jornalista e carreira 'congelada'. Tinha também 18 anos de experiência profissional como jornalista, tradutora e professora, vários cursos, um CAP caducado, domínio total de três línguas, duas das quais como "nativa". Tinha como ordenado 'fixo' 485 euros x 7 meses por ano. Tinha iniciado um mestrado que tive depois de suspender pois foi preciso escolher entre trabalhar para pagar as contas ou para completar o curso. O meu dia, senhor primeiro ministro, só tinha 24 horas...
 
Cresci mais. Aos 38 anos conheci o mobbying. Conheci as insónias noites a fio. Conheci o medo do amanhã. Conheci, pela vigésima vez, a passagem de bestial a besta. Conheci o desespero. Conheci - felizmente! - também outras pessoas que partilhavam comigo a revolta. Percebi que não estava só. Percebi que a culpa não era minha. Cresci. Conheci-me melhor. Percebi que tinha valor.
 
Senhor primeiro-ministro, vou poupá-lo a mais pormenores sobre a minha vida. Tenho a dizer-lhe o seguinte: faço hoje 42 anos. Sou doutoranda e investigadora da Universidade do Minho. Os meus pais, que deviam estar a reformar-se, depois de uma vida dedicada à investigação, ao ensino, ao crescimento deste país e das suas filhas e netos, os meus pais, que deviam estar a comprar uma casinha na praia para conhecerem algum descanso e descontracção, continuam a trabalhar e estão a assegurar aos meus filhos aquilo que eu não posso. Material escolar. Roupa. Sapatos. Dinheiro de bolso. Lazeres. Actividades extra-escolares. Quanto a mim, tenho actualmente como ordenado fixo 405 euros X 7 meses por ano. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. A universidade na qual lecciono há 16 anos conseguiu mais uma vez reduzir-me o ordenado. Todo o trabalho que arranjo é extra e a recibos verdes. Não sou independente, senhor primeiro ministro. Sempre que tenho extras tenho de contar com apoios familiares para que os meus filhos não fiquem sozinhos em casa. Tenho uma dívida de mais de cinco anos à Segurança Social que, por sua vez, deveria ter fornecido um dossier ao Tribunal de Família e Menores há mais de três a fim que os meus filhos possam receber a pensão de alimentos a que têm direito pois sou mãe solteira. Até hoje, não o fez.
 
Tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: nunca fui administradora de coisa nenhuma e o salário mais elevado que auferi até hoje não chegava aos mil euros. Isto foi ainda no tempo dos escudos, na altura em que eu enchia o depósito do meu renault clio com cinco contos e ia jantar fora e acampar todos os fins-de-semana. Talvez isso fosse viver acima das minhas possibilidades. Talvez as duas viagens que fiz a Cabo-Verde e ao Brasil e que paguei com o dinheiro que ganhei com o meu trabalho tivessem sido luxos. Talvez o carro de 12 anos que conduzo e que me custou 2 mil euros a pronto pagamento seja um excesso, mas sabe, senhor primeiro-ministro, por mais que faça e refaça as contas, e por mais que a gasolina teime em aumentar, continua a sair-me mais em conta andar neste carro do que de transportes públicos. Talvez a casa que comprei e que devo ao banco tenha sido uma inconsciência mas na altura saía mais barato do que arrendar uma, sabe, senhor primeiro-ministro. Mesmo assim nunca me passou pela cabeça emigrar...
 
Mas hoje, senhor primeiro-ministro, hoje passa. Hoje faço 42 anos e tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: Tenho mais habilitações literárias que o senhor. Tenho mais experiência profissional que o senhor. Escrevo e falo português melhor do que o senhor. Falo inglês melhor que o senhor. Francês então nem se fale. Não falo alemão mas duvido que o senhor fale e também não vejo, sinceramente, a utilidade de saber tal língua. Em compensação falo castelhano melhor do que o senhor. Mas como o senhor é o primeiro-ministro e dá tão bons conselhos aos seus governados, quero pedir-lhe um conselho, apesar de não ter votado em si. Agora que penso emigrar, que me aconselha a fazer em relação aos meus dois filhos, que nasceram em Portugal e têm cá todas as suas referências? Devo arrancá-los do seu país, separá-los da família, dos amigos, de tudo aquilo que conhecem e amam? E, já agora, que lhes devo dizer? Que devo responder ao meu filho de 14 anos quando me pergunta que caminho seguir nos estudos? Que vale a pena seguir os seus interesses e aptidões, como os meus pais me disseram a mim? Ou que mais vale enveredar já por outra via (já agora diga-me qual, senhor primeiro-ministro) para que não se torne também ele um excedentário no seu próprio país? Ou, ainda, que venha comigo para Angola ou para o Brasil por que ali será com certeza muito mais valorizado e feliz do que no seu país, um país que deveria dar-lhe as melhores condições para crescer pois ele é um dos seus melhores - e cada vez mais raros - valores: um ser humano em formação.
 
Bom, esta carta que, estou praticamente certa, o senhor não irá ler já vai longa. Quero apenas dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: aos 42 anos já dei muito mais a este país do que o senhor. Já trabalhei mais, esforcei-me mais, lutei mais e não tenho qualquer dúvida de que sofri muito mais. Ganhei, claro, infinitamente menos. Para ser mais exacta o meu IRS do ano passado foi de 4 mil euros. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. No ano passado ganhei 4 mil euros. Deve ser das minhas baixas qualificações. Da minha preguiça. Da minha incapacidade. Do meu excedentarismo. Portanto, é o seguinte, senhor primeiro-ministro: emigre você, senhor primeiro-ministro. E leve consigo os seus ministros. O da mota. O da fala lenta. O que veio do estrangeiro. E o resto da maralha. Leve-os, senhor primeiro-ministro, para longe. Olhe, leve-os para o Deserto do Sahara. Pode ser que os outros dois aprendam alguma coisa sobre acordos de pesca.
 
Com o mais elevado desprezo e desconsideração, desejo-lhe, ainda assim, feliz natal OU feliz ano novo à sua escolha, senhor primeiro-ministro
 
e como eu sou aqui sem dúvida o elo mais fraco, adeus
 
Myriam Zaluar, 19/12/2011

07 janeiro, 2012

Agua aumenta 20% em Oeiras

Um roubo que se faz em Oeiras - com tanto desperdício de dinheiro nos SMAS, lá vai o Zé pagar para que uns tantos continuem a gozar à fartazana de bonms salários, viaturas de serviço, etc Etc.


"Oeiras: Aumento de 20% da água é necessidade urgente

O administrador dos Serviços Municipalizados de Água de Oeiras, Nuno Campilho, afirmou à Agência Lusa que o agravamento de 20 por cento na fatura da água é uma «necessidade urgente», embora reconheça que terá «impacto» no bolso dos munícipes.
Os munícipes de Oeiras vão ver agravada em 20 por cento a sua fatura da água (cerca de quatro euros numa fatura mensal média de 20 euros) já em fevereiro, uma medida que não se irá aplicar a famílias numerosas ou mais carenciadas.
Em declarações à Agência Lusa, Nuno Campilho adiantou que a medida é uma «necessidade imperiosa para recuperação de custos» imposta pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos." ( diariodigital)

EDP - um nojo

 
São tantos os que vão para a EDP que é um nojo.
 
"Percebe-se agora o porquê da venda aos chineses, basta contar os que vivem à custa dos favores da Autoeuropa com os que vão viver à custa da EDP para se perceber que o preço mais apreciado pela venda desta empresa não foram os milhões de que o país carecia, também não foi a liberalização da economia e muito menos a democratização das empresas, a EDP foi vendida ao comité central do Partido Comunista Chinês porque este esteve mais disponível do que os alemães para corromper gente do PSD." (O Jumento)

JUSTIÇA e INJUSTIÇA

Desvio Colossal -colossal mentira

Para que conste que a gente deste Governo, mente:

"Segundo o INE, no final do 3º trimestre o défice (em contabilidade nacional) estava em 8.635 milhões de euros, correspondendo a 6,8% do PIB. A meta estabelecida com a troika para o final do ano é, recorde-se, de um défice de 10.068 milhões de euros, correspondente a 5,9% do PIB. Sendo assim, três conclusões ficam agora à vista de todos.
Em primeiro lugar, decorridos nove meses de execução orçamental (incluindo todo o famigerado 1º semestre, do Governo anterior), o défice está apenas 0,9% acima da meta acordada, isto é, o "desvio colossal" está reduzido a 9 décimas. E todos sabemos que a dívida escondida da Madeira contribuiu para isso com quase 5 décimas (mais de metade!), sendo que o restante não resulta de nenhum despesismo mas sim dos encargos financeiros não previstos que o País teve de assumir em consequência directa da rejeição do PEC IV (efeito da descida dos 'ratings' sobre os empréstimos das empresas públicas e comissões pagas pelo pedido de ajuda externa). De qualquer modo, a tentativa de responsabilizar o Governo anterior por um "colossal" desvio na execução orçamental do 1º semestre, justificativo de duríssimas medidas de austeridade adicionais, está definitivamente reduzida a pó. Tudo não passou de um embuste do Governo. Um embuste colossal.
Em segundo lugar, os dados mostram que o Orçamento para 2011 impulsionou, desde o início do ano, uma dinâmica consistente de redução do défice, que se foi acentuando ao longo dos três trimestres. Assim, o que devemos esperar do Governo na execução do 4º trimestre é que esta dinâmica se mantenha e o défice continue a convergir com a meta fixada pela troika, aproximando-se mais dos 5,9%. Aliás, no último trimestre o défice até pode aumentar ainda mais 1.433 milhões de euros sem violar o tecto fixado (para termo de comparação, refira-se que no 3º trimestre o défice cresceu 1.615 milhões, pouco acima do que seria preciso conseguir no 4º trimestre). Trata-se, portanto, de uma tarefa que está longe de ser impossível - embora as desnecessárias medidas adicionais de austeridade tomadas pelo Governo só compliquem.
Em terceiro lugar, tudo isto põe gravemente em xeque a mais recente estimativa do ministro das Finanças, de que o desvio orçamental seria de 3.400 milhões de euros, correspondentes a 2 p.p. do PIB (Relatório OE 2012, pág. 27). Tendo em conta as metas referidas, isto significaria um défice de 13.468 milhões de euros no final do ano, equivalente a 7,9% do PIB. Ora, se o INE garante que no fim do 3º trimestre o défice está em 8.635 milhões de euros e 6,8 % do PIB, para que o ministro das Finanças tenha razão é preciso que no 4º trimestre o défice aumente 4.833 milhões de euros! Isto é, seria preciso que o défice do último trimestre fosse quase metade do previsto para o ano inteiro e três vezes superior ao verificado no 3º trimestre (de 1615 milhões de euros), rompendo com a trajectória de redução registada até aqui.

Em suma, das duas uma: ou o ministro das Finanças errou nas contas, como tudo indica, quantificando um desvio orçamental que os factos não confirmam e levando ao engano o País e o Governo, na imposição de graves medidas de austeridade completamente desnecessárias; ou o ministro das Finanças tem razão e o desvio de que fala aparece no final do ano - mas para isso será ele próprio a falhar no controlo da execução orçamental do 4º trimestre. De qualquer modo, já não haverá embuste que lhe permita disfarçar as suas próprias responsabilidades."
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06 janeiro, 2012

POLVO na política

Como na culinária, polvo para todos os gostos
 
"...É este imenso polvo que escolhe políticos e ajuda a elegê-los, que escolhe governantes ou ajuda a derrubá-los, que torna a justiça ineficaz, que apodrece o país com corrupção e que ajuda a manter um imenso esquema que impede o desenvolvimento do país e mantém uma economia prisioneira de esquemas que matam a concorrência e a competitividade alimentando a desigualdade social.

Foi este imenso polvo que arruinou bancos, que levou o Estado quase à falência, que se aproveitou das vantagens do euro enquanto estas duraram e que agora conspira para que sejam os pobres a pagar uma crise que eles provocaram. Os italianos têm uma máfia a que numa famosa série televisiva chamaram polvo. Nós temos um polvo tão mau ou pior do que as máfias italianas mas sem qualquer designação, é simplesmente um imenso polvo que aprisiona o país do Algarve a Trás-os-Montes, da Madeira aos Açores."  (O Jumento)

PINGO DOCE versus maçonaria

Recebido por email

Governo mente

Vejamos porquê e escreve quem sabe.
 

Agora que entrámos num novo ano, com o país assustado, vale a pena recuar um pouco. O défice orçamental de 2011 aproximou-se dos 4% do PIB.

E Passos Coelho sorriu de orelha a orelha: foram 1,9 pontos abaixo dos 5,9% do PIB que a 'troika' nos impusera como limite. É obra! Sucede que estes números escondem uma mentira: sem os 6.000 milhões de euros dos fundos de pensões da banca, o défice subiria para os 7,5% do PIB. Haverá razões para sorrir?

Vale a pena fazer as contas. Para um PIB estimado de 170.000 milhões de euros, aquele défice de 4% equivale a cerca de 6.800 milhões, o que parece um número excelente. Mas não se pense que existe aqui qualquer mérito. O que de facto devemos atribuir ao Governo é um défice de 12.800 milhões de euros, que correspondem a 7,5% do PIB, já depois dos cortes nos salários e do aumento dos impostos. É um dos piores desempenhos de que há memória em Portugal.

O recurso a fundos de pensões para cobrir os défices sempre foi uma tentação. Começou em MF Leite, passou por Bagão Félix e Teixeira dos Santos e acabou em Vítor Gaspar: 3 a 1 para o PSD. Mas não consta que alguém se tenha preocupado com o outro lado da equação, que é pagar as pensões àqueles que para isso contribuíram. Parafraseando um jovem deputado do PS, este Governo, como os anteriores, está-se "marimbando" para os pensionistas.

Como já tive oportunidade de referir, o PIB nominal de 2012 vai ser inferior ao de 2011, dado que a queda em volume excede o deflator do produto. E, sendo assim, se excluirmos a almofada dos impostos e dos subsídios que o Governo já acautelou, as receitas de 2012 serão inferiores e as despesas no mínimo iguais às de 2011, o que coloca o défice acima dos 7,5% do PIB. Como aquela almofada não chega, nem de longe, para o fazer regredir até aos 4,5%, percebe-se que a festa está estragada.

O cenário é complexo, porque sugere a ideia de que o Governo não nos tem dito a verdade. É um facto que se comprometeu com a 'troika' a um défice não superior a 4,5% do PIB em 2012, sem recurso a medidas extraordinárias. E é óbvio que, sem medias extraordinárias, este objectivo não será exequível. Então, para o Governo, uma de três: ou falha o compromisso; ou recorre ao que não deve; ou ataca uma vez mais os contribuintes, à revelia do que sempre prometeu. Entrou num beco sem saída.

Como é que vai descalçar a bota? Daniel Amaral no  ( economico)