23 dezembro, 2011
Frases soltas para meditar
- "... da mesma forma que todos sabemos que nunca haverá qualquer investigação, da mesma forma que os casos BPN e submarinos serão abafados enquanto que o país se entretém com as mentiras judiciais do costume, os portugueses são roubados, gozados e ainda pagam o espectáculo da palhaçada judicial." (O Jumento )
- "Lamentavelmente Passos Coelho não passa só por mentiroso, passa a imagem para o exterior de que neste país somos todos idiotas governados por um anoréctico mental. O pior é que o governo já parece uma pita de carrinhos de feira onde todos se atropelam uns aos outros e foi o próprio Gasparoika a vir desmentir Passos Coelho. " ( O Jumento)
- "A Autoridade Tributária e Aduaneira tem nada mais nada menos do que 12 subdirectores-gerais, mais 4 directores equiparados a subdirectores-gerais e 34 directores de serviços. Tive que ler a nova orgânica no Diário da República para acreditar. É certo que reuniu numa só Direcção, a DGCI, a DGAEC (alfândegas) e a DGITA (informática dos impostos), ou seja absorveu duas direcções-gerais mais pequenas. Justificar-se-ia assim, admito, uma excepção à anteriormente prometida eliminação do cargo de sub-director geral, se bem ouvi, para acabar com as "gorduras". " (Causa-nossa)
- "O Presidente Cavaco Silva destacou o erro de Portugal ter investido excessivamente na produção de bens não-transacionáveis. Segundo ele, os portugueses beneficiaram do Euro e tiveram "uma vida fácil".
Tem toda a razão, mas um dos principais responsáveis pela destruição da agricultura, pescas e industria foi ele próprio assim como a aposta nos tais bem não-transacionáveis, para não falar no sistema financeiro submisso aos interesses dos mercados. Foi a era dos amigos, dos novos bancos e dos Dias Loureiros, Oliveiras e Costas e Duartes Limas. E, realmente, para alguns o Euro foi uma mina de ouro, fizeram-se muitas fortunas, e houve quem tenha tido a tal vida fácil. O Sr. Silva só se esquece que nem todos tinham dinheiro e a"conselheiros" para poderem comprar e vender acções do BPN, não puderam comprar uma Casa na Coelha, nem têm amigos com Propriedades em Cabo-Verde e contas em Off-shore. Esquece-se que já então os salários dos portugueses eram dos mais baixos da Europa, havia pensões eram de miséria e a fome e a pobreza de uns já coexistia com a abastança e ostentação de outros. Nem para todos a vida era um Cabaret." ( wehavekaosinthegarden)
22 dezembro, 2011
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Professores - agora de férias podem fazer contas à vida
Mário Nogueira e todos os seus comparsas, muitos do PSD, merecem agora o quê?
"A campanha dos professores contra o governo de José Sócrates foi a maior acção de um grupo profissional com o objectivo de derrubar um governo e se hoje o PSD governa deve-o aos professores e aos seus sindicatos e não à anorexia intelectual do primeiro-ministro. Foram os professores que derrubaram José Sócrates para ajudarem a colocar no poder um governo que fosse dócil e lhes desse tudo o que pedisse.
Para a história ficará o ódio dos sindicatos, as manifestações e a recusa de todas as propostas governamentais. Os professores detestaram a ideia da avaliação e os dirigentes sindicais nunca perdoarão à Lurdinhas a redução em mais de mil dos professores que a coberto da lei sindical viviam à custa do dinheiro dos contribuintes.
Quando o PSD chegou ao poder foi o que se viu, o Nogueira subserviente perante Coelho e ajudando o PSD- Madeira em plena campanha eleitoral, os sindicatos a aceitarem a avaliação que tinham recusado durante anos, os professores a apoiar o encerramento das escolas a cujo encerramento se opunham.
Os professores lembraram imagens do passado, caminharam para os "fornos crematórios" com a alegria de quem pensava ir para um resort de luxo. Agora estão confrontados com a dura realidade, todas as medidas adoptados pelo Cratino visaram dispensar professores, o país assiste ao despedimento em massa de professores e até o primeiro-ministro lhes diz que estão dispensados pelo país e que podem ir-se embora porque por cá só estão a empatar.
Num país com empresários sem qualificações, carente de criação de empresas e de empregos o primeiro-ministro poderia ter-lhes sugerido a criação de iniciativas empresariais, em vez de agências de exportação de mão-de-obra como proposto pelo Rangel poderia ter defendido a criação de uma agência de promoção dessas iniciativas. Mas não, ao sugerir a emigração Passos Coelho dispensou os professores, considerou-os desnecessários e inúteis em Portugal.
Pobre professores lutaram tanto, viajaram tanto para irem às manifestações, prescindiram de tantos dias de salário para fazerem greves e agora que pensavam ter direito a um merecido paraíso são obrigados a pagar a bala com que o governo os elimina da profissão e ainda os sujeita à humilhação de os considerar a mais em Portugal.
Agora que muitos professores perdem tudo, até o direito a um lugar em Portugal, faz-se silêncios, os bloggers sentaram-se na mesa do poder, o Mário Nogueira dá uns guinchos, os professores efectivos têm o que querem e ignoram velhas solidariedades. Assistimos a um imenso espectáculo miserável, de oportunismo, de traição, é o salve-se sem puder nos professores. Que espectáculo tão pouco digno." in (O Jumento)
Governo - para que serve!
"Para que serve este Governo?, a quem favorece, a quem brinda, a quem satisfaz? Podem, em consciência, os seus panegiristas passar ao lado das infâmias a que assistimos, e continuar omissos ou desbragadamente cortesãos? Podem. É ao que temos vindo a assistir. O Governo administra o ódio e o desprezo com a indiferença gélida de quem não é por nós. Diz-se que o anterior Executivo vivia da e na mentira. Este subsiste de quê?"
Cabo das Tormentas para o Zé Povinho, isso sim!
O Zé Povinho é que, mesmo dobrado vai ter que o passar - estes políticos tem o futuro garantido. Ou será que precisam de emigrar? Para o parlamento Europeu?
"Ao longo do discurso, Passos falou num "futuro de esperança e optimismo": tem sentido um "notável apoio permanente das pessoas àquilo" que está a ser feito pelo Executivo e as "pessoas sabem que este esforço vai conduzir, não amanhã nem depois de amanhã, mas num prazo de vista a um futuro sustentável". E se 2012 será "um ano muito difícil", 2013 será diferente: "Tenho a convicção e a certeza de que atingiremos as metas de 2012 e a partir de 2013 estamos confiantes de que Portugal terá dobrado o cabo das tormentas", disse."
Madeira - salários atrazados
As flores começaram a murchar na Madeira do Jardim
"Para fazer face a dificuldades imediatas de tesouraria, nomeadamente o pagamento aos funcionários públicos dos salários de Dezembro que totalizam cerca de 26,5 milhões e a prestação da divida acumuladas às farmácias, o governo regional da Madeira decidiu contrair um empréstimo de curto prazo no montante de 75 milhões de euros."
Boys em acção
Num jornal diário, surgiu terça-feira uma notícia que merece ser contada.
Assim, uma militante do PS que exercia funções num departamento estadual, foi exonerada cerca de ano e meio antes do final do seu mandato.
Foi substituída por um militante do PSD, presidente de uma Câmara Municipal que já não poderia voltar a concorrer por acumulação de mandatos.
Por curiosidade, o Estado vai ter que indemnizar quem é exonerado fora de tempo por uma verba de cerca de 60.000,00 €.
O despacho de exoneração foi assinado por um cavalheiro do PSD que até há bem pouco era vereador a tempo inteiro duma câmara municipal da beira Douro e que tanto criticou o anterior governo pela nomeação de boys.
21 dezembro, 2011
Exportação de Portugueses
Passos Coelho deu a ideia, aliás brilhante- há demasiados portugueses no nosso rectangulo e vai dai, iniciou a promoção da sua exportação. Resta a dúvida se levam na bagagem us Magalhães para angariarem uns vinténs para os gastos da ida e primeiros tempos de estadia.
Um outro da mesma organização comercial (exportado para o Parlamento Europeu, ondeoos vencimentos e mordomias, na maioria dos casos não andam de mãos dadas com a qualidade e quantidade de trabalho produzido), veio logo dar uma dica, certamente apoiado em empresa de marketing e promoção de mão de obra barata para exportação e propõs em conselho ao primeiro (ministro) ideia de montar uma fábrica de exportação para o efeito.
Não será caso para pensar, que faltaram por cá estes "idiotas" nos anos 50 e 60 para ensinarem aos portugueses como se deveriam exportar para a França, Alemanha, Suiça, etc, etc?
Porque não se cala esta gente?
Terá sido a troika que deu esta "ordem"? Ou há um desmentido daqui a uns dias?
Mario Soares
Mas as dificuldades da União não param aqui. As agências de rating, ao que escrevem reputados jornais europeus, ameaçam tirar um A aos três com que até aqui têm classificado a França. O que faz tremer o Presidente Sarkozy, tão preocupado já com a sua comprometida reeleição do próximo ano. E, por arrastamento, a Senhora Merkel, tão polémica na Zona Euro, a quem faz falta, seguramente, o seu obediente assessor francês.
2. Para onde vai a Europa, com este panorama tão complexo e amargo, e nós com ela? Eis uma pergunta difícil de responder. Está à beira do abismo, disse Delors, com conhecimento de causa. É exacto! Mas ainda não caiu. Para evitar a queda, precisa, como de pão para a boca, de mudar de paradigma, isto é: de política e de ter a coragem de meter na ordem os mercados especulativos, as agências de rating, os offshores, a economia virtual, as grandes negociatas. Serão os líderes europeus capazes de tal feito? Haverá força para mudar? Mas a verdade é que se assim não acontecer, espera-nos o abismo, com todas as suas terríveis consequências.
Lembra-me o ano fatídico de 1939 (tinha eu 15 anos), quando se celebravam os "grandes pacifistas", Chamberlain e Deladier, arautos da paz, vindos de Munique, com o acordo de Hitler, em vez de se prepararem para a Guerra, como aconselhava Churchill e, depois, De Gaule...
3. Portugal pensa pouco na Europa - o que é mau - e o actual Governo, por razões ideológicas, parece acreditar piamente nas receitas da Senhora Merkel e, portanto, segue, obediente, o que a troika manda. Mais do que isso, vai além do que a troika recomenda, para ser considerado um "bom aluno" europeu.
A meu ver, é um péssimo caminho. A austeridade é importante, desde que seguida com peso, conta e medida. O Governo português devia cruzar opiniões com os outros Estados europeus, que estão a ser atacados pelos mercados especulativos, sobre a situação em que se encontram e como sair dela: Grécia, Irlanda, Itália, Espanha, talvez a França e os próximos Estados europeus que começam a sentir-se ameaçados. Se não se luta, desde já, contra a recessão e o desemprego, que aumentam todos os dias, os Estados visados vão ser destruídos não só em termos de economia real mas também de justiça e de paz social, e as próprias democracias. Tratar-se-á de um recuo civilizacional imenso da Europa, que levará anos a sanar... Não é possível aceitar, de ânimo leve, tal calamidade!
as dificuldades da União não param aqui. As agências de rating, ao que escrevem reputados jornais europeus, ameaçam tirar um A aos três com que até aqui têm classificado a França. O que faz tremer o Presidente Sarkozy, tão preocupado já com a sua comprometida reeleição do próximo ano. E, por arrastamento, a Senhora Merkel, tão polémica na Zona Euro, a quem faz falta, seguramente, o seu obediente assessor francês.
2. Para onde vai a Europa, com este panorama tão complexo e amargo, e nós com ela? Eis uma pergunta difícil de responder. Está à beira do abismo, disse Delors, com conhecimento de causa. É exacto! Mas ainda não caiu. Para evitar a queda, precisa, como de pão para a boca, de mudar de paradigma, isto é: de política e de ter a coragem de meter na ordem os mercados especulativos, as agências de rating, os offshores, a economia virtual, as grandes negociatas. Serão os líderes europeus capazes de tal feito? Haverá força para mudar? Mas a verdade é que se assim não acontecer, espera-nos o abismo, com todas as suas terríveis consequências.
Lembra-me o ano fatídico de 1939 (tinha eu 15 anos), quando se celebravam os "grandes pacifistas", Chamberlain e Deladier, arautos da paz, vindos de Munique, com o acordo de Hitler, em vez de se prepararem para a Guerra, como aconselhava Churchill e, depois, De Gaule...
3. Portugal pensa pouco na Europa - o que é mau - e o actual Governo, por razões ideológicas, parece acreditar piamente nas receitas da Senhora Merkel e, portanto, segue, obediente, o que a troika manda. Mais do que isso, vai além do que a troika recomenda, para ser considerado um "bom aluno" europeu.
A meu ver, é um péssimo caminho. A austeridade é importante, desde que seguida com peso, conta e medida. O Governo português devia cruzar opiniões com os outros Estados europeus, que estão a ser atacados pelos mercados especulativos, sobre a situação em que se encontram e como sair dela: Grécia, Irlanda, Itália, Espanha, talvez a França e os próximos Estados europeus que começam a sentir-se ameaçados. Se não se luta, desde já, contra a recessão e o desemprego, que aumentam todos os dias, os Estados visados vão ser destruídos não só em termos de economia real mas também de justiça e de paz social, e as próprias democracias. Tratar-se-á de um recuo civilizacional imenso da Europa, que levará anos a sanar... Não é possível aceitar, de ânimo leve, tal calamidade!
A população portuguesa está muito deprimida, nesta quadra natalícia. Muita juventude, entre os mais bem preparados quanto aos seus conhecimentos, quer emigrar e está a ser aconselhada para isso. É uma tragédia! E algumas importantes conquistas, do 25 de Abril, como a democracia, os direitos humanos, a justiça social, o Serviço Nacional de Saúde, a educação para todos, a dignidade no trabalho, e algumas jóias decisivas, podem vir a perder-se...
O Governo tem dito a verdade aos portugueses, é certo. Mas não explicou ainda como sair da crise nem qual a estratégia para o conseguir, em termos europeus e nacionais. Ora isso é o mais importante de tudo. A não ser que se pense que daqui a vinte anos ainda vamos estar piores... É inaceitável, por mais que os economistas no-lo digam, com as contas rigorosas que fazem, mas sem pensar nas pessoas e nas suas reacções. Nunca tal sucedeu, nem na pior das crises, a de 1929. Quem conhece a história, sabe que as coisas mudam, quando menos se espera. E muito rapidamente. Quem julgava possível o colapso da URSS, com a rapidez e o pacifismo com que ocorreu? Da Primavera Islâmica, ou agora do Outono Russo?
Tenhamos, pois, confiança no futuro e saibamos lutar para nos defendermos do pior que aí vem. Porque atrás de tempo, tempo vem.
4. O Prémio Fernando Pessoa é, seguramente, dos mais prestigiados que tem Portugal. Desta vez, quando comemora 24 anos, foi atribuído a Eduardo Lourenço, um dos intelectuais portugueses mais reputados da nossa terra. Não foi por acaso que isso aconteceu. Num dos momentos especialmente críticos para a população portuguesa, é reconfortante que se reflicta sobre uma figura tão admirada em Portugal e no estrangeiro, com uma vasta obra publicada e que tanto nos orgulha.
Eduardo Lourenço, ensaísta, na linha de António Sérgio e de Sílvio Lima, pensador, filósofo, crítico literário, comentador político, administrador não executivo da Fundação Gulbenkian, vive em França, onde a sua família mais próxima está radicada, mas não há mês nenhum que não venha a Portugal. É, além do mais, um homem bom, de uma simplicidade admirável, extremamente afável e de uma modéstia exemplar. É um notável pessoano, sobre cuja obra foi dos primeiros a debruçar-se, sem esquecer João Gaspar Simões e, até por isso, o prémio que agora lhe foi atribuído não podia ser mais merecido e actual. Parabéns, querido amigo e companheiro de geração! ( dn )
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