06 janeiro, 2011

BPP

Os telhados de vidro, são só para alguns.
Teresa Caeiro terá que pedir desculpas a Manuel Alegre. Não se pode falar, só por falar.

Não misturar alhos com bugalhos

Esta manhã, ouvido pela TSF, Manuel Alegre explicou a questão da alegada publicidade ao BPP. Ainda mais esclarecedores foram os depoimentos de Nuno Artur Silva (gravado) e de Pacheco Pereira (não gravado) também na TSF. Convém, portanto, reter os seguintes pontos:
1. Foi pedido, pela agência BBDO, a inúmeras figuras públicas que escrevessem um texto literário em que fosse abordada a sua relação com o dinheiro.2. Como fez questão de frisar Nuno Artur Silva, em nenhum momento foi transmitido pela agência em causa que os textos literários seriam usados em publicidade. O director das Produções Fictícias admitiu, entre outras hipóteses, que os textos fossem canalizados para um suplemento, com o patrocínio do BPP, de um jornal.3. Quando Manuel Alegre viu o seu texto aparecer, à semelhança dos textos de muitas outras figuras públicas, numa campanha de publicidade, exigiu à agência que o seu fosse retirado da campanha, o que aconteceu.4. Ainda assim, foi-lhe depois enviado um cheque de 1.500 euros para pagamento do texto que escrevera. Manuel Alegre devolveu de imediato o cheque.5. Sendo Manuel Alegre deputado, a Comissão de Ética da Assembleia da República não questionou nunca o comportamento de Manuel Alegre.Tudo está bem quando acaba bem.

Caixa Faialense - tantos "boys do PSD"



"Já toda a gente percebeu que o caso BPN vai fazer mossa nas presidenciais, que o mesmo é dizer embaraçar o Presidente-candidato. Anteontem, Cavaco teve a infelicidade de pronunciar-se sobre a administração nomeada pela CGD para gerir os despojos do Lehman de Palhavã, a qual, ele o disse, exerceria a função em part time. Na realidade, a administração do BPN é composta por sete elementos, tal como a da CGD, sendo que quatro estão em exclusividade.

Muita gente gostaria que o caso BPN se esfumasse na indiferença geral, como aconteceu com a falência fraudulenta, ocorrida em 1986, da Caixa Económica Faialense, banco que roubou as poupanças dos clientes. Lembram-se? Em 1999 ainda o processo se arrastava no Tribunal Constitucional. Em 2004, Américo Duque Neto, o presidente da Faialense, foi condenado a cinco anos de prisão, reduzidos a dois por perdão judicial, bem como ao pagamento de 2,5 milhões de euros de indemnização a José Bairos Fernandes, emigrante açoriano no Canadá que perdeu todas as economias com a fraude. Uma reportagem da jornalista Isabel Horta, da SIC, dissecando o processo, trouxe à colação ministros dos governos Balsemão, como João Vaz Serra de Moura, ministro da Qualidade de Vida (VII gov), e Luís Morales, ministro do Trabalho (VIII gov), bem como vários notáveis do PSD. Outros tempos.

A fraude da Caixa Económica Faialense é exemplar. Em 1995, em Toronto, José Bairos Fernandes matou a tiro o gerente da agência da Faialense. Em França, outro emigrante suicidou-se. Os que vieram de França manifestar-se ao Terreiro do Paço, foram espancados pela polícia de choque, era Dias Loureiro ministro da Administração Interna de Cavaco (XII gov). Em visita oficial ao Canadá, Manuela Aguiar, secretária de Estado das Comunidades de Cavaco, recusou receber os emigrantes espoliados. Em 2004, o Supremo Tribunal Administrativo obrigou o Estado a pagar uma pensão mensal (vitalícia) de 1200 euros a José Bairos Fernades.

O colunismo filet mignon, que julga as malfeitorias à luz do pós-2005, podia ilustrar-se nos anos do cavaquismo. Sempre ganhava outra distância.

04 janeiro, 2011

Cabeço de Vide - Antiga Estação da CP

Justiça

Está montada mais uma "Lavandaria" na antiga Expo.
A bagunça que o processo Face Oculta tem demonstardo ser no interior da própria Justiça, vai continuar. Agora com outros intervenientes- arguidos e advogados.
Haverá ainda por aí alguem que acredite nesta nossa justiça?

"O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, cumpriu à letra as indicações do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, para destruir nos seus despachos sobre o caso Face Oculta - cuja instrução se inicia hoje, em Lisboa - as transcrições das conversas entre o primeiro-ministro, José Sócrates, e o ex-banqueiro Armando Vara. Pinto Monteiro não se limitou a rasurar ou a eliminar as passagens dessas conversas: as folhas dos autos foram retalhadas à tesoura nos sítios onde estavam registados os diálogos entre Sócrates e Vara. E foi com esses recortes que algumas folhas do processo chegaram à Comarca do Baixo Vouga e ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa."

Iva - mais 2,5%

Iva aumenta 2,5%.
Isso mesmo, lá pelas terras de Sua Magestade Isabel II.
Não têm o €uro, nem o FMI à perna, mas pelos vistos a Libra não tem ajudado muito.
Esperemos o que os nossos comentadores "politiqueiros" irão comentar.

"A subida para 20 por cento, que entra em vigor esta terça-feira no Reino Unido, segue a tendência geral europeia. O Governo britânico reconhece que a medida é “dura, mas necessária” – voltou hoje a dizê-lo –, e da oposição colheu reparos imediatos e a exigência de um pedido de desculpas aos britânicos."

O Sr. Alberto e o Sr. Silva

Na política e com estes políticos, tudo é possível.
Depois de Alberto João ter deslumbrado o país com a referência ao Sr. Silva ( Cavaco Silva - o Presidente da República), como o tem feito inúmeras vezes.
Tão bonito tem sido ver Jardim como "mestre de cerimónias" do Sr. Silva, na visita daquele à Pérola do Atlantico na sua qualidade de candidato ao cadeirão de Belém.

02 janeiro, 2011

José Niza escreve

José Niza

Quando vamos ao sótão das memórias, às vezes acontecem surpresas gostosas.

Vou contar-vos duas.

Em 6 de Dezembro de 1982 redigi o texto de um telegrama-petição que foi enviado da Assembleia da República para o então Presidente do Brasil, General João Baptista Figueiredo.

O caso era o seguinte: o Sérgio Godinho – obviamente por motivos políticos, mas sob o pretexto de consumir maconha – estava há vinte dias preso, sem culpa formada, numa penitenciária do Rio de Janeiro.

Como os deputados também servem para estas coisas, redigi um texto muito diplomático e politicamente correcto, no qual, entre outras coisas, escrevi: "A injustificadamente prolongada prisão de Sérgio Godinho, de acordo com as notícias que nos chegam a Portugal, reveste-se de um conjunto de circunstâncias que nos levam a recorrer à alta intervenção de Vossa Excelência…

Mas também acrescentei: "Lamentamos manifestar a Vossa Excelência a nossa preocupação pelas eventuais consequências negativas que este caso poderá imprimir às relações entre os nossos Povos..."

Até aqui, nada de especialmente especial.

Mas o que é verdadeiramente impressionante  é a lista e a qualidade dos deputados subscritores, de diversos partidos, que eu consegui reunir.

Vejam só alguns desses nomes: Almeida Santos, António Guterres, Manuel Alegre, António Arnaut, António Vitorino, Jorge Sampaio, Raul Rego, Marcelo Curto, Natália Correia, Nuno Rodigues dos Santos, Magalhães Mota, Teófilo Carvalho dos Santos, Helena Cidade Moura, José Manuel Mendes, Jorge Lemos, etc, etc.

Há semanas ofereci ao Sérgio Godinho uma cópia da petição com uma dedicatória onde escrevi: "No tempo em que ainda havia deputados…" E ele agradeceu. E concordou.

Nestas buscas de mil papéis com letras carcomidas pelas humidades do Inverno e pelos calores do Verão encontrei duas cartas do Zeca Afonso.

Uma delas é de Setembro de 1971 e o Zeca fala-me do disco que estava a preparar e que iria chamar-se Cantigas do Maio, o tal da Grândola e outras maravilhas. Finalmente ele tinha concordado com o que eu já há anos lhe dizia: que a encenação musical das canções tinha de ser enriquecida com outros instrumentos, com novas sonoridades, com novas concepções harmónicas e com arranjos mais elaborados. Para isso ele convidou o José Mário Branco, na altura exilado em França. Mas estava com medo. Com medo, porque não sabia o que o Zé Mário ia fazer e não queria romper com a simplicidade dos acompanhamentos anteriores. Et, pour cause, convidou-me para participar na gravação. Mas o que ele verdadeiramente tinha em vista dizia-mo na carta: "As tuas sugestões no que respeita aos trabalhos de estúdio
poderiam ser-nos úteis." Por outras palavras: "Se os gajos se espalharem tens de pôr ordem na casa." Mas não foi preciso. O trabalho do Zé Mário foi brilhante.

A outra carta é também de 1971 e foi-me enviada para Zau Évua, (*) no norte de Angola: eu estava numa guerra a sério e não propriamente a apanhar sol nas praias do Musssulo…

Dizia-me ele – no seu delírio lúcido – que ia cantar a Angola e a Moçambique e precisava que eu o acompanhasse à viola.

E então, era assim: "Se quiseres aparece, o que me daria uma enorme satisfação"… "Se tiveres possibilidade tomas um táxi aéreo ou segues de avião para Sá da Bandeira. Basta-te reservar bilhete e ou paga o exército ou o Rádio Clube de Huíla. Vê se te safas." E rematava: "Em Moçambique poderiam oferecer-te uma passagem, tocarias em Lourenço Marques e Beira! Que tal?" Como se vê, tudo fácil e nada mais simples: trocava a guerra pelas baladas e a tropa ainda me pagava as viagens! Ok chefe!

(*) O editor do Blog também esteve em Zau Évua, companheiro de José Niza no BCAC2877 de 1969(Julho) a 1971(Agosto)

Casa Pia – caça às bruxas

Há culpados, a sua maioria estarão fora do processo e nunca surgiram os seus nomes nos jornais.

Quem a partir do anos 70 conheceu o Parque Eduardo VII e as imediações da Casa Pia em Belém, sabe bem o que por ali se passou.

Este escritor tem muita razão.

"O "pânico moral" de uma rede pedófila que não foi provada e condenações decididas por "medo" são os ingredientes da "caça às bruxas" que o escritor Richard Webster associa ao processo Casa Pia num livro a editar em 2011."

Professores

Aproveitaram as férias (?) para preparar mais um ataque aos bolsos dos contribuintes.

"Os sindicatos da Frente Comum vão entregar, de amanhã até quarta-feira, "todas as providências cautelares" referentes às várias profissões da função pública, com vista a suspender os cortes salariais previstos pelo Governo." (Publico)

Caracavelos -01/01/2011

Carcavelos - 01/01/2011

Carcavelos - 01/01/2011

Carcavelos - 01/01/2011

Carcavelos - 01/01/2011

Carcavelos - 01/01/2011

Cavaco Silva - candidato

Os visados se tivessem alguma vergonha, já se teriam auto-excluido.

"O candidato à Presidência da República, José Manuel Coelho, desafiou Cavaco Silva a afastar da comissão de honra da sua candidatura os administradores bancários que acusou de má gestão do BPN."