03 junho, 2011
Votos – os uteis e os inuteis
O BE e o PCP votaram útil o derrube do governo quando não aprovaram o PEC IV, tornando inútil o esforço do PS para garantir uma maioria de esquerda na nova legislatura que sairá das eleições de dia 5 de Junho .
A história reflete desde sempre, a vocação da esquerda do PS, que agindo contra este, mais não faz que entregar os seus votos à direita.
Sejam quais forem os resultados de Domingo próximo, uma vez mais, os ditos partidos da ala esquerda do PS vão ficar responsáveis por grande parte dos sacrifícios que o povo português vai ter que enfrentar nos próximos anos.
Não interessa muito a cor ou valor de cada voto.
A votação do dia 5 de Junho foi a que se efectuou no dia do derrube do Governo.
O BE e o PCP sabiam bem que tudo seria diferente a partir desse momento.
Estas duas remeniscências do comunismo, ofereceram numa bandeja a entrada do FMI e a possível governação do país mais à direita desde o 25 de Abril.
Quem combateu esta gente, desde o 1º de Maio, da Alameda, do Verão quente de 75 do 11 de Março e 25 de Novembro, nos sindicatos , nas empresas, comissões de moradores, sabe que eles não mudam.
Os seus votos são uteis para a direita, inuteis para a esquerda
Vila Fria – Pingolé e Escola Primária
Em 01 de Maio de 2007 era assim:
Cerca de 170 alunos frequentam actualmente a escola do primeiro ciclo José Canas e o infantário Pingolé, edificados sobre um terreno que a população de Vila Fria, na freguesia de Porto Salvo, garante ter-lhe sido doado por José Canas, um morador já falecido.
Recentemente, e após uma vistoria aos estabelecimentos, os serviços de Saúde da Câmara de Oeiras detectaram deficiências nas condições de higiene da cozinha e da despensa e aconselharam o encerramento das instalações.
De acordo com a Carta Educativa do concelho, a primária deverá ser desactivada até 2010/2011, após a construção de uma nova escola noutra localidade de Porto Salvo, prevendo-se a realização de obras no Pingolé, que deverá permanecer aberto pelo menos nos próximos três anos.
A solução não agrada, no entanto, à população, que, segundo Armanda Gonçalves, da comissão de moradores, não acredita nas melhorias e rejeita a transferência dos alunos para fora da localidade.
«Não podemos mandar as crianças daqui para fora porque não temos transportes nenhuns. Vila Fria não está no mapa», lamentou à Lusa, acrescentando que os estabelecimentos «podem não ter instalações de luxo», mas são «muito bem tratados» a nível de limpeza.
«Entra chuva lá dentro, há ratazanas, mas a culpa é da Câmara, que nunca nos deu mais do que indiferença. O Pingolé é provisório desde que foi construído com o nosso sacrifício, há 31 anos», acrescentou.
Armanda Gonçalves afirma não entender por que razão a autarquia não constrói uma nova escola primária no mesmo terreno, já que não poderá usá-lo para outro fim sem o consentimento dos moradores.
«O terreno é nosso e se a Câmara o roubou estamos dispostos a ir para tribunal», defende, apesar de o presidente do município, Isaltino Morais, ter garantido o contrário sexta-feira, em Assembleia Municipal.
Segundo o autarca, a Câmara disponibilizou-se para apoiar a Santa Casa da Misericórdia, gestora do Pingolé, na realização de obras de requalificação.
Quanto ao ensino primário, Isaltino Morais garante que as condições da nova escola de Porto Salvo irão «convencer» os moradores de Vila Fria.
«Queremos para este concelho escolas com refeitórios amplos, salas de computadores, para as associações de pais, para os professores, espaços para brincar, enfim, condições que os pequenos equipamentos escolares não podem dar», justificou.
O aumento da oferta pré-escolar e a requalificação do primeiro ciclo são os principais objectivos estratégicos da Carta Educativa de Oeiras, que prevê a construção de sete estabelecimentos e o encerramento de quinze até 2016.
A proposta da Divisão de Educação da Câmara de Oeiras, aprovada quinta-feira pelo executivo e que terá de ser submetida à votação da Assembleia Municipal, está avaliada em 20 milhões de euros e implica o aumento da capacidade de acolhimento do pré-escolar e do primeiro ciclo em 41 e 13 por cento, respectivamente.
O documento terá de ser posteriormente submetido a homologação do Ministério da Educação.
01 junho, 2011
TAP em greve 10 dias
Claro que este dinheiro não lhes faz falta.
Esquecem-se do mal que fazem ao país, aos das outras empresas e trabalhadores que vivem do turismo e de tudo o mais que circula como economia, ao redor dos transportes aéreos.
Há greves e greves. Algumas não deveriam de existir
Caso Freeport
O título da capa diz assim: Freeport. Ex-ministro de Guterres diz que Sócrates deveria ter sido arguido”.
A manchete refere-se a uma peça supostamente baseada na declaração de voto de Júlio Castro Caldas, o magistrado relator do processo disciplinar instaurado pelo Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) aos procuradores que investigaram o Caso Freeport.
Embora não se conheça o texto integral da declaração de voto, verifica-se que certas frases retiradas da mesma e citadas no corpo da notícia não validam o sentido do título. Eis as frases:
“Não se mantém um cidadão sob suspeita sem que seja constituído arguido, para que se possa defender” (…) “Deixou-se para o fim a inquirição de um cidadão que estava sob suspeita, mesmo que esse cidadão fosse o primeiro-ministro.” (…) “havendo fundamentos para um juízo de suspeição, deveriam ter sido tomadas todas as precauções para se fazer a inquirição”. (…) ”Se fosse para arquivar mais tarde, justificava-se essa decisão. Caso contrário partia-se para uma acusação” (…) “Votei vencido. Mas não fiquei convencido.” (…) “É insuportável o prolongamento no tempo de uma investigação criminal, mantendo um suspeito sem ser constituído arguido” (…) “em tempo processualmente oportuno, ter convocado a perguntas todos os cidadãos, fossem eles chefes de governo ou ministros”.
É flagrante o desfazamento entre o sentido que o jornal imprimiu ao título e as palavras do magistrado contidas nos excertos da declaração de voto que o próprio jornal cita. Quem fez o título não parece ter lido a declaração de voto. Instrumentalizou uma frase, retirando-a do contexto e conferindo-lhe um sentido oposto àquele que se extrai dos elementos citados.
A estória do caso Freeport tem duas faces: uma jurídica outra jornalística. Da primeira, fala o processo judicial. Da segunda, falam as deliberações da ERC e as centenas de páginas em que as mesmas se baseiam, apenas lidas pelos directamente interessados. Dos testemunhos recolhidos nas diversas audições realizadas na altura emerge uma outra estória do Freeport que põe a nú as ligações perversas e promíscuas entre a justiça e o jornalismo.
Na altura, em Julho de 2010, deixei disso testemunho em declaração de voto que anexei à deliberação da ERC sobre a suspensão do Jornal Nacional de Sexta, da TVI:
1. A suspensão do Jornal Nacional de Sexta é inseparável da cobertura do “caso Freeport”, como mostra o relatório elaborado pela ERC para este processo.
2. Durante meses a fio - Janeiro a Julho de 2009 – o Jornal Nacional de Sexta foi um espaço de concentração de peças sobre o Freeport estruturadas em forma de narrativa sistemática de denúncia tendo como alvo o Primeiro-Ministro, José Sócrates.
3. O citado relatório revela que, nos meses de Abril e Maio de 2009, mais de metade do tempo dedicado ao Freeport em todos os blocos de informação da TVI ocorreu no Jornal Nacional de Sexta, atingindo esse caso também em Fevereiro e Julho valores próximos de 50% do tempo total que lhe foi dedicado pela TVI. Esses dados são ainda confirmados quando se compara o volume e a duração das peças sobre o Freeport emitidas pelo Jornal Nacional da TVI com as emitidas pelo Telejornal da RTP e pelo Jornal da Noite da SIC, ultrapassando a TVI, largamente, as suas congéneres.
4. No decorrer do presente processo apurou-se que, na sua fase inicial, a cobertura do “caso” Freeport partiu de uma estratégia concertada entre o Jornal Nacional de Sexta e o semanário SOL, mencionada à ERC pelos seus responsáveis, que consistia na antecipação pelo JN6 das notícias que seriam publicadas no dia seguinte pelo SOL.
5. Os depoimentos prestados à ERC revelam que fontes do processo procuravam os jornalistas da TVI, fornecendo-lhes elementos do processo em segredo de justiça, alimentando assim o Jornal Nacional de Sexta com um fluxo contínuo de notícias sobre o caso.
6. A demonstrar esse facto, um dos depoimentos recolhidos pela ERC refere que uma jornalista da equipa do JN6, ali identificada, “foi lá, chamada pelos procuradores” e que as fontes “arriscavam imenso“, reconhecendo que o Jornal Nacional de Sexta “tinha tanta informação” e “não era desmentido, porque aquela informação era verdadeira e as pessoas, quando a davam, estavam a arriscar“. Assumem assim os seus responsáveis que as peças sobre o Freeport dependiam de impulso de fontes interessadas (ligadas ao processo, segundo os próprios depoimentos) e não de “investigação própria”, como pomposamente vinha sendo referido.
7. A confirmar a dependência e a falta de equidistância do Jornal Nacional de Sexta face às fontes do processo Freeport, o relatório da ERC mostra que o arquivamento do caso em Inglaterra, pelo SFO, coincidiu com o abaixamento do número de notícias exclusivas na TVI.
8. Os depoimentos relatam que com a entrada da nova Direcção de Informação da TVI as fontes secaram, quebrando-se em grande parte o fluxo da informação provinda do processo. Veja-se este excerto de um depoimento: “a partir da altura em que (…) as coisas mudaram” as fontes “têm medo” e “o ritmo de difusão tem tido como consequência o afastamento gradual de fontes de informação“.
9. Fica claro nos depoimentos dos jornalistas responsáveis pela cobertura do “caso Freeport” que a suspensão do JN6 e a orientação conferida à informação da TVI pela nova Direcção de Informação, mais exigente na confirmação da informação sobre o Freeport – analisada “à lupa” segundo um depoente -, desencorajaram as fontes de procurarem os jornalistas, retirando visibilidade ao caso.
10. Os dados apurados na presente investigação revelam, tal como já o havia feito a primeira investigação realizada pela ERC sobre o JN6, uma violação sistemática de princípios nucleares da actividade jornalística, tais como o contraditório, a presunção da inocência, a defesa do bom nome e da reputação, no caso, do Primeiro-Ministro, alvo de graves acusações.
11. Exemplos da violação desses princípios podem ser verificados na documentação fornecida à ERC pela TVI, na qual se constata, por exemplo, que no dia em que foi divulgado no JN6 o DVD em que o Primeiro-Ministro era acusado de “corrupto” o seu gabinete foi contactado por e-mail apenas 19 minutos antes do início do Jornal para se pronunciar sobre esse DVD sem que a TVI lhe tivesse dado a conhecer o seu conteúdo.
12. O processo põe a descoberto uma tentativa, que viria a revelar-se frustrada, de demonstrar interferência do Governo na cessação do JN6, não se coibindo alguns dos depoentes de invocar rumores, conversas de corredor e conspirações que nunca foram capazes de concretizar. O mais concreto e relevante que a investigação conseguiu carrear para o processo sobre essa alegada interferência foram as declarações do Primeiro-Ministro no Congresso do seu Partido e na entrevista à RTP, como se um político não pudesse criticar quem repetidamente o caluniou sem lhe permitir defender-se, como se provou ser prática no JN6.
13. Muitos dos casos apontados como revelando interferências ou pressões do Primeiro-Ministro, por si ou por interpostas pessoas, foram relatados por vários depoentes como resultado de conversas mantidas entre si, sem que qualquer deles as tivesse testemunhado ou sequer pudesse indicar nomes ou pistas credíveis que levassem ao apuramento dos factos. Estão neste caso relatos de telefonemas para o Rei de Espanha, interferências de António Vitorino e jantares com assessores do Primeiro-Ministro. Esta constatação fragilizou os depoimentos dos seus autores, uma vez que não foram apresentadas provas – ou, sequer, indícios razoáveis – que permitissem validar, minimamente, os factos apontados e as acusações feitas.
14. Falharam, assim, as afirmações da equipa que cobria o “caso Freeport” de que a decisão de pôr fim ao Jornal Nacional de Sexta partira do Governo. De facto, o processo demonstra cabalmente que a decisão se inseriu num processo longamente amadurecido e partilhado por parte das administrações da TVI, da Media Capital e da Prisa, cuja concretização só não possuía data marcada.
15. Também os depoimentos dos membros dos conselhos de administração da TVI e da Media Capital nada de substancial trouxeram ao processo, para além de uma melhor explicitação do incómodo que lhes causava o modelo do Jornal Nacional de Sexta, quer quanto ao formato, quer quanto ao estilo da sua apresentadora, assumidamente agressivo para com o Governo, em particular para com o Primeiro-Ministro, como aliás, reconhece, um declarante.
16. Ficou claro, não apenas nos depoimentos à ERC de administradores da TVI mas também nas audições da Comissão Parlamentar de Inquérito, o desejo de fazer cessar o Jornal Nacional de Sexta, uma vez que a então direcção de informação não se mostrava disposta a alterar o seu figurino no sentido de uma informação isenta que respeitasse o estatuto editorial da TVI e as regras que orientam a actividade jornalística.
Em suma:
a) A suspensão do JN6 surge após largos meses de cobertura do “caso Freeport” que se traduziu em acusações difamatórias e crítica sistemática ao Primeiro-Ministro, patentes no número, duração, concentração e repetição de peças em que José Sócrates era directa ou indirectamente apontado como suspeito de corrupção, em atropelo a princípios básicos do jornalismo.
b) A investigação levada a cabo pela ERC mostra grave instrumentalização do Jornal Nacional de Sexta por parte de fontes ligadas ao processo Freeport, que lhe faziam chegar elementos em segredo de justiça, visando incriminar o Primeiro-Ministro, os quais, sabe-se agora, não foram validados pela investigação judicial.
c) Os depoimentos realizados no âmbito do processo revelam que a administração da TVI em diversas ocasiões manifestou ao então Director-Geral preocupação com a orientação conferida ao JN6, de que era responsável a sua própria mulher, nomeadamente, no que respeitava à cobertura do “caso Freeport” por poder pôr em causa o estatuto editorial da TVI, sem que o Director-Geral tivesse sido sensível a analisar a situação.
d) A cobertura do “caso Freeport “levada a cabo pelo Jornal Nacional de Sexta, constitui um dos exemplos mais negativos de instrumentalização de um espaço televisivo por parte de poderes que lhe são alheios, ao serviço de interesses que nada tinham a ver com jornalismo sério e isento.
e) Forçoso é, pois, concluir que a metáfora da “caça ao homem” usada pelo Primeiro-Ministro contra o JN6 ganha realidade quando se analisam os factos apurados na investigação realizada pela ERC
Lisboa, 29 Julho de 2010
Estrela Serrano
(vogal do Conselho Regulador da ERC)
29 maio, 2011
CP em greve
Ora aqui temos uma atitude sindical, honesta e coerente.
Quando não houver dinheiro para pagar salários, a greve então terá razão de ser.
"Os trabalhadores da CP retomam hoje greves ao trabalho extraordinário, uma paralisação que a empresa já disse que deverá provocar atrasos e supressões de comboios. "
Manuel Ferreira Leite
A "velha" senhora só tem uma solução, emigrar.
"Nem tranquila fico se ele ficar na oposição, porque acho que ele na oposição vai ser tão pernicioso para o país quanto na liderança do país",
Voto inutil
1. Para dizer a verdade – e ainda faltam quase quinze dias – já vou ficando enfartado com a praga de comentadores e de comendadores que a toda a hora, e em tudo o que é sítio, nos saem ao caminho com análises e profecias de futurologia eleitoral.
A maioria deles – politicamente falando – tresandam a mau hálito: ou são politólogos de refugo, ou independentes do independantes.
O seu drama existencial é que, como são imensos – e para não perderem os lugares – têm de ser todos diferentes uns dos outros. E aí é que a porca torce o rabo. Porque, com a obsessão de serem originais, esquecem o óbvio. E com a obsessão de serem diferentes, resvalam para o delírio.
É por tudo isto e muito mais que, ao fim de trinta e sete anos de democracia, já vai sendo tempo de falar, não do voto útil, mas do voto inútil.
Este voto, o inútil, é por definição o que não serve rigorosamente para nada. E só atrapalha as contas. É um acto tão leviano, tão desatento e tão ineficaz, que só serve para não servir.
2. No próximo dia 5 de Junho há eleições. E as pessoas que não forem à praia, vão votar.
Desta vez – pela primeira vez desde 1975 – nunca foi tão fácil decidir.
Porquê?
Por uma razão simples: em eleições anteriores, os tais comentadores comendadores, juravam a quem os quisesse ouvir, que o PS era igual ao PSD, e que o PSD era igual ao PS. (Aliás, tanto Jerónimo de Sousa como Francisco Louçã ainda hoje continuam a apregoar essa patranha).
Mas desta vez não é assim.
Desta vez é mais fácil escolher. O que também significa que é mais fácil rejeitar.
É que o PSD, pela mão do dr. Passos Coelho, avançou com um programa tão radical e tão à direita que – mesmo com falinhas mansas e algumas catroguices – já muita gente percebeu que aquilo é mesmo a doer e a tirar. Mas a doer a quem e a tirar o quê?
Aos que não têm dinheiro para irem tratarem-se em hospitais privados.
Aos que não têm meios para pagar escolas e universidades privadas para os filhos.
Aos que – atenção! – vão ter de trabalhar mais anos para receber menos na reforma.
É por isto e muito mais que, desta vez, é mais fácil votar: ou se escolhe o garrote e o chicote, ou se avança por outro caminho mais justo e mais seguro.
E, quem disser que isto é demagogia, que espere pela pancada.
3. Estamos assim chegados à questão do voto inútil, o tal que não serve para nada. Isto é, até serve. Serve exactamente para, uma vez entrado na urna, nos cair estrondosamente em cima.
E é por isso que me permito deixar duas questões muito simples e concretas aos simpatizantes não ortodoxos do Bloco de Esquerda e da CDU.
- Se quiserem oferecer um presente eleitoral ao dr. Passos Coelho, façam o favor de continuar a votar como têm votado nos últimos anos. E o PSD agradece penhorado este voto inútil.
- Mas, se quiserem evitar que isto aconteça, tenham a lucidez e o pragmatismo que o dr. Álvaro Cunhal revelou em 1985 quando- para evitar que fosse eleito um Presidente da República de direita – disse aos comunistas: "Não olhem para a cara do Mário Soares, mas ponham lá a cruzinha"!
E assim o dr. Cunhal provou que pode não haver votos inúteis. Isto é aqueles que não servem para nada.
E agora a escolha, é vossa.
Ps.– O preço do petróleo continua a baixar. Hoje desceu aos 109 dólares por barril. Também a valorização do euro em relação ao dólar significa que agora se pode comprar mais petróleo com menos euros. Tudo isto deveria obrigar a uma pronunciada descida dos preços da gasolina e do gasóleo. Mas não. Pelo contrário.
Quando, em 2008, o preço do petróleo subiu aos 147 dólares a gasolina 95 atingiu 1,50 euros (300 escudos). Hoje, com o petróleo a 109 dólares, a gasolina está a 1,65 euros, 330 escudos! Feitas as contas, deveria estar, no máximo, a 1,11 euros (222 escudos)!
Só espero é que o próximo governo – seja ele qual for – acabe com esta roubalheira.
27 maio, 2011
Paulo Rangel
Paulo Rangel, um dos melhores exemplares políticos do PSD diz:
"O Eng. Sócrates governou Portugal condicionando Portugal. Condicionava os meios de comunicação social, condicionava com os subsídios e os prémios que pagava. Era tudo aquilo que nós sabíamos e que foi, ao longo de cinco ou seis anos, a claustrofobia democrática, essa forma de tentar espartilhar e condicionar a sociedade portuguesa.
Este é o homem que é o rosto do medo em Portugal, é o rosto do medo que tem duas faces: o medo que ele criou e o medo que ele nos quer criar."
"Foi esta miséria que o PSD recusou ao eleger Passos em vez do favorito do baronato, Rangel. Na altura do congresso em Carcavelos, em 2010, alguns militantes social-democratas chegaram ao ponto de se lamentarem publicamente por não existir no PSD a unidade que existia no PS, deixando claro que estavam fartos da estratégia difamante e caluniosa seguida por Ferreira Leite, a qual levou a um belo resultado eleitoral. Estava na altura de terem um líder que deixasse a fulanização e as campanhas sujas para voltar a falar de política, voltar a espalhar a esperança, voltar a congregar vontades. Era por esta elevação e carisma que o povo das bases ansiava, exactamente aquilo que reconhecia em Sócrates, porque nas bases os eleitores que votam PSD ou PS têm muito mais características que os aproximam do que aquelas que os separam.
Passos, entretanto, rendeu-se a Cavaco. O derrube do Governo, o ataque aos interesses nacionais pela cupidez do Poder, a influência decadente de Catroga não são acasos, antes a necessária consequência de Cavaco continuar a papar presidentes do PSD ao pequeno-almoço. E cá temos Rangel a explicar que isto da claustrofobia democrática, a Jerusalém celeste do Pacheco, tem 5 ou 6 anos – pouco faltando para dizer que começou na própria noite eleitoral em que o PS atingiu a maioria absoluta depois da humilhante governação de Barroso e Santana.
Nestes 5 ou 6 anos, de facto, o PSD tem sido cada vez mais insistente na tese de que as vitórias eleitorais do PS são ilegítimas, porque os socialistas não prestam, não têm palavra e são criminosos. A continuação deste desprezo pela democracia e pelos portugueses dá-nos a ver um partido verdadeiramente medonho."
Povo masoquista
"Jerónimo de Sousa: "O povo português é masoquista?"
"O povo português é masoquista? O povo português gosta de fazer hara-kiri?" O desafio aos eleitores ficou no ar no comício que encerrou o dia de campanha da CDU em Lisboa."
Claro que a grande maioria dos portugueses não são masoquistas.
Pena é que muitos ainda o sejam, em especial aqueles que seguem as "ordens" do PCP.
Por muito que se queira esconder, hoje, não há ninguem que não saiba que o comunismo, se alguma vez existiu, já acabou.
Sempre há masoquistas, é verdade.
Mas tambem ainda há quem caia no "conto do vigário", não é?
Passos Coelho – ora sim, ora não, ora assim assim
Como uma rolha à tona de água.
Vai andando ao sabor dos ventos e marés.
Aborto sim, aborto não.
São "pentelhos" destes que definem quem não pode ser um bom político.
Que falta de personalidade
26 maio, 2011
Paulo Portas
Balada da indecisão
Esta coisa de estar indeciso provoca um sofrimento que poucos entendem, não me admiraria nada que o registo de entradas de cardíacos nas urgências se registe um pico devido aos fanicos sofridos pelos indecisos, e se a indecisão provocasse a gripe das aves lá se ia o precioso stock de Tamiflu.
Ser indeciso faz-nos sentir como se fossemos perdizes de capoeira largadas numa reserva turística na madrugada do dia de abertura da caça. Para onde quer que um pobre indeciso se vire leva com um tiro e o pior de tudo é que uma boa parte dos tiros são de pólvora seca e outros acertam ao lado, o pobre do indeciso foge esbaforido de um lado para o outro. O início da campanha eleitoral não é mais do que a abertura da época de caça ao indeciso, ou assim deveria ser pois anda por aí uns armados em caçadores clandestinos, tentando roubar a caça na coutada dos outros, é o caso do Portas e do Passos que andam a espantar a caça nos seus próprios coutos.
Imagine-se um indeciso que está tentado a votar Sócrates mas depois lê a Flash e dá de caras com a esposa do Coelho, fica logo a pensar que um tem gaja e outro vai tendo uma de vez em quando, mas se equacionar a hipótese do Portas fica baralhado, de Louçã acha que não há gaja que o ature e no caso do Jerónimo ou há gaja ou há candidato. Na mesma Flash ainda pode dar com a astróloga Maia impressa numa página esquerda e o com o nariz a folhear a página direita, assegurando que o Passos Coelho será primeiro-ministro, isto é os astros já decidiram e eu nunca mais saio desta indecisão, porra!
Vamos à Feira do Relógio matar saudades de uma sandes de courato e quando vamos na primeira dentada ficamos logo com um naco entalado entre os caninos e os incisivos, damos de caras com o Paulinho das Feiras com aquele ar de D. Juan siciliano ainda que se tenha deixado dos fatinhos às riscos, que isto agora há muita moda e o rapaz anda sempre muito chique, sem Jaguar mas chique na mesma. Depois de muito palitar lá devolvemos a operacionalidade à dentuça quando apanhamos mais um cagaço, o Relvas enfia-nos a errata do programa eleitoral do PSD quase pela sandes dentro, até ficamos baralhados pois tem o mesmo ar de talhante de Massamá que foi fazer uns biscates a vender o courato que lhe sobrou dos porcos que vendeu durante a semana, sorriso suíno incluído. Passado o cagaço, espera-nos o pior, engulo a meia sandes que ainda me resta acompanhada da lambreta antes que aqueça para ver se não fico embaçado, é que dou de caras com o Sócrates e da última vez que o vi convidou-me para uma sandes de torresmos e logo a seguir me cravou uma de presunto, mais um copo de quarto e uma chávena de café de cevada. Ainda apareceu o louça a dizer-me que não pagamos, mas a essa hora já não havia nada a fazer, a sandes já estava paga e no bucho.
Compro os jornais do dia e de regresso a casa quase mudo de ideias e vou direito ao Júlio de Matos perguntar se ainda há vagas de cama, comida e roupa lavada. No Correio da Manhã dizem que já não estou indeciso, no DN acham que não sei se voto no BE ou no PCP, no i dizem que estou dividido entre o PSD e o CDS e algures leio o Marcelo dizer alguém numa entrevista que eu vou votar naquele que vai ganhar ou que acho que vai ganhar. Isto é, estou entre o parvo, o doido e o deficiente mental.
Mas pelos vistos os políticos acreditam que eu sou uma dessas três coisas e cada um se esforça por argumentar da pior forma pois a minha inteligência não dá para mais, o Portas diz possuir o efeito Axe para eleitores, o professor 0% assusta-me com o Hitler, o Sarmento diz que há pior e até o Arnaut tenta acagaçar-me com o Drácula. Com tanto mauzão devem estar a pensar que ainda não comi a sandes de courato. Alguns até dizem que a banca está rota o que não percebo, passo a mão pelo cu das calças e não sinto por onde possa coçar o dito cujo e a banca das sandes de courato também não me parecia ter buracos."
( O Jumento)
Louçã – professor que não aprende
"Para a esquerda portuguesa, tanto lhe faz que uma nova geração à rasca se vislumbre no horizonte. Sem qualquer perspectiva de futuro, que não seja morrer com dignidade. No dia 6 de Junho irei ao funeral da esquerda portuguesa, agradecer-lhe a borrada que fez e explicar a Louçã a razão de não ter votado nele desta vez . Ser traído e enganado é uma coisa que me chateia. "