28 dezembro, 2011

2011 - nem tudo foi mau


Há momentos cruciais, na nossa vida, como os há na vida dos países.
Pedro Silva Pereira escreve assim, para se  ler, tudo por inteiro

«Nem tudo foi mau. Alguns factos promissores marcaram a evolução do Mundo no ano que agora termina: as “primaveras árabes” e a queda dos ditadores; a morte de Bin Laden e a retirada norte-americana do Iraque.
É cedo, porém, para dizer que futuro corresponderá às novas esperanças que estes factos legitimam.
Tentação maior será eleger como facto do ano o agravamento da crise do euro, que ameaça o projecto europeu e a economia mundial. Mas, pondo as coisas em perspectiva, é mais provável que o ano de 2011 venha a ser recordado, apenas, como mais um ano da Grande Crise. A mesma Grande Crise que se iniciou em 2007, nos Estados Unidos da América, com a crise financeira do ‘subprime', e que, em 2008-2009, se tornou numa crise económico-financeira quase global (de proporções nunca vistas desde 1929), para depois evoluir, em 2010-2011, para uma crise das dívidas soberanas, que atingiu de modo especial a zona euro, gerando a actual "crise sistémica". Em boa verdade, nada disto começou em 2011.
É certo, há uma narrativa que insiste em desligar as coisas, como se a crise internacional de 2008-2009 pertencesse a "outro filme" (já terminado e com final feliz), bem distinto do da crise das dívidas soberanas e do euro, a que agora assistimos. Mas são episódios da mesma série dramática.
De facto, a grande crise começou no sistema financeiro (não na indisciplina orçamental dos Estados) e arrastou a economia para uma recessão global. O aumento generalizado dos défices e das dívidas nos últimos anos foi, no essencial, consequência directa dessa recessão e da resposta que os Estados tiveram de dar para impedir a derrocada dos bancos e uma nova Grande Depressão, análoga à dos anos 30. No caso da zona euro, essa resposta não foi sequer um exercício avulso e muito menos uma manifestação de indisciplina: correspondeu à execução de uma estratégia europeia coordenada para enfrentar a crise.
Que este quadro de excepção tenha atingido mais as economias estruturalmente mais vulneráveis não parece que possa ser motivo de grande surpresa, embora seja sempre mais convidativo fulanizar responsabilidades, como vai sucedendo por essa Europa fora. Facto é que a agitação nos mercados não foi uma simples resposta racional à vulnerabilidade revelada pelos fundamentais das economias mais desequilibradas ou endividadas. Foi, isso sim, um movimento assimétrico e essencialmente especulativo, que se centrou na zona euro. E é preciso perceber porquê.
A ortodoxia dominante tem sobre isto, como sobre tudo o resto, uma posição simples. Continuando a supor, apesar de tudo, a racionalidade intrínseca dos mercados e das suas agências de ‘rating', não consegue ver na crise das dívidas soberanas mais do que a resposta "racional" de credores genuinamente preocupados com a "indisciplina orçamental", agravada pelos "excessos expansionistas" na resposta à recessão. Daí a estratégia de uma nota só, que pretende acalmar os mercados à custa de mais austeridade (foi essa, aliás, a nova orientação europeia adoptada no início de 2010 e que vinculou também Portugal, dando origem aos sucessivos PEC). Uma austeridade agora reforçada por um novo quadro de disciplina orçamental, acompanhado de sanções automáticas. A imperturbável ortodoxia dominante diz saber muito bem o que os mercados querem. O único problema é que os mercados não parecem estar de acordo.
A verdade é que a falha sistémica do euro não se resume aos instrumentos de garantia da disciplina orçamental. Reside, também, na ausência de instituições políticas legitimadas para prosseguir uma governação económica coerente, capaz de gerar crescimento, e, sobretudo, na ausência de instrumentos solidários de defesa das dívidas soberanas contra a especulação, num contexto de crise do crédito. Desde a crise grega - e o momento em que os parceiros do euro resolveram dizer "nós não somos a Grécia" - os especuladores sabem que esta fragilidade da zona euro pode ser perturbadora mas é também uma excelente oportunidade de negócio. Podem traçar-se "linhas vermelhas" e erguer-se "muros". Pode até gritar-se "daqui o contágio não passará" - mas a verdade é que os países atingidos se sucedem uns aos outros. O critério muda, o negócio é sempre o mesmo.
E voltamos ao princípio. Bem vistas as coisas, estamos ainda a assistir ao ajustamento telúrico dos fluxos financeiros colossais postos em movimento descontrolado e desesperadamente especulativo pela crise começada em 2007 e causada por um sistema financeiro complexo, ganancioso e desregulado. É ainda esse dinamismo financeiro especulativo que marca o ritmo e o sentido da crise que enfrentamos - e é a ele que os líderes europeus, em especial a dupla Merkel-Sarkozy, não souberam dar resposta em sucessivas cimeiras, falhando no propósito de superar a crise do euro. É certo, a recusa obstinada das euro-obrigações e da reconfiguração do BCE como credor de último recurso foi acompanhada de pretensos sucedâneos: instituição de fundos de estabilização financeira, intervenções volumosas do BCE no mercado secundário e até inéditos empréstimos massivos ao sistema financeiro. Melhor que nada, dir-se-á. Mas tudo insuficiente. A crise das dívidas soberanas - que é, praticamente desde o início, uma crise do euro - agravou-se seriamente em 2011, a ponto de ameaçar o próprio projecto europeu e de acentuar o preocupante declínio da Europa.
É este o contexto da situação portuguesa, enfrentada por uma economia com óbvias debilidades estruturais - que ninguém nega. Mas foi este contexto crítico que forças políticas de sinal contrário menosprezaram, no mês de Março, ao coligar-se no Parlamento, sob os sinais de incitamento do Presidente da República, para juntar uma crise política à crise financeira. Sucedeu assim em Portugal o que nunca tinha acontecido, nem voltou a acontecer, na zona euro: a rejeição parlamentar de um programa de estabilidade e crescimento (o PEC IV), expressamente apoiado pelas instituições europeias - sem dúvida, o facto do ano, a nível nacional.
As consequências foram imediatas: queda abrupta e sem precedentes do ‘rating' da República, seguida da queda dos ‘ratings' dos bancos e das maiores empresas; subida desmesurada e incomportável dos juros nos mercados financeiros de dívida soberana; ruptura definitiva no acesso ao financiamento por parte do Estado, dos bancos e da economia. Em menos de 15 dias Portugal foi forçado a pedir ajuda externa.
A demagogia triunfante esforçou-se por virar as coisas ao contrário e fazer do alegado "despesismo" do Estado a causa do risco de "não haver dinheiro para pagar salários e pensões". Mas se em 2011 o Estado teve mais receita e menos despesa do que no ano anterior, está bem de ver que o risco de ruptura teve outra origem: a impossibilidade de, em plena crise financeira, continuar a aceder aos mercados para o financiamento corrente da dívida pública, com o apoio prometido do BCE (como sucede hoje com a Itália ou a Espanha) - e essa impossibilidade foi consequência directa da rejeição do PEC IV.
Esta opção teve custos elevados, mesmo para além do próprio pedido de ajuda externa, que levou ao Memorando de Entendimento com a troika. Mas cumpriu o seu objectivo político: proporcionar eleições antecipadas, para uma mudança de Governo.
Se já antes o PEC IV tinha sido rejeitado em nome do argumento, hoje ridículo, de que a direita era "contra o aumento dos impostos", a campanha eleitoral do partido vencedor girou em torno de uma promessa mil vezes repetida: austeridade contra "as gorduras do Estado", não contra as pessoas. Compreende-se bem que os portugueses tenham votado na esperança de melhorar as suas vidas.
Só que a promessa não era para cumprir, como agora se vê. Obtidos os votos, o novo Governo PSD/CDS lançou o mais violento pacote de austeridade "contra as pessoas" de que há memória - sem disfarçar a intenção deliberada de ir "além da troika". Obcecado pela austeridade e disposto a utilizá-la como instrumento de uma agenda ideológica adversa ao Estado Social, do Governo só se ouve uma palavra de ordem: parar. E, de facto, está a parar o Estado e está a parar a economia. Consultam-se as Grandes Opções do Plano para 2011-2015 ou o Orçamento para 2012 e vê-se que o Governo prevê para o próximo ano uma recessão de -2,8%, embora já admita que será pior. Mas quando se procura a previsão para a economia em 2013, não há lá nenhuma. Nem boa, nem má. E talvez isto seja o pior de tudo: esta política não tem nada a dizer sobre o futuro.» [DE]

Maquinistas e médicos, que diferença

Quem passou pelos sindicatos, sabe bem como, com quem e quando se deve negociar com os Governos ou com os patrões. Há excepções, mas há regras.
Os governos andam mesmo atrás da popularidade barata, das sondagens.
Entre a greve dos maquinistas e a greve dos médicos - para uns ZERO, para outros, TUDO.
Do que se passa com a CP e os sindicatos, sabe-se. Do que se passou com os médicos e o Governo, nada.
Nem os próprios médicos sabem, por enquanto.
Este Governo, é giro.
Trabalha para a fotografia no final do ano.
Por estas e por outras é que há por aí, nesses acordos de trabalho, monumentais aberrações que dificilmente vão ser retiradas aos sindicatos.  Foram adquiridas mercê da pressão mediática e nas proximidades de eleições ou períodos críticos para os governos.

Banco de Portugal


Crise, só para alguns.
Bem prega Frei Tomás - apertem o cinto que nós gastamos o que queremos

"Quase 100 mil euros para o Hotel da Praia. Parece incrível, mas foi quanto o Banco de Portugal pagou para realizar um evento junto ao mar. Assim vai o Banco de Portugal, que tem uma sede gigante na avenida Almirante Reis (Lisboa) que parece não ter espaço suficiente para realizar eventos. Esta não é a primeira vez que a instituição aparece no radar da Má Despesa."

Palácio de Belém mais caro que Buckingham

Recordar onde se pode apertar o cinto
Assim não vamos lá

"Presidência da República emprega agora 500 pessoas. Numa recente publicação, é referido que o Palácio de Buckingham emprega 300. Será que Cavaco e a sua Maria necessitam de mais cuidados que a Rainha e o seu consorte? Ou será antes a eterna questão de os serviços públicos em Portugal empregarem muito mais gente do aquela que realmente necessitam, pagos por todos nós? No mesmo trabalho de investigação, referia-se que o orçamento da Casa Real britânica era de 46,6 milhões de euros e o da casa republicana de Portugal era de 16 milhões. Aparentemente, a monarquia é mais dispendiosa. Errado. Se dividirmos 46,6 milhões por cerca de 50 milhões de ingleses, dá bastante menos (0,93 euro) que 16 milhões por dez milhões de portugueses (1,6euro).” "(Fonte: Diário de Notícias) (madespesapublica )

27 dezembro, 2011

PS - e o pacote que assinou

Não passa pela cabeça de ninguém que o PS pode ficar definitivamente refem da assinatura do pacote IV com a Troika.
O Governo põe e tira do pacote o que melhor lhe lhe interessa e o PS tem andado a reboque dessa situação.
O PS não pode continuar assim.
Tem que denunciar a todo o momento, não só os atropelos ao pacote, bem como, e principalmente os atropelos aos bolsos da grande maioria dos trabalhadores e pensionistas deste país.
Não basta só condenar as afirmações demagocicas e simplistas de Passos Coelho, o PS tem que se afirmar como uma força de oposição consistente a esta política arruinadora do nosso país.

Conselho de Ministros

Mais um extraordinário- conselho de ministros
Porquê?
Vai sair mais uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
Este Governo vive de ameaças - vai dizendo que vai fazer e não faz nada.
Aliás, depois de Gaspar ter desautorizado e denunciado as mentiras de Coelho e Portas, mais não restava ao Primeiro Ministro que não fosse demitir o Ministro que lhes "chamou de mentiroso".  Não fez, tal significa que o "boy" do PSD arvorado a PM, não manda nada no governo, nem nos ministros.
A esta situação vergonhosa, o que se pode chamar?

Hoje na imprensa

Não apresenta algo sobre Sócrates na primeira página

De pequenino é que se começa a... roubar.
Quem são os pais?



A TVI sempre foi fã da pornografia

Os "cubanos" vão pagar

Não é o Governo, Portugal é que não chega lá.

26 dezembro, 2011

Emigrar?

"Pudesse eu, tivesse vinte e poucos anos, não tivesse filhas nem netas, nem casa para sustentar, fosse licenciado a fazer de professor, não tivesse descontado mais de 2/3 da minha vida para garantir uma segurança na velhice que me anunciam não ir ter, não tivesse investido em Portugal, no bem dos portugueses, no ensino das minhas descendentes, na defesa do meu País, não tivesse deixado o couro (e literalmente o cabelo) na defesa da democracia, na oportunidade dada ao Primeiro-Ministro para se educar à minha custa e de ter sido tratado por médicos que eu ajudei a pagar e de usar as auto-estradas que ainda estou a pagar e que as minhas filhas e netas irão continuar a amortizar, não fossem todas essas razões e mais uma mão cheia que não direi aqui, entre elas as que inviabilizam a partida devido aos roubos na remuneração que me é devida e que servem para pagar todos os luxos de que os nossos governantes não abdicam, e faria como o Senhor Primeiro-Ministro sugere.

Emigrava
.

Não para os PALOPS ou outros de língua oficial portuguesa, mas para países onde os offshores fossem garantidos, tivesse, claro, tido oportunidade de ter poupado uma vida inteira porque não tinha criado portugueses novos, nem os tinha educado, porque não tinha descontado 2/3 de uma vida para um fundo que foi inúmeras vezes atacado pela ganância e pelo absurdo (como aquilo que agora pretendem fazer com os fundos de pensões dos bancários), não tivesse investido em Portugal e no bem dos portugueses, nem na defesa do meu País, nem tivesse pago os estudos de um homem que hoje é Primeiro-Ministro, nem as auto-estradas que ele usa, nem os médicos que o tratam nem o raio-que-o-parta, mais as meninas que já não vão receber prendinhas, a não ser a pequenina, nem os almoços no Forte de São Julião e as luzinhas de Natal com uma estrelinha que os guie.

Tivesse eu meios para emigrar, para não ter de ouvir estes tipos, não ter de me deprimir cada vez que anunciam que aquilo porque lutei uma vida inteira foi uma fantasia, embora tudo tenha feito e pago para que fosse uma realidade para mim, para as minhas filhas e netas, e já tinha emigrado ou pelo menos tinha emigrado o aforro para evitar que esta gente lhe deitasse a mão." ( barbearia )

Vila Fria - lixo



Democratizar a economia


 "Passos Coelho arranjou um chavão para entreter os comentadores e embasbacar a populaça: "Democratizar a economia". ...
 Reconheça-se, no entanto, que depois da fase catastrofista, Passos Coelho entrou na fase eufemística.
Pode parecer um avanço, mas em nada altera a base da estratégia de comunicação deste governo: mentira, deturpação e engano.
Só muda a maquilhagem... "   ( formaeconteudo)

RB - «Ali Babá e os 40 ladrões»

Jesus e o Jumento



 
 

Buganvília - Lisboa


Gaspar - o maior

Para quem desmente o Primeiro Ministro e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, nada mal

24 dezembro, 2011

Analgésico- top das vendas em 2012 e anos seguintes

A Troika vai montar mais duas  ou três fábricas em países  onde a mão de obra é barata e não há sindicatos,  para a produção dos novos analgésicos de efeito prolongado, nos próximos 3 ou 4 anos,  concebidos especialmente para o "pacientes e pouco reenvidicativos" doentes portugueses.

Parque dos Poetas - Oeiras


Felizes Festas ?

Dizia-me pessoa amiga - não tenho neste momento qualquer preocupação com os ladrões. Não tenho,, nem vou ter, algo para ser roubado - o Governo está a roubar-me tudo o que tinha e o que poderia vir a ter no futuro.
Uma Festa para os do Governo

Venezuela à China - um pulinho de pardal

 Sócrates criticado pelos actuais governantes por lhe vender o Magalhães
Que bom, deixar nas mãos dos chineses uma empresa estratégica portuguesa (?)

Mário Crespo

Para Sócrates diz que o copo está meio cheio -  quando opina sobre o que disse Sócrates em França nem interpreta ou considera o posterior esclarecimento de Sócrates como se isso tivesse que ser necessário
Para Passos Coelho, diz que está meio vazio, quando apoia o que o Primeiro Ministro opinou sobre a emigração dos portugueses, para este bafiento "jornalista", não há qualquer razão para tanta celeuma.
A visão pelo funil. Coloca a parte mais larga conforme lhe interessa.

Passos Coelho - as mentiras



"Nem foi preciso esperar por 2012 para Passos Coelho dizer às escondidas dos portugueses que o OE para 2012 dificilmente vai ser cumprido e que o défice é será maior do que os 4,5%. Isto significa que o orçamento é uma imensa mentira como esta foi montada para vir a justificar mais medidas de austeridade que o Gasparoika sempre defendeu." ( O Jumento)