21 abril, 2013

Moita Flores, qundo em Santarêm...

"O ex-ministro Augusto Mateus vai ser o responsável pela elaboração do plano estratégico para a Lezíria do Tejo, com vista à contratualização de fundos do próximo quadro comunitário de apoio (2014 a 2020), iniciativa oportuna lançada esta semana pela Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT). Mais uma vez esta associação de municípios revela capacidade de iniciativa e de saber ao conseguir mobilizar tantos e tão diversos organismos regionais e os recursos necessários ao empreendimento que é a realização deste plano estratégico de desenvolvimento. E não se pense que foi tarefa fácil fazer convergir interesses tão diferentes e de setores tão distintos como a saúde, a educação ou a agricultura, ente tantos outros – foram 19 os protocolos de cooperação assinados para a elaboração deste plano de investimento estratégico da região. E isso deve-se em muito a um homem, de perfil discreto e obra consistente, que é António Torres, o economista que dirige há cerca de uma dezena e meia de anos esta Comunidade Intermunicipal. Uma associação de autarquias que, independentemente dos batismos a que tem sido sujeita ao sabor dos governos que passam, já foi objeto de estudo pelo modo como se soube organizar para conseguir grandes economias de escala na aquisição de bens e serviços para os municípios – como sejam as comunicações ou os seguros – além de inovadores e vultuosos projetos investimento em infraestruturas diversas nos vários concelhos. Por exemplo, os investimentos do III Quadro Comunitário de Apoio no conjunto das onze câmaras da Lezíria do Tejo vão contabilizar no final do ano 72 milhões de euros aplicados na região. Uma verba obtida precisamente através dos documentos estratégicos elaborados pela CIMLT e que lhe permitiram, depois de aprovados, a contratualização e gestão direta deste montante colossal de fundos comunitários. Boa parte de tudo isto se deve ao trabalho do secretário executivo da CIMLT António Torres. O mesmo homem que, já nestas funções foi, há meia dúzia de anos vilipendiado por Moita Flores quando este decidiu unilateralmente retirar Santarém da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo. Uma empresa intermunicipal criada, precisamente, por António Torres, num original processo que mereceria o elogio externo e que alcançou o sucesso que hoje todos lhe reconhecem na qualidade e preço do serviço prestado às populações dos concelhos que serve; isto a somar ao facto de já ter investido em infraestruturas de abastecimento de água e de esgotos 45 milhões de euros em apenas três anos – obras que muitas empresas de construção civil da região também agradecem, sufocadas por esta prolongada crise de escassez de empreitadas públicas –. Foi um mau passo da Câmara de Santarém ter-se retirado das Águas do Ribatejo para procurar um parceiro privado que nunca encontrou e acabando por perder milhões de investimento a fundo perdido com o seu gesto solitário. Não menos grave foi a campanha difamatória movida por Moita Flores ao secretário-executivo da CIMLT, chegando a exigir a sua cabeça. Uma cultura revanchista que, pelos vistos, deixou rasto na Câmara de Santarém, mesmo depois da saída do seu mestre. Basta ver as declarações do vereador António Valente ao nosso jornal, nesta mesma edição, a propósito da queixa da deputada e candidata socialista à Câmara, Idália Serrão, quando esta se viu em palpos de arranha para retirar o seu carro do parque estacionamento subterrâneo depois da meia-noite. Simplesmente lamentável." (O Ribatejo)

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