25 março, 2010

PEC

No estrangeiro todos eleogiam o PEC

Por cá, para sermos diferentes, todos fazem eco no bota abaixo o PEC

Bolas, quem percebe isto?

Cavaco esteve tão presente, por todo o lado e agora mesmo, deve ter hibernado. Andará por aí ?

24 março, 2010

Bocage

Já se afastou de nós o Inverno agreste
Envolto nos seus húmidos vapores ;
A fértil Primavera , a mãe das flores
O prado ameno de boninas veste :

Varrendo os ares o subtil nordeste
Os torna azuis : as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros, e Amores,
E torna o fresco Tejo a cor celeste ;

Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo :

Deixa louvar da corte a vã grandeza:
Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza !

Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades


 

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.


 

Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem, se algum houve, as saudades.


 

O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria,

E em mim converte em choro o doce canto.


 

E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto:

Que não se muda já como soía.


 

Luís de Camões

Bandalheira – para muitos


Os últimos anos vão ficar na história de Portugal como um período negro do prestígio das instituições, um período em que a luta política foi feita com recurso a golpes sujos. A luta pelo poder a qualquer custo tem levado a que muitos dos nossos políticos tentem eliminar em vez de ganhar aos adversários, sem ideias e projectos apostam mais na jogada. no golpe, na manobra oportunista do que em construírem uma alternativa.O problema não é tão recente como alguns querem fazer crer, o que estão a fazer a José Sócrates não é novidade nenhuma, há muito que a alcunha, a insinuação, a falsa informação é usada para eliminar adversários político. Tentaram desvalorizar António Guterres com a alcunha da "picareta falante", agora vemos Pacheco Pereira muito incomodado com a possibilidade de os assessores deixarem de ser eunucos políticos e exercerem os seus direitos de participação na vida política, está esquecido de quando Patinha Antão era director-geral de Estudos e Previsão do ministério das Finanças e usava esse estatuto para tentar contradizer as opiniões de António Guterres em plena campanha eleitoral. Tentaram eliminar António Vitorino com um a suposta manobra de evasão fiscal quando se veio a provar que o então ministro da Defesa tinha pago impostos superiores aos que eram devidos. Destruíram Ferro Rodrigues e nem hesitaram em tentar envolvê-lo no processo Casa Pia.Com alguns políticos a deixarem de respeitar as regras e a apostar no desprestígio das instituições não admira que sejam os grupos corporativos a usarem os seus poderes ocultos e a transformares processos judiciais em armas de homicídio político. A bandalhice é total, escuta-se ilegalmente um primeiro-ministro e colocam-se as escutas num jornal em vagas sucessivas e quando tudo falha até o sindicato dos magistrados faz exigências ao Procurador-Geral da República ao mesmo tempo que alguns políticos sem escrúpulos pedem a sua demissão. Coincidência ou talvez não os jornais começam a dar conta dos descontentamento de Belém em relação ao PGR, quando pouco tempo antes o próprio Presidente esqueceu a sua existência e chamou sindicalistas ao palácio presidencial para falar de supostas pressões vindas do primeiro-ministro sobre os investigadores do caso Freeport. A bandalhice institucional chegou ao extremo de ser um braço direito do Presidente da República a lançar nos jornais a falsa informação relativa a supostas escutas a Belém promovidas pelo governo, chegou-se mesmo ao ponto de se lançarem insinuações relativas ao SIS.Tenta-se a todo o custo passar a imagem de que o centro de tudo é Sócrates, mas isso não é verdade, este tipo de manobras é muito anterior ao actual primeiro-ministro e o ódio que este lhes motiva resulta do facto de ser teimoso, em condições normais já deveria ter cedido à chantagem. Chamaram-lhe maricas, o Ministério Público investigou (deve ser caso único no mundo e alguns dos nossos filósofos da Marmeleira esquecem-se de quando defenderam George Bush cujo currículo foi mantido em segredo) o seu diploma e até desenhos de casas, fizeram de tudo, até investigaram primos e um tio do PSD (que grande azar que tiveram) na esperança de provarem que se tinha deixado corromper no licenciamento do Freeport, fizeram-lhe escutas ilegais na esperança de o apanharem nalgum desabafo. E o que conseguiram provar? Começaram com grandes planos imaginados por uma magistrado de Aveiro e acabam por fazer uma comissão parlamentar de inquérito só para tentarem provar que disse uma mentireca.
O país está a pagar caro a morte lenta do cavaquismo, um grupo de gente que se convenceu de que tem o direito natural a governar e não aceita as decisões dos eleitores, não hesitando em destruir o prestígio das instituições, desde a Presidência da República ao primeiro-ministro, passando pelo Procurador-geral da República, ninguém escapa. Só que os mais ilustres cavaquistas estão mais interessados em ganhar fortunas, nos cargos de administradores não executivos da banca, na advocacia rica da gestão de influências e dos negócios offshore ou dos pareceres jurídicos pagos a peso de ouro do que em desempenhar cargos políticos mal remunerados.
Além de estarem à beira da terceira idade, queimados por escândalos financeiros, acomodados em cargos bem remunerados, com o seu mentor cada vez mais envelhecido, a elite do cavaquismo deixou a luta pelo poder entregue a segundas figuras sem princípios, gente em quem o povo não vê qualidades para governar e que percebendo a sua inferioridade não tem escrúpulos em recorrer ao golpe baixo, chega-se ao ponto de vermos um PSD a concorrer sem um programa e com um discurso que, pelos vistos, só os magistrados de Aveiro percebiam.
A bandalhice chegou a um ponto em que o país corre o risco de vergar sob a crise política e a democracia soçobrar aos golpes baixos. Talvez depois os cavaquistas ilustres apareçam para salvar o país, propondo a suspensão temporária da democracia como, aliás, já sugeriu Manuela Ferreira Leite.
 Bandalheira

Deputados

Será que esse representantes eleitos do Povo ainda não terão chegado à conclusão que já começam a exagerar com as comissões, com as idas às televisões, com as declarações em qualquer mercado de bairro ou jantar de Partido?

Com as suas passagens sonolentas pelo hemiciclo, pelo refastelamento nas ultimas filas da sala de sesões da AR?

Pelo acumular das suas actividades profissionias misturadas com a pseudo-actividade parlamentar?

Formam comissões para discutir algo que, antes de terminar já votaram nova comissão para discutar os mesmos temas.

A paciência dos contribuintes começa a esgotar-se, mas eles não tem tempo nem disponibilidade ou não o querem ouvir. Preferem ouvir os seus próprios interesses mais imediatos – manter o "taxo" .

22 março, 2010

Artes

PSD eleiçoes

""Razão têm os que aguardam por melhor oportunidade para se candidatarem às directas, isto é, quando considerarem que a vitória do PSD é possível. Morais Sarmento, Rui Rio ou Marcelo de Sousa limitaram-se a dizerem "presente" para desaparecerem de seguida. Sinal de que nem com candidatos dignos desse nome acreditam numa vitória eleitoral do PSD. Quanto mais com estes candidatos."" ( O Jumento)

Saem 5


Por: José Niza
Não estou especialmente curioso em saber quem será o próximo presidente do PSD: "que venha o diabo e escolha".

 Mas, por outro lado, estou muito interessado em saber qual o candidato a primeiro-ministro que o PSD apresentará às próximas eleições. É que, à medida que a luta entre Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel e Aguiar Branco aquece e se radicaliza, esse meu interesse cada vez mais se transforma em preocupação: este crescendo populista do género "um diz mata outro diz esfola" – em que nenhum quer ficar atrás do outro – é o fecundo caldo de cultura da asneira à solta.
 Mais tarde ou mais cedo – tudo indica que mais tarde do que cedo – o PSD voltará ao poder e formará governo. Mas, infelizmente para o País – e por aquilo que se tem visto, ouvido e lido – ninguém consegue vislumbrar em qualquer dos candidatos um futuro Primeiro-ministro para Portugal. E tudo faz prever que não será ainda desta vez que o PSD conseguirá eleger um líder com capacidade para unir e fortalecer o partido, e muito menos para chegar aos calcanhares de Sá Carneiro ou Cavaco Silva.
Os debates até agora realizados entre os candidatos têm revelado que – para além de algumas pequenas diferenças que os separam – há urna trilogia que os une, a trilogia dos três "Is": irrealismo, incompetência e irresponsabilidade. Sobretudo, irresponsabilidade.
 O maior e mais grave exemplo disso foi dado há dias por Pedro Passos Coelho, o candidato que até me parecia reunir melhores qualidades e ter as ideias mais arrumadas. Mas, por mais estranho que pareça, a maior barbaridade até hoje proferida na campanha nem um único comentário mereceu aos sonolentos politólogos que por aí pululam, nem qualquer reacção crítica dos nossos zelosos e aguerridos sindicatos.
Mas, afinal, o que é que o homem disse?
Disse que – para a salvação das finanças do País – tinha descoberto uma infalível e mágica solução: com ele ao leme do governo, por cada cinco funcionários que deixassem a função pública, só entraria um!
Feitas as contas – e num futuro próximo – o número de servidores do Estado ficaria reduzido a uma quinta parte dos que actualmente existem: um corte de 80%!
Acontece que os trabalhadores da função pública não são criaturas abstractas: são pessoas concretas, como nós, que desempenham profissões concretas, úteis e necessárias. A grande maioria destes funcionários não são, nem excedentários, nem preguiçosos, nem incompetentes: são homens e mulheres como toda a gente. E, como toda a gente, uns são melhores, outros piores.
Saberá Passos Coelho quem eles são, o que é que fazem e para o que é que servem?
Saberá ele que a sua solução "exterminaria" centenas de milhares de funcionários, escorraçados do acesso à função pública e despejados no desemprego?
Terá Passos Coelho pensado – ele que até foi líder da Juventude Social Democrata – onde iriam os jovens arranjar emprego e sobreviver?
Saberá Passos Coelho que com apenas 20% dos professores hoje existentes ninguém ensinaria os nossos filhos e os nossos netos, nem seria cumprido o sagrado direito constitucional à educação?
Saberá Pedro Passos Coelho que os nossos hospitais entrariam em colapso se em meia dúzia de anos perdessem 80% dos seus médicos e enfermeiros? E o sagrado e intocável direito à saúde, a maior dádiva do 25 de Abril aos portugueses?
E os polícias? E os GNR's? E os militares? E os bombeiros? E os indesejados homens das finanças? E os juízes e magistrados, apesar da justiça lenta? E os homens do lixo que limpam a rua onde vive Pedro Passos Coelho?
Passos Coelho defende a segurança das pessoas, mas quer correr com os polícias. Quer melhorar o ensino, mas quer ficar sem professores. Quer melhor saúde para os portugueses, mas só desde que não sejam precisos nem médicos nem enfermeiros.

Fico me por aqui. Não quero acreditar.
É o fim.
PS. 1 – Esta solução final também se pode aplicar ao PSD: por cada cinco líderes despedidos, só um pode entrar! Que é exactamente o que está a acontecer.

PS. 2 – Meus caros Ângelo Correia e Miguel Relvas foi o Pedro que entrou em roda livre, ou foram vocês que perderam o tino? A continuar assim, ainda ganha o homem do

Marinho Pinto

com vénia a
Lusa
/ SOL

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Justiça

Marinho Pinto quer advogados fora do Parlamento

O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, exigiu a revogação da norma que permite aos advogados acumularem funções com as de deputados, de forma a evitar que produzam leis à medida dos seus clientes

 
 

«Muitas vezes, os deputados [que são advogados] actuam em função de interesses privados dos seus clientes. Não se pode elaborar leis num dia e ir noutro ao tribunal decidir em função delas», disse Marinho Pinto, que falava em Matosinhos, numa conferência do Lions Clube, sobre ética na advocacia.

A norma, observou Marinho Pinto, «é uma mancha quer na advocacia, quer na função de deputado».

O bastonário considerou, por outro lado, que o «sistemático» recurso do Estado indicia que pretende «uma legitimação formal» de negócios pouco claros envolvendo fundos públicos.

«O Estado devia ser proibido de recorrer aos tribunais arbitrais, onde perde na maior parte dos casos», preconizou Marinho Pinto.

Considerando que a honestidade «não é qualidade [exclusiva] de nenhuma actividade e de nenhum órgão de soberania», frisou que muitas delas, incluindo a advocacia, têm profissionais presos, e citou como excepção a magistratura.

«Digam-me qual o vosso segredo para só escolherem pessoas honestas», disse Marinho Pinto, contando conversas mantidas com magistrados.

Na conferência, os jornalistas também foram um alvo de Marinho Pinto, que, para o efeito, repescou a história de um protagonista de novela brasileira, o repórter Neco Pedreira, da Trombeta de Sucupira.

Tratava-se - recordou - de um repórter que não hesitou em correr à redacção para noticiar, sem confirmar, a propalada morte do prefeito Odorico, que andava incomodado por não ter quem inaugurasse o cemitério recém-construído.

Questionado por que não confirmava os factos antes de redigir a peça, Neco Pedreira afirmou que tinha compromisso com a notícia e não com a verdade.

«Às vezes, a verdade estraga uma boa notícia», concluiu Marinho Pinto, antigo jornalista, num aparente remoque à informação que actualmente se produz em Portugal.

Mas, admitiu, «o mundo da justiça, às vezes é pior do que o mundo do jornalismo».

O Lions de Matosinhos apresentou Marinho Pinto ao auditório como um homem de «estilo frontal e contundente», que «não foge da verdade, mesmo quando ela é incómoda», marcado pela «independência face aos poderes instalados».

A comunicação de Marinho Pinto abriu um ciclo de conferências do Lions Clube de Matosinhos, em colaboração com a autarquia local, sobre A ética e o Homem.

O ciclo, que prossegue até Julho, abrange os domínios da advocacia, medicina, política, comunicação social e negócios.

Lusa / SOL

Medicos portugueses e estrangeiros

Quem passa pelos hospitais e pelos centros de saúde, sabe que assim é.

Segui o conselho do André e li atentamente a reportagem do DN sobre médicos imigrantes em Portugal. A informação que a jornalista Céu Neves recolheu confirma o que já tinha intuído como utente do SNS: os profissionais de saúde que vêm de fora trazem consigo uma outra cultura clínica. Os médicos entrevistados pasmam com a subserviência que observam nos doentes e com o estatuto de superioridade dos seus colegas portugueses.

Como disse, não me espanta. Há anos, quando um familiar esteve internado, fiquei a saber que a enfermeira favorita de todos os doentes era espanhola. O dentista mais popular do meu bairro é brasileiro. No centro de saúde que frequento, o médico que todos querem ter também não é português. Experimentem saber qual é a reputação dos médicos que vêm de fora junto dos utentes do SNS e perguntem-se porque serão tão apreciados.
Nos tempos do João Semana, em que a subserviência do povo era manifesta nas mais diversas situações, a relação desigual entre médico e doente existia, mas ao menos era compensada pelo espírito de serviço e amor pela profissão dos que então enveredavam pela Medicina.
Mas desde que o acesso a este curso passou, nas últimas décadas, a ser filtrado por médias impossíveis, deixando milhares de vocações frustradas pelo caminho, só por acaso nos cruzamos com um clínico que também é médico por vocação e não só porque a carreira assegura prestígio social e dinheiro.
O funil por que passaram as novas gerações de médicos não nos trouxe nada de bom. Falta nos hospitais e centros de saúde gente que gosta de gente. Mas porque os tempos mudaram, apesar da ainda muita subserviência, as pessoas já se vão queixando.
Por outro lado, soube-se há dois dias que os nossos médicos também não andam satisfeitos com a vida. Há, portanto, mal-estar de parte a parte. Qualquer coisa de profundamente errada que não creio que se justifique só pela falta de condições de trabalho. Tal não explica a soberba que é apanágio da classe e a negligência que muitas vezes está a ela associada. Agora os seus pares imigrantes vêm pô-la em xeque. Lamento, mas ainda que no imediato se revele como mais um factor de stress para os nossos médicos, acho que só pode ser bom  ( Delito de Opinião)

Benfica 3 - FCP 0

O futebol assim não deve continuar.
Há arruaçeiros por todo o lado e por todos o clubes, mas.. em alguns clubes, os seus mais altos responsáveis devem ser chamados´à responsabilidade.
Nas claques do FCP já não se encontra só a rivalidade a que corresponde a cor da camisola que cada clube veste, há algo de muito mais grave que tem vindo a ser fomentado pelos dirigentes do FCP contra as gentes do Sul, os "mouros"
A mistura dos dois ingredientes, e de mais alguns que se intoduzem pelo meio, tem dado origem a situações profundamente lamentáveis que tem que ser condenadas publicamente e pelos tribunais, com a aplicação das respectivas penas adequadas para o efeito.

Cavaco e o Inquerito Parlamentar

Não há pior cego que o que não quer ver.  Este Cavaco já só vê a reeleição
«José Sócrates ficou irritado com o Presidente da República por este ter recentemente elogiado as virtualidades da nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso PT/TVI. Ontem, entrevistado no Jornal de Notícias, o primeiro-ministro deixou transparecer que não gostou. Os entrevistadores perguntaram-lhe: "O Presidente da República disse que a prova de que os portugueses não estão esclarecidos é que foi criada a comissão de inquérito. Qual é o seu comentário?"
E Sócrates respondeu: "Há quem diga que não está esclarecido pela simples razão que não quer esclarecimentos, quer é manter suspeitas."»         [Diário de Notícias]

Padrofilia

Assunto que era do conhecimento público desde há muitos anos e que só agora com uma lastimável e despodurada hipocrisia a "Igreja" lamenta, tal como a avestruz, esconde-se e não procura entregar os criminosos a justiça, guardando-os sob a tutela das batinas e das suas almas negras de tanto pecado.
Não há que confiar naqueles que garantem ser a "palavra" de Deus na terra.
Para estes, o Inferno é pouco, pois o arrependimento na hora da morte não os deveria salvar da pena de morte pelas suas chamas dvoradoras.

19 março, 2010

A morte

A um amigo, a um parente, à vida...

Ó morte , pensas ser vitoriosa ?

Em ti não há cor ou vigor

Apenas uma capa misteriosa

Tu rondas a Terra

Buscando a quem possas tragar

Em si mesma encerra

Um modo sorrateiro de perscrutar

Surpreendes a alguns viventes

Todavia, não és sobressalto e nem grilhão

Para muitos transeuntes

Que lhe abraçam de modo contundente

E lhe permitem deitar sobre o corpo já reluzente

 
 

 
 

Ò morte,

Falar de ti pode ser peso insuportável

Comoção

És ferida aberta que desafia a razão

És realidade pungente... Terás explicação ?

Ó morte,

Quão valente julgas ser ?

Tu és gigante sem pernas

De forma sobranceira te alongas

Sem querer entender

Que és apenas passagem lacônica

Para um desmedido transcender


 

De Úrsula A. Vairo Maia 

16 março, 2010

Etarras em parte incerta

Muita gente não gosta de ler estas verdades.

Uma cantina chamada Portugal
( O Jumento)

A direita portuguesa está convertida à defesa das pequenas empresas, Ferreira Leite agita a bandeira, Cavaco Silva teoriza sobre o assunto, Soares dos Santos critica as grandes obras e agora foi a vez de Belmiro de Azevedo a aceder ao speaker's corner do palácio de Belém para protestar contra o PEC e vir em defesa dos pequenos.

Não vou questionar a agenda de Belém, se foi Cavaco que convidou Belmiro ou se foi este que se fez convidado, todo o país reparou que a Presidência da República transformou o hall de entrada no equivalente nacional do "speaker's corner" do Hyde Park londrino, quem quiser falar mal do governo para os jornalistas sediados em Belém é recebido pelo Presidente e depois tem direito a cinco minutos de direito de antena, o primeiro convidado foi João Salgueiro, desta vez foi a vez de Belmiro de Azevedo, aquele que há poucas semanas designou Cavaco Silva por "ditador".

Curiosamente ou talvez não Belmiro introduziu um novo argumento no debate, a necessidade de promover o consumo, isto depois de ter proposto obras de proximidade em alternativa às grandes obras. Não deixa de ser curioso que o empresário que aposta em negócios de mão-de-obra barata e cujos empreendimentos comerciais são responsáveis pela destruição de milhares de pequenas empresas venha agora defender o aumento do consumo, o mesmo empresário que construiu em Portugal mega centros comerciais, alguns dos maiores da Europa, seja um opositor de grandes obras públicas.

Belmiro de Azevedo (Grupo Sonae) e Soares dos Santos (Grupo Jerónimo Martins) São responsáveis pelo encerramento de dezenas de milhares de pequenos negócios familiares, as estratégias agressivas das suas grandes superfícies são alimentadas pelo estrangulamento das pequenas e médias empresas do sector agro-alimentar, impõem-lhes baixos preços e ainda alimentam os seus planos de investimento à custa de prazos de pagamentos aos fornecedores próximos do absurdo. São estes os dois senhores que agora defendem os pequenos investimentos?

Compreende-se a sua preocupação com o aumento no consumo, só que no Pingo Doce até os amendoins da marca branca são importados da China, aliás, fala-se por aí muito mal das lojas chinesas mas ninguém diz que os maiores "comerciantes chineses" deste país são precisamente Belmiro de Azevedo e Soares dos Santos.

Não deixa de ser curioso ver os grandes empresários, monopolistas ou oligopolistas nos sectores em que investem, virem agora defender que "small is beautiful". É evidente que não lhes interessa investimentos em tecnologia que signifiquem uma aposta no longo prazo ou em grandes projectos que impliquem a importação de tecnologia. Para eles é mais lucrativo importar tudo da China, desde amendoins a camisas baratas, do que importar a tecnologia do TGV de um país europeu, para eles é estrategicamente mais interessante apoiar pequenos investimentos de mão-de-obra barata que vá comprar aos seus hipermercados do que investir em empresas tecnológicas cujos quadros tenha padrões de exigência acima do oferecido pelos hipermercados Continente.

Isto significa aplicar ao país a lógica da cantina da grande fazenda africana, onde os trabalhadores mal recebiam os ordenados iam pagar as dívidas do mês anterior e comprar a crédito para o mês seguinte. Se Belmiro conseguisse converter o país numa imensa cantina colonial asseguraria ao grupo SONAE a possibilidade de continuar a crescer segundo um modelo de mão-de-obra pouco qualificada, seria a cantina de um país transformado numa imensa fazenda colonial.

Tiro no pé ou Lei da Rolha

Custa a acreditar que cada um dos candidatos a Primeiro Ministro pelo PSD não se tenham insurgido antes das votações que aprovaram a Lei da Rolha.

Estavam distraídos e não leram as propostas de Santana Lopes de alteração aos estatutos? É grave.

Deixar passar para não criar conflitos entre os presentes, como poderá ter acontecido, tambem não é nada saudável para todos eles que querem ser os "mandões" de Portugal.

Há hipocrisia de sobra em todos eles.

Ferreira Leite que queria meter a democracia por 6 meses no frigorifico, foi mais consequente – concorda com a Lei da Rolha – e lá saberá porquê.

Não a conseguiu aplicar no país, sempre a vê aplicada no seu partido.

Vamos ter conversa que vai dar pano para mangas durante uns tempos e, lá se vão para a as filas de trás deste palco da polítiquisse portuguesa o Freeport e a Face Oculta.

Alguns jornais vão vender muito menos papel

15 março, 2010

Cavaquismo

Cavaquismo ?

Foi assim que nasceu o cavaquismo, com a famosa rodagem do automóvel novo de Cavaco Silva, faz parte da matriz genética deste grupo. Essa gente não é nem de direita nem do centro, nem liberal ou social-democrata, apenas querem exercer o poder sem se esforçarem muito para o alcançarem. Pergunte-se a alguém se sabe quem são os vice-presidentes de Manuela Ferreira Leite ou informem-se sobre quantas horas dedicaram alguns dos seus vice-presidentes durante a última campanha eleitoral.

Com a crise financeira reapareceram em cena, até foi notícia o envolvimento dos agora desaparecidos assessores de Cavaco Silva na eleição e, mais tarde, na elaboração do programa do PSD, esse envolvimento chegou ao ponto de um braço direito do PSD ter lançado suspeitas de escutas a Belém, o que encaixava na perfeição no discurso da asfixia democrática. Ainda se animaram com o resultado das eleições europeias, mas mal se aperceberam de que iriam ser derrotados nas legislativas desapareceram.

Bem tentaram empurrar Marcelo Rebelo de Sousa na esperança de encorajar Cavaco Silva a provocar uma crise logo que a Constituição lhe permita dissolver o parlamento, até programaram um inquérito parlamentar da treta para encenar o golpe. Mas Cavaco deve ter conhecido o resultado das sondagens e deu uma entrevista em que disse tão pouco que parece ter engolido um bolo-rei virtual enquanto a Judite Sousa lhe fazia perguntas.

Com a divulgação das sondagens Marcelo percebeu que iria perder tempo. Até porque Marcelo já percebeu que o caso Freeport vai virar-se contra os que como ele o usaram para tentar derrubar José Sócrates e que o caso Face Oculta não passou de uma tentativa de golpe de estado desajeitado. Percebeu também que depois das intervenções de personalidades como Paes do Amaral e Ângelo Paupério na Comissão de Ética do parlamento o inquérito parlamentar está condenado a ser um fiasco.

De resto, Marcelo é mais eficaz a fazer oposição em programas televisivos, pode disfarçar-se de comentador desinteressado e ainda é pago, além disso, se como comentador não consegue vencer Sócrates dificlmente o conseguira enquanto líder partidário.

Os cavaquistas fizeram como o piloto da anedota que se embrulhou com a hospedeira e entregou os comandos do avião ao macaco, os nossos iluistres cavaquistas meteram uma palhina no rabo de Paulo Rangel que até ficou todo animado e foram à sua vida, regressarão quando o regresso ao poder for quase certo, como sucedeu com Durão Barroso. (O Jumento)

Belmiro de Azevedo

Belmiro Dona de Casa

"Sou especialista em ter os pés na terra e acho que se deve gerir o Orçamento como qualquer dona de casa faz, poupando", disse o gestor, sublinhando que "é necessário favorecer o consumo". (JN)

O Tintol é que está a dar

"10 medalhas para vinhos tintos do Tejo em concurso internacional" (O Ribatejo)