“Não é a primeira vez que acontece, mas nunca desta forma tão óbvia ”, conta Anabela Fraga, estudante do 3.º ano de Direito. A iniciativa, da Juventude Comunista Portuguesa terá sido feita durante a madrugada de domingo para segunda-feira, mas só à luz do dia é que os alunos se deram conta que as “suas escadas” tinham sido usadas como “arma política”. “A vontade que dá é de limpar tudo antes do comício”, censura Frederico Rente, do curso de medicina.
A pintura até já desencadeou um movimento no Facebook que exige a limpeza do espaço, mas o PCP já saiu em defesa da Juventude Comunista Portuguesa, justificando o acto como o “empolamento de uma iniciativa normal da vida democrática”, esclareceu ao i fonte do partido. Tão normal, diz o mesmo o responsável, que a mesma escadaria já foi usada não só pela CDU, como pelos “outros partidos e movimentos estudantis”.
Eduardo Melo da Associação Académica de Coimbra, contudo, garante que nunca utilizou a escadaria para fins políticos e que as iniciativas até agora feitas sempre tiveram um fim cultural: “Sendo um espaço de referência, houve sempre o cuidado de usá-lo para exposições e outras actividades de natureza cultural, mas sempre com o cuidado de nunca danificar o espaço “, defende-se de um lado para atacar do outro: “É por isso que só podemos considerar esta atitude do PCP como um acto de vandalismo, sobretudo porque estamos perante um monumento que é candidato a património mundial.”
Resta ainda perceber se, sendo as Escadarias Monumentais, um espaço público, a JCP deveria ter pedido uma autorização à Câmara de Coimbra para colorir o palco do comício desta noite da CDU. O Partido Comunista Português considera “não existirem limitações legais” para o uso das escadas que dão acesso ao pátio da universidade e nem sequer coloca a questão da limpeza como pertinente: “Pois se um mural não é limpo, porque é que este caso seria diferente?”.
A reitoria da universidade remeteu para a câmara municipal um esclarecimento, mas o presidente João Barbosa de Melo "optou por não fazer qualquer comentário", explicou fonte da autarquia. "