26 novembro, 2013
Passos Coelho - cuidado !
Um animal ferido
Filomena Martins *, 'Um animal ferido', ontem no DN
Pior que um animal feroz é um animal ferido. (...) O ferido, situação em que se encontra agora Passos Coelho, como já nada mais tem a perder, age em desespero, esbraceja aleatória e automaticamente apenas para tentar sobreviver. Não sabemos o que fará a seguir e temos de temer o pior. (...)
Passos Coelho (...) está cada vez mais sozinho, isolado. Sabe que o partido, do qual Marcelo o considera o pior líder de sempre, já só aguarda pelo seu sacrifício. Sabe que no Governo, ao permitir o adeus de Relvas acusando-o de ingratidão, a carta de Gaspar revelando a sua falta de liderança, e a subida de Portas a vice, cedendo à sua chantagem, perdeu toda a legitimidade. Dos ministros ditos políticos, que deveriam ser os seus guarda-costas, apenas já se ouve, e em murmúrio, Paula Teixeira da Cruz. Ficou sem apoios, não há quem não o critique e o futuro é um vazio completo.
Passos não tem futuro em nenhuma grande instituição europeia, como Durão ou Guterres. (...) Nem sequer os dotes oratórios que lhe possam dar o palco do comentário político, onde proliferam os seus antecessores à frente do partido. Passos não tem nada. Passos sabe que está no corredor da morte política.
O que lhe resta então? Na sua bipolaridade cada vez mais evidente, que num dia o põe a alimentar todas as expectativas sobre o nosso crescimento económico e no outro a avisar para o choque de expectativas que teremos com o Orçamento, Passos é o tal animal ferido na sua dignidade. Fisicamente envelheceu séculos e é a imagem de alguém que parece carregar aos ombros todo o peso do mundo. Está verdadeiramente convencido de que está a salvar o país, apesar de todos sabermos que o País, tal como o conhecemos, pode não lhe sobreviver. De um líder assim, que sabe que perdido por cem, perdido por mil, pode esperar-se tudo. Há por isso que ter medo. Muito medo.
* directora-adjunta do Diário de Notícias
12 novembro, 2013
Entre Portas, Coelho ou Machete? E Cavaco?
Entre Portas, Coelho ou Machete, não sabemos quem devemos escrever meia dúzia de linhas. Portas, aparece por tudo o que é sitio, em tempos de crise não pára de viajar e de dar palpites. Coelho, não tem dado passada pela rua. Em cada esquina onde aparece é vaiado publicamente com os impropérios mais próprios duma zanga de vizinhas de faca na liga. Machete, ou não está bom de cabeça ou anda a gozar com os seus companheiros de Governo ou, pior ainda, com o Zé Povinho. No meio desta miséria governativa haverá por aí algum ministro que escape? Talvez sim, talvez não. Quem por lá continua sem muitas culpas no cartório deveria de ter alguma vergonha e entregar a pasta a Coelho. Por fora, Cavaco parece não viver neste mundo - já nem se queixa que as reformas que recebe não lhe dão para duas bicas por dia. Empurrado por notícias e criticas a destempo lá vai tomando algumas iniciativas, sendo que a última, aquela a que se refere às relações com Angola, são mesmo fruto da pressão mediática que sofre. Não fora um antigo ministro das colónias de Salazar o empurrar para a ribalta, tinha ficado na sua habitual sonolência presidencial em Belém
02 novembro, 2013
01 novembro, 2013
Paulo Portas e o Governo - Portugal o paraíso
Não queria pensar que estava em Portugal. Paulo Portas falava no Parlamento e ouvi-lo na rádio fiquei com a certeza que o Portugal que eu conheço e onde vivo, não é mesmo o mesmo onde Paulo Portas e aquela gente do Governo vive. Este Governo, quando o Povo lhe pergunta, para onde o está a levar? Para a miséria, o desemprego o roubo das pensões, o aumento dos impostos, etc., eles, todos os que ainda falam (será que alguns tem vergonha de falar e mais vergonha ainda de serem companheiros destes seus colegas no Governo?. Mas não lhes passa pela cabeça a ousadia de levantarem ferro deste porto que aceitam como seguro, antes da enorme tempestade que um dia destes os há-de lançar borda fora), devem viver num mundo que não será certamente Portugal, mas pertencerá a uma outra galáxia. Paulo Portas foi o último orador antes da votação do Programa do Governo para 2014. A sua verborreia é conhecida, repisa as palavras, o SIM, o Não, talvez queira fazer esquecer a sua célebre linha vermelha, a sua demissão irredutível do Governo. Talvez não queira que o povo que o elegeu se lembre das suas mentiras, das suas promessas não cumpridas. Quem o ouve, deve pensar que o que primeiro terá que fazer é marcar consulta no SNS enquanto exista e fazer um teste. Rápido e urgente. Um teste completo num psiquiatra de renome nacional para saber se realmente vive momentos de alucinação quando ouve estes governantes falarem. Eu, piquei-me com um alfinete, para saber se estava bem acordado ou se estava a sonhar, pensando e repensando se teria por engano tomado alguma droga alucinogénica. Agora, já mais calmo, reconheço que estava bem, que o que ouvira da voz de Paulo Portas era mesmo uma verdade pura e nua - Portugal é um paraíso. Muitos portugueses é que não conhecem esse Portugal. Pelo menos eu passei a saber onde ele existe. Apenas na cabecinha pensadora de Paulo Portas. Mesmo contra o conselho do meu médico, que por acaso é uma médica, hoje mesmo vou apanhar uma enorme "borracheira", pois quando acordar pode ser que ainda esteja em Portugal, mas no "meu" Portugal, não no do Portas ou do Governo.