"Avancemos", diz Vara
Armando Vara, tenta confrontar os procuradores e o juiz do processo, face à sua indignação pelas mediadas de coação que lhe foram aplicadas e pelo facto de ter sido considerado arguido neste processo que passou a ser, pouco mais que uma cuscovilhice politica. Foi relegado para segundo plano o verdadeiro tema da corrupção e dos outros corruptos indiciados no processo.
"OS MAGISTRADOS SÃO TIGRES DE PAPEL
Alguns dos nossos magistrados lembram-me o comportamento dos cães, se mostramos medo os cães tornam-se agressivo, se nos mostrarmos agressivos metem o rabo entre as pernas e tremem de medo.
Neste país os magistrados impuseram aos cidadãos o medo da justiça, temos medo do Pinto Monteiro, da Maria José, do Saldanha Sanches porque é marido da Maria José e de tudo quanto é magistrados, uma assinatura deles mandam-nos para a cadeia em prisão preventiva, lançam-nos num imenso pesadelo em que gastamos as poupanças em advogados, requerimentos e tribunais. Por isso há milhares de arguidos que esperam há anos pela conclusão dos seus processos, os políticos lambem-lhes as botas para caírem nas suas boas graças, o Presidente recebe sindicalistas que não o deveriam ser para discutir processos e banqueiros pedem para ser recebidos pelo Procurador-Geral para lhe darem as boas-vindas.
Pode-se ser um grande cientista, um economista famoso nos EUA ou simplesmente um bom profissional que ninguém lhes liga, mas uma qualquer bardamerda com toga exibe-se de barriga inchada pelas ruas e todos têm que lhe tirar o chapéu, todos o devem bajular porque ele tem o poder imenso de tramar a vida a qualquer um sem que nada lhe aconteça. Uma nova direcção da CGTP ou da UGT toma posse e quase não é notícia, o senhor Palma toma posse de um sindicato que nem devia existir e a sala enche-se de personalidades que não querem perder a oportunidade de serem vistos no beija-mão, essa foto pode valer ouro no futuro, pertencer aos que os bajulam pode ser a diferença entre a vida tranquila e a vida feita num inferno.
Está na hora de dizermos não, de não termos medo de sermos constituídos num qualquer processo manhoso, de pedir o levantamento do segredo de justiça se alguém nos montar uma cilada, de protestar, de denunciar, de exigir explicações, de dizer aos senhores da toga que não são uma casta superior e muito menos os sacerdotes da democracia. Estão lá para servir o povo e não para que o povo tenha medo deles"
( O Jumento)